Carlos Mathias escreveu:Não sou eu que digo isso, é a maior autoridade internacionalmente reconhecida no assunto, com vários livros pulicados, e que é baseada não em achismos ou em "o fulano disse por que UMA VEZ VIU...", mas em métodos científicos e amplamente aceitos, baseados no estudo de CENTENAS DE CASOS REAIS catalogados, analisados e estudados....
Bem Beraldi, vou me ater apenas a esta parte final do seu post, por considerá-la pouco elogiosa, prá dizer o mínimo.
Estas fontes reconhecidas que você cita são as mesmas que todos nós podemos acessar, portanto, o que eu escrevo aqui não é baseado em achismos ou fulano me disse.
Basta pensar em cada calibre, com suas munição convencional padrão, qual é mais efetivo? Se formos pensar apenas em garrafão, podemos ir ao extremo, que é caçadores russos usarem .22 na Chechênia, com tiros exclusivamente no rosto. Mas podemos também considerar que, mesmo o sr Marshall, considera apenas disparos no tórax ou tronco em que o alvo "parou" em menos de dez segundos. Assim, se nós analisarmos que 99,99% dos policiais do mundo não são campeões de tiro nem usam munições especiais expansivas, temos que considerar o calibre que vai incapacitar o meliante independentemente de garrafão e etc. Ora, sabemos o efeito de um tiro de 7,62 OTAN(munição usada nas polícias em geral, nada de ponta oca, SS-109 e etc) numa perna ou braço, é bagaço total, lixo. Como desconheço pessoa que continue atirando sem braço ou perna, este tiro foi suficiente para o fim desejado, a incapacitação. SE formos adentrar no mundo das munições especiais, a capacidade do 7,62 será extraordinariamente elevada. Um tiro de Glaser nesse calibre é devastador. Mas para efeito de comparação, temos que nos ater a coisas iguais, pontas iguais.
Finalmente, eu realmente não tenho nenhuma experiência real de tiroteios, minhas opiniões são totalmente baseadas em tudo o que li em 40 anos de vida. Inclusive estas que você citou.
Carlos,
Não escrevi o que escrevi para ofender ou elogiar ninguém, mesmo porque estamos aqui neste fórum para passar e adquirir conhecimento: esta foi a intenção, pois ninguém vem aqui para ficar fazendo adulação, com exceção de nosso Diecenes e o Pai de Santo, que se amam... Mas aí vamos dar um desconto, afinal eles são
GAÚCHOS... Se bem que toda minha família por parte de mãe é de Porto Alegre.
... bom pelo menos não é por parte de pai!
Não vou me alongar neste assunto, pois o resultado está sendo uma discussão em sentido negativo,e não algo que possa contribuir para a união e o engrandecimento do debate, ou o aprimoramento individual. Só quero dizer que:
1) Quando me referi a achismos ou fulano disse, não fiz nenhuma refência a você, e nem teria motivo para isso. Não sei por quevocê se ofendeu.
2) Não existe calibre que vai incapacitar o indivíduo de forma imediata com disparo que não seja no garafão. Nem um .50 BMG faz isso. Tem relatos na SOF de maio deste ano, se não me engano, bem como numa das últimas Guns and Weapons for Military and Police, que dão conta de egajamentos de snipers no Afeganistão usando .50 BMG e .408 Cheytac que não conseguiram cessar a ação de guerrilheiros que usavam armas pesadas (metalhadoras, canhões AA) por conta de disparos periféricos.
3) Você afirmar que um 7,62x51mm provoca a cessação imediata da ação do indivíduo por conta de amputação, transformando-o em "bagaço ou lixo" é achismo - e agora eu digo isso, pois é uma afirmação que não tem embasamento técnico ou fático nenhum que seja conhecido na literatura (bem ampla) que tenho consultado em todos estes anos. Muito pelo contrário: são vastos, e não raros, casos de indivíduos atingidos por munições potentes (12, 7,62x51mm, .30-06, .50 BMG, até por um RPG!!!) que continuaram combatendo até serem adequadamente atingidos em zonas de incapacitação imediata. Só um exemplo: segundo Marshall, em 38 casos com o emprego de munição Winchester 7,62x51mm Hollow Point, o stopping power foi de 96%... O mesmo stopping power do cal. .40S&W com munição Cor Bon (32 casos)... Ou seja, nem com disparos no "garrafão" o 7,62x51mm dá esta garantia toda que o pessoal acha... E só para comparação: o stopping power do 5,56x45mm com munição Federal v-max hollow point de 40 grains em 133 casos foi de 99%... Pode checar: o 5,56 hollow point foi bem melhor que o 7,62, e num número muito maior de casos...
4) Afirmar que 99,99% dos policias do mundo não são bons atiradores e não usam munição capaz de poduzir um stopping power adequado não é verdade. Esta sua afirmação pode refletir a realidade do Brasil e de outros países que tratam a segurança pública como brincadeira, mas não de países sérios. Para variar cito como tradicional exemplo o país com o maior número de órgãos de segurança pública do mundo, os EUA. Lá se você não passar na qualificação, que normalmente é semestral, podendo ser trimestral, mensal e até semanal (no SRT do FBI), você simplesmente é colocado em atividades administrativas e vira motivo de chacota. Então todos tem que colocar "no garrafão" em distâncias que normalmente vão de 1 até em torno de 25m, podendo chegar a 50m em alguns órgão policiais no Alaska, por exemplo (não lembro de outros exemplos, mas há...)
5) Quanto a munições especiais, no Brasil, que eu tenha certeza, no DPF, nas PM de SP, MT, MS, PR, só das que eu lembro, usa-se normalmente munição 5,56x45mm soft point. Na PC de SP chega-se ao luxo de usar 5,56x45mm TAP...
Mas é isso. Não meleve a mal, nem como alguém querendo tratar você de forma deselegante: só estou debatendo o tema que chegou neste tópico e argumentando nas mesmas bases propostas por você.
No hard feelings...
Beraldi.