Enviado: Ter Jan 29, 2008 1:52 pm
É noticia de hoje na folha,Orestes.
Jobim estuda órgão unificado de compras
Decisão pode gerar resistência nas Forças Armadas; hoje cada uma delas tem um sistema próprio
ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A PARIS
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, estuda o modelo francês e pretende criar um órgão unificado de compras de equipamentos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o que pode gerar resistências das Forças Armadas. Hoje, cada uma delas tem seu próprio sistema de definição de projetos e de encomendas.
Ontem, Jobim ouviu exposição de quase uma hora e meia de representantes da DGA (Delegação Geral de Armamento), órgão vinculado ao Ministério da Defesa e responsável pela definição das compras na área de defesa da França, que tem uma das mais poderosas indústrias militares do mundo.
O ministro fez várias perguntas e, no final, pediu textos escritos detalhando o funcionamento do órgão, que gere orçamento anual de cerca de 10 bilhões de euros e 18 milhões de empregados em setores governamentais e privados.
Durante a exposição, que foi no auditório da Embaixada do Brasil em Paris, o comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto -o único dos três comandantes que acompanha a viagem de Jobim-, perguntou se quem determina os equipamentos a serem comprados é o DGA ou o Estado-Maior de cada Força.
O representante do órgão, um oficial, explicou que é o DGA, com aprovação do ministro da Defesa e do presidente da República. No final do encontro, a Folha perguntou ao almirante o que ele achava da idéia e ele respondeu: "Eu não sei nada disso. Ninguém me falou nada a respeito".
Segundo Jobim, a intenção não é recriar o Estado-Maior das Forças Armadas, que existiu antes da criação do Ministério da Defesa: "A idéia é um órgão exclusivamente para a compra de armamento", disse.
O mais engraçado dessa notícia,é a sabonetada do min.da Marinha: "Eu não sei nada disso. Ninguém me falou nada a respeito".
"Pé de pato,mangalô treis veiz,vichi!"
Tem outra no Notimp de hoje:
NOTIMP
N°: 029
Data: 29/01/2008
Banco quer financiar fábrica de helicópteros
DA ENVIADA A PARIS
O presidente do Banco Société Générale Brésil, François Dossa, anunciou ontem ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que a instituição está disposta a financiar a instalação de uma fábrica de helicópteros no Brasil e a compra de cerca de 50 helicópteros de carga para Aeronáutica, Marinha e Exército, dentro de um pacote ambicioso na área de defesa.
O financiamento imediato seria para a compra dos helicópteros de carga, desde que garantida a transferência de tecnologia para o Brasil.
A compra de submarinos convencionais e de propulsão nuclear franceses, sob a condição de transferência de tecnologia, foi um dos assuntos tratados por Jobim com o presidente da empresa de construção naval DCNS da França, Jean-Marie Poimboeuf.
Ele previu que os acordos entre os dois países na área naval serão "muito rápidos, em alguns meses". (EC)
*O grifo é meu.
E mais outra de encomenda para o A.K. for T-7
Paris - Eliane Cantanhêde: Novo amor
Os EUA têm 6 das 11 mais ricas empresas na área aeronáutica e espacial do mundo, inclusive a primeira, a Boeing. Mas o Brasil está fechando um ambicioso plano estratégico com... a França.
A explicação objetiva -e, cá pra nós, inquestionável- é que a França transfere tecnologia de seus aviões, de seus submarinos, de seus helicópteros, enquanto os EUA não. Comprar equipamentos de defesa norte-americanos, assim, é mais ou menos como assinar um tratado de dependência.
Numa situação delicada qualquer, basta os EUA bloquearem o fornecimento e, pronto, lá se vai pela janela toda a capacidade de reação e de defesa do Brasil. Sem contar as perdas financeiras de compras nesse modelo.
Um exemplo concreto, bastante recente, é de quando a Embraer foi proibida de vender aviões para a Venezuela, porque eles tinham componentes americanos. Chávez comprou da Rússia. Só quem perdeu foram o Brasil e a Embraer.
Depois de décadas de dependência americana, o Brasil fazer "aliança estratégica" com a França não deixa de ser deveras instigante, até porque a França sempre foi uma espécie de líder de resistência na Europa ao tal "mundo unipolar".
O fato é que o ministro Nelson Jobim (Defesa) desembarcou em Paris com mil e uma idéias e pronto para acertar compras e/ou instalação de fábricas binacionais de submarinos nucleares, de submarinos convencionais, de helicópteros de carga franceses para as três Forças, além de caças para a FAB. Ontem ele admitiu "uma tendência a favor dos Rafale", que são franceses.
Agora, Lula e Sarkozy vão se encontrar no dia 15, na fronteira Brasil-Guiana. Vem recado por aí. A Venezuela se arma na Rússia, o Brasil transforma a França no seu principal parceiro na área de defesa. A crise americana pode não ser "apenas" na economia, mas também na política, com, por exemplo, perda gradativa do seu "quintal".
Jobim estuda órgão unificado de compras
Decisão pode gerar resistência nas Forças Armadas; hoje cada uma delas tem um sistema próprio
ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A PARIS
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, estuda o modelo francês e pretende criar um órgão unificado de compras de equipamentos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o que pode gerar resistências das Forças Armadas. Hoje, cada uma delas tem seu próprio sistema de definição de projetos e de encomendas.
Ontem, Jobim ouviu exposição de quase uma hora e meia de representantes da DGA (Delegação Geral de Armamento), órgão vinculado ao Ministério da Defesa e responsável pela definição das compras na área de defesa da França, que tem uma das mais poderosas indústrias militares do mundo.
O ministro fez várias perguntas e, no final, pediu textos escritos detalhando o funcionamento do órgão, que gere orçamento anual de cerca de 10 bilhões de euros e 18 milhões de empregados em setores governamentais e privados.
Durante a exposição, que foi no auditório da Embaixada do Brasil em Paris, o comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto -o único dos três comandantes que acompanha a viagem de Jobim-, perguntou se quem determina os equipamentos a serem comprados é o DGA ou o Estado-Maior de cada Força.
O representante do órgão, um oficial, explicou que é o DGA, com aprovação do ministro da Defesa e do presidente da República. No final do encontro, a Folha perguntou ao almirante o que ele achava da idéia e ele respondeu: "Eu não sei nada disso. Ninguém me falou nada a respeito".
Segundo Jobim, a intenção não é recriar o Estado-Maior das Forças Armadas, que existiu antes da criação do Ministério da Defesa: "A idéia é um órgão exclusivamente para a compra de armamento", disse.
O mais engraçado dessa notícia,é a sabonetada do min.da Marinha: "Eu não sei nada disso. Ninguém me falou nada a respeito".
"Pé de pato,mangalô treis veiz,vichi!"
Tem outra no Notimp de hoje:
NOTIMP
N°: 029
Data: 29/01/2008
Banco quer financiar fábrica de helicópteros
DA ENVIADA A PARIS
O presidente do Banco Société Générale Brésil, François Dossa, anunciou ontem ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que a instituição está disposta a financiar a instalação de uma fábrica de helicópteros no Brasil e a compra de cerca de 50 helicópteros de carga para Aeronáutica, Marinha e Exército, dentro de um pacote ambicioso na área de defesa.
O financiamento imediato seria para a compra dos helicópteros de carga, desde que garantida a transferência de tecnologia para o Brasil.
A compra de submarinos convencionais e de propulsão nuclear franceses, sob a condição de transferência de tecnologia, foi um dos assuntos tratados por Jobim com o presidente da empresa de construção naval DCNS da França, Jean-Marie Poimboeuf.
Ele previu que os acordos entre os dois países na área naval serão "muito rápidos, em alguns meses". (EC)
*O grifo é meu.
E mais outra de encomenda para o A.K. for T-7
Paris - Eliane Cantanhêde: Novo amor
Os EUA têm 6 das 11 mais ricas empresas na área aeronáutica e espacial do mundo, inclusive a primeira, a Boeing. Mas o Brasil está fechando um ambicioso plano estratégico com... a França.
A explicação objetiva -e, cá pra nós, inquestionável- é que a França transfere tecnologia de seus aviões, de seus submarinos, de seus helicópteros, enquanto os EUA não. Comprar equipamentos de defesa norte-americanos, assim, é mais ou menos como assinar um tratado de dependência.
Numa situação delicada qualquer, basta os EUA bloquearem o fornecimento e, pronto, lá se vai pela janela toda a capacidade de reação e de defesa do Brasil. Sem contar as perdas financeiras de compras nesse modelo.
Um exemplo concreto, bastante recente, é de quando a Embraer foi proibida de vender aviões para a Venezuela, porque eles tinham componentes americanos. Chávez comprou da Rússia. Só quem perdeu foram o Brasil e a Embraer.
Depois de décadas de dependência americana, o Brasil fazer "aliança estratégica" com a França não deixa de ser deveras instigante, até porque a França sempre foi uma espécie de líder de resistência na Europa ao tal "mundo unipolar".
O fato é que o ministro Nelson Jobim (Defesa) desembarcou em Paris com mil e uma idéias e pronto para acertar compras e/ou instalação de fábricas binacionais de submarinos nucleares, de submarinos convencionais, de helicópteros de carga franceses para as três Forças, além de caças para a FAB. Ontem ele admitiu "uma tendência a favor dos Rafale", que são franceses.
Agora, Lula e Sarkozy vão se encontrar no dia 15, na fronteira Brasil-Guiana. Vem recado por aí. A Venezuela se arma na Rússia, o Brasil transforma a França no seu principal parceiro na área de defesa. A crise americana pode não ser "apenas" na economia, mas também na política, com, por exemplo, perda gradativa do seu "quintal".