Palpiteiro escreveu:Acho que você não está vendo o mundo em sua volta, o papel da FAB é meramente dar suporte a decisão presidencial, não é escolher um caça, mas formular a parte técnica. E isso ela já fez quando definiu a short list, e como já falamos aqui, não pode ser considerada uma decisão técnica.
A própria idéia de que existe uma decisão de compra de armas técnica já é algo impossível, essa decisão é política, com um agregado técnico, qualquer outra coisa é fantasia. O Brasil não vai esperar a FAB, nem está a reboque da FAB, é o contrário.
E ninguém aqui está falando em decisão, APENAS de lobie político, afinal, existe vida inteligente e técnicos trabalhando para o Governo, fora da FAB. Porém, achar que lobie político não tem peso na decisão, novamente, é não prestar a atenção na realidade.
Razão custo benefício é uma decisão de conteúdo politico, não técnico, porque é impossível formulações objetivas num critério que é uma somatório de vários outros segundo pesos e critérios definidos por escalas de valores, toda vez que tenho escalas de valores, tenho uma decisão política.
Acho que podemos verificar aqui a máxima, vivendo e não aprendendo, sempre as decisões da FAB foram políticas ou limitadas por áreas que nada tinha haver com a "técnica", de forma pouco clara e objetiva, como relatos das escolhas passadas deixam transparecer. É preciso deixar claro, a decisão final sobre compras de armamentos, não é mais da alçada de cada um dos ramos das FA´s, mas tem haver com o Ministério da Defesa e o poder civil, como de fato ocorre nas democracias ocidentais.
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Caro PRick,
Para seu conhecimento, lhe informo que consigo ver muito bem o mundo a minha volta.
E, por isso, sei que é impossível dialogar com pessoas obcecadas.
Você cita a entidade “poder civil”, como se existisse, em contraponto, um “poder militar”.
Da mesma forma, cita “governo”, como se a Aeronáutica não fosse a organização do governo encarregada de conduzir o Programa F-X2.
Parece desconhecer que a confecção da “short list” é apenas um passo do processo de aquisição, no qual é selecionado um pequeno grupo de candidatos com as potenciais melhores propostas, com o único propósito de facilitar o processo e dedicar os esforços apenas nos candidatos com possibilidade de oferecer a melhor oferta.
Fala de “Brasil a reboque da FAB”, e vice-versa, como se a Aeronáutica tivesse objetivos antagônicos aos interesses nacionais.
E para que não paire dúvidas quanto ao que penso, afirmo, sou favorável a que seja escolhido pelo presidente a aeronave que a FAB julgar que melhor atende aos seus interesses.
Um abraço,
Palpiteiro
Como já falaram acima, seu texto é construído de tal forma, que passa o seguinte, os interesses da FAB são superiores e determinantes, eu digo, eles devem ser parte do processo, mas de modo algum são determinantes ou superiores. Foi o seu texto que separou FAB do Governo, FAB da Nação. A dicotomia está no seu texto. Do mesmo modo a teoria do que seria uma decisão técnica, eu digo, você está travestindo um decisão política em técnica.
A parte da FAB já foi e, como falei aqui, não gostei do resultado. E como se um cozinheiro fizesse uma refeição, e dissesse olha fiz tudo na mais alta técnica da culinária, e todos os que comeram responderam; o sabor está ruim. Decisões técnicas que contrariam a realidade, são políticas, melhor usam a técnica para travestir atitudes políticas.
O que você está fazendo é usar o saber técnico, para se arvorar capaz de tomar decisões políticas. A divisão entre civil e militar existe, é fato, um foi eleito para determinar as coisas, o outro foi contratado para obedecer e fazer a parte técnica.
No passado a FAB ficou com caças porque o cliente aceitou algodão como pagamento, escolheu um e a determinação financeira quase a fez operar outro, queria um, mas ficou com outro por conta de vetos, e não vi nenhuma reclamação do tipo.
Isso me parece o seguinte; qualquer decisão tomada por outra esfera é ruim, porque somente minha corporação toma as decisões certas, ou toda decisão tomada pela corporação é a correta, as dos outros está sempre errada, porque não é minha! A palavra técnica entra aí só para justificar essa atitude política, quer dizer, de disputa de poder. O poder atualmente se disputa no voto.
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