NOTÍCIAS POLÍTICAS
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- Sávio Ricardo
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Se eles estivessem elogiando de verdade, estaria muito mais preocupado.Revista The Economist ironiza Mantega: "ele é um grande sucesso"
A revista The Economist voltou a criticar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao afirmar ironicamente que, já que as avaliações anteriores da revista britânica tornaram-no "intocável", pedirá agora que ele continue em seu cargo. "Foi amplamente noticiado no Brasil que nossa impertinência teve o efeito de tornar o ministro da Fazenda intocável. Agora, vamos tentar um novo caminho. Pedimos que a presidente (Dilma Rousseff) mantenha-o a todos os custos: ele é um grande sucesso", afirmou a The Economist em editorial.
O texto foi disponibilizado no website da The Economist nesta quinta-feira e será publicado na edição impressa do próximo fim de semana. Num artigo de dezembro de 2012, a revista recomendou a demissão de Mantega em função do fraco desempenho da economia brasileira. Pouco após a publicação do editorial, Dilma afirmou que "de maneira alguma" consideraria a sugestão e que o governo não seria "influenciado por opinião de uma revista que não seja brasileira".
No mais recente editorial, a The Economist critica a política econômica do Brasil, afirmando que o País se afastou do "caminho estabelecido pelo Plano Real", e que a fórmula por trás do sucesso brasileiro está sendo lentamente abandonada. "Investidores ficaram confusos sobre as políticas econômicas brasileiras. Essa incerteza contribuiu para uma performance medíocre", segundo a The Economist.
Por outro lado, a revista elogiou medidas recentes como a elevação da taxa básica de juro Selic e a decisão do governo de zerar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para recursos estrangeiros destinados à aplicação em renda fixa, classificando-os como "sinais incipientes de um retorno a uma política mais clara".
"Fortuitamente, o Brasil ainda tem algumas grandes forças, incluindo suas indústrias agrícola e de energia, mais ciência e inovação do que você imagina e um grande, embora menos efervescente, mercado doméstico", afirmou a revista.
http://economia.terra.com.br/noticias/n ... _SPE955081
- Sterrius
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Me surpreende essa caça as bruxas. 3 Artigos mirados nele em menos de 6 meses. Isso quando raramente o Brasil ganha 1 matéria por ano.
- Sávio Ricardo
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Isso também me surpreende. Sinal que alguma coisa esta incomodando, o que, invariavelmente, é bom.Sterrius escreveu:Me surpreende essa caça as bruxas. 3 Artigos mirados nele em menos de 6 meses. Isso quando raramente o Brasil ganha 1 matéria por ano.
- Sterrius
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
È exatamente o que eu estou passando a achar. Esse foco todo só me faz ter mais confiança que alguma coisa certa ele está fazendo.
- Clermont
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O Brasil que não está dando certo.
Rogério Furquim Werneck, O Globo - 07.06.12.
Na última campanha presidencial, o País foi conclamado pela candidata vitoriosa a escolher entre “o Brasil que dava errado e o Brasil que está dando certo”.
Passados pouco mais de 30 meses, o problema central do governo eleito em 2010 passou a ser evitar que se dissemine no eleitorado o sentimento de que o Brasil não está dando certo.
No início deste ano, já não havia dúvida de que o desempenho econômico do primeiro triênio do governo Dilma Rousseff estava fadado a ser muito medíocre. E, como essa perspectiva havia deixado o PT bastante apreensivo, o lançamento da campanha presidencial foi antecipado, para conter o ceticismo do partido sobre o projeto da reeleição.
Em entrevista ao GLOBO, em 28/4, o senador Jorge Viana, prócer inequívoco do partido, confirmou que a antecipação da campanha, patrocinada por Lula, em fevereiro, havia sido “um movimento interno para o PT. Como alguns levantavam dúvidas, ele disse que ela era candidata. Com isso liberou a presidente para ficar livre, leve e solta para governar”. Se, de fato, era essa a intenção, o efeito tranquilizador sobre o PT durou pouco.
O País chega ao fim do primeiro semestre com um quadro inflacionário preocupante e perspectivas de expansão da economia cada vez mais desalentadoras. O desempenho do nível de atividade no primeiro trimestre reforçou as previsões de mais um ano de crescimento pífio.
A mediana das últimas expectativas de mercado coletadas pelo Banco Central já aponta para uma taxa de expansão do PIB de menos de 2,8% em 2013. O que deixaria a taxa média anual de crescimento do primeiro triênio do governo Dilma Rousseff em pouco mais que 2,1%.
É natural que o PT esteja de novo alvoroçado e apreensivo com os riscos da reeleição. Há meses, o partido ainda alimentava a fantasia de que, em 2014, poderia tentar vender ao eleitorado um pacote fechado de 12 anos de governo petista, no qual o desempenho sofrível dos quatro anos de Dilma estivesse compensado pelo desempenho dos oito anos de Lula. Mas já percebeu que isso não será tão fácil. Há poucos dias, o próprio presidente do PT reconheceu que o legado dos anos Lula será “insuficiente para garantir a reeleição”.
Na verdade, não é só o PT que vem acalentando a ideia de um Plano B. A antecipação da campanha presidencial vem obrigando toda a base aliada — governadores, senadores e deputados — a antecipar seu reposicionamento para as eleições 2014. E é a incerteza sobre o projeto da reeleição que explica boa parte das notórias dificuldades que a presidente vem enfrentando para manter a base aliada sob controle.
Em longa entrevista publicada em livro sobre os 10 anos de presidência petista, Lula relata de forma muito franca as dificuldades que teve de enfrentar para levar à frente a ideia de lançar Dilma Rousseff como candidata a presidente.
“Eu sei o que eu aguentei de amigos meus, amigos mesmo, não eram adversários, dizendo: Lula, mas não dá. Ela não tem experiência, ela não é do ramo. Lula, pelo amor de Deus.” É fácil imaginar, tendo em vista o que se viu nos últimos 30 meses, a pressão que esses mesmos interlocutores estarão fazendo, agora, para que o projeto da reeleição ceda lugar a um Plano B.
Em meio ao clima de desconfiança que vem marcando as relações do Planalto com o PT e a base aliada, a presidente, em atitude defensiva, vem tentando recuar para um círculo mais restrito de auxiliares, com quem teve oportunidade de construir relações mais sólidas.
Bem ilustra esse recuo a crescente ascendência que vem tendo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, sobre a presidente, graças à confiança mútua desenvolvida entre eles desde a época em que foram ambos secretários do governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul. Nesse caso específico, é fácil perceber que o recuo da presidente para um círculo mais restrito de auxiliares não é sem custo. Implica grave perda adicional de racionalidade na condução da política econômica.
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Rogério Furquim Werneck é economista e professor da PUC-Rio.
Rogério Furquim Werneck, O Globo - 07.06.12.
Na última campanha presidencial, o País foi conclamado pela candidata vitoriosa a escolher entre “o Brasil que dava errado e o Brasil que está dando certo”.
Passados pouco mais de 30 meses, o problema central do governo eleito em 2010 passou a ser evitar que se dissemine no eleitorado o sentimento de que o Brasil não está dando certo.
No início deste ano, já não havia dúvida de que o desempenho econômico do primeiro triênio do governo Dilma Rousseff estava fadado a ser muito medíocre. E, como essa perspectiva havia deixado o PT bastante apreensivo, o lançamento da campanha presidencial foi antecipado, para conter o ceticismo do partido sobre o projeto da reeleição.
Em entrevista ao GLOBO, em 28/4, o senador Jorge Viana, prócer inequívoco do partido, confirmou que a antecipação da campanha, patrocinada por Lula, em fevereiro, havia sido “um movimento interno para o PT. Como alguns levantavam dúvidas, ele disse que ela era candidata. Com isso liberou a presidente para ficar livre, leve e solta para governar”. Se, de fato, era essa a intenção, o efeito tranquilizador sobre o PT durou pouco.
O País chega ao fim do primeiro semestre com um quadro inflacionário preocupante e perspectivas de expansão da economia cada vez mais desalentadoras. O desempenho do nível de atividade no primeiro trimestre reforçou as previsões de mais um ano de crescimento pífio.
A mediana das últimas expectativas de mercado coletadas pelo Banco Central já aponta para uma taxa de expansão do PIB de menos de 2,8% em 2013. O que deixaria a taxa média anual de crescimento do primeiro triênio do governo Dilma Rousseff em pouco mais que 2,1%.
É natural que o PT esteja de novo alvoroçado e apreensivo com os riscos da reeleição. Há meses, o partido ainda alimentava a fantasia de que, em 2014, poderia tentar vender ao eleitorado um pacote fechado de 12 anos de governo petista, no qual o desempenho sofrível dos quatro anos de Dilma estivesse compensado pelo desempenho dos oito anos de Lula. Mas já percebeu que isso não será tão fácil. Há poucos dias, o próprio presidente do PT reconheceu que o legado dos anos Lula será “insuficiente para garantir a reeleição”.
Na verdade, não é só o PT que vem acalentando a ideia de um Plano B. A antecipação da campanha presidencial vem obrigando toda a base aliada — governadores, senadores e deputados — a antecipar seu reposicionamento para as eleições 2014. E é a incerteza sobre o projeto da reeleição que explica boa parte das notórias dificuldades que a presidente vem enfrentando para manter a base aliada sob controle.
Em longa entrevista publicada em livro sobre os 10 anos de presidência petista, Lula relata de forma muito franca as dificuldades que teve de enfrentar para levar à frente a ideia de lançar Dilma Rousseff como candidata a presidente.
“Eu sei o que eu aguentei de amigos meus, amigos mesmo, não eram adversários, dizendo: Lula, mas não dá. Ela não tem experiência, ela não é do ramo. Lula, pelo amor de Deus.” É fácil imaginar, tendo em vista o que se viu nos últimos 30 meses, a pressão que esses mesmos interlocutores estarão fazendo, agora, para que o projeto da reeleição ceda lugar a um Plano B.
Em meio ao clima de desconfiança que vem marcando as relações do Planalto com o PT e a base aliada, a presidente, em atitude defensiva, vem tentando recuar para um círculo mais restrito de auxiliares, com quem teve oportunidade de construir relações mais sólidas.
Bem ilustra esse recuo a crescente ascendência que vem tendo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, sobre a presidente, graças à confiança mútua desenvolvida entre eles desde a época em que foram ambos secretários do governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul. Nesse caso específico, é fácil perceber que o recuo da presidente para um círculo mais restrito de auxiliares não é sem custo. Implica grave perda adicional de racionalidade na condução da política econômica.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
DOSES DE SAÚDE - 07/06/2013 23h48 - Atualizado em 08/06/2013 00h32
Médico de Lula nega retorno de câncer: “É tudo boato!”
O cardiologista Roberto Kalil Filho diz que o ex-presidente não está se tratando no Hospital Sírio-Libanês à noite e fala sobre a origem das especulações
CRISTIANE SEGATTO
(...)
Fonte: Época/Globo.com
http://revistaepoca.globo.com/tempo/not ... boato.html
Médico de Lula nega retorno de câncer: “É tudo boato!”
O cardiologista Roberto Kalil Filho diz que o ex-presidente não está se tratando no Hospital Sírio-Libanês à noite e fala sobre a origem das especulações
CRISTIANE SEGATTO
(...)
Fonte: Época/Globo.com
http://revistaepoca.globo.com/tempo/not ... boato.html
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Tempos estranhos.
Merval Pereira, O Globo - 09.06.13.
Ainda não estamos nos “tempos interessantes” da maldição atribuída a Confúcio, tempos em que os riscos e os sofrimentos não cessam, impedindo a tranquilidade. Mas, pelo andar da carruagem, chegaremos lá.
Bastaria o caso da controvérsia causada pela declaração do ministro Gilberto Carvalho a um grupo de índios, revelando que a presidente havia dito que a ordem judicial de reintegração de posse da fazenda Buriti, em Mato Grosso do Sul, não deveria ter sido cumprida, para exemplificar os tempos estranhos que vivemos.
Dilma, evidentemente, garantiu em público que o governo brasileiro cumpre as leis. Carvalho soltou uma nota dizendo que fora um equívoco dele, que queria apenas demonstrar o sentimento da presidente pela morte de um índio no conflito.
Das duas, uma: ou Carvalho disse a verdade inconveniente, que não podia ser revelada, ou mentiu para os índios na tentativa de acalmá-los. Nas duas hipóteses, seria um auxiliar ineficiente, mas em Brasília acredita-se mais na primeira, o que desvenda mais uma vez a alma autoritária da presidente Dilma.
E é essa índole autoritária que vem sendo posta à prova nestes tempos conturbados que vivemos. Quando afirmou, por exemplo, que não sacrificaria o desenvolvimento para conter a inflação, deixou no mercado a certeza de que aceitaria um pouquinho de inflação para aumentar o PIB, o que colocou todo mundo em alerta, com efeitos óbvios.
Mais adiante, disse que o país não tinha meios de controlar a subida do dólar, e mais uma vez o mercado se alterou.
A confusão em torno dos saques antecipados do Bolsa Família é mais um exemplo de como um governo descoordenado pode se machucar por conta própria. Diante do tumulto provocado por um suposto boato de que o programa iria acabar, Dilma disse que aquele era um ato “desumano”.
O ex-presidente Lula lamentou a existência de pessoas “capazes de fazer tanto mal” aos mais pobres. E a ministra Maria do Rosário apressou-se pelo Twitter a insinuar que a origem dos boatos era a oposição.
Logo ficou claro que o erro fora cometido pela própria Caixa Econômica Federal, que liberou o pagamento do Bolsa Família sem obedecer ao calendário que ela própria estabelecera desde sempre.
Com isso, pessoas que foram ao banco fazer outras transações descobriram que o dinheiro já estava lá, e começou o boca a boca sobre a liberação antecipada.
Muitos entenderam que aquele era um sinal de que o programa iria acabar, outros acharam que era um bônus pelo Dia das Mães, o que marca bem o maternalismo que domina nossa política.
Não se fala mais do tal call center do Rio de Janeiro que supostamente espalhara o boato. O presidente da Caixa teve de admitir o erro depois de tentar escondê-lo, e só o fez porque a “Folha de S. Paulo” denunciou que os pagamentos haviam sido antecipados.
Junto a essas trapalhadas, vêm as notícias ruins da economia, que resultam em advertência da agência Standard & Poor’s de que o grau de investimento que o Brasil ganhou no governo Lula pode ser cassado se nos próximos dois anos a economia continuar demonstrando tamanha fraqueza e, sobretudo, problemas de inconsistência como inflação alta e déficits.
Já há quem mais uma vez sugira tirar o B do acrônimo Brics.
Nenhum dos programas oficiais está com seu cronograma em dia, seja o PAC, seja o Telefone Para Todos, seja o Minha Casa Minha Vida, ou as obras para a Copa do Mundo. Ou a queda forçada dos juros, que agora está tendo que ser revertida, ou a redução do custo da energia elétrica, que não chega aos 20% prometidos na televisão.
Todos têm a mesma característica: saem mais caro do que o anunciado e atingem menos pessoas. Simplesmente porque não correspondem a nenhum planejamento, são fruto de um voluntarismo que não se baseia na realidade.
Algo assim como querer tirar da rota do avião presidencial as nuvens turbulentas.
Merval Pereira, O Globo - 09.06.13.
Ainda não estamos nos “tempos interessantes” da maldição atribuída a Confúcio, tempos em que os riscos e os sofrimentos não cessam, impedindo a tranquilidade. Mas, pelo andar da carruagem, chegaremos lá.
Bastaria o caso da controvérsia causada pela declaração do ministro Gilberto Carvalho a um grupo de índios, revelando que a presidente havia dito que a ordem judicial de reintegração de posse da fazenda Buriti, em Mato Grosso do Sul, não deveria ter sido cumprida, para exemplificar os tempos estranhos que vivemos.
Dilma, evidentemente, garantiu em público que o governo brasileiro cumpre as leis. Carvalho soltou uma nota dizendo que fora um equívoco dele, que queria apenas demonstrar o sentimento da presidente pela morte de um índio no conflito.
Das duas, uma: ou Carvalho disse a verdade inconveniente, que não podia ser revelada, ou mentiu para os índios na tentativa de acalmá-los. Nas duas hipóteses, seria um auxiliar ineficiente, mas em Brasília acredita-se mais na primeira, o que desvenda mais uma vez a alma autoritária da presidente Dilma.
E é essa índole autoritária que vem sendo posta à prova nestes tempos conturbados que vivemos. Quando afirmou, por exemplo, que não sacrificaria o desenvolvimento para conter a inflação, deixou no mercado a certeza de que aceitaria um pouquinho de inflação para aumentar o PIB, o que colocou todo mundo em alerta, com efeitos óbvios.
Mais adiante, disse que o país não tinha meios de controlar a subida do dólar, e mais uma vez o mercado se alterou.
A confusão em torno dos saques antecipados do Bolsa Família é mais um exemplo de como um governo descoordenado pode se machucar por conta própria. Diante do tumulto provocado por um suposto boato de que o programa iria acabar, Dilma disse que aquele era um ato “desumano”.
O ex-presidente Lula lamentou a existência de pessoas “capazes de fazer tanto mal” aos mais pobres. E a ministra Maria do Rosário apressou-se pelo Twitter a insinuar que a origem dos boatos era a oposição.
Logo ficou claro que o erro fora cometido pela própria Caixa Econômica Federal, que liberou o pagamento do Bolsa Família sem obedecer ao calendário que ela própria estabelecera desde sempre.
Com isso, pessoas que foram ao banco fazer outras transações descobriram que o dinheiro já estava lá, e começou o boca a boca sobre a liberação antecipada.
Muitos entenderam que aquele era um sinal de que o programa iria acabar, outros acharam que era um bônus pelo Dia das Mães, o que marca bem o maternalismo que domina nossa política.
Não se fala mais do tal call center do Rio de Janeiro que supostamente espalhara o boato. O presidente da Caixa teve de admitir o erro depois de tentar escondê-lo, e só o fez porque a “Folha de S. Paulo” denunciou que os pagamentos haviam sido antecipados.
Junto a essas trapalhadas, vêm as notícias ruins da economia, que resultam em advertência da agência Standard & Poor’s de que o grau de investimento que o Brasil ganhou no governo Lula pode ser cassado se nos próximos dois anos a economia continuar demonstrando tamanha fraqueza e, sobretudo, problemas de inconsistência como inflação alta e déficits.
Já há quem mais uma vez sugira tirar o B do acrônimo Brics.
Nenhum dos programas oficiais está com seu cronograma em dia, seja o PAC, seja o Telefone Para Todos, seja o Minha Casa Minha Vida, ou as obras para a Copa do Mundo. Ou a queda forçada dos juros, que agora está tendo que ser revertida, ou a redução do custo da energia elétrica, que não chega aos 20% prometidos na televisão.
Todos têm a mesma característica: saem mais caro do que o anunciado e atingem menos pessoas. Simplesmente porque não correspondem a nenhum planejamento, são fruto de um voluntarismo que não se baseia na realidade.
Algo assim como querer tirar da rota do avião presidencial as nuvens turbulentas.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Acendeu no PT a luz amarela.
Ricardo Noblat - Blog do Noblat - 09.06.13.
"Par délicatesse J'ai perdu ma vie", escreveu Jean-Nicolas Arthur Rimbaud, poeta francês que viveu e brilhou na segunda metade do século XIX.
Aos 20 anos, encerrou sua produção literária. Morreu de câncer aos 37.
"Por delicadeza eu perdi minha vida" são seus mais famosos versos, repetidos pelos que se valem deles para lamentar algo importante que perderam. Ou para reafirmar a disposição de não perder.
No último fim de semana, depois de examinar com preocupação os resultados da mais recente pesquisa de opinião do Instituto Datafolha, um petista erudito declamou os versos de Rimbaud para garantir que por elegância seu partido não perderá a vida.
Ou melhor: o poder.
Nem daqui a pouco nem a perder de vista. Afinal, que partido entregaria o poder sem oferecer severa resistência?
De março para cá, a aprovação do governo Dilma caiu oito pontos. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que ela se elegeu.
Dilma perdeu popularidade entre homens e mulheres, em todas as regiões do país, em todas as faixas de renda e em todas as faixas etárias.
A causa? A volta da dobradinha inflação em alta e crescimento econômico em baixa.
O brasileiro está pessimista.
Acendeu a luz amarela dentro do PT.
Os partidos existem para alcançar o poder - e uma vez que alcancem, lá se conservarem, empenhados em fazer o melhor por seus governados.
Na democracia devem ao povo o que conquistaram. E somente o povo poderá retirá-los de onde estão.
Por delicadeza, há dois meses, Lula antecipou a campanha presidencial do próximo ano. Atendeu a um pedido da própria Dilma.
Era véspera de mais um aniversário do PT. Lula pretendia sair em caravana pelo país. E Dilma detectara movimentos favoráveis ao lançamento da candidatura dele à sua vaga.
Para eleger Dilma em 2010, Lula inventara que ela era uma excelente gestora. Superior até mesmo a ele.
Chegou ao ponto de sugerir que dividira com Dilma o comando do governo no seu segundo mandato. Um exagero compreensível.
Por maior que fosse seu prestígio, não bastaria a Lula pedir votos para Dilma. Era preciso fornecer um pretexto para que a maioria dos brasileiros elegesse presidente quem nunca disputara uma eleição.
Quem já rejeitara disputar uma, argumentando que não tinha "perfil de candidata".
E quem por falta de sorte vira falir uma loja onde tudo que ali se vendia custava apenas R$ 1,99.
Dilma jamais foi uma gestora excepcional - a verdade é essa. Foi apenas uma aplicada gerente. E com um grave defeito que compromete o desempenho de qualquer gerente: o gosto pela centralização.
Nada se faz em seu governo sem que ela seja ouvida antes.
Em certas ocasiões, Dilma pede para ler antes discursos que seus ministros pronunciarão mais tarde.
Ultimamente, deu de interferir até nas rotas do Boeing presidencial. Detesta turbulências. Passou a entender de aviação para poder evita-las.
A certa altura, o câncer que atingiu as cordas vocais de Lula ameaçou o sonho cultivado por ele de substituir Dilma - em 2014 ou em 2018. Curado, Lula acompanha as dificuldades de Dilma para governar o país.
Nem gerente sintonizada com as exigências dos tempos modernos, muito menos gestora admirável. Atrapalhada na condução da economia. Um rotundo desastre no exercício cotidiano da política.
Por delicadeza, o PT se arriscará a ser desalojado do poder caso Dilma corra de fato o risco de vir a ser derrotada?
Cresce entre os partidos aliados a torcida por enquanto silenciosa pela volta de Lula.
Dilma é temida.
Amada?
Bem, só se for por Aloizio Mercadante, ministro da Educação.
Ricardo Noblat - Blog do Noblat - 09.06.13.
"Par délicatesse J'ai perdu ma vie", escreveu Jean-Nicolas Arthur Rimbaud, poeta francês que viveu e brilhou na segunda metade do século XIX.
Aos 20 anos, encerrou sua produção literária. Morreu de câncer aos 37.
"Por delicadeza eu perdi minha vida" são seus mais famosos versos, repetidos pelos que se valem deles para lamentar algo importante que perderam. Ou para reafirmar a disposição de não perder.
No último fim de semana, depois de examinar com preocupação os resultados da mais recente pesquisa de opinião do Instituto Datafolha, um petista erudito declamou os versos de Rimbaud para garantir que por elegância seu partido não perderá a vida.
Ou melhor: o poder.
Nem daqui a pouco nem a perder de vista. Afinal, que partido entregaria o poder sem oferecer severa resistência?
De março para cá, a aprovação do governo Dilma caiu oito pontos. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que ela se elegeu.
Dilma perdeu popularidade entre homens e mulheres, em todas as regiões do país, em todas as faixas de renda e em todas as faixas etárias.
A causa? A volta da dobradinha inflação em alta e crescimento econômico em baixa.
O brasileiro está pessimista.
Acendeu a luz amarela dentro do PT.
Os partidos existem para alcançar o poder - e uma vez que alcancem, lá se conservarem, empenhados em fazer o melhor por seus governados.
Na democracia devem ao povo o que conquistaram. E somente o povo poderá retirá-los de onde estão.
Por delicadeza, há dois meses, Lula antecipou a campanha presidencial do próximo ano. Atendeu a um pedido da própria Dilma.
Era véspera de mais um aniversário do PT. Lula pretendia sair em caravana pelo país. E Dilma detectara movimentos favoráveis ao lançamento da candidatura dele à sua vaga.
Para eleger Dilma em 2010, Lula inventara que ela era uma excelente gestora. Superior até mesmo a ele.
Chegou ao ponto de sugerir que dividira com Dilma o comando do governo no seu segundo mandato. Um exagero compreensível.
Por maior que fosse seu prestígio, não bastaria a Lula pedir votos para Dilma. Era preciso fornecer um pretexto para que a maioria dos brasileiros elegesse presidente quem nunca disputara uma eleição.
Quem já rejeitara disputar uma, argumentando que não tinha "perfil de candidata".
E quem por falta de sorte vira falir uma loja onde tudo que ali se vendia custava apenas R$ 1,99.
Dilma jamais foi uma gestora excepcional - a verdade é essa. Foi apenas uma aplicada gerente. E com um grave defeito que compromete o desempenho de qualquer gerente: o gosto pela centralização.
Nada se faz em seu governo sem que ela seja ouvida antes.
Em certas ocasiões, Dilma pede para ler antes discursos que seus ministros pronunciarão mais tarde.
Ultimamente, deu de interferir até nas rotas do Boeing presidencial. Detesta turbulências. Passou a entender de aviação para poder evita-las.
A certa altura, o câncer que atingiu as cordas vocais de Lula ameaçou o sonho cultivado por ele de substituir Dilma - em 2014 ou em 2018. Curado, Lula acompanha as dificuldades de Dilma para governar o país.
Nem gerente sintonizada com as exigências dos tempos modernos, muito menos gestora admirável. Atrapalhada na condução da economia. Um rotundo desastre no exercício cotidiano da política.
Por delicadeza, o PT se arriscará a ser desalojado do poder caso Dilma corra de fato o risco de vir a ser derrotada?
Cresce entre os partidos aliados a torcida por enquanto silenciosa pela volta de Lula.
Dilma é temida.
Amada?
Bem, só se for por Aloizio Mercadante, ministro da Educação.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Toffoli diz sobre Dilma o que os petistas murmuram pelos cantos.
Ricardo Noblat - Blog do Noblat - 12.06.13.
Do ministro José Antônio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, ao programa "Poder e Política", do UOL, comandado pelo jornalista Fernando Rodrigues:
- Pelo que eu leio, o estilo da presidente Dilma é um estilo que se baseia mais na autoridade versus subordinação. O presidente Lula era um presidente que ouvia mais, que sentia mais e depois ele tomava uma decisão. Ele não tinha ideias pré-concebidas, não tinha certezas, ele tinha mais dúvidas que certezas.
- Ela [Dilma] delega menos, centraliza mais. Pode-se tentar deduzir várias hipóteses. ‘A mulher é mais centralizadora’, mas, enfim, não sei as razões. Eu não estou lá. O que eu posso dizer é que o presidente Lula, por exemplo, nunca interveio no meu trabalho. Nunca disse: ‘Toffoli, isso que você falou está errado. Esse parecer está equivocado’, ‘Toffoli, faça um parecer assim, que eu estou precisando de um parecer para isso’. Nunca. Nunca o presidente Lula interveio no trabalho quando eu fui subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, nem quando eu fui advogado-geral da União. E ele sempre ouviu as minhas opiniões, ele sempre foi atento. Sempre tive a liberdade de dizer não ao presidente da República”.
O que disse o ministro, petistas de alto ou de baixo coturno murmuram pelos cantos. Da mesma forma procedem os políticos em geral - principalmente aqueles obrigados a manter contatos com Dilma.
A saber então: por que só agora começa a ser dito a respeito de Dilma o que todos sabem desde que ela foi convidada por Lula para ser ministra das Minas E Energia em 2003?
No caso de Toffoli, gente ligada a ele confidencia que o ministro ficou bastante irritado com Dilma por não ter sido consultado a respeito da indicação de Teori Albino Zavascki e Luis Roberto Barroso para ministros do STF.
(Toffoli é cria política do PT desde que conheceu os primeiros caciques do partido na condição de empregado de uma pizzaria em Marília, no interior de São Paulo. Formou-se em Direito e foi servir a Lula. Depois assessorou José Dirceu na Casa Civil.)
No caso de petistas em geral e de alguns em particular, simplesmente eles se sentem órfãos do estilo Lula de governar. E humilhados pelo estilo Dilma. Nem por isso ainda ganharam coragem para criticar a presidente de peito aberto.
Assistimos ao início da campanha "Volta, Lula".
O estado futuro da economia é que dirá se a campanha terá sucesso ou não.
Ricardo Noblat - Blog do Noblat - 12.06.13.
Do ministro José Antônio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, ao programa "Poder e Política", do UOL, comandado pelo jornalista Fernando Rodrigues:
- Pelo que eu leio, o estilo da presidente Dilma é um estilo que se baseia mais na autoridade versus subordinação. O presidente Lula era um presidente que ouvia mais, que sentia mais e depois ele tomava uma decisão. Ele não tinha ideias pré-concebidas, não tinha certezas, ele tinha mais dúvidas que certezas.
- Ela [Dilma] delega menos, centraliza mais. Pode-se tentar deduzir várias hipóteses. ‘A mulher é mais centralizadora’, mas, enfim, não sei as razões. Eu não estou lá. O que eu posso dizer é que o presidente Lula, por exemplo, nunca interveio no meu trabalho. Nunca disse: ‘Toffoli, isso que você falou está errado. Esse parecer está equivocado’, ‘Toffoli, faça um parecer assim, que eu estou precisando de um parecer para isso’. Nunca. Nunca o presidente Lula interveio no trabalho quando eu fui subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, nem quando eu fui advogado-geral da União. E ele sempre ouviu as minhas opiniões, ele sempre foi atento. Sempre tive a liberdade de dizer não ao presidente da República”.
O que disse o ministro, petistas de alto ou de baixo coturno murmuram pelos cantos. Da mesma forma procedem os políticos em geral - principalmente aqueles obrigados a manter contatos com Dilma.
A saber então: por que só agora começa a ser dito a respeito de Dilma o que todos sabem desde que ela foi convidada por Lula para ser ministra das Minas E Energia em 2003?
No caso de Toffoli, gente ligada a ele confidencia que o ministro ficou bastante irritado com Dilma por não ter sido consultado a respeito da indicação de Teori Albino Zavascki e Luis Roberto Barroso para ministros do STF.
(Toffoli é cria política do PT desde que conheceu os primeiros caciques do partido na condição de empregado de uma pizzaria em Marília, no interior de São Paulo. Formou-se em Direito e foi servir a Lula. Depois assessorou José Dirceu na Casa Civil.)
No caso de petistas em geral e de alguns em particular, simplesmente eles se sentem órfãos do estilo Lula de governar. E humilhados pelo estilo Dilma. Nem por isso ainda ganharam coragem para criticar a presidente de peito aberto.
Assistimos ao início da campanha "Volta, Lula".
O estado futuro da economia é que dirá se a campanha terá sucesso ou não.
- Sávio Ricardo
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Adorei o espelho ! ! ! ! !Andressa posta foto em evento que fez Cachoeira atacar o governo de GO
Contraventor criticou omissão da presença da mulher em desfile.
Em artigo, diz que está pronto para a briga 'com todas as forças e armas'.
http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/ ... de-go.html
- Sterrius
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Movimento quer 1,5 milhão de assinaturas para lei que reduz impostos
http://economia.uol.com.br/noticias/red ... postos.htm
4 Estados apoiaram a medida. SP, Santa Catarina, Pernambuco e Minas.
100mil ja assinaram.
http://www.assinabrasil.org/
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