Reginaldo Bacchi escreveu:Interessante, tudo que li sobre a Batalha da Inglaterra (e foram muitos livros) nenhum deles menciona a interferencia de Hitler na estrategia da Luftwaffe neste combate.
Todos os erros foram atribuidos a Goering e ao estado maior da Luftwaffe.
Sempre entendi que as grandes (e a maioria prejudiciais) interferencias de Hitler começaram com a Operação Barbarossa.
Bacchi
Às 9 da manha de 24 de agosto, a Luftwaffe lançou-se novamente ao ataque. Escoltados por enxames de caças, as formações de bombardeiros abriram caminho através da encarniçada resistência das esquadrilhas britânicas e destruíram por completo o aeródromo de Manston, sobre a costa do canal. Ao norte de Londres, 50 bombardeiros Dornier 17 e Heinkel 111 atacaram a base de North Weald e causaram graves danos a suas instalações. Aproveitando a confusão causada por essas incursões, 50 aviões da Luftflotte III realizaram um “raid” de surpresa sobre o Porto de Portsmouth e, sem encontrar oposição bombardearam a cidade, matando 100 civis e destruindo numerosos edifícios.
Começou a fase decisiva da batalha. Durante duas semanas, os alemães realizaram 33 ataques maciços no sul da Inglaterra e na periferia de Londres, conseguindo infligir terríveis danos ao sistema defensivo da RAF. Debaixo da chuva ininterrupta de bombas, a maior parte dos aeródromos e dos postos de controle ficou, várias vezes, reduzida a escombros. Só mediante o titânico esforço dos serviços de auxílio e reparação, foi possível reconstruir e manter em funcionamento as bases e estações de comando das esquadrilhas de caça.
Um fato inesperado, entretanto, salvou os ingleses da derrota iminente. Na noite de 24 de agosto, 170 bombardeiros alemães cruzaram o canal, a fim de completar a destruição causada pelos ataques diurnos. Um grupo de aviões se desviou de seu rumo por causa de um erro de navegação e lançou suas bombas em pleno coração de Londres.
Os ingleses consideraram que o ataque havia sido intencional e resolveram devolver o golpe. Na noite seguinte, 81 bombardeiros da RAF se internaram na Alemanha e, de surpresa, bombardearam Berlim.
O ataque inglês provocou em Hitler uma reação colérica. A 2 de setembro, depois que a RAF tinha realizado novas incursões sobre Berlim, o ditador ordenou a Goering que desfechasse sobre Londres uma ofensiva de represália. Dois dias depois, pronunciou um violento discurso e anunciou que varreria as cidades ingleses da superfície da Terra.
A 3 de setembro, seguindo as instruções de Hitler, Goering reuniu seus assessores em Haia e comunicou-lhes a sua intenção de atacar Londres. O marechal Kesselring apoiou o plano com entusiasmo, pois, considerava que a RAF já estava praticamente liquidada. Sperrle, ao contrário, rebateu os argumentos e declarou que os britânicos ainda dispunham de cerca de 1.000 caças. Interveio, a seguir, o major Schmid, chefe do serviço de Inteligência da Luftwaffe, o qual, embora reconhecendo que a RAF sofrera grandes perdas, considerou necessário prosseguir no ataque aos aeródromos, postos de controle e fábricas de aviação, até alcançar o completo aniquilamento da força aérea britânica.
http://adluna.sites.uol.com.br/400/407.htm
Pois bem, se a Luftwaffe tivesse prosseguido com os ataques aos aeródromos e às estações de radares, a RAF não teria conseguido deter os alemães.
Interferência em cima de interferência, erro em cima de erro.
Auf Wiedersehen!