Pepê Rezende escreveu:tflash escreveu:Essa foi a primeira missão internacional portuguesa sob a égide da ONU.
O colega tem que ver que essas fontes são no mínimo, parciais. Há provas do desleixo Português ou é apenas "diz que disse"?
As provas, digamos, são circunstanciais, mas robustas. Nós cuidávamos do MPLA, que ficou desarmado e desmobilizado. Vcs e os norte-americanos cuidavam da Unita, que saiu armada até os dentes e coesa. Por que será?Pepê
Havia dezenas de observadores internacionais, tanto militares como policiais e a meia dúzia de observadores portugueses eram os únicos que controlavam a UNITA? Desculpa, mas recuso a acreditar nessa história. Tanto que era um
oficial brasileiro que comandava os observadores internacionais em Angola.
Pepê Rezende escreveu: Há duas fases claras. Na primeira, EUA e Portugal apoiam Savimbi, aparentemente mais palatável ao Ocidente que os comunas do MPLA. O ponto de virada para os norte-americanos é a descoberta de petróleo em Cabinda. Descobre-se que o MPLA não é tão comuna quanto parece. Aí, Clinton impõe o embargo sobre os diamantes que a Unita exportava, via Lisboa, para os grandes centros de lapidação em Antuérpia. Milagrosamente, os mercenários ex-Executive Outcomes alinham-se com Luanda. Foi o início do fim para os grandes patriotas que representavam a ponta de lança do Ocidente no país.
Já se tinha descoberto petróleo em Cabinda nos anos 60 e foram empresas Norte-Americanas que andaram a explorar esses recursos. O governo Norte-Americano mudou de opinião por dois motivos, os observadores internacionais disseram que as eleições eram válidas e o lobby das empresas norte-americanas. Todos sabemos que foi o fim do comércio dos diamantes por parte da UNITA que acabou com a organização. Sem dinheiro, não há mercenários, não armas, não tropa.
Pepê Rezende escreveu: A Unita nunca primou pela lógica e há provas concretas de que Savimbi não batia bem da cabeça. Como falei, as provas são circunstanciais mas robustas. Quanto ao fato de a Unita ser ou não um bando de maltrapilhos, há duas fases. Depois de romper com o Protocolo de Lusaka, era uma força formidável, treinada por soldados profissionais sul-africanos. Tudo muda com a decisão de Clinton. Aos poucos ela se transforma num grupo depauperado e esfarrapado.
Na assinatura do tratado de paz o contraste entre os oficiais do governo e a liderança da Unita era chocante. Houve um almoço dançante na Assembleia Legislativa de Angola logo após a cerimônia. De um lado, gente forte. De outro, Lukamba Gato e seus comandantes, subnutridos, com camisetas de lojas de departamento e de refrigente sob a farda.
Ou seja, houve dois momentos... Durante a resistência, um dos combatentes do MPLA, todos os dias, voltava para casa no final dos combates e mamava no seio da mulher. Era o único alimento que tinha. O repórter José Rezende entrevistou-o para o Correio Braziliense. O suplemento ganhou um Esso. Não consegui localizá-lo quando visitei o país, mas não duvido que fosse um dos estavam dançando, fortes e felizes, diante dos olhos marejados de Lukamba Gato.
Quando a guerra recomeçou já o Exército Português tinha ajudado as novas Forças Armadas Angolanas a criar a sua Brigada de Operações Especiais. Grande parte dos militares dessa unidade era Comando. Os cursos eram dados por instrutores portugueses, por vezes que até tinham feito o curso em Angola durante a guerra do Ultramar, ou seja, homens que tinham sido treinados para combater tanto o MPLA como a UNITA. Lembro-me de um artigo em que um sargento português dizia que todo o curso era dado por eles excepto a fase operacional que já se fazia em território inimigo tal e qual como se fazia nos anos 60/70 pelos Portugueses. Ele lamentava-se porque não podia ir com a sua “rapaziada” porque a sua missão era treiná-los e não entrar em combate. Os Comandos angolanos na primeira fase da guerra sofreram pesadas baixas porque tinham que combater unidades mecanizadas com equipamento russo e com auxílio de mercenários sul-africanos. Quando deu-se a “volta” as coisas mudaram e os Comandos fizeram a “festa”.
A teoria que os portugueses fecharam os olhos ao não desarmamento da UNITA e o MPLA estava desarmado (que não estava) porque os brasileiros os desarmaram, não pega por várias questões.
1-Já havia as Novas Forças Armadas Angolanas com apoio Português
2-O contingente português não incluía unidades de infantaria, apenas uma Companhia de Transmissões e uma Companhia Logística e meia dúzia de observadores
3-Havia dezenas de observadores internacionais e os mesmos eram comandados por um oficial brasileiro
4-O contingente brasileiro também estava em território controlado pela UNITA, de tal forma que houve toda uma unidade brasileira (batalhão?) cercada pela UNITA e estava prestes a sair uma operação de resgate desses militares quando a UNITA deixou-os em paz
5-...
Recomendo-lhe que veja esta artigo:
http://www.operacional.pt/%e2%80%9cgae% ... angolanos/
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