sapao escreveu:CM,
então pensamos a mesma coisa; mas legalmente é impossivel porque isso quer dizer que teriamos utilizado a tecnologia que dispomos para construir uma nuke.
O que pode ser feito dentro da lei são estudos teoricos e tecnologias de duplo uso, para encurtar um gap caso seja necessario a construção de um artefato.
Prick,
esta historia de poderio Iraniano me faz lembrar o Iraque, que na I Guerra do Golfo era, se não me engano, o 3 maior exercito do mundo, muito mais bem armado do que o Irã é hoje.
O Irã é extremamente limitado na parte de guerra eletronica e dos propios equipamentos em geral, com muita velharia "modernizada" por eles, que eu particularmente duvido da eficiencia contra o que a de mais moderno no ocidente.
Pode parecer preconceito, mas não acho que o desenvolvimento do Irã seja uma surpresa como a russia era na guerra fria.
Na minha opinião vai acontecer o que estamos vendo nos ultimos anos: destruição da suas redes de comando e controle, da força aerea, supremacia no espaço aereo e ai e uma questão de tempo. Logico que haverão baixas, como no Iraque, mas nada que mude o rumo do conflito.
Na parte operacional é sabido que Israel tem as forças de longe as mais profissionais FFAA da região, e no conflito Ira x Iraque existem varios relatos que mostram o nivel de adestramento das FFAA Iranianas; sem contar um fator extremamente importante: la a graduação tem a ver com o fator politico-religioso, o que normalmente leva a um nivelamento mais baixo nas camadas mais altas de decisão.
Irã tem misseis balisticos, concordo, mas e melhor sofrer o ataque deles agora do que quando eles estiverem carregando uma ogiva nuclear.
Sobre o fechamento do estreito de Ormuz e provavel que ele ocorra; mas ai eu te pergunto:
se isso acontece, o que voce acha que vai acontecer com o preço do barril?
Será que isto interessa a alguem (barril a 150, 180 dolares)?
Ate o chavito vai ficar feliz (mas vai dizer o contrario, obvio)...
Minha pinião sobre o que vai ser feito: uma campanha internacional de alguns meses mostrando o quanto o Irã era uma ameaça, motivando os paises vizinhos a tomarem parte no conflito e deixando Israel de fora (identico ao que fizeram com o Iraque).
Orestes, concordo 100%
ps: vi o discurso do Iraniano agora na ONU!
putz, assim fica facil demais...
Não recebi alertas sobre esse tópico, por isso sumi daqui. Comparar Iraque ao Irã é o mesmo que tentar comparar um boi com um touro de rodeio. Há vários pontos que precisam ser destacados:
1. Dizer que Ahmadinejad não possui apoio na população iraniana é falso. A resistência ao regime religioso fundamentalista está concentrada nos grandes centros urbanos em segmentos de classe média alta, a chamada "Classe B". Pode ser o grupo intelectualmente mais preparado, mas não possui penetração nas classes "C", "D" e "E", que apoia o governo;
2. Em minhas análises no Correio Braziliense, durante a Segunda Guerra do Golfo, alertei sobre geografia desfavorável do Iraque, uma verdadeira bola de bilhar. O deserto não oferece proteção à guerrilha. Fora das cidades a resistência não tem qualquer proteção do terreno. As áreas montanhosas estavam sob controle dos curdos, pró-americanos. É pescar em barril! Além disso, a maioria da população, xiita, viu na chegada dos EUA uma possibilidade de impor suas posições contra a minoria sunita;
3. O Irã é uno. A esmagadora maioria da população é xiita e o terreno é montanhoso, ótimo para operações de guerrilhas. O país está preparado contra ataques aéreos e conta com material de ponta russo (inclusive baterias de S-300 - algumas foram entregues -, Bhuk e Tor M2) e chinês (HQ-9, HQ-12 e HQ-64). As usinas de enriquecimento de urânio foram instaladas dentro de montanhas;
4. Os mísseis balísticos, bem mais precisos que os iraquianos, estão sob controle da Guarda Revolucionária Islâmica, a força ideologicamente mais afinada com o regime religioso. Estão montados sobre plataformas móveis, difíceis de serem localizadas. O país possui know how de guerra química, embora haja uma fatwa (decreto religioso que vale mais que lei) proibindo seu uso. Basta revogá-la;
5. Ao enfiar-se dentro do Golfo, a Marinha dos EUA entrou em uma armadilha. É uma área de difícil manobra, relativamente rasa, ideal para a estratégia iraniana de guerra dissimilar. Faria melhor se saísse de lá e se localizasse no Índico. O país possui uma grande quantidade de baterias antinavios móveis e de lanchas invisíveis ao radar equipadas com eles. Também começa a se equipar com pequenos ekranoplanos de difícil detecção. O Estreito de Ormuz é facilmente bloqueável. Ou seja, um verdadeiro pesadelo!
6. Como se não bastasse, a Força Qods, o grupo de operações especiais da Guarda Revolucionária do Irã, está infiltrada em vários países da região e da Europa. Possivelmente até em Israel e nos EUA. Não é um bando de gente primitiva, como se costuma pensar. Quebraram os códigos de comunicação israelenses na última invasão do Líbano, por isso sabiam onde colocar artefatos explosivos improvisados antes da ofensiva, causando grandes baixas entre os bilndados inimigos. Poderiam iniciar ações terroristas em centros urbanos e contra alvos estratégicos, como a usina de Dimona;
7. Paradoxalmente, os EUA contam com apoio iraniano no Afeganistão, como contaram no Iraque, onde Teerã ajudou a pacificar as milícias xiitas. Os hazaras e outros grupos étnicos xiitas recebem armas do Irã para se protegerem do Talibã, sunita e pashtun. Um ataque israelense levaria essa turma a se voltar contra a Otan, criando um problema adicional numa área considerada prioritária para o governo Obama.
8. Ou seja, nem tudo se resolve com poder aéreo, Sapão. É por essas e por outras que os EUA seguram Israel como podem. Uma ação maluca incendiaria o Oriente Médio.
Abraços
Pepê