MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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prp
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4501 Mensagem por prp » Qua Jul 30, 2014 5:49 pm

Isso!

E os blchevichs disfarçados de médicos, aqueles que a bulgara trouxe de cuba, levantarão suas AKs47 contra o povo brasileiro e o país se tornará um principado da Coreia do Norte.

Malditos petralhas!! :x :x :x :x




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rodrigo
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4502 Mensagem por rodrigo » Qua Jul 30, 2014 6:42 pm

Contas do governo têm pior resultado para o 1º semestre em 14 anos

No primeiro semestre, superávit primário somou R$ 17,23 bilhões.
Em junho, houve déficit de R$ 1,94 bilhão, pior resultado desde 1997.


As contas do governo registraram um superávit primário, que é a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, de R$ 17,23 bilhões no primeiro semestre deste ano. A informação foi divulgada pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (30).

É o menor resultado positivo para um primeiro semestre desde 2000 (R$ 15,43 bilhões). Isso é consequência da fraca arrecadação do governo neste ano. Houve uma queda de 50% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o esforço fiscal somou R$ 34,55 bilhões.
Pelas contas do Tesouro, há superávit quando o total recebido em impostos é maior que a soma das principais despesas da União.
Neste semestre, o resultado também ficou bem abaixo do recorde histórico para o período, de 2008, de R$ 61,37 bilhões.
"Foi um resultado fiscal menos dinâmico. Decorrente de receita menos forte, que tem a ver com a atividade econômica do semestre. A temperatura da economia ficou menor. Significa menos inflação. O número de feriados foi relevante. Nossa expectativa é que o segundo semestre venha a ser melhor em termos de crescimento econômico e também em termos de receita", declarou o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
Resultado de junho
Somente no mês de junho, as contas do governo registraram um déficit primário (quando os gastos são maiores que a arrecadação, sem a inclusão de juros) de R$ 1,94 bilhão. Este foi o pior resultado para meses de junho desde o início da série histórica do Tesouro Nacional, em 1997.

Meta fiscal de 2014
O fraco desempenho das contas públicas até junho dificulta alcançar a meta de superávit primário estabelecida para todo este ano.
Ao anunciar em fevereiro o corte de R$ 44 bilhões no orçamento deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou que o objetivo fiscal de todo o setor público (governo, estados e municípios), neste ano, é de R$ 99 bilhões, o equivalente a 1,9% do PIB, o mesmo percentual registrado em 2013.
Somente para o governo, a meta foi fixada em R$ 80,8 bilhões neste ano, ou 1,55% do PIB. Até junho, portanto, o governo cumpriu 21,3% da meta anual.
Dividendos, concessões e CDE
O superávit primário recuou 50% no primeiro semestre deste ano apesar de o governo ter recebido mais dividendos (parcelas dos lucros) das empresas estatais. Nos seis primeiros meses de 2014, os dividendos pagos pelas empresas estatais ao Tesouro Nacional somaram R$ 10,49 bilhões, contra R$ 7,69 bilhões no mesmo período do ano passado. O aumento foi de R$ 2,79 bilhões neste ano.
Por outro lado, caíram as receitas de concessão e subiram os pagamentos feitos à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no primeiro semestre deste ano. As concessões, que renderam R$ 2,79 bilhões nos seis primeiros meses de 2013, engrossaram os cofres públicos em R$ 1,24 bilhão neste ano. Ao mesmo tempo, foram pagos R$ 4,1 bilhões para a CDE em 2014. No mesmo período do ano passado, não foram feitos aportes na CDE.
Essa parcela de R$ 4,1 bilhões paga de janeiro a junho pelo governo faz parte de um valor total de até R$ 13 bilhões estimados com recursos orçamentários para todo este ano. Desde o final de 2012, o país vem utilizando mais energia gerada pelas termelétricas por conta do baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas. A operação das térmicas ajuda a poupar água dessas represas, mas tem um custo maior, que normalmente seria repassado às contas de luz.
Receitas, despesas e investimentos
De acordo com dados do governo federal, as receitas totais subiram 7,2% nos seis primeiros meses deste ano, contra o mesmo período do ano passado, para R$ 601,7 bilhões. O crescimento das receitas foi de R$ 40,6 bilhões de janeiro a junho deste ano.
Ao mesmo tempo, as despesas totais cresceram 10,6% nos seis primeiros meses deste ano, para R$ 473,9 bilhões. Neste caso, a elevação foi de R$ 45,49 bilhões. Os gastos somente de custeio, por sua vez, avançaram bem mais de janeiro a junho: 16,5%, para R$ 103,4 bilhões.
Já no caso dos investimentos, os gastos somaram R$ 40,4 bilhões de janeiro a junho deste ano, informou o Tesouro Nacional, valor que representa um aumento de 21,7% frente a igual período de 2013 (R$ 33,2 bilhões).
No caso das despesas do PAC, que somaram R$ 28,8 bilhões nos seis primeiros meses de 2014, houve alta de 26,9% sobre igual período do ano passado (R$ 22,7 bilhões), informou a Secretaria do Tesouro Nacional.

http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... -anos.html




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4503 Mensagem por Agnaldo Marques » Qui Jul 31, 2014 7:51 pm

O “mercado”, que toca o terror na eleição, quebrou o mundo

por Bob Fernandes, em seu blog

O “mercado” não quer Dilma. Isso está nas manchetes há dias, semanas. A Bolsa sobe ou cai a depender de pesquisas que mostram Dilma em baixa ou em alta. E não só pelos erros do governo Dilma.

Em 2002, em pleno governo Fernando Henrique, o “mercado” fez terror com a hipótese da vitória de Lula. Qual foi o resultado daquele terror todo? Basta conferir num site de buscas.

O governo Fernando Henrique terminou melancólico, com dólar a quase R$ 4, risco-país acima de 4 mil pontos, e inflação de 12, 53% ao ano.

Sobre qualquer assunto que tenha algo a ver com economia, largos setores da mídia dão voz preferencial e, a depender da mídia muitas vezes única, a “especialistas” do “mercado”. O que é o tal “mercado”? É o sistema de bancos e demais instituições financeiras.

Assim sendo, vale lembrar os custos da crise criada no e pelo “mercado” e que explodiu em 2008. Mark Anderson, ex-chefe da Standart and Poor’s, o homem que rebaixou a nota de crédito dos EUA, diz que o custo final da crise mundial é de US$ 15 trilhões.

Estima-se que hoje o chamado “mercado de derivativos” seria de US$ 1,2 quatrilhão. Isso é 20 vezes todo o PIB do mundo. Ou seja, é só ficção. É “dinheiro” de mentira. Isso existe apenas como alavanca para quem pilota o tal “mercado” acumular ainda mais fortuna. Com grandes riscos para o próprio sistema financeiro.

Nem se diga para os demais pobres mortais. Relatório da ONG britânica Oxfam informa: 85 pessoas das 7 bilhões e 200 milhões da Terra têm patrimônio igual à metade da população do mundo. O 1% mais rico do mundo tem US$ 110 trilhões. O que é 65 vezes mais do que tudo que tem metade da população mundial.

No Brasil, apenas 4 dos bancos tiveram lucro líquido de R$ 50 bilhões em 2013. Isso é mais do que a soma do PIB de 83 países no mesmo ano passado. Isso é o tal “mercado”. O resto é conversa mole e disputa pelo Poder.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4504 Mensagem por Grep » Qui Jul 31, 2014 9:35 pm

Isso é o mercado, e os idiotas uteis vem de arrasto.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4505 Mensagem por GustavoB » Qui Jul 31, 2014 9:36 pm

Pra bom entendedor, essa meia palavra basta.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4506 Mensagem por cassiosemasas » Qui Jul 31, 2014 10:08 pm

quero saber porque o mercado anda tanto a odiar a dona Vana!?




...
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4507 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Ago 01, 2014 12:47 am

cassiosemasas escreveu:quero saber porque o mercado anda tanto a odiar a dona Vana!?
Porque no primeiro mandato (em especial no início) as ações do GF surpreenderam os acionistas, para o mercado o bom é um país previsível, no curto prazo ser previsível é melhor do que ser bom ou ruim e o sobe e desce que vemos é a perspectiva de curto prazo, alias, como toda eleição adiciona uma pitada de dúvida é comum nas vésperas o mercado ficar mais agitado.

Mas o governo não deve seguir cegamente esse tal de mercado sempre tentando agradá-lo, o excesso de mimos de curto prazo só atrapalham no longo prazo, é meio como educar crianças.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4508 Mensagem por Algus » Sex Ago 01, 2014 9:59 am

Não entendo muito do assunto, mas acho que tem a ver com coisas do tipo:

No caso dos bancos houve a redução (tímida) de juros da Caixa e do BB. Esta redução forçou os outros bancos a baixarem também.
No setor da energia elétrica também houve "ingerência" do governo.
A Petrobrás vem segurando o preço da gasolina ao máximo e, em vez de repassar os dividendos, tem reinvestido a maior parte.
A política de aumento do salário mínimo (crescimento de dois anos antes + inflação) vem sendo criticada por acabar segurando o lucro e o crescimento das empresas.
Prioriza-se o Mercosul em detrimento da oportunidade de acordos bilaterais.

A ausência de propostas de reformas ou mesmo uma estratégia de desenvolvimento mais eficiente é um sério problema, mas não sei se justifica porque até agora a oposição também não apresentou nada do tipo.

Claro que tem muito mais coisa envolvida, mas os três primeiros citados já devem ser mais que o suficiente para que o Santander e empresas de investimento rejeitem a gestão.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4509 Mensagem por nveras » Sex Ago 01, 2014 10:30 am

Some-se a tudo o fato de que o governo parece sem rumo. Não acertam qualquer previsão, nem de crescimento e nem de inflação e dão a nítida impressão de que estão mais estagnados que a economia. Não reconhecem o problema e. simplesmente, tentam desmentir aqueles que fazem previsões mais realistas. Parece Iraquiano dizendo que estavam ganhando a guerra e a televisão mostrando as tropas americanas no aeroporto de Bagdá. :oops:




Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4510 Mensagem por LeandroGCard » Sex Ago 01, 2014 11:45 am

E enquanto isso segue o processo de "Argentinização" da economia do Brasil:

http://economia.estadao.com.br/noticias ... 09,1537295

Observem no segundo gráfico como a queda do setor específico de bens de capital é de todas a maior, o que significa o desinvestimento da indústria e consequentemente uma perspectiva de redução ainda maior da produção e a da produtividade no futuro. Quanto mais altos os juros e o dólar maior será esta tendência.

Mas qual a solução que o "mercado" pede para corrigir os problemas da economia? :roll:


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4511 Mensagem por Sterrius » Ter Ago 05, 2014 1:26 am

Folha agora nao deixa colar as news




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4512 Mensagem por Wingate » Ter Ago 05, 2014 8:55 am

LeandroGCard escreveu:E enquanto isso segue o processo de "Argentinização" da economia do Brasil:

http://economia.estadao.com.br/noticias ... 09,1537295

Observem no segundo gráfico como a queda do setor específico de bens de capital é de todas a maior, o que significa o desinvestimento da indústria e consequentemente uma perspectiva de redução ainda maior da produção e a da produtividade no futuro. Quanto mais altos os juros e o dólar maior será esta tendência.

Mas qual a solução que o "mercado" pede para corrigir os problemas da economia? :roll:


Leandro G. Card
Na semana passada tive que comprar um eletrodoméstico para reposição de um que já estava no tempo dos Flintstones. Comprei de uma marca tradicionalíssima que eu já conhecia desde os tempos de garoto (isto é, de antes do dilúvio). Qual não foi minha surpresa ao abrir a caixa e, ao verificar o aparelho, constatar que o mesmo havia sido fabricado, adivinhem onde? Sim, isso mesmo, People´s Republic of China (a origem não estava escrita na caixa pelo lado de fora e todos os dizeres estavam em português).

Aí me veio à imaginação as linhas de produção desse tradicional fabricante que foram fechadas, todo o ferramental, os trabalhadores, tudo aquilo que foi eliminado quando esse salafrário decidiu importar da China.

E agora José? Essa capacidade industrial perdida poderia ser recuperada no futuro? Vamos voltar à decada de 20 do século passado como meros exportadores de commodities, ao sabor do cutelo das bolsas internacionais?

Pergunta: Onde estão CUT, Força Sindical, etc... que ainda não perceberam (ou fingem não perceber) que seus empregos estão indo para Xangai, Guangzhou, New Delhi, Hanoi, Bangla Desh, ou o raio que os parta? Por que não fazem passeatas, protestos, contra essa política suicida?

Não é de se admirar que a famosa praga "Verás tempos intessantes..." seja chinesa.

Wingate




GustavoB
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4513 Mensagem por GustavoB » Ter Ago 05, 2014 9:32 am

Bem vindo à globalização. Você considera este empresário salafrário? Ora, no capitalismo ninguém está aí para fazer caridade, é o lucro, lembra-se? Então, se os custos de produção são menores na China do que no Brasil, qual é o problema em transferir a planta industrial para lá? Isso pode significar a própria sobrevivência da empresa no mercado: o concorrente pode ter a mesma ideia e acabar com o seu negócio.

E agora sim, de quem é a culpa? Do empreendedor? Do trabalhador, que traz cada vez mais encargos? Do sindicato? Dos impostos, da burocracia, do governo? De quem faz as leis, de quem executa ou de quem fiscaliza? Ou quem sabe do Judiciário?

Antes de tentar responder, favor notar que este é um problema global, a economia e a sociedade global estão em transformação. Aliás, mudanças que, como podemos ver todo dia no noticiário, têm implicações geopolíticas.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4514 Mensagem por Boss » Ter Ago 05, 2014 9:56 am

Bem, pode-se ter fatores externos, mas a nossa carga tributária excessiva, a nossa burocracia ridícula, a nossa infraestrutura miserável, o nosso isolamento comercial,etc, são problemas totalmente internos.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4515 Mensagem por LeandroGCard » Ter Ago 05, 2014 10:53 am

Wingate escreveu:Pergunta: Onde estão CUT, Força Sindical, etc... que ainda não perceberam (ou fingem não perceber) que seus empregos estão indo para Xangai, Guangzhou, New Delhi, Hanoi, Bangla Desh, ou o raio que os parta? Por que não fazem passeatas, protestos, contra essa política suicida?

Não é de se admirar que a famosa praga "Verás tempos intessantes..." seja chinesa.

Wingate
As centrais sindicais já há tempos se preocupam apenas com elas mesmas, e que se danem os trabalhadores e muito mais as empresas. Desde que arranjaram boquinhas em Brasília para todos os seus líderes junto aos "camaradas" do PT, elas não fazem marola para não atrapalhar o discurso do governo de que tudo vai às mil maravilhas. E o baixo índice de desemprego até agora só facilita a estratégia deles de enfiar a cabeça na areia.

GustavoB escreveu:Bem vindo à globalização. Você considera este empresário salafrário? Ora, no capitalismo ninguém está aí para fazer caridade, é o lucro, lembra-se? Então, se os custos de produção são menores na China do que no Brasil, qual é o problema em transferir a planta industrial para lá? Isso pode significar a própria sobrevivência da empresa no mercado: o concorrente pode ter a mesma ideia e acabar com o seu negócio.

E agora sim, de quem é a culpa? Do empreendedor? Do trabalhador, que traz cada vez mais encargos? Do sindicato? Dos impostos, da burocracia, do governo? De quem faz as leis, de quem executa ou de quem fiscaliza? Ou quem sabe do Judiciário?

Antes de tentar responder, favor notar que este é um problema global, a economia e a sociedade global estão em transformação. Aliás, mudanças que, como podemos ver todo dia no noticiário, têm implicações geopolíticas.
Os problemas do Brasil tem várias origens, e consertar tudo daria um trabalho danado, por isso o governo e mesmo os empresários já desistiram há tempos. Agora é no máximo um puxadinho para cá e um incentivozinho fiscal para lá se as notícias nos jornais ficam muito ruins e ameaçam a reeleição, fora isso deixa para lá e seja o que Deus quiser.

Mas a situação brasileira tem um agravante que não ocorre nos países mais avançados. Nós não estamos perdendo apenas a produção dos bens industriais, nós estamos perdendo (na maioria dos casos já perdemos) a capacidade de desenvolvimento de novos bens. Quando uma empresa americana, alemã, ou sueca monta uma fábrica na China ou na Malásia (ou Brasil) ela transfere para lá sua linha de montagem, mas a engenharia fica em solo pátrio. Os peões orientais apertam os parafusos e fazem as soldas, mas são engenheiros e projetistas ocidentais que lhes dizem o que e como devem produzir, mandando os desenhos e especificações para lá e recebendo a maior parcela dos lucros. Um exemplo clássico é o da Apple, que fabrica o I-Phone na China e não nos EUA. Porém mais de 45% do valor de banca do produto retorna para os EUA em forma de royalties e pagamentos pelo projeto, sendo que apenas cerca de 7% fica realmente na China (o restante vai para fornecedores de componentes na Coréia e no Japão ou fica com os canais de distribuição espalhados pelo mundo todo). Isso não é o ideal, pois os trabalhadores menos qualificados dos EUA realmente perdem os seus empregos e a concentração de renda no país sobe, o que não é bom. Mas o domínio da tecnologia permanece sendo americano (se os EUA não quiserem a China não fabrica versões mais modernas do I-Phone, mas a China não tem como impedir os EUA de fazerem isso, mesmo que por um preço maior) e a América continua gerando empregos qualificados que mantém o seu rendimento per-capita e o padrão de vida da maior parte da população. Hoje nos EUA a falta de engenheiros e projetistas qualificados já é um problema sério, que impacta o crescimento deles mesmo eles ainda não tendo saído totalmente da crise iniciada em 2008.

Já as empresas brasileiras (as poucas que ainda são realmente brasileiras) simplesmente fecham não só a linha de produção mas toda a sua infra-estrutura de desenvolvimento, põem na rua peões, projetistas e engenheiros e passam a importar produtos criados, desenvolvidos e fabricados na China, colocando apenas um adesivo da marca nacional já conhecida e bem vista no mercado. De fabricantes viram simples importadores e comerciantes, enquanto os próprios chineses não vem eles mesmos vender aqui ou o fazem pela internet. E as empresas filiais de multinacionais instaladas no Brasil seguem o mesmo exemplo ainda com maior celeridade, pois o grosso da engenharia delas nunca esteve aqui de qualquer jeito.

Os resultados são a perda completa da capacidade de engenharia e mesmo de gerenciamento de projetos no Brasil, a eliminação do potencial de crescimento de nossa indústria, a total dependência de estrangeiros para se desenvolver até mesmo os produtos e sistemas mais simples e básicos e o achatamento da média salarial da população, que passa a se nivelar por baixo.

O problema é que dadas as condições gerais de negócios do Brasil a opção é fechar de vez as empresas nacionais, perdendo-se inclusive as marcas, ou fechar a fronteira e virar uma Coréia do Norte. Nos últimos anos estamos seguindo um caminho intermediário, que junta as duas estratégias ao mesmo tempo, consequentemente trazendo as mazelas de ambas sem os benefícios de nenhuma das duas (além de perdermos empresas, empregos e capacidades também pagamos preços aviltantes por produtos de qualidade discutível). O pior de todos os mundos, sob uma só bandeira verde-amarela :roll: . E sem perspectivas de melhoras à vista, ninguém nem mesmo procura mais a luz no fim do túnel.


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