Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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luisabs
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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#46 Mensagem por luisabs » Sáb Mai 24, 2008 6:58 pm

ademir escreveu:
“Amazônia não está à venda”

Para ministro Celso Amorim, ascensão do país suscita crítica


“A Amazônia não está à venda. Queremos preservar nossa soberania”, declarou. “Mas, ao mesmo tempo, o Brasil tem interesse em melhorar as condições de vida de seus trabalhadores, tanto dos que estão na Amazônia quanto dos que estão nos canaviais”, completou.
(O Estado de SP, 22/5)
Ora, mas parece coisa de criança. De que adianta ficar dizendo uma coisa óbvia, de que a Amazônia é nossa, isso todo mundo sabe. O que o Brasil não enxerga é que a cobiça pelas riquezas da Amazônia, as duas, a azul e a verde, por parte dos paises mais ricos, existe porque não temos condições de defende-las.
Se tivessemos condições de dissuasão, nada seria questionado, então não adianta ficar falando aos quatro ventos, pois ninguém ouve lamúrias. O que tem que ser feito, e de modo mais acelerado, é o reaparelhamento das nossas forças armadas. Só isso!




luisabs
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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#47 Mensagem por luisabs » Sáb Mai 24, 2008 7:02 pm

Ia esquecendo, além das Amazônias, também ficaremos só olhando, se porventura um dia o continente Antártico for partilhado entre alguns paises, afinal a 4° frota está ai pra que mesmo?




PRick

Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#48 Mensagem por PRick » Sáb Mai 24, 2008 7:07 pm

luisabs escreveu:
ademir escreveu:
Ora, mas parece coisa de criança. De que adianta ficar dizendo uma coisa óbvia, de que a Amazônia é nossa, isso todo mundo sabe. O que o Brasil não enxerga é que a cobiça pelas riquezas da Amazônia, as duas, a azul e a verde, por parte dos paises mais ricos, existe porque não temos condições de defende-las.
Se tivessemos condições de dissuasão, nada seria questionado, então não adianta ficar falando aos quatro ventos, pois ninguém ouve lamúrias. O que tem que ser feito, e de modo mais acelerado, é o reaparelhamento das nossas forças armadas. Só isso!
O problema não é esse, mas a tentativa de parte de nossa mídia, querendo fabricar a existência de uma conspiração internacional contra a soberania brasileira sobre a Amazônia. E que a demarcação de uma reserva indígena é parte da conspiração internacional, e que o governo estaria cooperando com ela.

Vamos ser bem claro, se a ONU decidice pela internacionalização da Amazônia, não haveria nada que nossas FA`s e o Governo possam fazer, porque não somos independentes do ponto de vista bélico, compramos armas importadas em sua maioria. A verdadeira soberania é conquistada construindo e desenvolvendo nossas próprias armas, o resto é conversa mole. :evil:

O mais engraçado é que o mesmo pessoal defensor da compra de armamento dos EUA, gosta de falar em soberania e da Amazônia, deixem suas máscaras de lado, quem defende a importação de armamento dos EUA, não pode falar em soberania da Amazônia. Ainda mais depois de Al Gore e Obama.

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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#49 Mensagem por Penguin » Sáb Mai 24, 2008 7:29 pm

http://www.fab.mil.br/imprensa/enotimp/enotimp_capa.htm

Perigo à vista

Paulo Sant'ana

É inacreditável: deu no Jornal Nacional que só em 2007 foram derrubados 100 milhões de árvores na Amazônia.
O presidente Lula já foi visivelmente alertado para o perigo à segurança nacional que encerram o molestamento, a agressão e finalmente a destruição da floresta amazônica.

Tanto que escolheu já dois ministros preservacionistas para o Ministério do Meio Ambiente: Marina Silva, no início do governo, e Carlos Minc, agora, em substituição a Marina.

É que o governo brasileiro está bem atento às advertências de líderes internacionais de que a Amazônia é um "patrimônio internacional", o que quer dizer, em última análise, que, no momento em que a imensa floresta estiver em grande risco, pode haver intervenção militar estrangeira no Brasil.

* * *

Se os EUA invadiram o Iraque sob alegação de perigo iminente à segurança geopolítica e militar do Oriente Médio, conseqüentemente ao mundo ocidental, baseando-se no pretexto de que Saddam Hussein fabricava armas químicas, o que veio a se comprovar era uma falácia, imaginem o que pode acontecer com o Brasil no caso de agressão máxima à Amazônia pelos predadores brasileiros.
Se decidirem intervir militarmente na Amazônia, os EUA terão não só o apoio irrestrito de seu povo, que foi obtido com indecisão e suspeita no caso do Iraque, como de toda a comunidade internacional.

Até a ONU escalará tropas estrangeiras de diversos países para invadir o Brasil, ela que foi contra a invasão do Iraque.

Evidentemente que isso, se acontecer, não ocorrerá em breve, mas a probabilidade de que aconteça, também pelo aquecimento global, é muito grande em alguns anos.

* * *

O motivo de uma provável invasão do Brasil por tropas estrangeiras será impactante em todo o mundo: a sobrevivência ambiental no planeta.

Não há nada que possa mais comover a opinião pública mundial do que isso, o clone de George Bush que estiver no poder em Washington não terá nenhum trabalho para obter autorização da ONU e da Europa para a intervenção no Brasil.

* * *

Em face dessa gravidade, é absolutamente inconsistente a alegação de que as Forças Armadas brasileiras, pelas normas constitucionais, não podem se dedicar a tarefas policiais, como a de proteger a Amazônia, diante do anúncio do novo ministro do Meio Ambiente de que requisitará o uso do Exército para patrulhar e defender os parques nacionais e as reservas extrativistas.

A tarefa do Exército, nesse caso, seria absolutamente constitucional: a máxima segurança nacional.

Não pode haver mais apropriada aplicação do uso do Exército do que essa: a defesa da soberania nacional, ameaçada se a Amazônia continuar a ser seriamente agredida pelos agentes internos.

* * *

Entre todos os países amazônicos, as Guianas, o Peru, a Colômbia, a Venezuela e o Equador, o mais importante, mais populoso e mais repleto de riquezas é o Brasil, justamente a nação que vem mais agredindo esse manancial.

Diversos importantes líderes estrangeiros têm defendido a tese de que a Amazônia pertence a todo o mundo - e não ao Brasil.

Al Gore, o ex-vice-presidente, foi explícito: "Enganam-se os brasileiros se julgam-se proprietários da Amazônia, ela pertence a todos nós".

Pode ser atrevida e arrogante essa afirmação, mas ela ganhará consistência mundial abrangente se a consciência dessa compreensão for ligada ao crescimento alarmante da dilapidação das riquezas da grande floresta, que está alarmando as autoridades brasileiras.

Nunca li em nenhum lugar essa hipótese de intervenção estrangeira no Brasil.

Mas pelos assuntos paralelos todos que leio nos jornais, tenho firme convicção disso.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#50 Mensagem por Guerra » Sáb Mai 24, 2008 7:56 pm

PRick escreveu:
O problema não é esse, mas a tentativa de parte de nossa mídia, querendo fabricar a existência de uma conspiração internacional contra a soberania brasileira sobre a Amazônia.
Interessante é que durante o governo FHC teve muita gente da esquerda que concordava com a existencia de uma conspiração internacional para surrupiar a amazonia. Teve politico da esquerda visitando o CIGs e vendo ali uma fabrica de vietcongs.

Como as coisa mudam.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#51 Mensagem por Centurião » Sáb Mai 24, 2008 9:23 pm

Na minha humilde opinião, muita gente está gastando tempo fazendo o jogo político, enquanto que é preciso fazer o jogo estratégico.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#52 Mensagem por Marino » Dom Mai 25, 2008 9:28 am

Três páginas de reportagem na Isto É desta semana.
Não vou transcrever as fotos.
http://www.terra.com.br/istoe/

Amazônia a soberania está em xeque
Avançam na comunidade mundial as propostas para a internacionalização do maior tesouro verde do Brasil. Uma resposta urgente se faz necessária!

Por OCTÁVIO COSTA Colaboraram: Cláudio Camargo, Luciana Sgarbi e Luís Pellegrini


CONTROLE Exército e Ibama agem contra desmatamento ilegal feito pelas madeireiras
À primeira vista pode parecer fruto da imaginação de um jornalista estrangeiro, sem maiores compromissos, que acaba de desembarcar no Brasil. Mas seria muita ingenuidade acreditar que o conceituado jornal americano The New York Times abrisse espaço para seu correspondente baseado no Rio de Janeiro, sem que tivesse um objetivo editorial de maior alcance. Sob o título “De quem é a Amazônia, afinal?”, o texto assinado por Alexei Barrionuevo na edição do domingo 18 veio engrossar o coro internacional que tem questionado a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Barrionuevo dá seu recado logo no início, quando cita um comentário do então senador americano Al Gore em 1989 (depois ele foi vice do presidente Bill Clinton em duas gestões): “Ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia não é propriedade deles, pertence a todos nós.” Três dias antes de o The New York Times publicar seu artigo, o jornal inglês The Independent, noticiando o pedido de demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi quem deu plantão sobre a Amazônia. E sem o menor pudor: “Uma coisa está clara. Essa parte do Brasil (a Amazônia) é muito importante para ser deixada com os brasileiros.” O que fica claro, diante das notícias de Nova York e Londres, é que a Amazônia corre grave ameaça. A ofensiva dos dois jornais não é gratuita e já passou a hora de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomar uma decisão forte, que ecoe para todo o mundo, de forma inquestionável, a certeza de que a Amazônia é nossa.

A cobiça de potências estrangeiras não é surpresa e tudo começa pela extensão territorial. A Amazônia Legal se estende por nove Estados e ocupa 61% do território brasileiro – sua área equivale à metade do continente europeu e nela cabem 12 países, incluindo Alemanha e França. Ela seria, assim, o sexto maior país do mundo, com uma população de 20 milhões de pessoas. A região faz fronteira de 11 mil quilômetros com Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. O rio Amazonas é o soberano da Terra em volume de água e possui um quinto da água doce do planeta. Segundo avaliações da ONU, o século 21 será marcado por graves conflitos entre as nações, com origem numa única causa: a escassez de água potável. É isso que torna a Amazônia ainda mais estratégica, pois em seus rios estão 21% da água doce vital ao homem. Em seu livro A guerra do amanhã, o assessor para assuntos estratégicos da ONU, Pascal Boniface, previu, entre os cenários de guerras desse século provocadas pelo aquecimento global, a provável invasão da região amazônica por uma coligação internacional. A ação contra a soberania brasileira se justificaria porque “salvar a Amazônia é o mesmo que salvar a Humanidade”. O francês Pascal Lamy, ex-comissário de Comércio da União Européia, é da mesma opinião: “As florestas tropicais como um todo devem ser submetidas à gestão coletiva, ou seja, à gestão da comunidade internacional.”

Como ressalta o The Independent, a Amazônia é uma poderosa reserva de recursos naturais. O diário espanhol El País também destaca que “o mundo tem os olhos postos nas riquezas da floresta”. É por isso que a soberania brasileira é questionada. O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, prefere não levar a sério o The New York Times e desqualifica a idéia de internacionalizar a região: “Quem faz uma proposta dessas deveria passar por uma requalificação psicológica, tal o disparate que contém. Os donos da Amazônia somos nós.” Por mais que o ministro tente reduzir a importância das ameaças, o fato, no entanto, é que os estrangeiros se sentem donos da região há muitos anos. Em 1862, logo após a vitória da União na Guerra Civil americana, o presidente Abraham Lincoln sugeriu a representantes dos negros libertados a criação de um Estado Livre na Amazônia. Dom Pedro II não foi consultado, mas o Brasil foi salvo pelos dirigentes negros que deram uma resposta boa e seca a Lincoln: “Não aceitamos a proposta porque este país também é nosso.” Ainda no Segundo Reinado, o comandante Matthew Maury, chefe do Observatório Naval de Washington, defendeu a livre navegação internacional pelo rio Amazonas. Cem anos depois, o urbanista e futurista americano Herman Kahn teve a idéia de inundar a região num sistema de grandes lagos, com as dimensões do Estado de São Paulo, para permitir a navegação até as minas da Bolívia, do Peru e da Venezuela, fornecedoras de matéria-prima para as indústrias metalúrgicas dos EUA. Em troca o Brasil receberia uma hidrelétrica gigantesca.

Avançam na comunidade mundial as propostas para a internacionalização do maior tesouro verde do Brasil. Uma resposta urgente se faz necessária!

Por OCTÁVIO COSTA Colaboraram: Cláudio Camargo, Luciana Sgarbi e Luís Pellegrini


MOTOSSERRA Ação desordenada na floresta serve de argumento para estrangeiros: o problema é do Brasil, e não deles
Planos para a Amazônia não faltam. Em algumas escolas americanas já circulam mapas que mostram o Brasil extirpado dessa região e do Pantanal. Metendo o nariz na vida alheia, os que questionam nossa soberania justificam o ato alegando que o Brasil tem de ser punido por má gestão. Somos acusados, por exemplo, de não conseguirmos deter o desmatamento. Segundo o instituto inglês Stern, esse é o melhor e mais barato caminho para estancar o aquecimento global. A queima de florestas, por um dia, emite mais dióxido de carbono do que vôos de oito milhões de pessoas entre Londres e Nova York. Daí, a imensa responsabilidade do Brasil. Durante a Sessão Especial da ONU sobre Meio Ambiente, em junho de 1997, o presidente americano Bill Clinton exigiu a redução significativa de gás carbônico e disparou veementes críticas aos países que não impediam a queimada em suas florestas. Para não ficar apenas em palavras, Clinton chegou a desmarcar um encontro com o então presidente Fernando Henrique Cardoso, pois preferiu viajar para a Califórnia, onde se reuniria com prefeitos locais. A questão do desmatamento não deixa de ser um argumento dos que querem internacionalizar a floresta, até mesmo porque os últimos levantamentos do Inpe acusam aumento de áreas queimadas, como revelou Minc na quarta-feira 21. Mas é óbvio que os estrangeiros não são movidos apenas por boas intenções. Muito além das queimadas e da poluição, eles estão de olho é nas incomensuráveis riquezas da Amazônia.

Felizmente, o Exército brasileiro está consciente do perigo. E diz estar preparado até mesmo para a possibilidade mais radical de uma intervenção militar. “Hoje, a Amazônia é nosso maior foco de preocupações com a segurança”, disse o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, em recente entrevista em Brasília. Em sua avaliação, uma hipótese potencial seria a de “uma guerra assimétrica na Amazônia, ou seja, uma guerra contra uma potência muito superior, que nos forçaria a uma guerra de resistência nacional”. Outro cenário, segundo Unger, incluiria a ação militar de um país vizinho patrocinado por uma grande potência, bem como incursões de forças irregulares ou paramilitares. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, não vê um risco imediato, mas ressalta que, apesar de não sermos beligerantes, saberemos nos defender: “Não há nenhum país ameaçando o Brasil, mas precisamos de uma força dissuasiva para remover a possibilidade de que aconteça uma invasão.” Ou seja, pelo sim, pelo não, as Forças Armadas têm se preparado para a pior hipótese. Além de renovar seu armamento, vêm reforçando suas unidades na região com transferência de tropas do Sul para o Norte. “Os militares projetam um conflito futuro, para daqui a 30 ou 40 anos, com um inimigo mais provável, os Estados Unidos”, diz o cientista político Paulo Ribeiro Rodrigues da Cunha, da Unesp. “Não devemos ser paranóicos, mas muito menos devemos ser ingênuos”, conclui ele, tecendo elogios à movimentação das Forças Armadas.

A maioria dos especialistas sustenta que a intervenção militar é uma possibilidade remota. Esse é o caso do coronel da reserva Geraldo Lesbat Cavagnari Filho, fundador e pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp. Ele descarta o conflito e a conspiração com o objetivo de internacionalizar a Amazônia, mas alerta que isso não justifica nenhuma “negligência da defesa militar nesse possível teatro de operações”. E a defesa, a seu ver, não se reduz à dimensão das armas: “Ela abrange, também, a defesa do meio ambiente e das comunidades indígenas, assim como a interceptação do tráfico de drogas e do contrabando de minérios e madeiras.” Nessa linha, o general Carlos de Meira Mattos, falecido em janeiro de 2007, fez pouco da teoria da soberania compartilhada, mas recomendou ao Estado brasileiro demonstrar forte e inabalável decisão de não aceitar a violação de seus direitos. Além da ofensiva diplomática, o Brasil, recomendava Meira Mattos, deve revelar notória capacidade de administrar a Amazônia, “desenvolvendo eficiente política autosustentável que preserve a natureza, proteja suas águas e otimize o seu povoamento”.

As tarefas do Estado brasileiro, portanto, estão mais do que assinaladas. E são urgentes. O melhor meio de enfrentar ameaças à soberania nacional é se fazer presente na região. Isso significa, em primeiro lugar, adotar uma política menos complacente em relação às inúmeras ONGs que atuam na Amazônia. Misturam- se ali raras organizações internacionais de mérito reconhecido em defesa da ecologia e dos direitos humanos com inúmeras entidades inidôneas e de finalidade incerta e não sabida. Na verdade, estão atrás das riquezas e da biodiversidade. Há que impedir essa invasão camuflada de objetivos ecológicos e humanitários. Basta lembrar que 96% das reservas mundiais de nióbio encontram-se na Amazônia e a região também é alvo da chamada biopirataria por parte de laboratórios que buscam patentes inéditas para seus medicamentos. O governo tem procurado se informar sobre os desvios de rota das ONGs e promete adotar regulamentos mais rígidos nas permissões de acesso à floresta. As autorizações passarão pelo crivo dos órgãos da Defesa. Segundo o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., o objetivo é separar o joio do trigo. “Não serão criados obstáculos para as ONGs respeitadas”, diz ele.

Em sua explosiva reportagem, o The New York Times comete o exagero de comparar as novas exigências que serão feitas às ONGs aos tempos da Guerra Fria, quando determinadas áreas da ex-União Soviética eram vedadas a estrangeiros. Diz o jornal que, assim, o Brasil pode terminar como ela. A comparação é tão estapafúrdia quanto a proposta de internacionalizar a Amazônia por se tratar de “um patrimônio da Humanidade”. Só encontra paralelo nas versões que correm em círculos intelectuais europeus e americanos de que o Brasil estaria patrocinando um “pavoroso extermínio de seus índios”. Sob essa alegação, muitas ONGs de fachada defendem com unhas e dentes a política indigenista em vigor, que premiou algumas tribos com territórios maiores do que o de países europeus. A essas ONGs interessa que o Estado brasileiro não tenha domínio político sobre as extensas áreas ocupadas pelos indígenas, sobretudo porque são territórios de riqueza desconhecida – e é mais fácil aos estrangeiros que nos cobiçam tecer nebulosos negócios com os índios. É também por isso que é urgente modificar a atual política de demarcação de terras, uma vez que, se ela continuar como está, índios e ONGs ocuparão cada vez mais o território nacional. Assim, lamentavelmente, muito antes de enfrentar invasores externos, o Brasil terá de invadir uma porção do próprio Brasil para reaver a integridade de seu chão.

Muita terra para pouco índio
Era para ser mais um debate sobre os impactos ambientais da construção da hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu. De repente, o engenheiro da Eletrobrás Paulo Fernando Rezende foi cercado e agredido a golpes de facão por vários índios caiapós, que participavam do evento em Altamira, no Pará. Rezende foi ferido no braço e teve a camisa rasgada. Os caiapós ficaram irritados com suas críticas ao ambientalista e professor da Unicamp Osvaldo Sevá. Daí a agressão que chocou o País na noite da terça-feira 20. A cena, infelizmente, vem confirmar que a questão indígena saiu do controle das autoridades há muito tempo. Basta ver o que acontece com a política de demarcação de terras. O Estado brasileiro não tem a mínima idéia do que se passa no interior das reservas indígenas. Jamais foi feito um inventário e o patrimônio é desconhecido e intocável. Mais grave ainda: as reservas, em seu total, representam 12,5% de todo o território nacional e estão nas mãos de 534 mil índios distribuídos em 220 povos. Somente em Roraima as 32 áreas em poder de várias etnias somam 103 mil quilômetros quadrados, ou seja, 46% do território estadual.

A extensão das terras dos índios em Roraima é superior à área de um país como Portugal, de 92 mil quilômetros quadrados. Um símbolo maior da distorção na política de demarcação é a reserva Raposa Serra do Sol, que se estende por 17 mil quilômetros quadrados e abriga apenas 18 mil índios, a maioria da etnia macuxi. Sua homologação, em abril de 2005, deu origem a uma batalha judicial que foi parar no Supremo Tribunal Federal. O conflito envolve produtores rurais, moradores da região e até mesmo parte da população indígena, que prefere o desmembramento da imensa reserva em partes menores. Em lugar da homologação contínua, os próprios índios defendem a chamada demarcação na forma de ilhas, muito mais equilibrada e realista.

Não há o que discutir: em Roraima, há muita terra para poucos índios. Por mais que o Estado se disponha a fazer um acerto de contas com o passado, nada justifica as dimensões gigantescas de reservas como a Raposa Serra do Sol. Não faz sentido as nações indígenas se transformarem num Estado dentro de outro. Em várias estradas na Amazônia, os índios chegam a cobrar pedágio e determinar os horários em que os caminhões podem trafegar. Com isso, desmoralizam o governo local e põem em xeque a segurança do País. Em recente palestra no Clube Militar, no Rio de Janeiro, o comandante militar da Amazônia, general-de-exército Augusto Heleno Pereira, mesmo sob o risco de ser punido por indisciplina, denunciou os disparates que acontecem na região. “A política indigenista está dissociada da história brasileira e tem de ser revista urgentemente”, afirmou o general Heleno. O general-de-brigada Antônio Mourão, comandante da 2ª Brigada de Infantaria da Selva, apóia integralmente seu colega de farda. “A demarcação contínua coloca a soberania em risco. Daqui a pouco, os índios vão declarar a independência de seus territórios”, adverte Mourão.

Uma coisa que irrita os militares é a tendência de se tratar a questão indígena a partir de uma visão romântica, que trata como iguais índios desiguais, em estágios diferentes de civilização. A maior parte dos índios que vivem em Raposa Serra do Sul, por exemplo, é aculturada e não mora mais em malocas

perdidas na floresta. Como em muitos casos os militares constituem a única presença de Estado na selva, eles afirmam, com alguma razão, que conhecem os índios melhor do que grande parte dos ambientalistas. Além disso, parece inaceitável a idéia de permitir aos índios autonomia total sobre as parcelas do território brasileiro em que vivem. “No bairro da Liberdade, vai ter japonês e não-japonês? Só entra quem é japonês? Como um brasileiro não pode entrar numa terra porque é uma terra indígena?”, indagou o general Heleno. Os generais estão certos. Mas manda a prudência que eles guardem distância dos facões dos índios caiapós.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#53 Mensagem por Edu Lopes » Dom Mai 25, 2008 9:35 am

A Amazônia tem dono

"A Amazônia não está à venda", disse o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, numa reação às investidas cada vez mais freqüentes e mais abusadas de quem questiona os direitos do Estado brasileiro sobre seu território. "Queremos preservar nossa soberania", acrescentou, recorrendo a uma noção usada há poucas semanas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a visita da primeira-ministra alemã, Angela Merkel. A preservação da floresta, afirmou o presidente naquela ocasião, é uma responsabilidade soberana do Brasil. As palavras de Lula passaram quase despercebidas, assim como o absurdo da situação: por que deveria um presidente brasileiro dar satisfações a uma autoridade estrangeira sobre a política nacional para a Amazônia ou para qualquer outra região?

A "elite oligárquica" internacional está incomodada com a ascensão do Brasil como ator relevante, disse o chanceler brasileiro numa exposição a representantes do País no Parlamento do Mercosul. "Há resistências e vamos ter de nos acostumar com isso", acrescentou. Mas a tese do ministro não dá conta de todo o problema.

A emergência do Brasil, como a da Índia e a da China, pode provocar reações adversas, mas o debate sobre a Amazônia vai muito além disso. Começou bem antes de surgir a sigla Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), inventada por um economista para designar quatro países destinados, segundo seus cálculos, a ocupar posições de extrema relevância no século 21. A conversa sobre internacionalização da Amazônia começou há décadas. No Brasil, poucos a levaram a sério até há pouco tempo e muitos ainda não lhe dão importância.

No dia 18 de maio, o New York Times publicou reportagem com o título Afinal, de quem é esta floresta tropical? O texto é basicamente descritivo, mas aponta como "bem estabelecida" a tese da "importância global" da Amazônia como reguladora do clima. O autor lembra um comentário feito em 1989 pelo senador Al Gore, depois vice-presidente dos Estados Unidos e ganhador, em 2007, do Prêmio Nobel da Paz: "Ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia não é sua propriedade, mas pertence a todos nós". Gore visitou o Brasil no ano passado e ninguém lhe cobrou as palavras ditas quase 20 anos antes. Tomada pelo valor de face, aquela declaração não é só uma insolência, mas um gesto hostil. No mesmo ano o presidente da França, François Mitterrand, tirou uma conclusão famosa de sua tese sobre o "direito de ingerência": "O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia".

Descartados como irrelevantes pelas autoridades brasileiras, abusos desse tipo multiplicaram-se. Há dias, o jornal britânico The Independent comentou num editorial a renúncia da ministra Marina Silva, propôs um programa conjunto de preservação da floresta e concluiu: "Essa parte do Brasil é importante demais para ser deixada aos brasileiros".

Ninguém se iluda: não faltarão governos, políticos, organizações não-governamentais (ONGs) e grupos de comunicação dispostos a apoiar de forma cada vez mais aberta e mais articulada a interferência no território brasileiro. Muitos desses grupos já atuam no Brasil e agem sem o mínimo controle na Amazônia, como já foi indicado por testemunhos de militares, técnicos e políticos, como o deputado Aldo Rebelo. Ninguém sabe com segurança a quem servem as ONGs, missões de igrejas e outros grupos atuantes na região. Há evidências de sobra para justificar, sem qualquer fantasia conspiratória, as mais sérias preocupações.

A preservação da Amazônia, como a de todos os demais ecossistemas brasileiros, tem de ser uma preocupação de primeira ordem para todos neste país, mas não é assunto para interferência de grupos privados internacionais ou de potências estrangeiras. Para deixar bem claro esse ponto, o governo deveria, desde logo, abandonar qualquer conversa sobre financiamento de outros países para políticas de conservação. Aceitar financiamentos de governos ou de grupos estrangeiros é uma forma de encorajar a interferência. O Brasil pode e deve assumir compromissos multilaterais de preservação ambiental. Isso vale para todos. Mas o governo dos Estados Unidos, a potência mais poluidora do planeta, rejeitou o Protocolo de Kyoto. Alguém falou em internacionalizar alguma fração do território americano?



Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 7643,0.php




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#54 Mensagem por Marino » Dom Mai 25, 2008 9:46 am

JB:

Amazônia Bicicletas



As eras passam e os países ricos não mudam. A História confirma. Nos séculos 16 e 17, houve o colonialismo com a desculpa da expansão da fé cristã às custas dos ameríndios. No 19, o colonialismo com o pretexto da superioridade racial e tecnológica dos EUA e Europa. O prejuízo ficou com africanos e asiáticos, que sofrem com as conseqüências até hoje. Agora, no século 21, surge o ecocolonialismo e já falam em tomar a Amazônia. Pelo visto nós, brasileiros, somos a bola da vez.

Não é de hoje que sabemos que alguns países têm um tremendo olho grande em nossas riquezas. Falam da internacionalização da Amazônia e agora, justamente quando descobrimos megacampos de petróleo em nossas costas, falam em não respeitar o limite de 200 milhas marítimas e arvoram-se com o direito ao ouro negro ali existente. Ora, se a nação mais belicosa do mundo teve a desfaçatez de inventar motivo para invadir o Iraque, imaginem se não tentarão o mesmo conosco. E aí vem a pergunta, quem irá nos defender?

A realidade do mundo globalizado, onde os interesses macroeconômicos são cada vez mais predominantes, geram cobiças e disputas entre corporações e nações sobre as riquezas em territórios de países como o nosso. Isso é o que está acontecendo em relação às duas maiores e ricas partes do nosso território: as Amazônias – a Verde (floresta) e a Azul (mar). Resta-nos, face a tais cobiças alienígenas, operacionalizar tratativas de defesa das nossas riquezas e gritar alto e em bom som: as Amazônias são nossas!

A recente viagem do governador a Paris, com vistas a projeto de transporte por bicicletas, é um holofote sem brilho. Já nos anos 50-60, eram observadas em subúrbios da Cidade Maravilhosa, como vivenciei em Senador Camará, iniciativas caseiras do uso desses veículos como meios de locomoção (inclusive com guardadores das bicicletas em terrenos próximos às estações ferroviárias). A implantação de linhas de ônibus, com o distanciamento de loteamentos, ao não ser acompanhada sequer de obras de acostamento nas vias, acabou resultando em perigo de atropelamentos, o que inibe o ciclista – que deveria dispor de uma rede de ciclovias, ao mesmo tempo utilitária e de lazer.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#55 Mensagem por Marino » Dom Mai 25, 2008 9:49 am

Área militar sai fortalecida. Governo promete mais rigor

Brasília



Em repouso atualmente numa das gavetas da chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, o esboço de mudanças na Lei dos Estrangeiros para enquadrar as ONGs do exterior mostra que o general Augusto Heleno ganhou a primeira batalha contra o governo depois chamar de "lamentável" e "caótica" a política indigenista.

Ao criar a obrigatoriedade de prévia autorização para a concessão de de visto ou residência para a atuação de estrangeiros em terras indígenas ou em regiões consideradas estratégicas, o Ministério da Justiça passou a dividir essa atribuição com o Ministério da Defesa.

"Em se tratando da região da Amazônia Legal, a atuação de estrangeiros, organismos não-governamentais e instituições análogas ou similares estrangeiras será precedida de autorização específica dos Ministérios da Justiça e da Defesa, por prazo determinado, podendo ser prorrogado" estabelece o texto do artigo 71 do projeto de lei.



Em julho

As mudanças propostas pelo Ministério da Justiça – e que deverão ser enviadas em julho para o Congresso – representam, também, uma reação do governo diante da constatação do desvio de finalidade envolvendo várias ONGs com atuação na Amazônia. Outro trecho do mesmo artigo modificado determina, por exemplo, que o estrangeiro sem autorização dos órgãos competentes "terá seu visto ou residência cancelados e será retirado do país, sem prejuízo das penalidades cabíveis".

Mudança proposta ao artigo 154 da mesma Lei dos Estrangeiros considera a atuação não autorizada uma infração administrativa, cuja sanção prevista é multa que varia de R$ 5 mil a R$ 100 mil, valor que pode ser dobrado em casos de reincidência.

A presença de estrangeiros em áreas indígenas é, até agora, uma atribuição exclusiva da Funai, sem a qual, até mesmo as ações da Polícia Federal se tornariam impraticáveis nas regiões mais isoladas da Amazônia.

As mudanças propostas pelo Ministério da Justiça agradam os militares. Por outro lado também é bom para o governo, que divide a responsabilidade entre os dois ministérios e, ao mesmo tempo, abafa o discurso da soberania nacional do qual uma parte significativa da caserna se apropriou para criticar a política indigenista. Os militares agora podem ser co-responsáveis pelo controle sobre as atividades em áreas indígenas. (V. Q.)




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#56 Mensagem por Edu Lopes » Dom Mai 25, 2008 9:53 am

Marino escreveu:Em repouso atualmente numa das gavetas da chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, o esboço de mudanças na Lei dos Estrangeiros para enquadrar as ONGs do exterior...
É bom correr com isso ou logo vamos acabar perdendo Roraima para essas ONGs.




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#57 Mensagem por Edu Lopes » Dom Mai 25, 2008 10:41 am

SURGE UM NOVO JAPÃO AO SUL DO EQUADOR

Dispondo de um quinto da água doce do planeta, além de ser detentora do maior banco genético e da maior floresta tropical do mundo, bem como sendo possuidora de riquezas minerais incalculáveis, a Amazônia sempre foi objeto de cobiça velada por países estrangeiros, entretanto a voracidade internacional sobre essa parte importantíssima de nosso território tem se tornado cada vez mais ostensiva, conforme podemos constatar mediante declarações de seletas figuras da política internacional.

O general estadunidense Patrick Hughes afirmou em 1998: "se o Brasil quiser fazer um uso da Amazônia que ponha em risco o meio ambiente dos Estados Unidos, precisamos interromper esse processo imediatamente". O ex-vice-presidente americano Al Gore, também proferiu: "ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós". Somando-se a esse perigoso coro, a ex-secretária de Estado americano , Madeleine Albright declarou: "Quando o meio ambiente está em perigo, não existem fronteiras". O diretor da Organização Mundial do Comércio(OMC), o Francês Pascoal Lamy, em uma conferência sobre governança global, assim se expressou: "As florestas tropicais como um todo, devem ser submetidas à gestão da comunidade internacional". Fica patente, portanto, que a argumentação de proteção ambiental é a principal arma utilizada pelos globalistas para interferirem em assuntos internos do Brasil.Na verdade, é a questão econômica que está por trás de toda essa "onda verde".

O The New York Times, em editorial intitulado "Amazônia em Risco",assim se pronunciou no dia 31 mai 2005: "No momento, a maior ameaça individual à Amazônia é o crescimento explosivo do cultivo da soja no Estado do Mato Grosso, na divisa sul da floresta", portanto fica patente que a verdadeira preocupação dos estadunidenses é a questão econômica.O forte avanço do nosso agronegócio, que disputa palmo a palmo espaço no mercado mundial com os Estados Unidos, além de outras riquezas ligadas à biodiversidade da Amazônia que poderemos explorar, somadas à nossa indústria dos biocombustíveis, decerto nos catapultará à estatura de potência mundial, consumando-se assim a profecia estadunidense do perigoso surgimento de "um novo Japão ao sul do equador".

Vale a pena também atentarmos para uma afirmação de dois diretores do banco Mundial, John Redwood III e Vinod Thomas, expressa num artigo veiculado na grande mídia, no qual se mostraram extremamente preocupados com a proficiência de nossos cultivadores de soja do Mato grosso. Assim se manifestaram: "O Desmatamento na Amazônia, em parte, resulta de incentivos econômicos para a expansão da pecuária e da soja na região e do avanço da soja sobre os pastos do Cerrado, empurrando a pecuária para a Amazônia", portanto na visão desses diretores basta cessar o fornecimento de incentivos econômicos e o desmatamento se exaurirá, porém sobre os incentivos econômicos aos produtores agrícolas americanos eles nada disseram. O referido editorial, utilizando a argumentação da onda verde, asseverou ainda: "A Amazônia é um depósito de biodiversidade, uma fonte de medicamentos e um importante antídoto para o aquecimento global. Florestas saudáveis absorvem os gases responsáveis pelo efeito estufa".

Ora, se os estadunidenses estão realmente preocupados com o aquecimento global, por que então não assinam o protocolo de Kyoto? O Protocolo de Kyoto é um instrumento para implementar a Convenção das Nações Unidos sobre Mudanças Climáticas. Seu objetivo é que os países industrializados reduzam até 2008-2012 as emissões de gases que causam o efeito estufa em aproximadamente 5% abaixo dos níveis registrados em 1990, portanto da mesma maneira sórdida que atuaram para invadirem o Iraque, apregoando mentiras sobre mentiras,assim também os EUA estão atuando contra o Brasil.

Salta à vista que as grandes potências vociferam e suas ONGs agitam a Imprensa e os Políticos internamente e no estrangeiro, em um macabro círculo vicioso. Vejamos: quais são as ONGs que mais atuam contra onosso agronegócio, tendo como argumentação a defesa do meio ambiente e das comunidades indígenas? Resposta: A União Nacional para a Conservação da Natureza (UINC) , o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o Greenpeace e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

O que a Agência Brasileira de Inteligência, a ABIn, tem a dizer sobre essas ONGs? Ora, o relatório de um agente da ABIn, publicado no ESTADÃO, em 08 Mai 2005, diz o seguinte: "Tudo indica que os problemas ambientais e indigenistas são apenas pretextos. Que as principais ONGs são, na realidade, peças do grande jogo em que se empenham os países hegemônicos para manter e ampliar sua dominação.Certamente servem de cobertura para seus serviços secretos". O relatório diz ainda: "A UINC e o WWF são orientados pelo Príncipe Charles, do ReinoUnido e o CIMI, principal defensor da 'autonomia e da auto determinação' dos indígenas, teria recebido, entre 1992 e 1994, US$ 85 milhões da Fundação Nacional para a Democracia, dos Estados Unidos, mantida pelo governo e dirigida pelo Congresso americano".

A máscara ambiental dessas ONGs cai por terra quando vemos a contradição dessas forças externas, pois ao mesmo tempo que exigem que cuidemos do meio ambiente, pois nos acusam de destruir a Amazônia, querem enfraquecer a nossa indústria de biocombustíveis, eminentemente geradora de energia limpa, o que deixa claro que a questão ambiental é somente um pretexto.A grande verdade é que há uma sórdida aliança entre forças estrangeiras e interesses espúrios internos, visando frear nosso desenvolvimento econômico,principalmente nosso agronegócio e nossa indústria de biocombustíveis, a fim de que jamais nos tornemos uma potência mundial.

MELQUISEDEC NASCIMENTO

COORDENADOR DO MOVIMENTO LIBERAL BRASILEIRO - MOLIBRA



Fonte: http://militarlegal.blogspot.com/2008/0 ... uador.html




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#58 Mensagem por Plinio Jr » Dom Mai 25, 2008 11:31 am

SGT GUERRA escreveu:
PRick escreveu:
O problema não é esse, mas a tentativa de parte de nossa mídia, querendo fabricar a existência de uma conspiração internacional contra a soberania brasileira sobre a Amazônia.
Interessante é que durante o governo FHC teve muita gente da esquerda que concordava com a existencia de uma conspiração internacional para surrupiar a amazonia. Teve politico da esquerda visitando o CIGs e vendo ali uma fabrica de vietcongs.

Como as coisa mudam.
Pois é, as coisas mudam, ainda mais quando mudam as posições e o que era oposição , hoje é governo.... :idea:




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#59 Mensagem por Plinio Jr » Dom Mai 25, 2008 11:33 am

Edu Lopes escreveu:
Marino escreveu:Em repouso atualmente numa das gavetas da chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, o esboço de mudanças na Lei dos Estrangeiros para enquadrar as ONGs do exterior...
É bom correr com isso ou logo vamos acabar perdendo Roraima para essas ONGs.
É aí que está o grande problema...se realmente existe interesse que estas leis saiam do papel e sejam cumpridas... :!: :!:




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Re: Amazônia: Vulnerabilidade – Cobiça – Ameaça

#60 Mensagem por Edu Lopes » Dom Mai 25, 2008 11:56 am

Plinio Jr escreveu:
SGT GUERRA escreveu: Interessante é que durante o governo FHC teve muita gente da esquerda que concordava com a existencia de uma conspiração internacional para surrupiar a amazonia. Teve politico da esquerda visitando o CIGs e vendo ali uma fabrica de vietcongs.

Como as coisa mudam.
Pois é, as coisas mudam, ainda mais quando mudam as posições e o que era oposição , hoje é governo.... :idea:
O que essa gente dizia quando oposição não se devia escrever. Hoje se revoltam quando a atual oposição tenta fazer o que eles cansaram de fazer. São uns hipócritas. Só enganam analfabetos e ignorantes, que, infelizmente, são a maioria "nestepaís". E vão continuar sendo, pois não interessa a ninguém mudar esse quadro (e ai nesse balaio o PT não está só, mais uma vez, infelizmente).




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