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Mensagem
por ninjanki » Ter Set 08, 2009 5:10 pm
Meus pitacos...
O contrato não está fechado, e o Rafale ainda não ganhou, de forma alguma! Oque aconteceu foi que a França deve ter apresentado algo muito tentador em termos de parceria, e nas reuniões do final de semana, em sequência à tudo que já foi feito e visto no programa FX-2, foi decidido que eles tem a preferência de negociação. Agora, eles tem alguns meses para escrever contratos e afinar os pontos, valores e condições, para se chegar a um acordo definitivo.
Certamente que o anúnico do final de semana não foi surpresa para o Saito, e não foi feito com base numa decisão intempestiva do Lula. Essa competição é também uma negociação multi-facetada, e é plenamente possível que os franceses simplismente tenham desequilibrado a balança com uma boa cartada. A carta da Hillary e a visita do Jim jones tinham esse mesmo objetivo, mas não surtiram o efeito desejado.
Ainda que esse fosse o dito "plano", anunciar um vencedor para a concorrência e vazar o conteúdo dos relatórios da FAB antes do contrato assinado seria de uma burrice sem igual. Da forma como foi feito, e cuidadosamente pontuado pelo Lula, o Brasil abriu negociações com a França, e não com EUA ou Suécia. Não descartaram os outros concorrentes, nem os declararam perdedores. Segundo a FAB, o relatório final não foi entregue. Isso significa que agora os franceses tem um grande incentivo para materializar o acordo, ou seja, para fechar o contrato, colocando no papel e assinando tudo aquilo que prometeram até agora. É o momento em que passamos das intenções às ações. E para não perderem o foco, nem se sentirem seguros demais, mantemos a porta aberta com os outros dois concorrentes, e temos o relatório da FAB como carta na manga. Ou seja, agora os franceses vão ter de passar recibo doque prometeram. E se passarem, podem crer, é oque a FAB e o Brasil queriam.(a França é um parceiro muito mais crível e viável para um projeto conjunto de caça de 5,5 geração, ou sexta)
Os EUA só fizeram aquele circo todo no mês passado, e geraram o atraso no relatório final da FAB, porque sabiam que estavam mal posicionados. A FAB e o governo não acreditaram nas boas intenções americanas. Os americanos só fazem oque está no papel, assinado, e não oque prometem ou vendem(isso é característica deles, lembrem-se em caso de negociação). Sabendo disso, oque eles ofereceram até então era só vapor, palavras que não valiam o papel no qual estavam escritas. Minha percepção de que isso é verdade vem da corrida desesperada deles para pedir aprovação no congresso e a carta da Hillary relativa à cessão sem precedentes de tecnologia. Perceberam que nós não engolimos a isca, que entendemos como eles funcionam, e que a proposta, até o momento, não era real. O problema é que se não tinham nada sólido, do jeito que devem ser as propostas americanas sérias, como iriam faze-lo em 15 dias??? Deixaram para mudar a proposta depois da BAFO!!!! Foi por uma mancada dessas que os Russos perderam o bonde.(No caso, o erro dos russos foi não ter escrito nada, porque não é da sua natureza fazer apenas oque está no contrato, mas sim agir de acordo com o relacionamento. Nós precisamos de relacionamento, e também de contrato...) A FAB ainda tentou acomoda-los, certamente a pedido do ministério das relações exteriores, extendendo o prazo de análise do relatório. Mas o tempo não cabia nos planos da negociação. Por isso, fica parecendo que era tudo uma farsa, que a decisão foi a contra-gosto da FAB. De fato, ficou meio desconexo, mas olhando o todo, o processo faz sentido.
Allan
ps. O PSDB ainda não acordou. As últimas matérias e colunas parecem indicar que eles ainda acham que oque é militar só pode ser decidido por militares. Não entendem que as forças armadas são um aspecto importante de política, e que por isso são parte integral do processo, e não elementos isolados independentes...