MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Governo brasileiro aprova novos incentivos para investimentos industriais
Da Redação
14/09/2014 15:00
Duas resoluções publicadas na sexta-feira reduzem o imposto de importação de centenas de produtos industriais, o que facilitará a concretização de investimentos no Brasil no valor de US$ 1,7 bilhão, segundo o Ministério do Desenvolvimento.
Brasília - Foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) da última sexta-feira duas novas Resoluções Camex contendo a relação de 439 ex-tarifários que diminuem custos de aquisição no exterior de máquinas e equipamentos industriais sem fabricação no Brasil.
A Resolução Camex nº 80 reduz de 14% para 2% o Imposto de Importação para 433 bens de capital (256 novos e 177 renovações). Já a Resolução Camex n° 79 diminui a alíquota de 16% para 2%, nas compras externas de 6 bens de informática e telecomunicação (quatro novos e duas renovações).
Segundo informações das empresas que solicitaram o benefício, os itens com redução de imposto serão utilizados em projetos que somam US$ 1,7 bilhão em investimentos globais e US$ 1,3 bilhão em importações de equipamentos. Os principais setores beneficiados, em relação aos investimentos globais, são os de bens de capital (31,16%), o automotivo (21,20%), o farmacêutico/químico (13,44%) e o de construção civil (4,19%).
Os itens com alíquota reduzida serão importados principalmente dos Estados Unidos (48,75%); da Alemanha (20,76%); da Finlândia (6,12%); do Japão (5,57%) e da Itália (5,26%).
Entre os projetos que terão redução de custos, em função da queda do Imposto de Importação, estão a implantação de uma fábrica para produzir 32 mil veículos por ano; o aumento da capacidade de processamento de rejeitos na mineração de bauxita; a produção de biomassa a partir da cana de açúcar; o aumento da capacidade de produção de peças estampadas em aço para automóveis e motos; o aumento da capacidade de produção de amido e adoçante; e a implantação de uma fábrica de polímeros, utilizados nos sistemas de segurança (covers para airbags) e selantes para o mercado automotivo.
O que são ex-tarifários
O regime de ex-tarifários visa estimular os investimentos para ampliação e reestruturação do setor produtivo nacional de bens e serviços, por meio da redução temporária do Imposto de Importação de bens de capital e bens de informática e telecomunicações sem produção no Brasil. Cabe ao Comitê de Análise de ex-tarifários (Caex) verificar a inexistência de produção nacional dos bens pleiteados, bem como a análise de mérito dos pleitos tendo em vista os objetivos pretendidos, os investimentos envolvidos e as políticas governamentais de desenvolvimento. As fabricantes brasileiras de máquinas e equipamentos industriais também participam do processo de análise de produção nacional.
http://www.portugaldigital.com.br/econo ... ndustriais
Da Redação
14/09/2014 15:00
Duas resoluções publicadas na sexta-feira reduzem o imposto de importação de centenas de produtos industriais, o que facilitará a concretização de investimentos no Brasil no valor de US$ 1,7 bilhão, segundo o Ministério do Desenvolvimento.
Brasília - Foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) da última sexta-feira duas novas Resoluções Camex contendo a relação de 439 ex-tarifários que diminuem custos de aquisição no exterior de máquinas e equipamentos industriais sem fabricação no Brasil.
A Resolução Camex nº 80 reduz de 14% para 2% o Imposto de Importação para 433 bens de capital (256 novos e 177 renovações). Já a Resolução Camex n° 79 diminui a alíquota de 16% para 2%, nas compras externas de 6 bens de informática e telecomunicação (quatro novos e duas renovações).
Segundo informações das empresas que solicitaram o benefício, os itens com redução de imposto serão utilizados em projetos que somam US$ 1,7 bilhão em investimentos globais e US$ 1,3 bilhão em importações de equipamentos. Os principais setores beneficiados, em relação aos investimentos globais, são os de bens de capital (31,16%), o automotivo (21,20%), o farmacêutico/químico (13,44%) e o de construção civil (4,19%).
Os itens com alíquota reduzida serão importados principalmente dos Estados Unidos (48,75%); da Alemanha (20,76%); da Finlândia (6,12%); do Japão (5,57%) e da Itália (5,26%).
Entre os projetos que terão redução de custos, em função da queda do Imposto de Importação, estão a implantação de uma fábrica para produzir 32 mil veículos por ano; o aumento da capacidade de processamento de rejeitos na mineração de bauxita; a produção de biomassa a partir da cana de açúcar; o aumento da capacidade de produção de peças estampadas em aço para automóveis e motos; o aumento da capacidade de produção de amido e adoçante; e a implantação de uma fábrica de polímeros, utilizados nos sistemas de segurança (covers para airbags) e selantes para o mercado automotivo.
O que são ex-tarifários
O regime de ex-tarifários visa estimular os investimentos para ampliação e reestruturação do setor produtivo nacional de bens e serviços, por meio da redução temporária do Imposto de Importação de bens de capital e bens de informática e telecomunicações sem produção no Brasil. Cabe ao Comitê de Análise de ex-tarifários (Caex) verificar a inexistência de produção nacional dos bens pleiteados, bem como a análise de mérito dos pleitos tendo em vista os objetivos pretendidos, os investimentos envolvidos e as políticas governamentais de desenvolvimento. As fabricantes brasileiras de máquinas e equipamentos industriais também participam do processo de análise de produção nacional.
http://www.portugaldigital.com.br/econo ... ndustriais
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Uma medida boa
----------------
Voltemos à realidade.
Qual o problema do texto do luis Nassif? Dois, na verdade.
O primeiro que faz leitura equivocada de juros seguram a inflação. Errado! A literatura diz que as expectativas que seguram a inflação. Por isso que existe a prescrição de regras claras e previsibilidade de como a política fiscal e monetária são administradas.
Na macroeconomia nada é mecânico. Tudo depende das expectativas e comportamento dos agentes. isso não quer dizer necessariamente banco central independente ou que não se possa usar a política fiscal e monetárias como anticiclica, tanto que foi e é usada pelos países desenvolvidos. A questão é como retornar e mostrar que vai retornar à normalidade ao longo do tempo.
O segundo reclama dos bancos e setor financeiro como rentista, basicamente os chamando de parasitas. Possivelmente é adjetivo interessante para explicar o são rentistas.
Porém é uma crítica anacrônica. Por que o brasil tem poupança e mecanismos para financiar investimentos, mas preferem financiar o governo co taxas calculadas acima da selic com títulos públicos com risco zero. Ao mesmo tempo o tesouro tem uma política fiscal frouxa e subsidia recursos par ao BNDES emprestar para empresas grandes e não vão dar calote.
Ou seja, o governo aceita fazer a intermediação e paga o custo de captar no mercado. Enquanto as empresas ganham o financiamento para investimento que poderiam buscar dinheiro diretamente em mecanismos privados. É um desvio da lógica de existir canais públicos de financiamento que deveriam focar em projetos de alto risco.
Ainda um terceiro ao dizer que o bc é irrelevante para combate a inflação, pois é resultado estrutural. Não sei da onde ele tirou isso. A inflação no brasil hoje não motivação real, mas sim especulação provocada pela política do BC e tesouro. O problema é mais grave ao não ter um BC, os bancos públicos, empresas, Itamaraty, agencias reguladoras que sejam instituições de estado que servem à sociedade e nação. Não frágeis para serem influenciadas pelo partido que está no poder.
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Voltemos à realidade.
Qual o problema do texto do luis Nassif? Dois, na verdade.
O primeiro que faz leitura equivocada de juros seguram a inflação. Errado! A literatura diz que as expectativas que seguram a inflação. Por isso que existe a prescrição de regras claras e previsibilidade de como a política fiscal e monetária são administradas.
Na macroeconomia nada é mecânico. Tudo depende das expectativas e comportamento dos agentes. isso não quer dizer necessariamente banco central independente ou que não se possa usar a política fiscal e monetárias como anticiclica, tanto que foi e é usada pelos países desenvolvidos. A questão é como retornar e mostrar que vai retornar à normalidade ao longo do tempo.
O segundo reclama dos bancos e setor financeiro como rentista, basicamente os chamando de parasitas. Possivelmente é adjetivo interessante para explicar o são rentistas.
Porém é uma crítica anacrônica. Por que o brasil tem poupança e mecanismos para financiar investimentos, mas preferem financiar o governo co taxas calculadas acima da selic com títulos públicos com risco zero. Ao mesmo tempo o tesouro tem uma política fiscal frouxa e subsidia recursos par ao BNDES emprestar para empresas grandes e não vão dar calote.
Ou seja, o governo aceita fazer a intermediação e paga o custo de captar no mercado. Enquanto as empresas ganham o financiamento para investimento que poderiam buscar dinheiro diretamente em mecanismos privados. É um desvio da lógica de existir canais públicos de financiamento que deveriam focar em projetos de alto risco.
Ainda um terceiro ao dizer que o bc é irrelevante para combate a inflação, pois é resultado estrutural. Não sei da onde ele tirou isso. A inflação no brasil hoje não motivação real, mas sim especulação provocada pela política do BC e tesouro. O problema é mais grave ao não ter um BC, os bancos públicos, empresas, Itamaraty, agencias reguladoras que sejam instituições de estado que servem à sociedade e nação. Não frágeis para serem influenciadas pelo partido que está no poder.
As falsas discussões sobre a independência do Banco Central
SEX, 19/09/2014 - 06:00
ATUALIZADO EM 19/09/2014 - 10:21
Luis Nassif
http://jornalggn.com.br/noticia/as-fals ... co-central
A discussão sobre a independência do Banco Central é das mais inócuas produzidas pela atual campanha eleitoral.
Marina Silva e Aécio Neves propõem a independência do Banco Central; Dilma Rouseff rebate, garantindo que seria colocar o BC a serviço dos banqueiros. Os economistas do outro lado reagem, o Procurador Geral da República sustenta que a afirmação de Dilma pode trazer intranquilidade geral. Nessa barafunda irrestrita, não se discute apenas o essencial: o papel do BC.
Com independência de direito ou de fato, há muito o BC deixou de ser um instrumento eficaz de políticas públicas. Com Armínio Fraga (FHC), Henrique Meirelles (Lula) ou Alexandre Tombini (Dilma) foi incapaz de criar um mercado de crédito de longo prazo, corrigir práticas viciadas do período da hiperinflação, desobstruir os canais de crédito para garantir um mínimo de eficácia ao uso da taxa Selic, e sofisticar suas análises para mirar dois alvos comuns a qualquer BC desenvolvido: preços e emprego.
***
A maneira como atua sobre a inflação é deletéria.
Vale-se exclusivamente do canal de juros. Aumenta a expectativa de inflação, ele aumenta a Selic mais que proporcionalmente. Nesse movimento, os detentores de títulos de renda fixa ganham com a inflação, à custa do aumento da dívida pública, atrai capital especulativo para se beneficiar dos juros, apreciando o câmbio.
Há um bom acervo de trabalhos acadêmicos mostrando que os canais de transmissão dos juros não funciona no país., O aumento da Selic não afeta o crédito ao consumidor - devido à diferença de nível entre as taxas. Mas afeta os investimentos ao influir nas taxas de juros de longo prazo.
Amplia o custo da dívida pública na veia, no maior pagamento de juros e também no diferencial entre o custo de carregamento da dívida e as taxas de juros do crédito direcionado e dos financiamentos do BNDES.
O único efeito sobre os preços se dá através da apreciação cambial, com todas as contraindicações conhecidas.
***
Desde a implantação do sistema de metas inflacionárias, em nenhum momento o BC cuidou de desobstruir esses canais. Contentou-se com o trabalho burocrático de montar simulações de inflação e garantir o ganho desproporcional dos investimentos, tanto maior quanto maior a expectativa de inflação.
Nos últimos anos, o único avanço obtido - a redução dos spreads bancários - deu-se pela competição dos bancos públicos, não pela atuação do BC.
***
No exercício dos instrumentos de metas inflacionárias, o BC conseguiu transformar o rentista em sócio da inflação; impediu a reciclagem da poupança para capital de risco; desestimulou os ganhos de escala das grandes corporações, fazendo-as se contentar com os ganhos de tesouraria.
Não é à toa que em cada relatório da Focus (o sistema semanal de levantamento de expectativas do mercado) há quase uma celebração a cada aumento de expectativa da inflação.
***
A discussão profícua deveria ser sobre a maneira real de combater a inflação, as mudanças na dívida pública, a redução da indexação, o uso de instrumentos tradicionais de controle de choques de oferta (estoques reguladores).
Não esse jogo retórico que, se mantido, manterá o BC no espírito mediocrizado de sempre, independentemente de quem seja o próximo presidente.
A submissão do BC ao mercado se dá pelas regras de atuação a que está submetido, não pela independência operacional ou formal.
- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Post do Oreiro no facebook sobre independência do BC.
Coisas que passam longe de serem discutidas com o grande público. Começo achar que nem os candidatos ou assessorias sabem que é isso. Triste.Segundo Alan Blinder, vice-chairman do Federal Reserve (1994-1996) durante o governo Bill Clinton, a independência do Banco Central significa duas coisas: “primeiro, que o Banco Central tem liberdade para decidir como tentar atingir seus objetivos, segundo, que é muito difícil que qualquer outro setor do governo anule suas decisões” (Blinder, 1999, p.72).
O primeiro elemento da independência do Banco Central é “liberdade para atingir seus objetivos”. Mas quais seriam esses objetivos? No Brasil, o objetivo da política monetária foi definido em lei, qual seja, o Banco Central do Brasil deve utilizar os instrumentos que tem a sua disposição para alcançar a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional. Aqui temos um ponto importante. Independência do Banco Central não significa, necessariamente, independência de objetivos, ou seja, independência para definir os objetivos da política monetária. Diga-se de passagem, o Federal Reserve, tido como o paradigma de Banco Central Independente, não tem liberdade para fixar os objetivos da política monetária. Os Estatutos do FED definidos em lei afirmam que a missão da autoridade monetária americana é obter o maior nível possível de emprego compatível com a estabilidade do nível de preços. Dessa forma, o FED não tem independência de objetivos, mas apenas de instrumentos.
- LeandroGCard
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não achei isso não, Bourne.
Neste cenário a subida da Selic pelo BC ajuda em quê? Ela afeta muito antes e muito mais fortemente as expectativas dos produtores do que as dos consumidores. E não são as expectativas a causa dos problemas?
Fiquei com a impressão que você concorda em gênero, número e grau com o Nassif, mas por algum motivo não percebeu o que ele estava dizendo
.
Leandro G. Card
Ele diz textualmente que a subida da taxa selic tem pouca influência direta na inflação, basicamente apenas pela apreciação da taxa cambial. Isso me parece correto. E continua dizendo que o problema é que ela piora o ambiente de investimentos (justamente pela piora das expectativas), o que no médio prazo alimenta a inflação ao invés de ajudar a combatê-la. Só clareza e previsibilidade não adiantam nada se a mensagem que está sendo transmitida é justamente que o BC não quer que o país cresça (o que se busca quando se elevam os juros é isso), e portanto agirá para desestimular a atividade econômica, o que inclui o investimento.Bourne escreveu:Voltemos à realidade.
Qual o problema do texto do luis Nassif? Dois, na verdade.
O primeiro que faz leitura equivocada de juros seguram a inflação. Errado! A literatura diz que as expectativas que seguram a inflação. Por isso que existe a prescrição de regras claras e previsibilidade de como a política fiscal e monetária são administradas.
Na macroeconomia nada é mecânico. Tudo depende das expectativas e comportamento dos agentes. isso não quer dizer necessariamente banco central independente ou que não se possa usar a política fiscal e monetárias como anticiclica, tanto que foi e é usada pelos países desenvolvidos. A questão é como retornar e mostrar que vai retornar à normalidade ao longo do tempo.
Não achei que a menção dele aos rentistas tenha contido qualquer juízo de valor (não vi onde ele os chamou de parasitas), mas apenas uma constatação de fato. Os bancos e rentistas de fato se tornam sócios da inflação, se a taxa de juros sobe mais do que ela. Sejam eles demônios ou anjos, isso é irrelevante já que eles apenas reagem (e comemoram) às decisões do BC.O segundo reclama dos bancos e setor financeiro como rentista, basicamente os chamando de parasitas. Possivelmente é adjetivo interessante para explicar o são rentistas.
Ele menciona explicitamente a ineficiência do BC em desobstruir os canais normais de crédito. Não é isso que você também cobra?Porém é uma crítica anacrônica. Por que o brasil tem poupança e mecanismos para financiar investimentos, mas preferem financiar o governo co taxas calculadas acima da selic com títulos públicos com risco zero. Ao mesmo tempo o tesouro tem uma política fiscal frouxa e subsidia recursos par ao BNDES emprestar para empresas grandes e não vão dar calote.
Ou seja, o governo aceita fazer a intermediação e paga o custo de captar no mercado. Enquanto as empresas ganham o financiamento para investimento que poderiam buscar dinheiro diretamente em mecanismos privados. É um desvio da lógica de existir canais públicos de financiamento que deveriam focar em projetos de alto risco.
Como a inflação não tem base real? O governo incentiva o consumo por diversos meios (da redução dos juros ao consumo nos bancos oficiais, passando pelos aumentos reais do salário mínimo e indo até aos subsídios diretos dos programas de transferência de renda), mas antes que a base produtiva tenha condições de começar sequer a planejar investimentos ele sobe novamente a taxa de juros (e o valor da moeda) e fecha o mercado aos produtos importados. Como não ter inflação assim?Ainda um terceiro ao dizer que o bc é irrelevante para combate a inflação, pois é resultado estrutural. Não sei da onde ele tirou isso. A inflação no brasil hoje não motivação real, mas sim especulação provocada pela política do BC e tesouro. O problema é mais grave ao não ter um BC, os bancos públicos, empresas, Itamaraty, agencias reguladoras que sejam instituições de estado que servem à sociedade e nação. Não frágeis para serem influenciadas pelo partido que está no poder.
Neste cenário a subida da Selic pelo BC ajuda em quê? Ela afeta muito antes e muito mais fortemente as expectativas dos produtores do que as dos consumidores. E não são as expectativas a causa dos problemas?
Fiquei com a impressão que você concorda em gênero, número e grau com o Nassif, mas por algum motivo não percebeu o que ele estava dizendo
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Leandro G. Card
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Mas tu estás olhando a superfície. Como se fosse um sobe e desce, entra e saí. Não é isso. O mesmo erro grave que os formuladores de política praticavam nos anos 1960 e 1970s em que tinham os modelos, as variáveis estruturais e achavam que poderiam lidar com tudo ajustando aqui e li. Hoje ninguém usa essa perspectiva, seja ortodoxo ou heterodoxo por que não achar validade empírica. Isso é a forma equivocada de ler as variáveis que o nassif está fazendo, junto toda a imprensa e jornalistas.
Nada tem a ver com subir juros de curto prazo. As de longo que valem para investimento e retorno são outras regras. O ponto central é mexer nas expectativas para cima ou para baixo. Não tem a ver com longo prazo e investimento, mas sim não permitir que os preços acelerem e deixem os produtos especularem. Inflação, como do Brasil, é especulação e estratégia de captura de renda do consumidor. Principalmente, em país como Brasil que é instável e fechado, possibilidade esse tipo de estratégia pelas grandes empresas (multinacionais e nacionais) que puxam as demais cadeias e empresas menores. Eles estão aproveitando para impor preços e aproveitar o poder de mercado. A missão primordial do banco central é evitar que as empresas o façam e mostrar que tem um roteiro de conduta (para inflação, emprego e produto como os EUA) e perseguir objetivos.
Por que inflação não é estrutural é olhar a capacidade ocupada da industria que está regredindo junto com pessoal ocupado. Não tem dados que mostram que tenha inflação de demanda pelas políticas comunistas de distribuição de renda. Isso é insignificante. Não vejo fatores reais em lugar nenhum, nem pressão de demanda. A resolução é ter um novo presidente do BC, ministro da fazendo e fazer as pazes com o governo federal. Hoje ninguém acredita no mantega e trombini. São piadas e se esforçam para se enterrarem de vez. Com novos nomes, dar uma estrutura de atuação da política monetária e fiscal que vai derrubar a inflação.
Nada tem a ver com subir juros de curto prazo. As de longo que valem para investimento e retorno são outras regras. O ponto central é mexer nas expectativas para cima ou para baixo. Não tem a ver com longo prazo e investimento, mas sim não permitir que os preços acelerem e deixem os produtos especularem. Inflação, como do Brasil, é especulação e estratégia de captura de renda do consumidor. Principalmente, em país como Brasil que é instável e fechado, possibilidade esse tipo de estratégia pelas grandes empresas (multinacionais e nacionais) que puxam as demais cadeias e empresas menores. Eles estão aproveitando para impor preços e aproveitar o poder de mercado. A missão primordial do banco central é evitar que as empresas o façam e mostrar que tem um roteiro de conduta (para inflação, emprego e produto como os EUA) e perseguir objetivos.
Por que inflação não é estrutural é olhar a capacidade ocupada da industria que está regredindo junto com pessoal ocupado. Não tem dados que mostram que tenha inflação de demanda pelas políticas comunistas de distribuição de renda. Isso é insignificante. Não vejo fatores reais em lugar nenhum, nem pressão de demanda. A resolução é ter um novo presidente do BC, ministro da fazendo e fazer as pazes com o governo federal. Hoje ninguém acredita no mantega e trombini. São piadas e se esforçam para se enterrarem de vez. Com novos nomes, dar uma estrutura de atuação da política monetária e fiscal que vai derrubar a inflação.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Por que não existe fatores reais. Oras pois, só olhar para o lado real da economia.
É sinal das grandes empresas mantendo lucratividade com elevação de preços devido a leniência do banco central, os delírios do mantega e trombini. É mais fácil que investir e contratar. Anda utiliza os benefícios e subsídios para se manter no mercado. Nesse cenário por que se arriscar? Não vem com essa que é devido à selic, pois o movimento é anterior e eles não pagam selic, mas taxa subsidiada pelo governo para investir. E, também, o mercado financeiro brasileira não é tão perfeito para transmitir a elevação de juros no sistema e alterar substancialmente alguma coisa.
Produção industrial volta a cair e setor prevê mais demissões
Sem comentários
Estadão Conteúdo
A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria subiu dois pontos porcentuais em agosto na comparação com julho, registrando 72%, ante 70%. Apesar disso, a indústria reduziu a produção. Em agosto, o índice de produção recuou para 48,2 pontos, de 48,8 pontos registrados em julho. Os dados constam da pesquisa Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Esperávamos alguma melhora na comparação com julho e junho, que foram meses afetados pelas paralisações parciais e totais por conta da Copa do Mundo e também por conta da proximidade do período do final de ano, mas o cenário em agosto permaneceu tão negativo quanto nos meses anteriores", diz o economista da CNI, Marcelo Azevedo.
O quadro negativo da economia está levando os empresários a preverem demissões nos próximos seis meses. "A expectativa de queda do número de empregados para os próximos seis meses é a mais intensa e disseminada pela indústria", diz a entidade. O nível de emprego na indústria melhorou no mês passado, subindo para 46 pontos, ante 45 de julho. Mas a melhoria não sinaliza recuperação. A pontuação abaixo de 50 pontos na pesquisa indica retração. A expectativa negativa já tem impacto na previsão de geração de vagas em setembro, com a indústria esperando 47,8 pontos para o indicador - a mais baixa desde 2009.
A projeção das grandes empresas é de que o indicador de empregados atinja 48,3 pontos na pesquisa deste mês, contra 48,9 pontos do mês passado. As médias companhias estimam 46,4 pontos neste mês, ante 47,9 da expectativa para agosto. Os pequenos empregadores são os mais otimistas, pontuando uma expectativa de 48,4 pontos para setembro, numa pequena variação ante os 49,5 pontos do mês anterior.
A pesquisa registra índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado de 52,2 pontos, o maior desde junho de 2012. "O indicador acima dos 50 pontos revela o aumento dos estoques indesejados", assinala a CNI.
Expectativa. Além do cenário negativo para a geração de emprego, a pesquisa também registrou o pessimismo dos empresários para as exportações. O indicador de expectativa de quantidade exportada para os próximos seis meses foi de 48,7 pontos em agosto. Isso representa perspectiva de queda nas exportações.
A pesquisa foi realizada entre 1º e 10 de setembro, com 2.240 indústrias brasileiras. Dessas, 857 são pequenas, 817 são médias e 556 são de grande porte.
Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias ... es,1562203
É sinal das grandes empresas mantendo lucratividade com elevação de preços devido a leniência do banco central, os delírios do mantega e trombini. É mais fácil que investir e contratar. Anda utiliza os benefícios e subsídios para se manter no mercado. Nesse cenário por que se arriscar? Não vem com essa que é devido à selic, pois o movimento é anterior e eles não pagam selic, mas taxa subsidiada pelo governo para investir. E, também, o mercado financeiro brasileira não é tão perfeito para transmitir a elevação de juros no sistema e alterar substancialmente alguma coisa.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Post do Oreiro no facebook sobre independência do BC.
![[005]](./images/smilies/005.gif)
Não conheço nenhum economista sério que defenda a independência de objetivos para o Banco Central do Brasil. O debate centra-se, portanto, na independência de instrumentos. O que se argumenta é que nos últimos anos o Palácio do Planalto teria exercido pressão sobre a direção do Banco Central no sentido de reduzir a taxa de juros para padrões mais compatíveis com os observados no resto do mundo. Dessa forma, o Banco Central teria perdido, pelo menos em parte, a independência de instrumentos, o que teria reduzido a credibilidade da política monetária, tornando assim a desinflação mais custosa em termos de perda de atividade econômica e emprego. A recuperação dessa credibilidade exigiria, portanto, que a diretoria do Banco Central seja nomeada para mandatos fixos, protegida contra demissão arbitrária. É exatamente isso que ocorre, por exemplo, no Federal Reserve dos Estados Unidos, o qual é considerado, inclusive pelos críticos da tese da independência do Banco Central, como um exemplo de “Banco Central Keynesiano”, ou seja, uma autoridade monetária que leva em conta as repercussões negativas que uma elevação da taxa de juros possa ter sobre o nível de atividade econômica e de emprego.
Voltemos agora nossa atenção para o segundo elemento do conceito de “Independência do Banco Central” , qual seja, a dificuldade que outros órgãos do governo tem para anular uma decisão do Banco Central. No que se refere a esse aspecto, o caso do Federal Reserve é bastante ilustrativo. Nos Estados Unidos nem o Presidente da República e nem a Suprema Corte podem anular uma decisão do Federal Open Market Committee (FOMC), o equivalente ao Conselho de Política Monetária (COPOM) no Brasil. No entanto, o Congresso Americano pode fazer isso ao aprovar uma lei que seja assinada pelo Presidente da República; ou seja, nos Estados Unidos os representantes eleitos do povo americano podem, em situações extremas, reverter decisões de política monetária tomadas pelo FED. A independência do Banco Central não significa, portanto, a constituição de um “quarto poder”. Mesmo no caso em que o Banco Central é independente continua sendo verdade que “todo o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Então por favor me explique, como se fosse a uma criança (lembre-se, sou engenheiro e não economista) o que o BC brasileiro poderia fazer para impedir que as empresas reduzam os investimentos e aumentem os preços, em um ambiente onde a moeda está sobrevalorizada, os custos internos são enormes, falta infra-estrutura e os juros são absurdos (menos para os "amiguinhos" do poder). E todos os candidatos sinalizam que é assim mesmo que vai ficar, no máximo se discute se o BC vai ser livre para aumentar ainda mais os juros por conta própria ou se vai fazer isso sob o comando do governante, se vai assumir que vai fazer isso ou vai fazer sem assumir mesmo? Não é ironia, eu queria mesmo entender o que dá para fazer seguindo a receita que está aí desde FHC. Ser sincero, coerente, confiável e previsível mas mantendo firme e confiantemente o compromisso com esta mesma situação que está aí vai resolver o quê exatamente?Bourne escreveu:Por que não existe fatores reais. Oras pois, só olhar para o lado real da economia.
É sinal das grandes empresas mantendo lucratividade com elevação de preços devido a leniência do banco central, os delírios do mantega e trombini. É mais fácil que investir e contratar. Anda utiliza os benefícios e subsídios para se manter no mercado. Nesse cenário por que se arriscar? Não vem com essa que é devido à selic, pois o movimento é anterior e eles não pagam Selic, mas taxa subsidiada pelo governo para investir. E, também, o mercado financeiro brasileira não é tão perfeito para transmitir a elevação de juros no sistema e alterar substancialmente alguma coisa.
Se eu fosse empresário do setor de produção faria exatamente o mesmo, cortaria gastos inclusive de investimentos, jogaria os preços para o máximo que conseguisse, aplicaria todo o lucro em papéis do governo e usaria os ganhos extras para ir puxar o saco de alguém lá em Brasília, só para garantir qualquer boquinha que aparecesse. E em paralelo iria montando um comercinho para revender produtos baratos importados da China. Porque fora isso não vale à pena fazer mais nada se o objetivo for maximizar os lucros (afinal, estamos no capitalismo pois não?) e não dar uma de Madre Tereza de Calcutá:? .
Leandro G. Card
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Acho que o Bourne quer dizer é que o BC ser independente significa que ele sera administrado por seus dirigentes, e não pelo ministro da fazenda. Mas não quer dizer que ele terá autonomia para fazer o que bem entende, subindo ou abaixando juros quando bem quiser. Mesmo sendo independente, continuará seguindo as normas e regulamentos do governo.
Resumindo: Independência não quer dizer autonomia!
Resumindo: Independência não quer dizer autonomia!
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- LeandroGCard
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
E...???Sávio Ricardo escreveu:Acho que o Bourne quer dizer é que o BC ser independente significa que ele sera administrado por seus dirigentes, e não pelo ministro da fazenda. Mas não quer dizer que ele terá autonomia para fazer o que bem entende, subindo ou abaixando juros quando bem quiser. Mesmo sendo independente, continuará seguindo as normas e regulamentos do governo.
Resumindo: Independência não quer dizer autonomia!
Que diferença isso fará? Com todos os problemas estruturais de nossa economia mais a política de combater a inflação com juros altos e âncora cambial, qual a grande diferença de um BC dependente, independente, dirigido por profissionais, especialistas, Deus ou o Diabo? Ainda mais se o mandato dele é apenas sobre a inflação e que se dane o resto, o que acontece com o BC brasileiro ao contrário do caso do FED?
Leandro G. Card
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
É isso que o Sávio Ricardo resumiu.
O BC tem um objetivo que é estabilidade de preços e evitar especulação. Não único, tanto que o Federal Reserve coloca na pauta emprego e crescimento, não chega a ser questionado.
O problema é de curto prazo. Não tem estabilidade. Isso destrói o planejamento de longo prazo. Para investimento de longo prazo, bem ou mal, as coisas estão melhorando.
A independência do BC quer dizer que ele ter regras para seguir e objetivos a perseguir determinados pela uma instituição externa com grande participação da sociedade (empresários trabalhadores) membros do governo e legislativo (oposição e situação). Em uma situação extrema, podem demitir e mudar a política do BC, mas não quem está no governo federal. O BC vira estrutura de estado e não de partido. Como Oreiro explicou acima.
No Brasil não existe existe a clara delimitação do que é governo federal e BC, sem regras claras, controles externos da sociedade, mandados Simplesmente, o BC é submetido ao governo federal, a não ser que o governo federal decida dar essa liberdade como Lula fez. A Dilma desmontou a estrutura, colocou um banana (o trombini) e intervem descaradamente nos objetivos e como fazer. Esse é um dos canis que a inflação dispara nos anos de eleição e perspectiva de mudança de quem está no governo federal, seguida pela política contracionista e enlevação de juros no ano seguinte. Não quer dizer que tenha um fator real, mas sim grandes empresas se aproveitando para elevar lucros.
A diferença do governo Dilma é que detonou a bomba antes e a inflação provém da perspectiva que vai continuar atuando da forma atual. Ou seja, a meta de inflação foi de 4,5% pára 6,5 e, ao que parece, pode virar 10 que o governo não se importa. Se trocarem o trombini e dilma parar de intervir, o juros vai disparar para mostrar para a nova" política do BC não aceita tolerância com especulação e inflação. Duvido que ocorra e que a política muda substancialmente.
No mínimo e quase certo, os nomes mudam para mostrar que existe uma nova política. Os termos e quem ter culhões para aceitar é outra. Os culhões para saber que vai ter que limpar a sujeita dos outros e por carreira e fama em risco.
O BC tem um objetivo que é estabilidade de preços e evitar especulação. Não único, tanto que o Federal Reserve coloca na pauta emprego e crescimento, não chega a ser questionado.
O problema é de curto prazo. Não tem estabilidade. Isso destrói o planejamento de longo prazo. Para investimento de longo prazo, bem ou mal, as coisas estão melhorando.
A independência do BC quer dizer que ele ter regras para seguir e objetivos a perseguir determinados pela uma instituição externa com grande participação da sociedade (empresários trabalhadores) membros do governo e legislativo (oposição e situação). Em uma situação extrema, podem demitir e mudar a política do BC, mas não quem está no governo federal. O BC vira estrutura de estado e não de partido. Como Oreiro explicou acima.
No Brasil não existe existe a clara delimitação do que é governo federal e BC, sem regras claras, controles externos da sociedade, mandados Simplesmente, o BC é submetido ao governo federal, a não ser que o governo federal decida dar essa liberdade como Lula fez. A Dilma desmontou a estrutura, colocou um banana (o trombini) e intervem descaradamente nos objetivos e como fazer. Esse é um dos canis que a inflação dispara nos anos de eleição e perspectiva de mudança de quem está no governo federal, seguida pela política contracionista e enlevação de juros no ano seguinte. Não quer dizer que tenha um fator real, mas sim grandes empresas se aproveitando para elevar lucros.
A diferença do governo Dilma é que detonou a bomba antes e a inflação provém da perspectiva que vai continuar atuando da forma atual. Ou seja, a meta de inflação foi de 4,5% pára 6,5 e, ao que parece, pode virar 10 que o governo não se importa. Se trocarem o trombini e dilma parar de intervir, o juros vai disparar para mostrar para a nova" política do BC não aceita tolerância com especulação e inflação. Duvido que ocorra e que a política muda substancialmente.
No mínimo e quase certo, os nomes mudam para mostrar que existe uma nova política. Os termos e quem ter culhões para aceitar é outra. Os culhões para saber que vai ter que limpar a sujeita dos outros e por carreira e fama em risco.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Ainda não entendi que diferença isso vai fazer.Bourne escreveu:...Se trocarem o trombini e dilma parar de intervir, o juros vai disparar para mostrar para a nova" política do BC não aceita tolerância com especulação e inflação. Duvido que ocorra e que a política muda substancialmente.
No mínimo e quase certo, os nomes mudam para mostrar que existe uma nova política. Os termos e quem ter culhões para aceitar é outra. Os culhões para saber que vai ter que limpar a sujeita dos outros e por carreira e fama em risco.
Muda a equipe e o presidente, os juros sobem para mostrar que o BC tem outra direção "com culhões", a economia trava de vez e o dólar despenca com a enxurrada de moeda estrangeira que vai entrar para aproveitar a oportunidade dos juros altos. Com a reposição dos preços represados (energia, combustíveis, etc...) mais a indexação típica de nosso país mesmo que os salários parem de subir em termos reais a inflação vai continuar alta por um tempo razoável, forçando a manutenção dos juros altos e a estagnação da economia. O investimento não vai decolar porque empresário não investe com a economia amarrada e enquanto pode encher a burra de dinheiro comprando papéis do governo, e o governo terá que fazer superavit para pagar os juros, então o potencial de crescimento da economia não melhora, muito pelo contrário, enquanto o restante do mundo continua avançando e nossa base industrial fica cada vez mais frágil e obsoleta. No mínimo uns dois anos para a coisa se acalmar e este receituário começar a "melhorar as expectativas".
E depois? Com nosso atraso ampliado em mais dois anos e a moeda ainda sobrevalorizada, quem vai investir em quê? Com o cacife do governo lá embaixo pela fraqueza econômica criada para gerar expectativas favoráveis, como ele vai implantar reformas que possam mudar não alguma "expectativa", mas as condições reais de trabalho do setor produtivo? E as eleições chegando de novo, causando a paralisia já conhecida no governo. Aí o "deus mercado" vai magicamente fazer tudo passar a funcionar de forma maravilhosa e vamos passar a crescer a níveis chilenos ou peruanos (Índia e China nem sonhar)? É isso? Já não tentamos isso antes e fracassamos cabalmente na era FHC?
Pra mim ainda não faz nenhum sentido. Perto de muitíssimos outros problemas a resolver, esta história de BC independente ou não continua me parecendo discutir se a casa deve ser pintada de verde ou de rosa enquanto as paredes e o teto estão desabando devido ao cupim
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Leandro G. Card
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não conheço em detalhes do assunto, mas se fosse para o BC virar algo parecido com o que a Anatel virou também seria contra.
Anatel em teoria regulamentaria o setor, mas é um clube para diretores de empresas de telecomunicações chancelarem cagadas nas cabeça do consumidor.
Anatel em teoria regulamentaria o setor, mas é um clube para diretores de empresas de telecomunicações chancelarem cagadas nas cabeça do consumidor.
- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Realmente, não entendeu nada.LeandroGCard escreveu: (...)
Pra mim ainda não faz nenhum sentido. Perto de muitíssimos outros problemas a resolver, esta história de BC independente ou não continua me parecendo discutir se a casa deve ser pintada de verde ou de rosa enquanto as paredes e o teto estão desabando devido ao cupim.
Leandro G. Card

A discussão sobre como o banco central age, recebe as diretivas e persegue objetivos antecede a questão de independência ou não. Por que instabilidade de curto prazo é ruim e, se resolve, com regras e deixar claro como a política monetária é gerida. O que Brasil não tem e depende da boa vontade dos governantes que por hora estejam ocupando o governo federal.
Algo que trombini, mantega e o cara do tesouro desandou totalmente. Observe que nos últimos dois anos em todos eventos públicos, entrevistas, declarações eles se enrolaram, fizeram campanhas de otimismo e arrogância. São pessoal não qualificadas para o cargo, sem ter assessoria qualificada e alguém alguém que coloque a coleira neles. Todo o bate-boca gera efeitos sobre as grandes empresas que determinam preço e acende a especulação. É tudo interligado.
Ou, se considera que a única importa é estrutural e inflação também estrutural, então os dados sobre elevação da capacidade ociosa, queda no investimento, elevação do desemprego estão errados. Ou não é estrutural. É especulativo.
A estabilidade de preços de curto prazo é um pressuposto que pode estar descolado para onde a economia real, mas term efeitos nas decisões de investimentos e estrutura produtiva que tem efeitos de longo prazo.
- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Agora fica claro o que é BC independente.
E, o mais importante, os problemas que antecedem a discussão sobre BC independente e foram ignorados nessa eleição. Esses temas o Brasil não chegou perto de resolver, discutir de fato e, talvez, nem considerar um problema.
E, o mais importante, os problemas que antecedem a discussão sobre BC independente e foram ignorados nessa eleição. Esses temas o Brasil não chegou perto de resolver, discutir de fato e, talvez, nem considerar um problema.
Fábulas e Mistificações no Debate sobre a Proposta de Independência do Banco Central do Brasil: uma leitura middle-of-the road
21 domingo set 2014
Fonte: http://jlcoreiro.wordpress.com/2014/09/ ... -the-road/
Nas ultimas semanas temos assistido um acalorado debate em torno da proposta de institucionalizar a Independência do Banco Central. De um lado, os economistas que defendem essa proposta apresentam a Independência do Banco Central como a solução mágica para os problemas da economia brasileira. O argumento se baseia na tese dos economistas norte-americanos Robert Lucas e Thomas Sargent de “desinflação sem dor”. Segundo essa tese se o Banco Central anunciar publicamente o seu compromisso com uma inflação mais baixa e se esse compromisso tiver credibilidade, então as expectativas de inflação seriam imediatamente revistas para baixo, levando a uma queda da taxa de inflação sem nenhum custo em termos de aumento do desemprego ou queda de atividade econômica. Com uma inflação mais baixa o Banco Central poderia então reduzir a taxa de juros, viabilizando assim um forte ajuste fiscal pelo lado da conta dos juros. Para que esse milagre seja obtido, contudo, seria necessário estabelecer na lei a Independência do Banco Central, ou seja, libertar a autoridade monetária da influência nefasta dos políticos, uma vez que os mesmos tenderiam a influenciar as decisões do Banco Central no sentido de produzir “um pouco mais de inflação em troca de um pouco mais de crescimento”, principalmente às vésperas das eleições. Como o setor privado não é idiota, continua o raciocínio, as expectativas de inflação só poderiam ser reduzidas se houvesse uma garantia de não interferência política na ação da autoridade monetária, ou seja, se o Banco Central fosse independente.
Do outro lado da arena, os opositores e críticos da tese de independência do Banco Central afirmam que o resultado dessa independência seria a cooptação da Autoridade Monetária pelo Sistema Financeiro, o qual se valeria do seu controle irrestrito sobre o Banco Central para aumentar as taxas de juros e assim os seus próprios lucros. O resultado macroeconômico da elevação da taxa de juros seria um aumento significativo da taxa de desemprego e queda do nível de atividade econômica. Em suma, a Independência do Banco Central garantiria um aumento do lucro dos banqueiros às custas da comida na mesa dos trabalhadores brasileiros.
Ambas as posições não passam de fábulas e mistificações sobre o que realmente significa a Independência do Banco Central. A ideia de que a independência do Banco Central pode produzir uma “desinflação sem custos” é uma fábula: trata-se de uma elegante hipótese teórica formulada na década de 1970 do século passado e repetidamente rejeitada pela evidência empírica e pela experiência histórica dos países que passaram por processos desinflacionários como, por exemplo, os Estados Unidos durante a gestão de Paul Volcker no Federal Reserve no final da década de 1970.
Por outro lado, a ideia de que a independência do Banco Central vai causar a fome e a miséria para os trabalhadores brasileiros nada mais é do que uma mistificação, pois assume que a sociedade perderia totalmente o controle da autoridade monetária, a qual passaria a servir cegamente os interesses do sistema financeiro. Mas para que possamos entender o porque disso ser uma mistificação, precisamos fazer uma pequena digressão sobre o significado do termo “independência do Banco Central”.
Segundo Alan Blinder, vice-chairman do Federal Reserve (1994-1996) durante o governo Bill Clinton, a independência do Banco Central significa duas coisas: “primeiro, que o Banco Central tem liberdade para decidir como tentar atingir seus objetivos, segundo, que é muito difícil que qualquer outro setor do governo anule suas decisões” (Blinder, 1999, p.72).
O primeiro elemento da independência do Banco Central é “liberdade para atingir seus objetivos”. Mas quais seriam esses objetivos? No Brasil, o objetivo da política monetária foi definido em lei, qual seja, o Banco Central do Brasil deve utilizar os instrumentos que tem a sua disposição para alcançar a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional. Aqui temos um ponto importante. Independência do Banco Central não significa, necessariamente, independência de objetivos, ou seja, independência para definir os objetivos da política monetária. Diga-se de passagem, o Federal Reserve, tido como o paradigma de Banco Central Independente, não tem liberdade para fixar os objetivos da política monetária. Os Estatutos do FED definidos em lei afirmam que a missão da autoridade monetária americana é obter o maior nível possível de emprego compatível com a estabilidade do nível de preços. Dessa forma, o FED não tem independência de objetivos, mas apenas de instrumentos. Pode ser que os objetivos do FED sejam melhores do que os do BCB. Aliás pessoalmente eu prefiro o mandato duplo do FED do que o regime de metas de inflação do BCB, mas essa discussão não tem nada que ver com a questão da independência de instrumentos ou autonomia operacional do Banco Central. É melhor separar essas discussões.
Voltando a questão da independência do Banco Central, eu não conheço nenhum economista sério que defenda a independência de objetivos para o Banco Central do Brasil (ok, devem existir alguns libertários doidos que defendam isso, mas vamos deixar as crianças de fora da conversa de adultos). O debate centra-se, portanto, na independência de instrumentos. O que se argumenta é que nos últimos anos o Palácio do Planalto teria exercido pressão sobre a direção do Banco Central no sentido de reduzir a taxa de juros para padrões mais compatíveis com os observados no resto do mundo. Dessa forma, o Banco Central teria perdido, pelo menos em parte, a independência de instrumentos, o que teria reduzido a credibilidade da política monetária, tornando assim a desinflação mais custosa em termos de perda de atividade econômica e emprego. A recuperação dessa credibilidade exigiria, portanto, que a diretoria do Banco Central seja nomeada para mandatos fixos, protegida contra demissão arbitrária. É exatamente isso que ocorre, por exemplo, no Federal Reserve dos Estados Unidos, o qual é considerado, inclusive pelos críticos da tese da independência do Banco Central, como um exemplo de “Banco Central Keynesiano”, ou seja, uma autoridade monetária que leva em conta as repercussões negativas que uma elevação da taxa de juros possa ter sobre o nível de atividade econômica e de emprego.
Voltemos agora nossa atenção para o segundo elemento do conceito de “Independência do Banco Central” , qual seja, a dificuldade que outros órgãos do governo tem para anular uma decisão do Banco Central. No que se refere a esse aspecto, o caso do Federal Reserve é bastante ilustrativo. Nos Estados Unidos nem o Presidente da República e nem a Suprema Corte podem anular uma decisão do Federal Open Market Committee (FOMC), o equivalente ao Conselho de Política Monetária (COPOM) no Brasil. No entanto, o Congresso Americano pode fazer isso ao aprovar uma lei que seja assinada pelo Presidente da República; ou seja, nos Estados Unidos os representantes eleitos do povo americano podem, em situações extremas, reverter decisões de política monetária tomadas pelo FED. A independência do Banco Central não significa, portanto, a constituição de um “quarto poder”. Mesmo no caso em que o Banco Central é independente continua sendo verdade que “todo o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”.
Mas o que dizer dos temores de cooptação do Banco Central por parte do sistema financeiro? Esse é um perigo real e reconhecido na literatura. Sobre esse perigo, Alan Blinder alerta que “(…) se o banco central se esforçar demais para agradar aos mercados, é provável que tacitamente adote os horizontes extremamente curtos dos mercados como seus próprios. Isso pode criar um perigoso fenômeno do tipo´cachorro perseguindo o próprio rabo´ em que o mercado reage, ou melhor reage exageradamente a percepções sobre o que o banco central poderia fazer e o banco central recorre aos mercados para orientação do que deveria fazer” (1999, p.79). O resultado desse “jogo de espelhos” pode ser sim uma taxa de juros mais alta do que a compatível com os fundamentos macroeconômicos, em função de profecias auto-realizáveis. Isso pode ter ocorrido no passado recente do Banco Central do Brasil. De fato, entre 2005 e 2010 a taxa real de juros caiu de uma média de 10% a.a. para pouco mais de 5% a.a com a inflação sendo mantida constante no intervalo de 4,5 a 5,5% a.a. Uma queda tão acentuada do juro real em 5 anos pode ser um sinal de que a taxa real de juros estava num patamar excessivamente elevado, o que apoia a tese de “jogo de espelhos” na gestão anterior do BCB, sabidamente mais pró-mercado.
Isso quer dizer então que a melhor forma de blindar o Banco Central da influência do sistema financeiro é não conceder sua independência, ou seja, manter o atual status quo? Não necessariamente. Pessoalmente não vejo nenhum problema em se garantir na lei a independência (de instrumentos) para o Banco Central do Brasil fazendo-se, no entanto, as seguintes ressalvas. Em primeiro lugar, os objetivos da política monetária deverão ser redefinidos a maneira do FED. O Banco Central do Brasil deverá perseguir a mais alta taxa de crescimento econômico compatível com a obtenção da meta de inflação (definida pelo Conselho Monetário Nacional) no médio prazo, ou seja, um horizonte de dois ou três anos. Se a meta de inflação não for obtida nesse horizonte de tempo, então o Presidente e a Diretoria do Banco Central poderão ser demitidos do cargo pelo Presidente da República por incompetência. Em segundo lugar, o Congresso Nacional e o Senado estarão autorizados a anular por intermédio de lei, medidas de política monetária quando entenderem que as mesmas são contrárias aos interesses nacionais. Para a aprovação dessa lei, no entanto, será necessária uma maioria de 2/3 dos deputados federais e maioria simples entre os senadores. Uma vez aprovada nas duas casas do Congresso Nacional, a lei deverá ir para a chancela do Presidente da República. Caso o Presidente decida pelo veto a lei, restará ao Congresso Nacional a alternativa de derrubar o veto presidencial para então, e apenas então, anular a medida de política monetária definida pelo Banco Central do Brasil.
Em suma, não existe razão para temer um Banco Central Independente desde que (a) os objetivos da política monetária sejam definidos pelos representantes eleitos pelo povo, mais precisamente, o Presidente da República e os ministros por ele escolhidos (no caso brasileiro, o Ministro da Fazenda e o Ministro do Planejamento que formam o Conselho Monetário Nacional); (b) O Presidente e a Diretoria do Banco Central sejam politicamente nomeados, ou seja, indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Congresso Nacional (no caso brasileiro, o Senado Federal); (c) os objetivos da política monetária sejam redefinidos de forma que a autoridade monetária seja obrigada a buscar a mais alta taxa de crescimento compatível com a obtenção da meta de inflação no médio-prazo (dois a três anos); (d) As decisões do Banco Central possam ser anuladas, em situações extremas, pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Para finalizar, devemos ter claro que a Independência do Banco Central definida nos termos acima será apenas um aperfeiçoamento marginal na governança da política monetária no Brasil. Não devemos esperar milagres a partir disso. Os problemas econômicos brasileiros são muito complexos para admitirem uma solução simplista como acreditam os que defendem a fábula da “desinflação sem dor”.
Referências Bibliográficas:
Blinder, Alan. (1999). Bancos Centrais: Teoria e Prática. Editora 34: São Paulo.