PRick escreveu:orestespf escreveu:amx2000 escreveu:Mestre Orestes, nao sei porque, mas quando ouvi que o caca ja estava escolhiddo, so faltava o anuncio, veio a imagem do Gripen na minha cabeca.
Abracos
O que o levou a concluir isso, amigo AMX2000? O Jobim vai à França e Rússia agora e depois aos EUA (para se "desculpar". rsrs). Não existe previsão (ainda?) do mesmo viajar à Suécia.
O papo do Gripen ter sido escolhido no passado não é da forma que se apresenta aqui no DB. Existe muita paixão e poucas informações reais sendo constantemente divulgadas aqui.
O FX-1 foi criado pensando-se especificamente no Gripen, e isto está relacionado a dobradinha do mesmo com o radar Erieye. Tanto que os suécos fizeram um acordo com a Embraer, onde a mesma teria vários benefícios tecnológicos. Mas da noite pro dia o sr. Maurício Botelho "traiu" (que fique claro, entre-aspas!) os suécos, se aliando com os franceses em uma proposta muito inferior a acertada com os suécos.
Os suécos ficaram "desamparados", não podendo mais cumprir o que a FAB desejava (não pelo vetor em si). Foi necessário rever todos os conceitos, procedimentos, etc.
Neste ponto a FAB/Governo (ainda o FHC) passaram exigir cada vez mais o offset, com uma intenção clara de ajudar os suécos e enfraquecer a proposta dos franceses (leia-se Embraer), e principalmente para forçar a Embraer a ceder (em relação aos franceses) e retornarem ao acordo com os suécos.
Observe que não estamos falando apenas em transferência de tecnologia, mas principalmente de "balança comercial". Isto porque os "espaços com os franceses" já estavam no limite (na época) e haviam muitos espaços para serem preenchidos com os suécos.
Mas foi aí que os fabianos e governistas se surpreenderam, os russos entraram de sola no processo. Ofereceram um avião muito maior, bi-motor, mais capaz, muito mais barato, com muito mais transferência de tecnologia e com grandes possibilidades comerciais, o maior espaço a ser conquistado dentre todos os países participantes na época.
Não teve escolha, deu SU-35 na cabeça e isso ainda na gestão do FHC. E sabendo disso, sabendo que a Embraer não ganharia, que pegaria muito mal para qualquer político dizer isso para a população, chegou ao Lula e disse abertamente o que poderia acontecer. Disse que havia duas opções: deixar para o Lula (pró-Embraer na ocasião, basta lembrar da sua campanha eleitoral) a decisão (com a negativa óbvia) ou ele (FHC) fazer a compra, mas se queimando e dando espaço político para o novo governo bater até dizer chega.
Naquela época a transição de governos foi muito boa, e os dois chegaram a um bom termo (opinião deles). Para-se tudo e cria-se uma comissão não-militar para analisar as propostas. No final, o relatório desta comissão "independente" sugeriu ao governo Lula que não haviam dúvidas, que a melhor escolha entre todas as propostas (e disparada) era a proposta dos russos com o SU-35.
Mas o governo precisava mostrar credibilidade, arrumar a casa, ajustar a economia, provar que não daria calotes, etc. Não era mesmo um momento político adequado para comprar caças e muito menos sem envolver a Embraer no processo. Seria uma bomba na cabeça do novo governo. Deu no que deu, cancelamento do FX-1.
Acredite quem quiser, mas o roteiro dos acontecimentos foi realmente este, porém sem detalhar (não posso ainda) as nuances dos bastidores.
Abração,
Orestes
Orestes,
Só tem um problema, ou melhor, uma variável que joga sua equação no espaço ou buraco negro.
Os concorrentes no FX-1 eram outros, agora, não é mais M-2000-Br, que quase levou, mas os Rafinhas, aí o buraco do SU-35 fica mais embaixo. E me parece que o principal continua, a FAB não tem unidade interna, é divida em facções com opiniões divergentes. Bem diferente da MB.
[ ]´s
Minhas equações estão balanceadas, amigo PRick.
O M-2000 BR nem passou perto de ser cogitado pela FAB. Tenho um argumento muito simples para comprovar isso: por que haveria um lobby fortíssimo da Embraer, Dassault, parlamentares, mídia para defender um produto com chances de vencer? Se houvessem chances, não precisava de mais nada, visto que a presença da Embraer seria mais do que suficiente para o caça francês levar o "prêmio", tanto no governo FHC quanto no governo Lula.
Você falou uma coisa certa, a FAB não tem unanimidade no que diz respeito ao caça preferido, isso se traduz pelas aparentes contradições nas falas de brigadeiros espalhadas por aí. Porém quem compra caças e equuipamentos não é a FAB toda, não existe um "plebiscito", quem estuda, analisa e encaminha as sugestões é um comitê interno escolhido a dedo. E este grupo é muito preciso e o mais imparcial possível, por isso os "descontentamento" de brigadeiros e cia.
Realmente o Rafale não fazia parte do FX-1, assim como o SU-35-1 e o Gripen N (ou NG), incluindo aí o F-15 e F-18, sem considerar por hora o F-35.
Mas no fundo o que importa na variável política e "econômica" não é o parecer técnico sobre os caças em si, mas sim o conhecimento sobre os países produtores destes equipamentos e que neste caso, são os mesmíssimos de "ontem". E estes nós já conhecemos de outros carnavais.
Sabemos até onde cada um pode chegar com suas propostas, sabemos não ser possível aceitar menos do que foi oferecido no FX-1, sabemos que transfere ou não tecnologias, sabemos as "condições de benevolência" de cada um, sabemos as restrições ou não quanto aos armamentos, sabemos acima de tudo como cada um negocia.
E isto tudo é suficiente para prever resultados, independentemente do vetor em si que será escolhido e suas capacidades técnicas e operacionais.
Considerando tudo isso, não vejo o Rafale, SU-35-1, Gripen N, etc. como caças novos, não tecnicamente falando, mas como competidores em si. Considerando esta variável contemplada em minhas equações, posso garantir que o Rafale se encontra na mesma ordem de grandeza do M-2000 BR, ou seja, não existe diferença alguma entre o Rafale e o M-2000 BR, da mesma forma que não existem diferenças entre o SU-35 e SU-35-1.
E para encerrar gostaria de lembrar que já existia Rafale no FX-1, que não foi oferecido, segundo "alguns" por ser muito caro, fora do perfil desejado pela FAB. Pergunto: o que mudou de lá pra cá em termos de "valores"? Posso garantir que o SU-35-1 não será absurdamente mais caro do que o SU-35 (não podemos comparar preços da época com o atual). E o Rafale, caiu de preço? Acho que não, afinal de contas não vendeu o desejado, não barateou o preço final, pelo contrário. Assim sendo, os franceses terão que suar muito para conseguir provar o contrário, e sem tentar lucrar
a posteriori (com foi com os M-III no passado), vendendo os caças mais baratos e ganhando e muito depois. Não existe gente boba do lado de lá, mas não existe gente boba do lado de cá também. Falcatrua é uma coisa, ingenuidade é outra.
Abração,
Orestes