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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Jun 06, 2014 2:08 pm
por LeandroGCard
Bourne escreveu:A inflação é uma consequência da política econômica que quer crescer com incentivo à demanda, levando transmutação em maior investimento, produção e mudança técnica. O problema é que a passagem entre maior demanda e investimento não funciona. A questão está em por que as políticas de incetivo á demanda, o suporte público ao investimento não levam a maior investimento. Existe alguma coisa perdida no meio do caminho.
Exatamente.

E a coisa perdida no meio do caminho é a baixa competitividade dos negócios no Brasil, advinda de uma série enorme de fatores que vão da estrutura louca de impostos e do excesso de burocracia à moeda sobrevalorizada, passando pela falta de infra-estrutura, a má preparação da mão de obra (principalmente nos níveis mais elevados, de projetistas e engenheiros à diretores e CEO's), e mais um monte de etc... :? .

Hoje em dia qualquer empreendedor minimamente informado vai pensar um milhão de vezes antes de investir seu dinheiro na produção de qualquer coisa, ao invés de simplesmente aplicá-lo no mercado financeiro. Os papéis mais básicos do governo já dão entre 4 e 5 por cento de rendimento ao ano acima da inflação, sem esforço e com risco praticamente zero, e no setor de financiamento ao consumo é relativamente fácil para quem tem muito dinheiro conseguir 10 vezes isso com dificuldades e riscos muito menores do que os enfrentados por empresas no setor de serviços, na agropecuária ou na indústria. Porque então alguém em sã consciência iria investir em uma nova fábrica ou em novos equipamentos para aumentar a produção? Ainda mais se pensar no fato de que basta uma canetada do governo abrindo um pouco mais o mercado ao exterior e a empresa irá à inexoravelmente à falência, por ser impossível competir com qualquer coisa equivalente que seja produzida lá fora.

Por isso a produção não acompanha a demanda, e não vai acompanhar mesmo até que estas distorções sejam corrigidas. Se isso não for feito a única solução é manter o país neste ritmo de crescimento medíocre (tendendo a ser cada vez menor) e administrar as pressões advindas do conflito distributivo que você muito bem mencionou, pois os que podem mais sempre vão querer ganhar o máximo possível independentemente da taxa de crescimento geral do país, e não terão nenhum escrúpulo em utilizar qualquer meio para isso, inclusive a exacerbação artificial da inflação.


Leandro G. Card

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 17, 2014 11:03 am
por Bourne
Será que funfa :?:
Mantega anuncia incentivo a empresas de médio porte no mercado de capitais3
Camila Maciel
Da Agência Brasil 16/06/201414h14

Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/red ... pitais.htm

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira (16), na capital paulista, medidas para incentivar o acesso de empresas de médio porte ao mercado de capitais.

A isenção de Imposto de Renda sobre ganho de capital, que hoje está em 15%, é uma das ações previstas até 2023.

A medida é válida para empresas com valor de mercado inferior a R$ 700 milhões. "Queremos permitir a expansão dessas empresas no Brasil", declarou, durante a cerimônia na Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F Bovespa.

Mantega estima que o impacto fiscal dessas medidas seja pequeno, tendo em vista que, atualmente, 11 empresas desse porte atuam na bolsa.

"Novas empresas não entrariam, ou entrariam muito devagar, se não fizéssemos essas medidas. Praticamente, estamos falando de algumas dezenas de milhões", apontou, sem definir valor exato, que ainda será calculado.

De acordo com a Bovespa, o potencial é que 15 mil empresas possam se habilitar a abrir capitais. "É uma forma de financiamento mais barato: a capitalização das empresas, adquirindo um sócio", destacou.

A outra medida foi criação de um grupo de trabalho, formado pelo governo e pela Bovespa, para apresentar em 90 dias uma proposta de facilitar o recolhimento de Imposto de Renda.

Segundo o ministro, os incentivos serão detalhados em medida provisória que deve ser publicada em até duas semanas.

"Estamos vendo se é viável tecnicamente fazer valer de imediato essa redução do imposto de renda", explicou. Ele espera que essas medidas estimulem o investimento de pessoas físicas. "Esperamos que isso atraia a poupança privada para a produção", declarou.

Durante o evento, Mantega anunciou também a prorrogação para 31 de dezembro de 2020 dos incentivos tributários para emissão de debêntures de infraestrutura.

Criada em 2011, a medida tinha prazo de cinco anos. Além disso, o ministério incluiu a possibilidade de projetos na área de educação, saúde, hídrica e irrigação e ambiental.

Atualmente, a medida vale para os setores de transporte, mobilidade urbana, logística, saneamento básico, energia, radiodifusão, irrigação e telecomunicação.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 17, 2014 11:47 am
por LeandroGCard
Na minha opinião vai ser apenas mais um paliativo, outro "puxadinho" para tentar compensar uma série enorme de outros problemas que nem sequer são mencionados mais, pois já se desistiu de resolvê-los. Só que se resolvê-los estes puxadinhos vão dar em nada.

Minha aposta. Daqui a um ou dois anos vai se observar que apenas uma quantidade mínima de empresas se aproveitou destas novas normas para realmente abrir seu capital, e uma boa porcentagem delas estará na verdade apenas dando um golpe nos incautos acionistas, bem ao estilo das empresas "X" (embora, é claro, em escala menor - mas ainda assim o potencial é de se ganharem algumas dezenas de milhões :roll: ). As poucas que realmente fizerem bom uso destas novas regras serão no máximo uma gota no oceano, incapaz de alterar de forma significativa qualquer estatística.

"I could be wrong now..., but I don't think so!"


Leandro G. Card

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 17, 2014 3:19 pm
por LeandroGCard
Mais puxadinhos :roll: .

http://economia.estadao.com.br/noticias ... os,1513571

Estamos vivendo disso desde a crise de 2008. Não deu em nada até agora, alguém acha que vai mudar alguma coisa agora?

Para que uma empresa decida realizar investimentos de maior vulto que realmente façam alguma diferença ela precisa de perspectivas de longo prazo, e estas ações emergenciais por tempo limitado e sem garantias de continuidade que o governo Dilma se acostumou a fazer não fornecem isso. Amanhã mesmo a cotação de nossa moeda ou a taxa de juros pode variar violentamente para cima ou para baixo e qualquer eventual ganho com estes puxadinhos pode se tornar irrelevante ou simplesmente desaparecer. Nestas condições, quem tomaria qualquer decisão mais comprometedora de investimento apenas porque o governo lançou outro puxadinho?


Leandro G. Card

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Jun 18, 2014 7:25 pm
por irlan
Oque que ta acontecendo no Brasil? :|

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Jun 19, 2014 2:12 pm
por Bourne
LeandroGCard escreveu:Na minha opinião vai ser apenas mais um paliativo, outro "puxadinho" para tentar compensar uma série enorme de outros problemas que nem sequer são mencionados mais, pois já se desistiu de resolvê-los. Só que se resolvê-los estes puxadinhos vão dar em nada.

(...)

"I could be wrong now..., but I don't think so!"


Leandro G. Card
Olhe bem,

Toda a reforma microeconômica tu chama de puxadinho, atribuindo que são inúteis.

Ou, mais grave, confunde políticas de incentivo à demanda e investimento, relacionados a "nova matriz macroeconômica", com as reformas microeconômicas estruturais. São coisas totalmente diferentes. Uma é a visão política e ideológica do grupo que detém o poder da política macroeconômica. Outra reformas de longo prazo que todos concordam como necessárias para qualificar a burocracia e reduzir entraves.

Dá imprensa que sua posição é que vai haver uma solução mágica com câmbio e juros. Isso é visão conjuntural de macroeconomia. O grupo atual tentou isso e foi fracasso retumbante, cada vez mais se enrolam em uma mistura de protecionismo estilo anos 1970s e crianção de uma dinâmica interna isolada do mundo. A política do Mantega e grupo da unicamp esgotou. Não tem para onde ir. E quando se propõe algo diferente, tu vem com a visão de terra arrasada que vão destruir a industria no Brasil.

Se atribui a culpa da falta de consistência no governo. Uma leitura adjacente é que as instituições são fracas e o governo tem um grau de discricionalidade elevado. Portanto, a solução são mais reformas microeconômicas para tirar poder do governo e mudar o ambiente. E não fazer a linha que o "governo tem que ser simpático à demanda dos empresários" com mudança da política macroeconômica conjuntural.

O relevante no longo prazo são as reformas microeconômica que como esse que tu chama de "puxadinho". Por que mudam estrutural e criam incentivos. O uso de PPP e concessões para obras de infraestrutura convencional e tecnologia são mais relevantes com impacto regionais e setoriais. A mudança de uma legislação ou regra, muda um setor inteiro com efeitos cumulativos de longo prazo. Os estudos do "doing business" do banco mundial mostram os efeitos dos seus "puxadinhos" no longo prazo.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Jun 19, 2014 6:21 pm
por LeandroGCard
Bourne escreveu:Olhe bem,

Toda a reforma microeconômica tu chama de puxadinho, atribuindo que são inúteis.

Ou, mais grave, confunde políticas de incentivo à demanda e investimento, relacionados a "nova matriz macroeconômica", com as reformas microeconômicas estruturais. São coisas totalmente diferentes. Uma é a visão política e ideológica do grupo que detém o poder da política macroeconômica. Outra reformas de longo prazo que todos concordam como necessárias para qualificar a burocracia e reduzir entraves.

Dá imprensa que sua posição é que vai haver uma solução mágica com câmbio e juros. Isso é visão conjuntural de macroeconomia. O grupo atual tentou isso e foi fracasso retumbante, cada vez mais se enrolam em uma mistura de protecionismo estilo anos 1970s e crianção de uma dinâmica interna isolada do mundo. A política do Mantega e grupo da unicamp esgotou. Não tem para onde ir. E quando se propõe algo diferente, tu vem com a visão de terra arrasada que vão destruir a industria no Brasil.

Se atribui a culpa da falta de consistência no governo. Uma leitura adjacente é que as instituições são fracas e o governo tem um grau de discricionalidade elevado. Portanto, a solução são mais reformas microeconômicas para tirar poder do governo e mudar o ambiente. E não fazer a linha que o "governo tem que ser simpático à demanda dos empresários" com mudança da política macroeconômica conjuntural.

O relevante no longo prazo são as reformas microeconômica que como esse que tu chama de "puxadinho". Por que mudam estrutural e criam incentivos. O uso de PPP e concessões para obras de infraestrutura convencional e tecnologia são mais relevantes com impacto regionais e setoriais. A mudança de uma legislação ou regra, muda um setor inteiro com efeitos cumulativos de longo prazo. Os estudos do "doing business" do banco mundial mostram os efeitos dos seus "puxadinhos" no longo prazo.
Olha Bourne,

De que adiantam estas mini-reformas para incentivar a captação de recursos, ou facilitar as PPP´s ou quaisquer outros pequenos detalhes do tipo, se os custos gerais dos negócios, a burocracia absurda, a volatilidade da moeda, os juros absurdos e todos os demais problemas que tu também conhece muito bem continuam intocados e mais, sequer são discutidos e pioram continuamente? Quais as reais perspectivas hoje de que se implementem uma verdadeira reforma do estado (focada no aumento da eficiência), reforma fiscal, ajuste do valor da moeda (ou seja, abandono do programa de controle da inflação via âncora cambial e juros) e etc...?

Você sabe que não é de agora, mas desde o governo Lula que se implementam estas "reformas microeconômicas" como você chama. E tudo tem melhorado muito desde então não é mesmo?


Leandro G. Card

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Jun 21, 2014 6:18 pm
por knigh7
Resultado de Dilma só supera Collor e Floriano Peixoto


RIO - Apesar da ajuda que obteve com a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013, com a inclusão de novos dados industriais, a média de crescimento da economia na gestão de Dilma Rousseff é a pior desde o governo Collor e fica na lanterna do ranking de todos os presidentes do país.

...

Read more: http://oglobo.globo.com/economia/result ... z35JJS6SfF

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jun 23, 2014 2:02 pm
por Boss

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jun 23, 2014 9:21 pm
por irlan
Deve ser matéria comprada...

Eleição ta chegando, acorda pessoal. :evil:

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jun 23, 2014 10:20 pm
por Marechal-do-ar
Não tem nada de mais na matéria, nem no Centro-Oeste.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Jun 25, 2014 2:11 pm
por Túlio
Tem sim, terra pra burro! Comparar conosco: Só o Mato Grosso (MT) tem mais território do que a Região Sul toda, claro que suas fronteiras agropecuárias serão maiores...

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Jun 26, 2014 5:51 am
por Bourne
realmente, não tem nada demais na matéria, falou o óbvio que ultrapassa a mera analise conjuntural do sob e desce que a imprensa adora fazer.

Além da terra para burro, tem custo de agricultura extremamente baixos em relação ao sul, tando que centenas de milhares de famílias sulista migraram para aquelas bandas. A ocupação pesada da região começou nos anos 1970. São jovens e quando romperem os problemas logísticos com corredor norte e sul, explodem na produção de grãos, carnes, industria e serviços.

A posição estratégica no coração da América do Sul que pode ter ligações com pacifico, as regiões sul, sudeste e nordeste brasileiro, Argentina/Uruguai e saídas para o norte é interessante para muitas atividades. Por exemplo, dizem que o Mato Grosso do sul seria o centro de novos investimentos na fabricação de peças de alumínio, se a usina de produção de alumínio no Paraguai decolar.

Se pensar que até cinco anos atrás tinham fazendas que nem estrada asfaltada próxima tinham, ocorreu um avanço importante na infraestrutura.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Jun 26, 2014 11:49 am
por irlan
Oque ta acontecendo com o Brasil?

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Jul 06, 2014 1:13 am
por Bourne
Isso me lembra a conversa que tive com um ex-professor, alto funcionário do governo Lula, membro do Banco Mundial e conselheiro informal da Dona Dilma. Lá no bar perguntei o que ele achava desse Inovar-Auto. A resposta foi "é uma c@gad#$#. Disse e expliquei isso para para Dilma em palavras mais nobres". :mrgreen:

A justificativa era que fechava o mercado interno, cortava pressão competitiva entre essas mega transnacionais e desincentivava novos investimentos. O principal ponto era que jogava fora acesso a mercados externos para ter escala e desovar produção interna, devido aos países atingidos reagirem sendo protecionistas e as multinacionais trocarem os investimentos de país ou reorganizar as linhas de produção. O resultado é que reduziu as possibilidades de exportação e enfatizou o mercado interno. Além disso, a dependência do mercado interno e a falta de motivação para ser competitivo, levaria essa máfia unida aos sindicatos pedir novas benesses para governo e continuar chantageando a população com crescimento do preços e produtos espartanos para manter a lucratividade.

Hoje vemos que estava certo. Foi uma política errada da cabecinha dos caras que acham que o Brasil pode ficar fechada e política industrial é protecionismo com multinacionais. Uma aberração que não fez sentido. Por que elas não trazem nada de inovador realmente nacional e sem motivação para exportarem. A solução dessas cabecinhas expostas para Dona Dilma é mais protecionismo e aprofundar o Inovar Auto. Dizem que ela não está confiantes neles, tanto que esses parecem estar na guilhotina para 2015. Aguardemos e veremos se serão ou não executados.

A política setorial está fortalecendo o oligopólio das multinacionais e os lobbies de empresas e setores. Isso que eles querem. O custo do "tem que produzir aqui" jogam no preço final e nas bondades que vão conseguir dos governos. Enquanto foi jogada fora a oportunidade de patrocinar a integração produtiva, trazer maior eficiência, produtos e reduzir preços no longo prazo. É um setor propício por ser chefiado por multinacionais que decidem as estratégias globais de onde, o que e como transacionar entre diferentes países. O Brasil tem escala minima de mercado interno para tocar uma estratégia dessas.

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Obs.

:arrow: As montadoras entendem o que interessa no Inovar auto, o que não escondem e tem uma enorme dificuldade de usar. A defesa do oligopólio é mais interessante e fornece mais lucros com menos esforços. Todas as montadoras que vieram e term orgulho do "fabricado aqui" recuperam no preço mais elevado e choro para vantagens fiscais. Elas não perdem nada.

:arrow: O México é exemplo como o Brasil poderia ser muito melhor no setor. Cabe ressaltar que o parque automotivo mexicano é formado por multinacionais, assim como Brasil. Porém, o Brasil tem uma enorme vantagem que está no mercado interno, que coloca na rota potencial de qualquer grande montadora e como potencial linha para produtos. Uma vantagens que está sendo desperdiçada.

:arrow: No oligopólio como está desenhado no setor automotivo brasileiro, fechado e protegido, o consumidor não manda nada. Isso no Brasil e mundo. A forma de mudar o cenário para bem da sociedade e país é pela alteração da política industrial para o setor praticada pelo governo. O consumidor comprar carro usado só serve para abastecer a máfia das revendedoras, elevar o preço dos usados que tem um preço absurdo em comparação com mundo, sem alterações nos veículos novos. Se tem gente que reclama do preço dos novos, imagina se comparasse o preço dos usados e desvalorização, iria chorar e comprar uma bicicleta.
Mercado em junho: setor automotivo vive um mês de vendas muito fracas

Fonte: http://www.autossegredos.com.br/2014/07 ... to-fracas/

O mercado de veículos brasileiro voltou a registrar queda durante o último mês. Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), junho somou 250.655 emplacamentos, entre automóveis e comerciais leves, número que representa baixa de 9,81% em relação a maio e de 17,24% em comparação ao mesmo período de 2013. Há de se considerar que era previsível a ocorrência de alguma retração durante a Copa do Mundo, devido à redução de dias úteis provocadas durante feriados e paralizações em decorrência dos jogos. Ainda assim, a desaceleração que o setor enfrenta parece mais acentuada que o esperado: foi o pior resultado mensal dos últimos quatro anos. Vale lembrar que os meses que antecederam o evento esportivo também foram negativos.

teste_VW_Gol_Rallye_24O automóvel mais vendido do país durante junho foi o Palio, que ultrapassou o Gol por uma diferença de quase 1.000 unidades. Entretanto, se considerado o resultado acumulado do ano, o hatch da Volkswagen mantém vantagem confortável sobre o rival da Fiat. O Onix se manteve na terceira posição, seguido pelo Fiesta, que também ficou estável em comparação ao mês passado. O HB20 subiu uma colocação e terminou o mês em quinto. Considerando, de agora em diante, apenas o segmento de compactos, Uno, Fox/CrossFox, Sandero e up! seguem na ordem. Destes, o único a apresentar grande variação foi o modelo da Renault, que em maio estava no quinto lugar geral. Contudo, essa queda é justificável devido à adequação dos estoques para a chegada da nova geração. Mais atrás, vem o veterano Celta.

O Siena continua líder entre os sedãs compactos e ainda foi o sexto automóvel mais vendido do país em junho. O Prisma ultrapassou o Voyage e reassumiu a segunda posição na categoria. O Chevrolet está na frente do Volkswagen não apenas durante o mês, mas também na soma do volume acumulado durante o ano. HB20S, Classic, Logan, Cobalt e Etios seguem na ordem.

Entre os hatches médios, o Focus, que vinha alternando a liderança com o Cruze durante os meses passados, retomou a primeira posição, enquanto o rival da Chevrolet ficou em terceiro. A vantagem no resultado acumulado é do Ford. Entre os dois, veio o Volkswagen Golf, e atrás dos três, o Peugeot 308.

O Corolla, que ultrapassou o Civic no mês passado, voltou a ficar em vantagem em junho. Será que ele se estabelecerá como líder do segmento? No resultado acumulado, o Honda está em vantagem… O terceiro lugar, como é de praxe, ficou com o Cruze. O Sentra sofreu uma queda: continua na quarta colocação, porém separado do rival da Chevrolet por expressivas (e exatas) 600 unidades. C4 Lounge, Jetta, Focus e Fluence vêm nas respectivas posições seguintes, bem próximos uns dos outros.

Imagem

A Weekend (que abandonou o nome Palio na linha 2015) e a SpaceFox seguem como as únicas representantes do segmento de peruas (com exceção dos modelos de luxo), que está seriamente ameaçado de extinção no Brasil. O modelo da Fiat voltou a ficar na frente da rival alemã.

Novo Honda Fit

O segmento dos monovolumes voltou a ser liderado pelo Fit, que mostra fôlego renovado com a chegada da nova geração. A segunda colocada, mais uma vez, foi a Spin. A Idea permanece na terceira posição e, bastante atrás das três primeiras, encontram-se C3 Picasso/Aircross e Livina.

Entre os crossovers, o primeiro lugar mais uma vez ficou com o EcoSport, mas a vantagem em relação ao vice Duster diminuiu para pouco menos de 100 exemplares. No resultado acumulado, entretanto, o Ford se mantém à frente do Renault por uma margem mais confortável. Ainda demonstrando vitalidade, o antiquado Hyundai Tucson completa o pódio. Ix35, Tracker e Pajero ficaram com as respectivas posições seguintes.

Na categoria que parece ser a menos suscetível a mudanças de colocações, a Strada permanece liderando por ampla margem, separada da segunda colocada Saveiro por milhares de unidades. A Montana, por sua vez, vê as duas concorrentes de longe.

teste_chevrolet_s10_26Tampouco houve mudanças entre as picapes grandes mais vendidas do país. A S10 lidera, a Hilux é vice e a Ranger e a Ranger fecha o pódio. Atrás delas, seguem na ordem L200, Amarok e Frontier.

No ranking de marcas, a Fiat abocanhou a liderança novamente. A Volkswagen se manteve na segunda posição, seguida pela Chevrolet e, mais atrás, pela Ford. A novidade ficou por conta da Hyundai, que retomou a quinta posição da Renault, deixando-a no sexto lugar. As duas marcas têm protagonizado, desde o início do ano, uma briga acirrada pelo mercado brasileiro, alternando suas colocações mês a mês. As chinesas Chery e JAC, que no ano passado chegaram a ocupar o meio da tabela, estão amargando um ano ruim e continuam atrás das marcas premium.