Missão de Paz no Haiti
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Entrevista
José Elito Carvalho Siqueira: comandante da Força das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti
'Não demos nenhum tiro durante votação', diz general
O comandante da Força Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), general José Elito Carvalho Siqueira, afirmou, em entrevista ao Estado, que está satisfeito com a relativa tranqüilidade das eleições do dia 7, mas adverte que a missão de paz não termina logo. "Acho que precisamos de pelo menos mais um contingente brasileiro", observou o comandante, que tem 7.500 homens sob suas ordens,
entre os quais 1.200 brasileiros.
Existe hoje no Brasil uma opinião crescente de que as tropas devem voltar. Um dos argumentos é que se o Exército está fazendo um trabalho de polícia no Haiti, por que não o faz também no Brasil, por exemplo no combate a traficantes em favelas do Rio?
Não vi no Brasil essa grande quantidade de opiniões sobre o retorno da tropa brasileira. Vejo opiniões contrárias e a favor, como é natural em qualquer fato complexo como é esse. Quanto ao papel de polícia no Rio, essa é uma decisão do governo. Nós somos uma república federativa. Os problemas dos Estados brasileiros, antes de mais nada, são de seus governadores. Para que o Exército, a Marinha ou a Aeronáutica, como força armada, possa participar de uma ação dessa natureza, tem de ser determinado pelo presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas. Algumas vezes fomos empregados em operações dessa natureza.
Qual é a relação da população do Haiti com a tropa brasileira? Soldados que estiveram aqui denunciaram, recentemente, sem se identificar, que os brasileiros atiravam quase todos os dias e havia pelo menos um morto por dia. O sr. tem conhecimento disso?
Absolutamente, não. O que há hoje é um congraçamento, como se vê em Bel Air e em Cité Militaire. O brasileiro é benquisto em qualquer lugar do mundo. Não há esse antagonismo, muito pelo contrário, há uma empatia muito grande. Quanto às denúncias, são notícias soltas, sem nenhum argumento. Pelos dados que tenho aqui, em um ano e meio morreram dois civis em confrontos com as tropas da Minustah. É uma coisa insignificante, se podemos assim dizer. As regras da ONU são muito rígidas quando vamos para uma ação real. É rígido o controle de disparo de arma. Na eleição não houve um disparo de arma (houve tiros com balas de festim em dois locais). Imaginem se fosse um morto por dia, com que número estaríamos hoje?
Há informações de que os generais Augusto Eleno e Urano Bacellar, que ocuparam o comando antes do sr., sofreram pressões para que fossem mais duros na repressão. O sr. também sente alguma pressão?
Não há essa pressão. Não somos força de ocupação, nós somos força de estabilização. Quando se entrou em Bel Air ou em Cité Militaire foi uma decisão pensada, em nível de governo, de polícia, não contra ninguém, mas para melhorar as condições de vida da população destas áreas.
O chefe do serviço Desarmamento, Desmobilização e Reinserção da ONU disse que em Cité Soleil há pelo menos mil disparos por dia vindos das gangues, aos quais as tropas, no caso o contingente da Jordânia, respondem com 2.000 disparos. É um tiroteio que deve ter seu custo em perda de vidas humanas. Não aparecem cadáveres?
Os disparos existem realmente. Mas são disparos sem nenhum objetivo. Essa situação não pode continuar. Mas precisamos fazer alguma coisa mais ampla com apoio da população. Não adianta só invadir, ocupar. E daí? Tem senhoras, tem crianças. Temos de fazer alguma coisa com um projeto de assistência social complementar. Tem de ser uma coisa bem pensada, para evitar que pessoas inocentes sejam atingidas por disparos.
Fotos:
Fonte: Defesa @ Net
José Elito Carvalho Siqueira: comandante da Força das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti
'Não demos nenhum tiro durante votação', diz general
O comandante da Força Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), general José Elito Carvalho Siqueira, afirmou, em entrevista ao Estado, que está satisfeito com a relativa tranqüilidade das eleições do dia 7, mas adverte que a missão de paz não termina logo. "Acho que precisamos de pelo menos mais um contingente brasileiro", observou o comandante, que tem 7.500 homens sob suas ordens,
entre os quais 1.200 brasileiros.
Existe hoje no Brasil uma opinião crescente de que as tropas devem voltar. Um dos argumentos é que se o Exército está fazendo um trabalho de polícia no Haiti, por que não o faz também no Brasil, por exemplo no combate a traficantes em favelas do Rio?
Não vi no Brasil essa grande quantidade de opiniões sobre o retorno da tropa brasileira. Vejo opiniões contrárias e a favor, como é natural em qualquer fato complexo como é esse. Quanto ao papel de polícia no Rio, essa é uma decisão do governo. Nós somos uma república federativa. Os problemas dos Estados brasileiros, antes de mais nada, são de seus governadores. Para que o Exército, a Marinha ou a Aeronáutica, como força armada, possa participar de uma ação dessa natureza, tem de ser determinado pelo presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas. Algumas vezes fomos empregados em operações dessa natureza.
Qual é a relação da população do Haiti com a tropa brasileira? Soldados que estiveram aqui denunciaram, recentemente, sem se identificar, que os brasileiros atiravam quase todos os dias e havia pelo menos um morto por dia. O sr. tem conhecimento disso?
Absolutamente, não. O que há hoje é um congraçamento, como se vê em Bel Air e em Cité Militaire. O brasileiro é benquisto em qualquer lugar do mundo. Não há esse antagonismo, muito pelo contrário, há uma empatia muito grande. Quanto às denúncias, são notícias soltas, sem nenhum argumento. Pelos dados que tenho aqui, em um ano e meio morreram dois civis em confrontos com as tropas da Minustah. É uma coisa insignificante, se podemos assim dizer. As regras da ONU são muito rígidas quando vamos para uma ação real. É rígido o controle de disparo de arma. Na eleição não houve um disparo de arma (houve tiros com balas de festim em dois locais). Imaginem se fosse um morto por dia, com que número estaríamos hoje?
Há informações de que os generais Augusto Eleno e Urano Bacellar, que ocuparam o comando antes do sr., sofreram pressões para que fossem mais duros na repressão. O sr. também sente alguma pressão?
Não há essa pressão. Não somos força de ocupação, nós somos força de estabilização. Quando se entrou em Bel Air ou em Cité Militaire foi uma decisão pensada, em nível de governo, de polícia, não contra ninguém, mas para melhorar as condições de vida da população destas áreas.
O chefe do serviço Desarmamento, Desmobilização e Reinserção da ONU disse que em Cité Soleil há pelo menos mil disparos por dia vindos das gangues, aos quais as tropas, no caso o contingente da Jordânia, respondem com 2.000 disparos. É um tiroteio que deve ter seu custo em perda de vidas humanas. Não aparecem cadáveres?
Os disparos existem realmente. Mas são disparos sem nenhum objetivo. Essa situação não pode continuar. Mas precisamos fazer alguma coisa mais ampla com apoio da população. Não adianta só invadir, ocupar. E daí? Tem senhoras, tem crianças. Temos de fazer alguma coisa com um projeto de assistência social complementar. Tem de ser uma coisa bem pensada, para evitar que pessoas inocentes sejam atingidas por disparos.
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El gobierno español ordena la retirada de sus tropas de Haiti para el próximo mes de marzo.
Fuente: La Voz
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A situação sempre esteve muito ruim, só estão mostrando agora porque estão cobrindo a eleição, com mais jornalistas e câmeras. Por isso estão aparecendo os problemas.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Préval é declarado vencedor de eleição
presidencial no Haiti
Brasil lidera "ajuste" da contagem
Por Joseph Guyler Delva e Jim Loney
PORTO PRÍNCIPE, Haiti (Reuters) - O Haiti declarou na quinta-feira René Préval, um ex-aliado do dirigente deposto Jean-Bertrand Aristide, como o vencedor das eleições presidenciais.
A declaração foi feita depois de, para evitar a explosão de uma onda de violência, ter sido selado um acordo sobre as acusações de fraude na apuração de votos.
Préval, adversário da mesma elite que ajudou a tirar Aristide do poder dois anos atrás e popular entre as camadas mais pobres do país, afirmou que "fraudes disseminadas" nas eleições de 7 de fevereiro haviam impedido sua vitória já no primeiro turno do pleito.
"Nós vencemos. Agora, vamos lutar pelo Parlamento", disse Préval à Agência de Notícias Haitiana.
Simpatizantes dele foram às ruas de Porto Príncipe para dançar e gritar "vitória, vitória", depois de o Conselho Eleitoral Provisório ter divulgado um comunicado em uma rádio do país, no meio da noite, declarando Préval vencedor.
"René Préval foi declarado o vencedor com 51 por cento (dos votos)", disse Max Mathurin, presidente do conselho, em um comunicado.
Essa é a primeira eleição realizada no país, um dos mais pobres do mundo, desde a deposição de Aristide, em 2004. Aristide, hoje no exílio, foi eleito duas vezes e tirado do poder duas vezes -- na primeira vez, por um golpe militar; na segunda, por uma revolta armada.
Os dois séculos de história do Haiti foram marcados pela instabilidade política, por regimes ditatoriais e pela violência.
Préval, 63, é o único presidente dos 202 anos de existência do país a vencer uma eleição, cumprir seu mandato e entregar pacificamente o poder a um sucessor.
"Para nós, Préval significa esperança, respeito e progresso", disse Jonas Lundi, 28, ao se juntar a uma multidão de partidários do candidato no bairro Canape Vert.
"Agora, temos um presidente eleito pelo povo. Sem violência e com tolerância, vamos trabalhar juntos para levar esse país para frente."
O Brasil, que lidera a força de paz de 9.000 soldados e policiais da Organização das Nações Unidas (ONU), patrocinou um acordo sobre os 85 mil votos em branco da eleição.
Os votos em branco, cerca de 4,7 por cento do total, foram incluídos na contagem final como prevê a lei haitiana e reduziram a porcentagem dos votos alocada para cada candidato. Depois de abertas 90 por cento das urnas, Préval obtinha 48,7 por cento dos votos, o que deixou furiosos seus partidários.
Muitos haitianos afirmaram que o número de votos em branco era alto demais e que não podiam imaginar pessoas caminhando quilômetros até os locais de votação para deixar de escolher um candidato.
A missão da ONU criada para zelar pela paz no Haiti também reconheceu que mesários contratados por alguns candidatos podem ter enchido urnas com votos em branco.
O acordo sobre esses votos elevou a cota de Préval para 51,15 por cento, acima da maioria simples necessária para evitar um segundo turno, em 19 de março.
O novo presidente deve tomar posse no dia 29 de março, substituindo o atual governo interino comandado pelo primeiro-ministro Gerard Latortue e nomeado após a deposição de Aristide.
Alguns dos simpatizantes de Préval avisaram que a pequena e rica elite do país não deveria tentar desestabilizar o novo governo.
"Nós elegemos Préval para ficar no poder cinco anos", afirmou Jean-Marie Theodore, um estudante de 25 anos. "Não vamos permitir que ele deixe de cumprir um minuto que seja de seu mandato de cinco anos."
Fonte: Reuters
Retirado do site Defesanet
http://www.defesanet.com.br/panoramahaiti/reuters_16fev06.htm
presidencial no Haiti
Brasil lidera "ajuste" da contagem
Por Joseph Guyler Delva e Jim Loney
PORTO PRÍNCIPE, Haiti (Reuters) - O Haiti declarou na quinta-feira René Préval, um ex-aliado do dirigente deposto Jean-Bertrand Aristide, como o vencedor das eleições presidenciais.
A declaração foi feita depois de, para evitar a explosão de uma onda de violência, ter sido selado um acordo sobre as acusações de fraude na apuração de votos.
Préval, adversário da mesma elite que ajudou a tirar Aristide do poder dois anos atrás e popular entre as camadas mais pobres do país, afirmou que "fraudes disseminadas" nas eleições de 7 de fevereiro haviam impedido sua vitória já no primeiro turno do pleito.
"Nós vencemos. Agora, vamos lutar pelo Parlamento", disse Préval à Agência de Notícias Haitiana.
Simpatizantes dele foram às ruas de Porto Príncipe para dançar e gritar "vitória, vitória", depois de o Conselho Eleitoral Provisório ter divulgado um comunicado em uma rádio do país, no meio da noite, declarando Préval vencedor.
"René Préval foi declarado o vencedor com 51 por cento (dos votos)", disse Max Mathurin, presidente do conselho, em um comunicado.
Essa é a primeira eleição realizada no país, um dos mais pobres do mundo, desde a deposição de Aristide, em 2004. Aristide, hoje no exílio, foi eleito duas vezes e tirado do poder duas vezes -- na primeira vez, por um golpe militar; na segunda, por uma revolta armada.
Os dois séculos de história do Haiti foram marcados pela instabilidade política, por regimes ditatoriais e pela violência.
Préval, 63, é o único presidente dos 202 anos de existência do país a vencer uma eleição, cumprir seu mandato e entregar pacificamente o poder a um sucessor.
"Para nós, Préval significa esperança, respeito e progresso", disse Jonas Lundi, 28, ao se juntar a uma multidão de partidários do candidato no bairro Canape Vert.
"Agora, temos um presidente eleito pelo povo. Sem violência e com tolerância, vamos trabalhar juntos para levar esse país para frente."
O Brasil, que lidera a força de paz de 9.000 soldados e policiais da Organização das Nações Unidas (ONU), patrocinou um acordo sobre os 85 mil votos em branco da eleição.
Os votos em branco, cerca de 4,7 por cento do total, foram incluídos na contagem final como prevê a lei haitiana e reduziram a porcentagem dos votos alocada para cada candidato. Depois de abertas 90 por cento das urnas, Préval obtinha 48,7 por cento dos votos, o que deixou furiosos seus partidários.
Muitos haitianos afirmaram que o número de votos em branco era alto demais e que não podiam imaginar pessoas caminhando quilômetros até os locais de votação para deixar de escolher um candidato.
A missão da ONU criada para zelar pela paz no Haiti também reconheceu que mesários contratados por alguns candidatos podem ter enchido urnas com votos em branco.
O acordo sobre esses votos elevou a cota de Préval para 51,15 por cento, acima da maioria simples necessária para evitar um segundo turno, em 19 de março.
O novo presidente deve tomar posse no dia 29 de março, substituindo o atual governo interino comandado pelo primeiro-ministro Gerard Latortue e nomeado após a deposição de Aristide.
Alguns dos simpatizantes de Préval avisaram que a pequena e rica elite do país não deveria tentar desestabilizar o novo governo.
"Nós elegemos Préval para ficar no poder cinco anos", afirmou Jean-Marie Theodore, um estudante de 25 anos. "Não vamos permitir que ele deixe de cumprir um minuto que seja de seu mandato de cinco anos."
Fonte: Reuters
Retirado do site Defesanet
http://www.defesanet.com.br/panoramahaiti/reuters_16fev06.htm
CARTA DE UM MILITAR BRASILEIRO NO HAITI
Enviado por um oficial que está lá. Não é versão da mídia preocupada em retirar o governo da primeira página!!!!
"Prezados chefes e amigos,
Sinto-me na obrigação de remeter-lhes o documento anexo, mas antes chamando a atenção para os comentários que se seguem. Por favor, leiam. São fatos e reflexões apresentadas POR UM MILITAR BRASILEIRO QUE ESTÁ AQUI NO HAITI, e não por um repórter ou uma ONG quaisquer que necessitem, a qualquer preço, alcançar o sucesso.
1. Não há, aqui no Haiti, nenhuma empresa renomada de mídia cobrindo os acontecimentos. Há sim representantes de ONG que mal sabem da História deste país miserável, que mal conhecem os estatutos e as formalidades que regem a MINUSTAH, considerando-se tanto os aspecto s políticos como os aspectos militares da Missão.
2. Basicamente, o povo haitiano divide-se em dois grupos: os ricos, quase que com 100% de envolvimento com operações ilícitas (tráfico de drogas, de armas e aliciamento de gangues violentíssimas que lhes dêem liberdade de manobra), aí se concentrando a maioria dos políticos, dentre os quais o Sr Aristides e seus seguidores configuram-se como um dos mais impiedosos em relação a seus
adversários políticos; e os pobres, os quais, por sua vez, apresentam-se segundo dois nítidos segmentos: os honestos e os envolvidos com as gangues já citadas. Contra elas é que são dirigidas as ações militares, quase sempre bastante intensas, haja vista o hábito da prática da maldade por parte de seus integrantes. Vou dar apenas um exemplo disso: há cerca de dois meses, membros de gangues seqüestraram uma menina de 12 anos de idade que caminhava na
rua com sua mãe, também tão pobre quanto os próprios bandidos, os quais exigiram a quantia de U$10,000.00 pela devolução da menina. Como os pais não conseguiram o dinheiro até o final do prazo concedido, a menina foi devolvida à família, com vida, mas com os dois olhos perfurados a ferro quente.
3. Tive a oportunidade de andar de táxi, em Miami, dirigido por um Sr
haitiano de nome Joseph, o qual me respondera, após ser perguntado o que ele achava dos brasileiros: "brazilians are bon bagay, because they did not do wath the americans wanted they do against the haitians. Brazilians soldiers use to help the people from Port-au-Prince, and this people like the brazilians too much."
Cabe acrescentar, também, que o Hotel onde estamos hospedados fica bem próximo a uma área chamada Bel Air, que, antes dos brasileiros atuarem, era um verdadeiro inferno. Hoje, corro tod as as manhãs pelas ruas de Bel Air, e posso ver a população andando livremente por ali. Quando estou usando a camisa do Brasil, sou constantemente saudado com o seguinte dizer: "BRAZIL, BON BAGAY!".
Vale dizer, também, que essa população, contra quem dirigimos verdadeiros massacres, infringindo os direitos humanos, em dias de jogos do Brasil, colore a cidade de verde amarelo, vestindo, orgulhosamente, a camisa canarinho.
Cito, como último exemplo de nossa tirania no Haiti, o seguinte episódio, que eu mesmo pude presenciar: certa vez, fomos assistir a uma missa de domingo em Cite Militair, outro bairro violentíssimo de Porto Príncipe, situado na área de responsabilidade dos brasileiros, onde têm ocorrido duríssimos entraves entre nossas tropas e diversas gangues. Fomos, os brasileiros, todos fardados, como de costume. Os que assistiram à missa, dentro da Igreja, estavam desequipados e desarma dos, apenas com o uniforme camuflado, de uso diário. Foram
colocados homens devidamente armados e equipados do lado de fora da Igreja, para garantir a segurança do evento, segurança essa solicitada pelo próprio padre da Paróquia. Pois bem: os haitianos tanto se sentem oprimidos pelas ações dos brasileiros que, ao final da missa, durante a saída, entoaram, por alguns segundos, o seguinte coro "BRAZIL, MINUSTAH, BON BAGAY!". A forte emoção
que se compartilhava nada tinha a ver com tristeza. Retratava a felicidade de quem se sentia protegido e a satisfação de quem constatava o dever cumprido. E eu poderia continuar citando exemplos e mais exemplos das conseqüências nefastas
de nossas ações contra os direitos humanos do povo de Porto Príncipe. A propósito, bon bagay, na língua criolle, quer dizer gente boa.
4. Finalmente, vou agora fazer as minhas considerações sobre ataques a direitos humanos. Tenho observado que isso vem ocorrendo de maneira assustadora, particularmente no Brasil, onde vemos atacada, vorazmente, a nossa inteligência. Uma bacia de intelectuais mentecaptos, os quais, promovendo a disseminação inconseqüente de informações difamadoras a respeito da atuação de representantes de seu próprio país, sem conhecimento de causa, simplesmente aderindo ao modismo de se falar mal de Forças Armadas, serve de precioso instrumento político em época de eleições em outro país. É lamentável que tenhamos chegado a esse ponto... Mas o que mais me tranqüiliza é que esses imbecis, esses acéfalos, esses verdadeiros bad bagay, quando não mais puderem sustentar o povo brasileiro com verdades fabricadas, terão que dar crédito aos homens de farda, que servem à Pátria, e não a chefes, para que a nossa querida camisa possa continuar sendo vestida, com orgulho, em todos os cantos do mundo, particularmente no Haiti.
Desculpem o desabafo, e um forte abraço."
Maj Cav JAGUARÊ Saraiva Miranda
E-mail: jaguare@predialnet.com.br
Enviado por um oficial que está lá. Não é versão da mídia preocupada em retirar o governo da primeira página!!!!
"Prezados chefes e amigos,
Sinto-me na obrigação de remeter-lhes o documento anexo, mas antes chamando a atenção para os comentários que se seguem. Por favor, leiam. São fatos e reflexões apresentadas POR UM MILITAR BRASILEIRO QUE ESTÁ AQUI NO HAITI, e não por um repórter ou uma ONG quaisquer que necessitem, a qualquer preço, alcançar o sucesso.
1. Não há, aqui no Haiti, nenhuma empresa renomada de mídia cobrindo os acontecimentos. Há sim representantes de ONG que mal sabem da História deste país miserável, que mal conhecem os estatutos e as formalidades que regem a MINUSTAH, considerando-se tanto os aspecto s políticos como os aspectos militares da Missão.
2. Basicamente, o povo haitiano divide-se em dois grupos: os ricos, quase que com 100% de envolvimento com operações ilícitas (tráfico de drogas, de armas e aliciamento de gangues violentíssimas que lhes dêem liberdade de manobra), aí se concentrando a maioria dos políticos, dentre os quais o Sr Aristides e seus seguidores configuram-se como um dos mais impiedosos em relação a seus
adversários políticos; e os pobres, os quais, por sua vez, apresentam-se segundo dois nítidos segmentos: os honestos e os envolvidos com as gangues já citadas. Contra elas é que são dirigidas as ações militares, quase sempre bastante intensas, haja vista o hábito da prática da maldade por parte de seus integrantes. Vou dar apenas um exemplo disso: há cerca de dois meses, membros de gangues seqüestraram uma menina de 12 anos de idade que caminhava na
rua com sua mãe, também tão pobre quanto os próprios bandidos, os quais exigiram a quantia de U$10,000.00 pela devolução da menina. Como os pais não conseguiram o dinheiro até o final do prazo concedido, a menina foi devolvida à família, com vida, mas com os dois olhos perfurados a ferro quente.
3. Tive a oportunidade de andar de táxi, em Miami, dirigido por um Sr
haitiano de nome Joseph, o qual me respondera, após ser perguntado o que ele achava dos brasileiros: "brazilians are bon bagay, because they did not do wath the americans wanted they do against the haitians. Brazilians soldiers use to help the people from Port-au-Prince, and this people like the brazilians too much."
Cabe acrescentar, também, que o Hotel onde estamos hospedados fica bem próximo a uma área chamada Bel Air, que, antes dos brasileiros atuarem, era um verdadeiro inferno. Hoje, corro tod as as manhãs pelas ruas de Bel Air, e posso ver a população andando livremente por ali. Quando estou usando a camisa do Brasil, sou constantemente saudado com o seguinte dizer: "BRAZIL, BON BAGAY!".
Vale dizer, também, que essa população, contra quem dirigimos verdadeiros massacres, infringindo os direitos humanos, em dias de jogos do Brasil, colore a cidade de verde amarelo, vestindo, orgulhosamente, a camisa canarinho.
Cito, como último exemplo de nossa tirania no Haiti, o seguinte episódio, que eu mesmo pude presenciar: certa vez, fomos assistir a uma missa de domingo em Cite Militair, outro bairro violentíssimo de Porto Príncipe, situado na área de responsabilidade dos brasileiros, onde têm ocorrido duríssimos entraves entre nossas tropas e diversas gangues. Fomos, os brasileiros, todos fardados, como de costume. Os que assistiram à missa, dentro da Igreja, estavam desequipados e desarma dos, apenas com o uniforme camuflado, de uso diário. Foram
colocados homens devidamente armados e equipados do lado de fora da Igreja, para garantir a segurança do evento, segurança essa solicitada pelo próprio padre da Paróquia. Pois bem: os haitianos tanto se sentem oprimidos pelas ações dos brasileiros que, ao final da missa, durante a saída, entoaram, por alguns segundos, o seguinte coro "BRAZIL, MINUSTAH, BON BAGAY!". A forte emoção
que se compartilhava nada tinha a ver com tristeza. Retratava a felicidade de quem se sentia protegido e a satisfação de quem constatava o dever cumprido. E eu poderia continuar citando exemplos e mais exemplos das conseqüências nefastas
de nossas ações contra os direitos humanos do povo de Porto Príncipe. A propósito, bon bagay, na língua criolle, quer dizer gente boa.
4. Finalmente, vou agora fazer as minhas considerações sobre ataques a direitos humanos. Tenho observado que isso vem ocorrendo de maneira assustadora, particularmente no Brasil, onde vemos atacada, vorazmente, a nossa inteligência. Uma bacia de intelectuais mentecaptos, os quais, promovendo a disseminação inconseqüente de informações difamadoras a respeito da atuação de representantes de seu próprio país, sem conhecimento de causa, simplesmente aderindo ao modismo de se falar mal de Forças Armadas, serve de precioso instrumento político em época de eleições em outro país. É lamentável que tenhamos chegado a esse ponto... Mas o que mais me tranqüiliza é que esses imbecis, esses acéfalos, esses verdadeiros bad bagay, quando não mais puderem sustentar o povo brasileiro com verdades fabricadas, terão que dar crédito aos homens de farda, que servem à Pátria, e não a chefes, para que a nossa querida camisa possa continuar sendo vestida, com orgulho, em todos os cantos do mundo, particularmente no Haiti.
Desculpem o desabafo, e um forte abraço."
Maj Cav JAGUARÊ Saraiva Miranda
E-mail: jaguare@predialnet.com.br
BRASIL ACIMA DE TUDO!!!
- Clermont
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homens de farda, que servem à Pátria, e não a chefes,
Perfeito exemplar da velha conversa fiada dos anos 1950-60, que acaba servindo de justificativa para a insubordinação militar. Para servir à Pátria, é preciso sim, obedecer aos chefes. Tanto os chefes militares, hierarquicamente escolhidos, como mais importante ainda: aos chefes políticos civis, democraticamente eleitos.
A opção e cairmos na anarquia, aliás de que o Haiti é o exemplo perfeito e acabado. Um bom exemplo pode ser visto nessa minisérie "JK" da Globo (apesar de todas as babaquices "padrão Globo").
Agora, voltando ao tópico "Haiti", é curioso que o vencedor seja um homem ligado ao afastado presidente. Quero ver se os americanos, daqui a algum tempo, vão descobrir que o novo presidente também é "uma ameaça comunista". E se isso acontecer, quero ver se vai ser o Brasil que vai ter de voltar lá pra limpar a sujeira.
O que me assustou com novo presidente é que ele teria declarado que as forças multinacionais devem ficar mais alguns anos no país, para que ele atinja a normalidade. Por outro lado, eu vi um popular haitiano dizendo que, agora que eles tem um presidente, as forças estrangeiras devem ir embora.
Eu acho que o Brasil faria bem em ouvir mais ao popular da rua, do que ao presidente eleito.
- rodrigo
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Que zona! Fizeram uma eleição fantoche, já que o resultado não foi respeitado. E para evitar um conflito maior, entregaram o poder ao Preval. Pra que eleição?
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa