FCarvalho escreveu:sapao escreveu:
Talvez quando essa geração chega lá tambem tenha a metalidade de hoje, quem sabe?
De certo que não. Posto que não é possível se manter o uso de uma doutrina hoje na prática cinqüentona, quando ela tiver que lidar com uma realidade totalmente diferente, já aos oitenta.
Isto está sendo dito agora, como foi dito a 30 anos atrás.
Da mesma maneira que se rotula o pensamento de quem está no comando como ultrapassado, acho que deveria se pensar que existe um pouco de experiencia tambem ali; e isso normalmente é desprezado.
Mudanças não são e nunca forma fáceis. Estas doutrinas baseadas no desenvolvimento e integração nacional tiveram, e na verdade ainda tem o seu tempo. Mas como tudo na vida passa, estas também passarão.
Talvez quando TODAS as fronteiras estiverem guarnecidas e povoadas, talvez...
Até lá vai continuar sendo da FAB o unico avião a passar por ali, levando os unicos profissionais de saude junto com os barcos da marinha e dos pelotões do exercito.
Porque eles ali são a unica estrutura do GF com capacidade de tentar garantir o minimo de noção de civilidade e cidadania conforme preve a constituição.
Sem as FFAA ali não seria Brasil e sim um pedaço abandonado de terra no meio do nada.
Neste futuro distante pode ser que esse tipo de missão seja relegada a segundo plano, como é nas outras regiões do país, mas hoje em dia não.
Hoje em dia projetos como o RONDOM ( http://www.projetorondon.org.br/ ) e ACISO/MMI ( http://www.fab.mil.br/portal/capa/index ... cao_social ) ajudam a transformar brasileiros em prol de um pais melhor; por mais piegas que isso possa parecer.
Não creio ser possivel a FAB olhar para o Brasil de 2031 e laborar suas estratégias como quem vê o Brasil do anos 50/60 do século XX, como se fossem o mesmo país.
Não pode e não olha.
Já coloquei aqui e repito: http://www.fab.mil.br/portal/docs/pemaer.pdf
Basta ler e criticar...
Não estou dizendo aqui que FAB deva investir a mais ou a menos em qualquer setor de sua composição, mas antes, de acordo com as END's da vida que vierem, deve priorizar o equilíbrio necessário ao desenvolvimento de seu papel constitucional precípuo.
Mas o que você está dizendo é EXATAMENTE que ela deve investir mais, ou priorizar se preferir, no necessario.
Isso quer dizer que ela vai investir mais em determinado setor dentro do que o "END da vida" ditar, em resumo compras de acordo com o comando da epoca.
E papel constitucional é diferente de seguir o END, o papel constitucional está bem claro na constituição; o END é um estudo de como atingir os meios para cumprir a missão.
E qual é/será o papel principal da FAB? Aquele que as análises geoestratégicas que o Estado brasileiro lhe oportunar e/ou definir.
Negativo,
o papel dela está determinado na constituição e resumido no proprio site:
Missão Constitucional: defender a Pátria; garantir os poderes constitucionais; e garantir a lei e a ordem, por iniciativa de qualquer dos poderes constitucionais.
Atribuições Subsidiárias: cabe à Aeronáutica, como atribuição subsidiária geral, cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pelo Presidente da República.
Missão Síntese:
“MANTER A SOBERANIA NO ESPAÇO AÉREO NACIONAL COM VISTAS À DEFESA DA PÁTRIA”
As analises estrategicas, novamente, vão definir COMO ela vai cumprir o seu papel.
Hoje em dia, por exemplo, levar cidadania É parte do papel da FAB pois se o estado brasileiro lá não estiver outro estado vai estar.
Portanto integrar a Amazonia faz parte do papel constitucional da FAB, e tem quase um seculo que os governantes assim entendem.
Ontem, era a de ser a integradora do desenvolvimento do pais. Ser as "Asas da Amazônia." Neste sentido, a aviação de transporte cresceu e se multiplicou priorizada pelas necessidades do próprio contexto econômico e politico do país. Assim, a caça foi e ainda é pensada dentro do contexto de "defesa aérea".
O transporte cresceu porque o que ganha a guerra é a logistica. E logistica em um pais como o Brasil é algo extremamente importante.
O conceito de Defesa Aerea da maneira como entendemos hoje foi pensado quando da chegada dos CINDACTA/F-103, pois antes era algo pontual.
Como a alcunha é/era defensiva, então pouco ou quase nada se fez no sentido de contemplar a organização da força com os elementos necessários a composição de uma estrutura de caças diferente daquela que foi contruida ao tempo da GM II.
Se fez muito.
So nos ultimos anos passamos a operar com AEW, em pacote, em operações conjuntas multinacionais nos mais variados papeis (atacante, defensor, escolta, controle) e passamos a definir cada vez mais as especialidades esperadas de cada unidade de caça.
Isso nem de longe lembra a FAB que voltou da WW II.
Simplemsnte porque não era prioridade ou tão importante quanto o desenvolvimento da capacidade de transporte necessária à politica de desenvolvimento e integração do país.
Vamos ver, projetos nacionais:
C-95, AT-26 (sob licença), T-27 (armado), A-1, E/R-99, A-29 e agora por ultimo o KC-390.
Aonde está a prioridade no transporte?
Quando nos anos 50/60 o mundo começou a pensar o conceito de superioridade aérea, derivado das experiências da GM II, ainda pensávamos nós aqui em defesa aérea, como fruto dos anos pré-guerra. Ao final dos anos 80, passando pela década de 90, quando os americanos começaram a pensar o conceito de supremacia aérea, fruto das aprendizagens do Vietnã, Iraque I e II e Guerras Balcânicas, nós aqui ainda analisamos e postulamos o conceito de superioridade aérea. Vê-se e nota-se as diferenças quanto as prioridades de organização e capacitação das forças aéreas, quanto à caça.
Acho que você confundiu as coisas.
Os conceitos de Defesa, Superioridade e Supremacia Aérea já são descritos pelo Gal. GIULIO DOUHET bem antes da WW II e valem até hoje.
O que mudou ao longo do tempo foram as formas de se atingir esses objetivos.
O que se viu foi que eram necessários vetores e sistemas integrados e treinados para que a Defesa Aerea fosse executada, impedindo o inmigo de obter a Superioridade/Supremacia e para garantir a nossa sobre ele.
Já na decada de 80 a OTAN (USA) começou a operar o conceito de operação em pacote, que visa garantir periodos de Suuperioridade ou Supremacia em setores especificos para que o maior numeros de missões sejam cumpridas; haja visto que manter qualquer uma das duas todo o tempo requer muito custo, seja de homens/maquinas ou seja de dinheiro.
E a FAB foi uma das primeiras forças fora da OTAN a ter contato com esse tipo de operação quando da participação do A-1 na RED FLAG na decada de 90; evento que mudou muito a mentalidade da força.
Hoje não só a FAB domina esse conceito como procura emprega-lo, dentro das suas limitações sempre que possivel.
Mesmo hoje em pleno século XXI, a caça brasileira se recente de seu papel pouco expressivo ou não relevante na composição dos planejamentos estratégicos fabianos.
E aonde estaria esse ressentimento pelo seu papel pouco relevante dos caçadores?
Só porque eles tem que voar seus A-29/F-5M/F2000 enquanto passam inveja vendo o pessoal da carroça "tirando onda" no seu C-95 B, seu C-130H de segunda mão da Italia ou seu KC-135 que não pode nem pousar direito namaioria dos paises do mundo; o pessoal da Patrulha com seu "Super" P-95C armado com SBAT-70, o pesoal do REC com seu R-95 e sua poderosa maquina e o pessoal do helicoptero com seu H-1H vivendo o sonho de todo mundo que viu filme do Vietnã...
Porque o que eu vejo é um ressentimento GERAL de falta de interesse com a força, aho que talvez você esteja confundindo as emoções.
Porque sempre houveram outras prioridades. Nota-se claramente estas distinções na organização da força.
Prioridades sempre existirão, mas dizer que a caça é relegada a segundo plano, na minha opinião, é um visão errada e não baseada em fatos. Coloque os ultimos 20 anos de TUDO o que a FAB recebeu de equipamento e vai ver que não é bem assim.
E por sinal, aonde estariam as distinções da organização da força?
E pautado nesta situação, notamos também o quanto o Brasil se recente de ter claramente definido um papel para as suas FFAA's neste principio de século. E em função disso, que competências e capacidades lhes propor.
Notamos aonde esse ressentimento?
Porque até onde eu sei o MD existiu muito antes do atual ministro e nunca foi levado a serio por ninguem.
Bastou colocar alguem que se empenhou que a coisa andou, ou estou errado?
E sobre o papel das FFAA, está la´desde 1988.
Se queremos ter uma força aérea, temos que saber definir em termos claros e objetivos o que nós esperamos que nossa força aérea seja capaz de fazer. Se sua missão é defender o país, de que forma estamos lhe oferecendo os subsídios politicos, estretégicos, humanos, técnicos e materiais a fim de que a mesma possa exercer esta missão com a maior proeficiência possível?
E por isso foi feito o END e por conseguinte o PEMAER.
Pois não é possivel pensarmos em uma defesa aérea, sem avançar para a exploração do conceito de superioridade aérea e por consequinte o de supremacia aérea. Se ficamos só naquela primeira, ainda estamos pautando nossas concepções de guerra aérea em um paisagem que já não existe mais, e pior, estamos referenciando nossa capcacidade de defesa no princípio mais que equivocado de que já que não temos inimigos, então não precisamos nos preocupar em ter forças capazes de realizar aqueles dois últimos conceitos.
Novamente você está confundindo conceitos.
Supremacia e Superioridade são estagios desejaveis de serem alcançados em um conflito, não são modos de ação; Defesa Aérea é uma missão a ser cumprida e não uma estrategia.
Este ponto é tipico da leniência e da mediocridade do pensamento e da cultura nacional. Esperamos pra ver o que vai acontecer ou pagamos para ver. A mesma leniência e idiossicrassia que nos levaram a GM II.
Opinião cada um tem a sua, eu acho que o que nos fez entrar para a WW II foi a importancia do país no mundo, que já era primordial naquela epoca por uma serie de fatores.
Entrar no conflito era inevitavel, por mais que tenhamos a tendencia de ficar em cima do muro.
Será que não conseguimos mesmo aprender com as lições da história? Parece que não. Até hoje a FAB continua só pensando na sua capacidade de se defender.
A-1 é para defesa?
Assalto aeromovel é para defesa?
MAR é para defesa?
Aliás, qual FFAA do mundo não existe para Defesa?
Mas se a FAB defende a ela mesma... então quem é que defende o Brasil?
Não seria a FAB parte do Brasil?
Como alguem atacaria o Brasil e não a FAB?