Diminuir para crescer?

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Túlio
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#46 Mensagem por Túlio » Qua Fev 08, 2006 1:44 am

Luís Henrique escreveu:Desta forma poderiamos ter pessoas entrando no EB como soldado e saindo como sargento ou cabo após 8 anos de trabalho. Esta pessoa sairá e irá direto para a Polícia Militar. Assim o EB reduz o gasto com reserva, mantém um pessoal melhor treinado...


PM? Mas num é bem assim, homem do céu... Ser soldado PM é uma coisa, ser soldado do Exército é bem diferente... No EB, as ROE são muitíssimo dIferentes das da PM... Daí um índio que passou oito anos treinando para a guerra se adeqüar automaticamente para ações policiais é meio demais...
Ademais, a BM - Brigada Militar -, a PM do resto do Brasil, não tem mais o posto de cabo. Então, iria ser todo mundo sargento? E soldado PM, quem iria ser?
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#47 Mensagem por Luís Henrique » Qua Fev 08, 2006 12:51 pm

PM? Mas num é bem assim, homem do céu... Ser soldado PM é uma coisa, ser soldado do Exército é bem diferente... No EB, as ROE são muitíssimo dIferentes das da PM... Daí um índio que passou oito anos treinando para a guerra se adeqüar automaticamente para ações policiais é meio demais...
Ademais, a BM - Brigada Militar -, a PM do resto do Brasil, não tem mais o posto de cabo. Então, iria ser todo mundo sargento? E soldado PM, quem iria ser?
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hehehe, é só uma idéia. O problema é mandar o pessoal embora, porque ai eles ficariam desempregados. Sei que existem diferenças, mas uma pessoa sem experiência nenhuma pode entrar na PM porque uma que serviu o EB não pode?

A PM daria um curso para o rapaz, oras.

Agora, se não for boa idéia, então poderiamos reduzir o tempo de 8 para 6 ou 5 anos e no término simplesmente mandar embora. Seria como se o EB ajudasse a pessoa a pagar a faculdade para quem não tem dinheiro. Depois de 5 ou 6 anos a pessoa esaria formada e segue a sua vida.




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Guerra
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#48 Mensagem por Guerra » Qua Fev 08, 2006 12:57 pm

Luís Henrique escreveu:
Agora, se não for boa idéia, então poderiamos reduzir o tempo de 8 para 6 ou 5 anos e no término simplesmente mandar embora. Seria como se o EB ajudasse a pessoa a pagar a faculdade para quem não tem dinheiro. Depois de 5 ou 6 anos a pessoa esaria formada e segue a sua vida.


esse é o perfil do soldado enganjado. O cara fica no EB para tentar pagar os estudos. O EB poderia até fazer convenios com faculdades, e ainda teria a vantagem que parte do soldo seria um investimento em educação.




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#49 Mensagem por J.Ricardo » Qua Fev 08, 2006 1:46 pm

Estava pensando em algo assim, por exemplo, o rapaz/moça serve durante um tempo (5 anos), estuda, TREINA MUITO PRA GUERRA, depois desse tempo segue por dois caminhos distintos: ou segue carreira nas FA ou vai para o mercado de trabalho com UM DIFERENCIAL, em caso de concursos públicos teria vantagem s/ os demais, já entrar com 1 ponto a mais, ou ter vantagem em caso de empate.
Mas com certeza algum benefício ele teria que ter, outra coisa, a contribuição seria feita para o INSS, desvinculando as verbas das forças para a aposentadoria, para se aposentar seguiria as regras atuais para mercado ou funcionários públicos (aliás esse é um exemplo de que para a lei nós cidadãos não somos iguais!)




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#50 Mensagem por Don Pascual » Qua Fev 08, 2006 1:52 pm

Acho que a solução do soldado profissional temporario é uma das melhores que podemos ter para uma hipotetica profissionalização do EB. Contratos de 2 ou 3 anos de serviço, renovaveis para 8-12 anos de serviço parecem ser o ideal, como alguns companheiros ja disseram aqui.
Mas isso não adiantaria nada se esse sistema não tiver atrativos nem beneficios suficientes para os soldados. O primeiro é o salario: os candidatos mais qualificados tem mais chances de encontrar empregos que paguem mais e que não tem os inconvenientes da vida militar. Logo, é imprescildivel que o salario seja bom o suficiente para atrair melhores candidatos. Eu acho que um soldo de uns 900-1000 Reias, mais adicionais por diarias, campos, fardamento, etc. por mes estaria bom para um primeiro contrato, e com os contratos (e promoções seguintes), esse soldo base iria aumentando.
Outra coisa essencial seria a possibilidades de fazer uma carreira. Alem de promoções proprias para os soldados temporarios (acredito que teriampos de criar mais uma ou duas graduações de praças, como soldados e cabos de primeira classe), para cumprir as aspirações dos temporarios, haver servido deveria trazer vantagens para prestar concursos para as escolas de formação. Todas as vagas da EsSA, EsIE e demais escolas de sargentos deveriam ser esclusivas para soldados e cabos profissionais ou reservistas que tenham cumprido pelo menos o contrato inicial. Algumas vagas exclusivas e relaxamento da idade limite, alem de cursinhos preparatorios para a EsPCEx e AMAN também seria algo interessante.
Agora, nem todos querem ou irão conseguir fazer carreira. Alguns so querem um emprego temporario, outros só querem sentior o gostinho de ser militar por algum tempo. Para esses, que obviamente serão a maioria, há de haver grandes beneficios. Como o Luis Henrique falou, ajudar o militar a fazer faculdade seria uma otima opção, e é exatamente o que os EUA fazem. Outra coisa tambem seria os reservistas terem alguns privilégios para prestarem outros concursos publicos federais e estaduais, como para as policias e cargos publicos (na Espanha é assim, metade das vagas para a Guardia Civil são reservadas para ex-militares, e uma parte das vagas na administracion publica tambem é).
Independente de que medidas sejam tomadas para motivar as pessoas a servirem, é essencial que elas sejam o suficientemente atrativas para atrair bons e numerosos candidatos. A profissionalização na Espanha foi feita as pressas, e pouca importancia foi dada aos atrativos, que agora a Espanha esta afundando numa crise de falta de pessoal, e estão agora desesperados corendo atras do prejuizo. Por isso qualquer redução e profissionalização deve ser bem pensada e planejada, intruduzida lentamente para poder ir sanando os problemas que ocorram.




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#51 Mensagem por Guerra » Qua Fev 08, 2006 2:24 pm

Concordo com voces dois (Don Pascual e J. Ricardo). Eu acho que o salario do soldado enganjado é muito bom, basta mais alguns atrativos, como o da bolsa de estudo, por exemplo, já é mais que suficiente. Também acho que essa profissionalização não precisa ser próxima aos 100%. Um soldado que serve numa cia de comando, seja de brigada ou de divisão, não precisa ser profissional.




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#52 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Fev 08, 2006 3:36 pm

Pelo o que ouvi falar, em Portugal a professionalização correu a um optimo nível e enste momento temos militares suficientes para as operações no exterior. No caso da Espanha, já não foi tão bom, por isso eles recorreram à contratação de individuos da américa latina.

PS: SGT GUERRA adorei o seu avatar!




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#53 Mensagem por Guerra » Qua Fev 08, 2006 4:17 pm

cabeça de martelo escreveu:Pelo o que ouvi falar, em Portugal a professionalização correu a um optimo nível e enste momento temos militares suficientes para as operações no exterior. No caso da Espanha, já não foi tão bom, por isso eles recorreram à contratação de individuos da américa latina.

PS: SGT GUERRA adorei o seu avatar!


Essa foto fica na entrada do pavilhão de comando do CIGS em tamanho gigante, escrito algo do tipo: "é aqui que a onça bebe agua" :lol: :lol:




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#54 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Fev 08, 2006 4:19 pm

Tá boa! :lol:




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#55 Mensagem por Luís Henrique » Qui Fev 09, 2006 12:49 am

Só uma colocação. O Brasil não tem este problema dos europeus. Como aqui a situação não é das melhores, muita gente quer servir por não conseguir arrumar outro emprego.

Acho que a idéia da pessoa poder dar continuidade é ótima. Isto da incentivo e nos permitirá bons candidatos que desejam continuar na Força. Sobre o salário acho que não precisa ser muito alto, já que o Brasil não tem verbas para isto.

O salário de quem serve é medíocre acho que é próximo de um salário mínimo, o sargento pode confirmar, e mesmo assim o EB seleciona 100 mil de um total de quase 1 milhão que querem servir. Ou seja, hoje em dia aqui no Brasil, quem não quer servir não serve porque há pessoas em extremo excesso querendo e não conseguem.

Óbvio o salário não pode ser tão baixo, afinal a pessoa ficará alguns anos servindo. Mas acho que um salário na faixa dos R$ 800 reais está de bom tamanho.




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#56 Mensagem por J.Ricardo » Qui Fev 09, 2006 8:17 am

1 milhão que querem servir ou 1 milhão que se apresentam para o serviço militar obrigatório?
Quando eu me apresentei para o TG de minha cidade pouquissímos queriam servir (eu incluso, afinal trabalhar, estudar e servir o TG não é brincadeira...) e os primeiros as serem dispensados eram os "filhinhos de papai".

OBS: fui dispensado por excesso de contigente, claro que meus joelhos judiados pelo futebol ajudaram bastante... :lol:




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#57 Mensagem por Guerra » Qui Fev 09, 2006 1:11 pm

Só uma colocação. O Brasil não tem este problema dos europeus. Como aqui a situação não é das melhores, muita gente quer servir por não conseguir arrumar outro emprego.


perfeito Luis. Cara, você não imagina a diferença que existe nos soldados de um estado para o outro. Na região norte, o soldado recruta já entra no quartel como se aquilo fosse uma profissão, enquanto que em outros estados o soldado enganjado encara o serviço militar como uma situação passageira, como se não tivesse compromisso nenhum com a instituição.




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#58 Mensagem por Luís Henrique » Qui Fev 09, 2006 2:33 pm

1 milhão que querem servir ou 1 milhão que se apresentam para o serviço militar obrigatório?


Aproximadamente 1 milhão que querem servir. No Brasil temos 186 milhões de habitantes. A cada ano são 1,8 milhões de pessoas que completam 18 anos de idade.

Deste total de 1,8 mi mais da metade quer servir.

Cara, você não imagina a diferença que existe nos soldados de um estado para o outro. Na região norte, o soldado recruta já entra no quartel como se aquilo fosse uma profissão, enquanto que em outros estados o soldado enganjado encara o serviço militar como uma situação passageira, como se não tivesse compromisso nenhum com a instituição.


Este é mais um motivo que nos reforça a defender ainda mais a profissionalização temporária com incentivos como foram propostos aqui. Este pessoal que serve sem compromisso algum devem servirem outro lugar, não as Forças Armadas.




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#59 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Fev 09, 2006 2:50 pm

Essas diferenças regionais acontecem em todo o lado. Em Portugal as unidades estão concentradas no norte porque é lá donde vem a maior parte dos voluntários. É verdade que tb existem unidades no sul mas em número de unidades e de militares muito mais reduzido.




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#60 Mensagem por J.Ricardo » Qui Fev 09, 2006 4:02 pm

Luís Henrique escreveu:Este é mais um motivo que nos reforça a defender ainda mais a profissionalização temporária com incentivos como foram propostos aqui. Este pessoal que serve sem compromisso algum devem servirem outro lugar, não as Forças Armadas.


Por isso deveria acabar essa besteira de serviço militar obrigatório, quem quer servir que se aliste, não obrigar gente que nem tempo tem (estuda e trabalha) para ficar "brincando" que é soldado.
Servir as forças armadas é pra quem tem vocação pra isso, vai pra um quartel de verdade, é adestrado, segue carreira, agora volto a dizer, esse negócio de TG é perda de tempo.




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