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Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Sargentos

#46 Mensagem por Guerra » Sex Dez 16, 2005 5:38 pm

cabeça de martelo escreveu:Isso é ridiculo, os sargentos são uma das pedras basilares em qq exército! Sem os sargentos não há ponto de contacto entre os Oficiais e os Praças. Essa situação faz-me lembrar o exército russo, onde o sargento pouco ou nenhum poder tem por causa da recusa dos oficiais em passar algumas competências para os sargentos. :(

cabeça de marelo, na entrada da escola de sargento do EB esta escrito: sargento, elo fundamental entre o comando e a tropa. O sargento já teve um papel importante no EB.




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#47 Mensagem por Don Pascual » Sex Dez 16, 2005 6:11 pm

Acho que o exército americano é o que mais valoriza o sargento. O EB esta tentando copiar (ou adaptar) o modelo americano. Eu andei lendo um pouco sobre o sargento no exército portugues, e u prefiro o modelo portugues que o americano. Acho que que esta mais dentro da nossa realidade.


Como que é o modelo português? Por que achas que seria melhor pra nós que o sistema estadunidense? Eu particularmente gosto do sistema estadunidense, mas desconheço por completo como são as coisas lá em Portugal.




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#48 Mensagem por Clermont » Sex Dez 16, 2005 10:13 pm

Sgt Guerra escreveu: Acho que o exército americano é o que mais valoriza o sargento. O EB esta tentando copiar (ou adaptar) o modelo americano. Eu andei lendo um pouco sobre o sargento no exército portugues, e u prefiro o modelo portugues que o americano. Acho que que esta mais dentro da nossa realidade.


Saudações, Sgt Guerra.

Uma vez, um oficial Marine americano contemplou um sargento dos Fuzileiros Navais brasileiros ministrando instrução. Ficou encantado com a atuação do homem e comentou que nunca tinha visto sargentos assim antes. Um oficial FN brasileiro perguntou: "Nem nos Marines?" O americano respondeu: "Não. Nem nos Marines".

Mas isso foi antes de 1964. Cá com os meus botões, sempre me perguntei, teria a tragédia que foi o episódio do levante dos sargentos do Exército e da FAB em Brasília e a subseqüente palhaçada da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros sob o comando do arqui-bandido "Cabo" Anselmo, tido algum efeito num hipotético (eu escrevi hipotético) rebaixamento da importância dos sargentos dentro das Forças Armadas brasileiras?




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#49 Mensagem por Guerra » Dom Jan 01, 2006 8:48 pm

[quote="Clermont]

Mas isso foi antes de 1964. Cá com os meus botões, sempre me perguntei, teria a tragédia que foi o episódio do levante dos sargentos do Exército e da FAB em Brasília e a subseqüente palhaçada da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros sob o comando do arqui-bandido "Cabo" Anselmo, tido algum efeito num hipotético (eu escrevi hipotético) rebaixamento da importância dos sargentos dentro das Forças Armadas brasileiras?[/quote]

Acho que você acertou na mosca




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#50 Mensagem por Guerra » Dom Jan 01, 2006 8:55 pm

Don Pascual escreveu:
Acho que o exército americano é o que mais valoriza o sargento. O EB esta tentando copiar (ou adaptar) o modelo americano. Eu andei lendo um pouco sobre o sargento no exército portugues, e u prefiro o modelo portugues que o americano. Acho que que esta mais dentro da nossa realidade.


Como que é o modelo português? Por que achas que seria melhor pra nós que o sistema estadunidense? Eu particularmente gosto do sistema estadunidense, mas desconheço por completo como são as coisas lá em Portugal.


Eu também prefiro o americano, mas já estamos a mais de 10 anos tentando copiar e ate agora não vi nada de diferente, a não ser dentro dos muros da EASA. Pelo o que eu entendi (os amigos portugueses poderiam confirmar) o modelo de formação e aperfeiçoamento dos sargentos em Portugal esta mais dentro da nossa realidade. Durante o aperfeiçoamento o sargento pode optar pela linha administrativa ou operacional, aqui no Brasil, além do sargento se aperfeiçoar muito tarde, não existe opção.




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#51 Mensagem por cabeça de martelo » Seg Jan 02, 2006 3:32 pm

Épa eu só posso falar como é na minha unidade. Os graduados são formados na Escola Prática de Infantaria (recruta e especialidade dentro da arma de Infantaria: atirador, morteiros, transmissões, etc), depois eram enviados para São Jacinto (curso de combate), a seguir ou são enviados de acordo a sua preferência e necessidades da Brigada Aerotransportada Independente). Eles podiam escolher entre São Jacinto, Tomar, ou Tancos. Os que iam para Tomar e São Jacinto iam para unidades operacionais e por isso tinham que fazer mais treino operacional, os que iam para Tancos (ETAT) iam para a Casa Mãe dos Pára-quedistas e como tal tinahm que tirar o curso para aprenderem a darem instrução. No segundo contrato podem mudar de unidade mediante um pedido do graduado. Por exemplo, o meu Alferes estev numa unidade operacional antes de ir para a Etat dar recrutas, já o meu furriel fez o caminho contrário, depois do ano e meio como voluntário na Etat a dar instrução, foi para São Jacinto para uma unidade operacional. Os cursos de Pára-quedismo são feitos por sargentos do Quadro Permanente e a sub-especialidade por oficiais e sargentos tanto do quadro como contratados.




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#52 Mensagem por Clermont » Seg Jan 02, 2006 10:51 pm

graduados são formados na Escola Prática de Infantaria


Por favor, Cabeça de Martelo, satisfaça-me uma curiosidade: qual a origem dos sargentos portugueses? Eles são formados diretamente a partir das fileiras (ou seja, são necessariamente soldados e cabos promovidos) ou são civis aprovados em concursos para escolas de formação de graduados?

Tomar


Tomar, hein? Como vai o velho castelo da Ordem do Templo? Firme e forte?

Alferes


Sempre achei que o Exército brasileiro podia ser um pouquinho mais tradicionalista do que é. Não sei quem foi o fariseu que teve a idéia de alterar a consagrada designação "Alferes" para "2o Tenente".




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#53 Mensagem por Guerra » Ter Jan 03, 2006 10:00 am

cabeça de martelo escreveu:Épa eu só posso falar como é na minha unidade. Os graduados são formados na Escola Prática de Infantaria (recruta e especialidade dentro da arma de Infantaria: atirador, morteiros, transmissões, etc), depois eram enviados para São Jacinto (curso de combate), a seguir ou são enviados de acordo a sua preferência e necessidades da Brigada Aerotransportada Independente). Eles podiam escolher entre São Jacinto, Tomar, ou Tancos. Os que iam para Tomar e São Jacinto iam para unidades operacionais e por isso tinham que fazer mais treino operacional, os que iam para Tancos (ETAT) iam para a Casa Mãe dos Pára-quedistas e como tal tinahm que tirar o curso para aprenderem a darem instrução. No segundo contrato podem mudar de unidade mediante um pedido do graduado. Por exemplo, o meu Alferes estev numa unidade operacional antes de ir para a Etat dar recrutas, já o meu furriel fez o caminho contrário, depois do ano e meio como voluntário na Etat a dar instrução, foi para São Jacinto para uma unidade operacional. Os cursos de Pára-quedismo são feitos por sargentos do Quadro Permanente e a sub-especialidade por oficiais e sargentos tanto do quadro como contratados.


Sim, mas existe um curso de formação e um curso para promoção a sargento chefe, não é isso?




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#54 Mensagem por Guerra » Ter Jan 03, 2006 10:14 am

Nas ferias dei uma voltinha em Três Corações e tirei umas fotos da ESA.


Imagem

O teatro da escola

Imagem

Imagem

Portão das armas.

Lembrei dos bons tempos que eu me escondia da PE nos banheiros da rodoviária :lol: :lol: :lol:
Vi também a estatua do Pele. Acho que atualmente ela descança em paz, na minha epoca de aluno fez ou outra ela amanhecia pintada de branco.




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ESE

#55 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jan 03, 2006 11:57 am

As Forças Armadas Portuguesas neste momento são totalmente profissionais, como tal há duas formas de formação no exército. Os graduados contratados são formados nas Escolas Práticas de cada arma (ex: Escola Prática de Infantaria, Escola Prática de Cavalaria, etc.), onde fazem a recruta e tiram as especialidades dentro da sua arma. A seguir são enviados para as várias unidades do exército (sejam elas unidades de instrução ou unidades operacionais. Esse pessoal passado 6 anos, é corrido do exército, pq não pode renovar mais contratos.
O pessoal que queiram fazer carreira no exército na classe de Sargentos, tem que ingressar na Escola de Sargentos do Exército (ESE), que fica nas Caldas da Rainha. É uma escola com vagas muito limitadas e os indivíduos que pretendem ingressar nessa escola têm que passar por muito. A concorrência é muita e é exigido que os candidatos tenham o 12º ano de escolaridade (a seguir só há mesmo a universidade). Se conseguirem entrar terão que passar um ano na ESE, com disciplinas totalmente vocacionadas para a vida militar com uma forte componente teórica/prática mas com matérias gerais. No segundo ano são enviados para as Escolas Práticas das suas armas, de forma a aumentar mais os seus conhecimentos (desta vez relacionados com a sua arma em questão). Primeiro recebem instrução a seguir, dão essa mesma instrução (tanto a graduados contratados com a praças).
Desta forma quando finalmente acabam o curso, estão preparados para ir para qualquer lado. No meu tempo só militares já prontos é que podiam ingressar na ESSE, mas neste momento já se pode tentar ir para a ESSE directamente da vida militar. Se relerem a história dessa Sargento que ficou em primeiro lugar veram que ela acabou o 12º ano e foi directamente para a ESE.

A parir de 1º Sargento, todas as promoções a seguir, os militares em questão têm de fazer cursos para poderem ser promovidos (ex: curso de Sargento-Ajudante, curso de Sargento-Chefe, curso de Sargento-Mor). Os militares da Classe de Sargentos tb podem ser promovidos a oficiais, mas têm que passar por um Instituto militar, de forma a tirarem outro curso. No exército os Praças só podem ser promovidos a sargentos se forem para a ESE. Na Marinha e na Força Aérea já não é assim, um militar que tenha as habilitações escolares e que mostre capacidade pode tirar cursos que lhe permite chegar a Sargento e mesmo a oficial. Na ETAT ainda tinha um Capitão do tempo em Que os Pára-quedistas Portugueses pertenciam à Força Aérea, que começou a sua vida militar como praça.

Desculpem mas agora tenho que ir. Assim que poder continuo o post.




Editado pela última vez por cabeça de martelo em Qua Jan 04, 2006 9:48 am, em um total de 1 vez.
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Recruta

#56 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jan 03, 2006 11:59 am

TROPAS NORMAIS (já está desatualizado, mas dá para ver as várias unidades)

PMG (Preparação Militar Geral):

CFO/ CFS: EPI, EPA, EPC, EPE, EPT, EPSM, EPST, RAA 1, Badidos, ESSM.

PComp. (Preparação Complementar):

CFO/ CFS: EPI, EPA, EPC, EPE, EPT, EPSM, EPST, RAA 1, Badidos, ESSM.

TROPAS ESPECIAIS
ETAT

PMG (Preparação Militar Geral):

CFO/ CFS/ CFP: ETAT

PComp. (Preparação Complementar):

CFO/ CFS/ CFP: ETAT

CIOE

PMG (Preparação Militar Geral):

CFO/ CFS/ CFP: CIOE

PComp. (Preparação Complementar):

CFO/ CFS/ CFP: CIOE




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ESE

#57 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jan 03, 2006 12:08 pm

Requisitos de Admissão para a ESE (tb está desatualizado)


a.Ser Sargento ou Praça de qualquer Ramo das Forças Armadas na efectividade de serviço ou na reserva de disponibilidade, tendo prestado pelo menos um ano de serviço efectivo até 1 de Outubro de 2005;

b.Estar autorizado pelo Chefe do Estado-Maior do respectivo Ramo;

c.Ter aprovação no ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente;

d.Ter a disciplina de Matemática para as Armas de Engenharia e Transmissões e para o Serviço de Material;

e.Ter realizado os exames nacionais, com classificação igual ou superior a 10,00 valores, nas seguintes disciplinas específicas:

(1)Para o Serviço de Medicina (Enfermagem): Biologia;

(2)Para os Serviços de Farmácia e de Diagnóstico e Terapêutica (Análises Clínicas): Biologia e Química;

(3)Para o Serviço de Diagnóstico e Terapêutica (Radiologia): Biologia e Física ou Química.

f.Para os candidatos que frequentam o último ano do ensino secundário, no ano do concurso, terem efectuado a inscrição na 1ª fase dos exames nacionais;

g.Não ter completado 25 anos de idade até 31 de Dezembro de 2005, salvaguardando o prescrito no Decreto-Lei nº320-A/2000 de 15 de Dezembro e no Decreto-Lei nº118/2004 de 21 de Maio (Regulamento de Incentivos);

h.Ter revelado qualidades que aconselhem a sua admissão ao curso;

i.Ter bom comportamento moral e cívico e não ter sido condenado por crime ou infracção disciplinar, a que corresponda pena de prisão ou pena disciplinar superior a repreensão;

j.Ter robustez física e psicológica indispensável ao exercício da profissão militar e de Sargento dos QP do Exército;

k.Possuir as qualidades físicas e psicológicas necessárias para o desempenho da função de Sargento dos QP, confirmadas na inspecção médica e na prova de aptidão psicológica;

l.Não ter sido eliminado dos estabelecimentos de ensino militar por motivos disciplinares ou por incapacidade para o serviço militar;

m.Eliminação de candidatos – será eliminado qualquer candidato cujo comportamento durante a execução dos pré-requisitos do concurso possa prejudicar o normal funcionamento do mesmo ou que revele falta de honestidade;

n.Satisfazer todos os requisitos fixados nestas normas de admissão.


Método de Selecção


Elementos relacionados
a. Generalidades
b. 1ª Fase - Prova Documental
c. 2ª Fase - Prova de Aptidão Fisica, Psicologica, Musical e Listagem das Áreas
d. 3ª Fase - Inspecção Médica




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Mulheres Pára-quedistas

#58 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jan 03, 2006 2:42 pm

http://tvtel.pt/paraque/22-mulheres.html

A 1ª sargento Rosa foi minha instrutora durante o curso de Pára-quedismo!




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#59 Mensagem por Clermont » Ter Jan 03, 2006 7:05 pm

Ser Sargento ou Praça de qualquer Ramo das Forças Armadas


Então, se entendi direito, uma pessoa para se tornar um sargento, tem antes que ter se alistado como soldado, para só a partir daí, ascender na hierarquia dos graduados.

É isso mesmo?




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#60 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jan 04, 2006 10:24 am

Em primeiro lugar eu tenho pedir desculpa por ser um tipo tão confuso! A esta hora vocês já deviam ter percebido como é que a coisa funciona cá em Portugal, mas com um tipo como eu a explicar... :oops:

Eu não sei como as coisas funcionam aí no Brasil, mas aqui há duas formas de ligação ao Exército: Contratados (com contratos anuais); e os do Quadro Permanente (Sargentos que passaram pela ESE e Oficiais que passaram pela Academia Militar).
Qualquer cidadão Português pode servir nas Forças Armadas, desde que passe nos testes de acesso. Dá-se como voluntário e assina um contrato de ano e meio (pelo menos no meu tempo era assim). No final do contrato se quiser continuar nas FA renova o contrato. O problema é que há um limite de 6 contratos, por isso se quer fazer carreira militar tem que ir ou para a Escola de Sargentos ou para a Academia.
Os Sargentos e Oficiais contratados são formados nas Escolas Práticas das diferentes armas e em média são formados nuns 6 meses. Depois disso são distribuídos pelas várias unidades do exército.

A selecção para quem vai para Sargento ou Oficial é feita antes de ingressar no exército. Se tiveres as habilitações que eles pedem para Sargento ou Oficial fazes as provas físicas, médicas e psicotécnicas e se passares vais fazer logo o curso de Sargentos ou Oficias (que na verdade é uma recruta mais completa).

A ESE antigamente só aceitava militares já formados. Por isso é que aceitava praças, porque o curso era 3 anos aceitava pessoal que só tinha o 9º ano de escolaridade. Agora o curso na ESE é 2 anos e só aceitam pessoal com o 12º ano e as disciplinas que há no curso são meramente militares (antigamente eles ainda tinham Português, matemática, etc.).
Actualmente tb aceitam pessoas vindas directamente da vida civil, que, para além das provas acima referidas fazem uma fase de aptidão à vida militar de 5 semanas (que é basicamente uma recruta para ver se eles realmente querem seguir uma carreira militar.

Eu fui praça por toda uma série de confusões com a minha papelada, por isso se quisesse ascender a Sargento (eu tinha as habilitações literárias, já que tinha o 11º ano), teria de ir para a ESE, já que não poderia ir para a Escola Prática de Infantaria tirar outra vez a recruta (desta vez a de Sargentos).
Como a concorrência era ferocíssima eu preferi retornar à vida civil. è realmente muito difícil ingressar na ESE e na Academia Militar, porque são muitas as pessoas que querem ir para lá, para tão poucas vagas.

Na Marinha e na Força Aérea é diferente tu podes começar como Praça e se mostrares trabalho e capacidade indo subir na hierárquica. O meu pai está muito arrependido de ter saído da Força Aérea, já que havia um camarada de armas que (segundo ele), andou sempre às suas costas durante o curso e agora é Capitão.

Na Marinha também há Quadro Permanente para militares da Classe de Praças.

Espero ter respondido às vossas questões.




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