Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Enviado: Sex Jul 11, 2014 5:32 am
Lá no começo dos anos 1980s, o Brasil fez uma viagem no espaço-tempo para um universo paralelo, retornou em 1994. Ainda assim, setores, políticos e intelectuais não conseguiram voltar ao mundo real. Tenho uma teoria que foi tão marcante quanto as privações pós-guerra na Europa dos anos 1940 e 1950
Abaixo um dos exemplos em relação ao setor automobilístico enfatizando a relação entre consumidor, carros e investimento. É uma coisa de outro mundo e até hoje não voltou as relações civilizadas que existiam até meados dos anos 1970. Explica elementos como por que os carros não desvalorizam no brasil como no mundo desenvolvido, por que os carros tem preço elevado, por que os vendedores sempre falam "é valorizado na revenda" ou "cuidado é importado e a montadora pode sair do país à qualquer momento", por que a VW, FIAT e Chevrolet são líderes, marcas normais como Toyota, Hyundai e Honda são consideradas premium com carros comuns. Esses valores atualizados procedem, diria até que estão subestimados.
Nos próximos capítulos, trago evidencias de outras industrias e setor financeiro. O importante era a noção que eramos todos fudi@#s. Se reclama hoje, por que não lembra do ano de 1994, quando ficaram evidentes as aberrações e distorções da economia brasileira, revelados pelo desacreditado Plano Real.
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Abaixo um dos exemplos em relação ao setor automobilístico enfatizando a relação entre consumidor, carros e investimento. É uma coisa de outro mundo e até hoje não voltou as relações civilizadas que existiam até meados dos anos 1970. Explica elementos como por que os carros não desvalorizam no brasil como no mundo desenvolvido, por que os carros tem preço elevado, por que os vendedores sempre falam "é valorizado na revenda" ou "cuidado é importado e a montadora pode sair do país à qualquer momento", por que a VW, FIAT e Chevrolet são líderes, marcas normais como Toyota, Hyundai e Honda são consideradas premium com carros comuns. Esses valores atualizados procedem, diria até que estão subestimados.
Nos próximos capítulos, trago evidencias de outras industrias e setor financeiro. O importante era a noção que eramos todos fudi@#s. Se reclama hoje, por que não lembra do ano de 1994, quando ficaram evidentes as aberrações e distorções da economia brasileira, revelados pelo desacreditado Plano Real.
Os 20 anos do Plano Real: quanto custavam os carros mais vendidos em julho de 1994 no Brasil?
Fonte: http://www.flatout.com.br/os-20-anos-pl ... o-de-1994/
LEONARDO CONTESINI 10 JULHO, 2014 16 COMENTÁRIOS
Os 20 anos do Plano Real: quanto custavam os carros mais vendidos em julho de 1994 no Brasil?
Neste mês de julho o Plano Real comemora 20 anos de existência. Instituído em 1º de julho de 1994, a nova moeda foi responsável pela volta da estabilidade econômica brasileira e pelo fim dos tempos de hiperinflação (que passou de 2.700% em 1993).
Nessa época, os carros usados eram mais caros que os zero-quilômetro, e era praticamente impossível qualquer possibilidade de financiamento ou compra a longo prazo, e os carros eram vistos como uma forma de investimento.
A nova moeda ajudou também a impulsionar a venda de automóveis e a modernizar a frota brasileira, além de finalmente atrair novos fabricantes ao país. Eles primeiro chegaram como importados para conhecer o mercado, e no fim da década decidiram que valia a pena se instalar por aqui.
Naturalmente, muita coisa mudou nesses 20 anos — o valor do próprio real, inclusive. Por isso, vamos lembrar como era o mercado brasileiro naquele distante julho de 1994, ver os modelos mais vendidos, quanto eles custavam na época e quanto eles custam em reais de 2014.
Os mais vendidos
Antes de falarmos dos mais vendidos, vamos relembrar o mercado nacional da época. Havia apenas quatro grandes fabricantes produzindo no Brasil — Fiat, Ford, GM e Volkswagen — e a opção de modelos não era tão variada como hoje. Eram basicamente duas famílias de modelos e uma linha de utilitários. Por isso, a lista dos 20 mais vendidos incluía praticamente todos os modelos produzidos no Brasil. Do popular VW Gol 1000 ao luxuoso Chevrolet Omega CD.
Gol1000Scan
Mas naquele mês de julho de 1994, as versões populares dominaram o topo da tabela, ajudando a engrossar o número de vendas de seus modelos. Isso por que em 1993 o presidente Itamar Franco havia criado um programa especial para carros populares, que pagavam apenas 0,1 % de IPI e deveriam custar, no máximo, US$ 7.200 (US$ 11.600 em valores atualizados).
Assim, o carro mais vendido no primeiro mês do real foi o Volkswagen Gol, com 18.318 unidades, sendo 11.727 apenas da versão 1000, que custava R$ 7.243 (R$ 34.159).
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O Fusca custava exatamente o mesmo, e apesar do projeto antiquado ele emplacou 1.709 unidades que o colocaram na 11ª posição do ranking geral e em quinto entre os populares. Apenas como comparação, o Voyage, que havia ganhado a versão quatro portas e a cultuada Sport, vendeu 841 unidades — menos da metade do Fusca.
Fiat Uno Mille ELX (1)
O segundo carro mais vendido naquele mês foi o Fiat Uno, com 17.169 unidades das quais 15.822 eram as versões populares Electronic, de R$ 7.253 e ELX, de R$ 7.938. Quanto vale isso hoje em dia? R$ 34.206 e R$ 37.436.
Logo atrás veio o Ford Escort, equivalente ao Focus hoje em dia, certo? Mais ou menos. Na linha de sucessão, isso é verdade, mas na época a Ford decidiu usar a geração anterior do modelo para fazer uma versão popular, o Escort Hobby. A versão correspondia a mais da metade das vendas do hatch médio da Ford: das 8.679 unidades vendidas, 4.399 eram Hobby, que custava R$ 7.386 com motor 1.0 e R$ 12.067 com motor 1.6 a gasolina. Em dinheiro de hoje, são R$ 34.850 e R$ 56.900, respectivamente.
9245
O Chevrolet Omega Suprema CD era o mais caro dos nacionais com seu motor 3.0 e acabamento de importado. Sem opcionais ele custava R$ 48.076, mas podia chegar aos R$ 54.000. Isso significa que era preciso desembolsar o equivalente a R$ 226.750 para colocar o modelo básico na garagem, ou R$ 254.700 com o pacote de opcionais completo.
Chevrolet-Omega-1998-02
O sedã era um pouco mais barato — ou menos caro — e partia de R$ 26.712 (R$ 126.000 atualizado) na versão GL 2.0 a álcool, e podia chegar a R$ 46.739 (R$ 220.430) na versão CD 3.0.
Os importados
Os primeiros anos do Plano Real foram marcados pela valorização da moeda em relação ao dólar, resultado do câmbio controlado. No primeiro mês do real, a cotação do dólar ficou a R$ 0,93, em média. Com o nosso dinheiro valendo mais que o dólar — e uma pequena ajuda da redução do imposto de importação nos anos anteriores — os produtos importados inundaram o mercado brasileiro. Os carros, é claro, não ficaram de fora.
Fiat Tipo i.e (2)
Em julho de 1994 o importado mais vendido foi o Fiat Tipo (ele só se tornaria nacional em 1996), oferecido inicialmente no Brasil somente com motor 1.6 injetado e nas versões de duas e quatro portas. Em julho de 1994 foram vendidas 2.736 unidades do Fiat, e ele não era exatamente barato: o modelo de duas portas custava R$ 17.000 e o de quatro portas saía por R$ 18.000 — mais que o dobro de um modelo popular. Em valores atualizados, são R$ 80.200 e R$ 84.900, respectivamente.
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Outro importado que ficou com cara de nacional de tanto que vendeu foi o Golf GTI. Ele começou a ser trazido em 1993, ainda na época do cruzeiro real e da hiperinflação que chegou a mais de 2.700% naquele ano. Mas em 1994, custando R$ 27.900 (ou R$ 131.600 em valores de julho de 2014) ele se tornou o terceiro importado mais vendido, com 352 unidades vendidas.
Mas o importado que talvez melhor simboliza aquela época é o BMW Série 3 E36. Ele apareceu no Brasil nos primeiros anos após a abertura das importações pelo presidente Collor, mas foi a partir de 1994 que ele se tornou um sucesso de vendas — como qualquer busca em sites de usados pode confirmar.
1998_BMW_328i
Naquele primeiro mês da nova moeda, ele vendeu 202 unidades, o que pode parecer pouco hoje, mas lembre-se que estamos falando de um Brasil de 20 anos atrás. O modelo mais barato era o 318i Compact, que saía por R$ 47.770 (R$ 225.000 em 2014) e chegava aos R$ 87.400 (R$ 412.200) do 325i coupê automático. E se você tivesse grana de verdade, por R$ 117.000 (R$ 551.800) era possível levar para casa o M3.
Uma curiosidade: o mais caro dos importados oferecidos por aqui era o Rolls-Royce Corniche conversível, que custava nada menos que R$ 438.625, um número expressivo mesmo hoje em dia. Corrigido pelo IPCA-E, o valor equivale a R$ 2.070.000 em dinheiro de 2014.
Os esportivos
Em 1994 houve uma certa transição no mercado de esportivos. Os modelos consagrados como Gol GTi, Escort XR3 e Kadett GSi estavam na reta final de suas carreiras, e o mercado nacional começava a receber os importados por preços semelhantes, além de modelos com novas tecnologias como o Fiat Tempra Turbo de R$ 32.692 (R$ 154.180 em 2014) e o Fiat Uno Turbo de R$ 22.500 (R$ 106.110 em 2014), e o Vectra GSi, com seu motor 16v, de R$ 37.334 (R$ 176.073).
Mesmo assim, o Gol GTi saía por R$ 23.117 (R$ 109.023) — você podia levar o GTS por R$ 19.556 (R$ 92.250), mas não teria injeção eletrônica. O XR3 custava R$ 28.148 (R$ 132.750), ou R$ 39.474 (R$ 186.150) na versão conversível e era o rival direto do Kadett GSi.
O esportivo da GM era mais caro que o Ford na versão fechada — R$ 29.505 (R$ 139.150) —, porém mais barato na versão conversível, que tinha carroceria Bertone e custava R$ 38.614 (R$ 182.110).
[ Fotos: Fiat/Divulgação, Reginaldo De Campinas ]