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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qui Dez 20, 2012 8:40 pm
por wagnerm25
Provável prisão de deputados amanhã. Impossível não temer pela HECATOMBE (marco) Maia.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Dez 21, 2012 9:47 am
por marcelo l.
Supremocracia
Autor(es): Maria Cristina Fernandes
Valor Econômico - 21/12/2012


Depois de quatro meses em missão destinada a descobrir como uma empreiteira, aliada a um contraventor, aliciou políticos e subjugou interesses públicos a ganhos privados, a Câmara dos Deputados decidiu que nada decidiria. Preferiu remeter os autos da CPI do Cachoeira ao Ministério Público e à Polícia Federal.

O Congresso fez por merecer o jugo do Supremo, que se arvora a lhe retirar a prerrogativa constitucional de julgar o mandato de seus parlamentares? Parece fácil concluir que sim.

O desfecho da CPI contribui para aumentar o descrédito do Congresso, que alimenta o ativismo judicial. O PT, partido que mais provocou essa judicialização e dela mais tem sido vitimado, não tira lições críticas do momento.

Ativismo leva a maior cobrança sobre os ministros

Partiu de um petista, que não poderia deixar de ser carioca, a petição que resultou na dupla ingerência do Supremo no Legislativo com a suspensão da sessão do Congresso que apreciaria os vetos presidenciais à mudança na redistribuição dos royalties do pré-sal.

Não é a oferta um tanto disparatada de asilo nas dependências da Câmara aos parlamentares ameaçados de prisão imediata que remediará essa submissão.

Daqui a dois anos, quando os parlamentares saírem às ruas na tentativa de renovar seus mandatos, o descrédito de uma instituição que segue a reboque do Judiciário certamente pesará. Se promete e não entrega, o parlamentar vai para casa.

E o que acontece do outro lado da praça? A instância suprema exige magistrados que ajam acima das vaidades e com autonomia inexpugnável em relação a dinheiro e poder. É com essa credencial que interpretam a Constituição e julgam.

Na decisão que encerrou o julgamento do mensalão, os ministros foram unânimes pela perda de direitos políticos dos condenados porque assim o determina a Constituição, mas cinco dos nove foram além e fizeram valer a interpretação, em mais uma jurisprudência inovadora, de que é do Supremo, e não da Câmara, a prerrogativa da cassação do mandato.

Confrontados com casos precedentes em que haviam se manifestado em defesa da deliberação legislativa, os ministros usaram o advento da Lei da Ficha Limpa na defesa da tese de que se um condenado não pode disputar o cargo político também não pode exercê-lo.

A evocação do respeito à separação dos Poderes na jurisprudência americana e europeia não foi suficiente para demover a maioria dos magistrados, determinados que estão na convicção de que é a imoralidade pública que separa a democracia brasileira daquelas do hemisfério Norte.

Na medida em que o Supremo, além de condenar, também cassa mandato popular, é natural que seus integrantes se exponham a uma maior cobrança pública.

Na decisão sobre o mandato confrontaram-se as duas visões de democracia que este julgamento escancarou. Os ministros, a maioria dos quais colaborou para destrancar pautas da sociedade represadas pelo Legislativo, como a pesquisa com células tronco e o casamento gay, são unânimes em reconhecer a erosão das instituições parlamentares, mas divergem sobre o papel do Judiciário em sua reversão.

Uma fatia acredita que ainda não se encontrou melhor meio de se controlar o Estado do que pela democracia fundada na primazia do Legislativo. Outra, que se provou majoritária, deixou claro que o julgamento não poderia correr o risco da hesitação do Legislativo em confirmá-lo.

Parece haver poucas dúvidas hoje no Congresso que os parlamentares seriam cassados ao fim da longa tramitação de embargos que desembocará em outro ano eleitoral, 2014. Dificilmente o Legislativo sobreviveria ao desgaste de promover sessões com parlamentares que se recolhem à prisão depois de uma votação.

Se a expectativa da sociedade é que a jurisprudência do mensalão frutifique, sobre os parlamentares recairia a primazia de jogá-la por terra, o que aumentaria seu descrédito.

Mais do que a desconfiança em relação ao Parlamento, o que sobressai da atitude dos magistrados é a resistência a conviver com a incerteza, pressuposto da ordem democrática.

Todos os partidos agem para reduzir os riscos na conquista e exercício do poder, mas nenhum deles pode cravar com antecedência quem ganha eleição ou votação no Congresso.

No Supremo, as dúvidas se limitam a 11 juízes de uma ordem movida pelo imperativo da lei, que margeiam a autocracia e movem-se com desconforto pela incerteza.

Ninguém manda ministro do Supremo para casa. O tempo é o senhor, senão da razão, mas de seu mandato, que só se extingue na aposentadoria. Mas talvez devam se acostumar, ao longo de seus anos vitalícios, com as pressões desse mercado eleitoral em que agora se imiscuem.

Face à centenária instituição do sufrágio popular, que dá e tira mandatos legislativos, o Conselho Nacional de Justiça é imberbe. Desde que surgiu, em 2004, cassa sete juízes por ano.

O eleitor que teve seu voto subtraído por ministro do Supremo não toma conhecimento dos expedientes de que notórios juristas lançam mão para envergar sua toga.

Desconhece-se, por exemplo, o efeito que teria sobre a reputação dos magistrados se uma entrevista como a do ministro Luiz Fux à jornalista Mônica Bergamo ("Folha de S.Paulo", 02/12) fosse reproduzida em redes de TV, canais de rádio e ganhasse divulgação massiva como o do horário eleitoral gratuito. Nela, o ministro revelou ter-se valido de suas posições sobre querelas tributárias bilionárias para angariar simpatia de poderosos da República à sua candidatura à Corte. São cenas que a TV Justiça não mostra. :shock:

Mudanças na forma da escolha dos ministros ou na duração de seus mandatos não trazem embutida a certeza de maior transparência e integridade. Mas para que essas 53 sessões se mostrem eficazes no combate à impunidade não basta que os condenados paguem por seus crimes. A magistratura também tem que se abrir mais ao escrutínio da sociedade.

Isso passa não apenas pela transparência com que tramitam, por exemplo, casos egressos do compadrio da magistratura, como também pelo maior acesso da população aos tribunais, pela celeridade nos processos e serenidade dos julgamentos. É um caminho longo, e ainda parcialmente percorrido, para que o Judiciário adquira reconhecimento pleno como instância legítima na solução de conflitos.

Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Escreve às sextas-feiras

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Dez 21, 2012 1:45 pm
por Lirolfuti
Joaquim Barbosa rejeita pedido de prisão imediata dos condenados do mensalão



O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, negou nesta sexta-feira (21) o pedido da PGR (Procuradoria Geral da República) que pedia a prisão imediata dos condenados no julgamento, concluído na última segunda-feira (17).

Gurgel poderia ter feito o pedido em plenário enquanto o julgamento estava em curso, o que permitiria que a decisão fosse tomada de forma colegiada e que teria poucas chances de ser aceita, uma vez que a prática mais comum do tribunal é a de determinar prisão somente depois de analisados os recursos.

No entanto, o procurador-geral optou por aproveitar uma decisão monocrática de Barbosa, que além e relator do processo é o ministro de plantão durante o recesso forense iniciado ontem (20).
http://noticias.uol.com.br/politica/ult ... nsalao.htm

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sáb Dez 22, 2012 10:26 am
por NettoBR
Site oficial 'perde' fala de Lula sobre Barbosa
Atualizado: 22/12/2012 02:03

O discurso em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) teve importante participação na escolha de Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso para o Supremo Tribunal Federal desapareceu do índice dos arquivos da Biblioteca do Palácio do Planalto. O discurso foi proferido no dia 7 de maio de 2003. Está nos arquivos do STF.

O índice do arquivo dos discursos da página da Biblioteca do Planalto (http://www.biblioteca.presidencia.gov.br) registra pronunciamentos de Lula em 6 e 8 de maio, mas pula o dia 7. No dia 6, Lula falou num encontro nacional de prefeitos; no dia 8, em reunião da Associação Brasileira de Atacadistas.

O Planalto informou ao Estado que o sumiço do discurso de 7 de maio de 2003 no índice da página se deveu a um problema técnico. Segundo explicações do governo, outros documentos também desapareceram. O Planalto prometeu repor a fala de Lula em seu devido lugar. Ontem, porém, o problema persistia.

No discurso feito durante a assinatura da mensagem ao Congresso com a indicação de Barbosa, Ayres Britto e Peluso, Lula contou que fez a opção por eles entre 400 nomes que havia recebido nos últimos cinco meses. Disse que, para chegar ao filtro final, tinha contado com a "importante participação de três companheiros na escolha": a do então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos; a de Álvaro Costa, na época advogado-geral da União; e de Dirceu.

Mais de nove anos depois daquele discurso, Barbosa, Ayres Britto e Peluso participariam do julgamento do mensalão no Supremo. O primeiro foi relator da ação penal que, após quase cinco meses de sessões em plenário, levou à condenação de Dirceu a 10 anos e 10 meses de prisão. Thomaz Bastos atuou no caso como advogado de defesa do ex-vice-presidente do Banco Rural José Roberto Salgado, também considerado culpado e punido com pena de 16 anos e 8 meses.

Com o início do julgamento, a atuação de Barbosa provocou queixas dentro do PT. Como relator do caso, o hoje presidente do STF foi duro ao pedir a condenação de réus ligados ao partido.

Os outros dois ministros indicados por Lula em seu primeiro ano de mandato também são alvo de críticas nos bastidores do PT. Foi na gestão de Ayres Britto, encurtada pela aposentadoria compulsória do ministro no mês passado, que o Supremo marcou o julgamento da ação para o início de agosto, a dois meses das eleições municipais. Peluso, que também deixou a Corte antes do fim do processo por completar 70 anos de idade, em setembro, votou pela condenação dos réus que teve tempo de julgar, incluindo o ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP).

Prenúncio

No pronunciamento de 2003, Lula disse que tinha conhecido Peluso naquele dia. Ao se referir a Barbosa, contou que o próprio futuro ministro lhe dissera pouco antes, numa rápida reunião, que o havia conhecido 14 anos antes, em Paris, quando o hoje presidente do STF fazia seu doutorado.

Lula disse na ocasião que, até o fim daquele mandato, deveria indicar outros dois ministros. Acabou sendo profético: "Para nós, o Supremo Tribunal Federal não é uma instância de amigos. É uma instância das mais importantes que tem o nosso País, porque, quando há uma decisão do Supremo Tribunal Federal, ninguém pode recorrer dela. E nós entendemos que o critério para alguém ser ministro do Supremo Tribunal Federal é a competência profissional".

Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-notic ... =255287151

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sáb Dez 22, 2012 4:55 pm
por Rodrigoiano
Manobra de Gurgel causa revolta no STF

Tentativa de burlar o plenário, retirando pedido de prisão e reapresentando o mesmo documento dois dias depois, na esperança de que Joaquim Barbosa decidisse sozinho a seu favor, é interpretada na corte como falha ética grave

22 de Dezembro de 2012 às 07:49

247 -

http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/ ... tórias.htm

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Dez 23, 2012 12:32 am
por Rodrigoiano
Mais uma "força" para a oposição em 2014! Atitude sensata e inteligente de Campos. Afinal ajuda a reeleger a Dilma em 2014 e garante apoio em 2018, quem sabe com Haddad de vice (será que o PT aceita?)!

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Atualizado: 22/12/2012 15:48 | Por EFE Brasil, EFE Multimedia

Eduardo Campos diz que apoiará candidatura de Dilma em 2014

(...)

Fonte: EFE/MSN

http://noticias.br.msn.com/story.aspx?c ... =255293080

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Dez 23, 2012 6:31 am
por Sterrius
Se campos continuar trabalhando bem e se mantiver em alta em 2018 realmente fica dificil segurar. È uma aposta bem +segura que apostar tudo agora em 2014.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Dez 23, 2012 7:14 am
por Bourne
Erro :lol:

Culpa do General Error

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Dez 23, 2012 7:16 am
por Bourne
A Presidenta Dilma só perde em 2014 se não estiver entre nós. Era está com uma avenida aberta para governar até 2018. Daqui seis anos é outra estória.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Dez 23, 2012 12:47 pm
por Sterrius
E se metade das medidas que ela tomou na economia tiverem algum efeito 2013, 2014 deverão dar impulso pra bater nas criticas da economia de 2011 e 2012. (Que é so onde o povo ta sabendo bater nela, e de leve pq sabe que se forçar d+ o teto racha :lol: ).

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Dez 26, 2012 9:55 am
por Clermont
Dilma na segunda metade do mandato.

Elio Gaspari, O Globo - 26.12.12.

Na próxima semana a doutora Dilma entrará na segunda metade de seu mandato, e são poucas as pessoas dispostas a dar a volta no quarteirão para aporrinhá-la. Ela deve esse êxito a algumas qualidades pessoais e a dois patronos: Lula e Fernando Henrique Cardoso, com seus dezesseis anos de estabilidade democrática e econômica.

Um restabeleceu o valor da moeda, o outro batalhou para reduzir as desigualdades sociais. Sem FHC não haveria Lula e, graças aos dois, o país pode se dar ao luxo de ter uma governante que chega cedo ao trabalho, toca o barco e não se vê obrigada a dar a impressão de que precisa salvar o país.

Parece pouco, mas em quase meio século todos os presidentes foram obrigados a dar essa impressão. Uns pretendiam salvá-lo dos perigos da democracia, outros da ruína econômica.

As circunstâncias (percebidas por Lula) deram-lhe a oportunidade. Seu desempenho comprovou a eficácia da ideia, e Dilma vestiu o papel com a naturalidade com que veste seu medonho casaquinho de renda branca.

Afastou-se da rotina do Congresso, deixando-o deslizar para um papel perigosamente banal.

Mantendo-se longe das tensões provocadas pelo contencioso dos cleptocompanheiros ela foi um fator relevante no engrandecimento do Judiciário.

Colocou na surdina a diplomacia de atabaques que herdou. Meteu-se numa estudantada com o Paraguai, mas saiu dela exercitando o silêncio. Resta saber como justificará uma eventual quebra da ordem constitucional na muy amiga y compañera Venezuela.

Há algo de impessoal na doutora. Afora os destemperos que afligem seus ministros, não se deu ao folclore. Resta a imagem da gerentona, que é tudo o que um país precisa.

Seus pibinhos, associados à incerteza criada na gerência das concessões de petróleo, energia e transportes mostram que ela terá os próximos dois anos para confirmar a expectativa. Por enquanto, nas áreas de saúde e educação produziu mais do mesmo, um mesmo de baixa qualidade.

Se a doutora Dilma for avaliada pelo que prometeu, os dois primeiros anos de governo foram apenas médios. Para quem ofereceu seis mil creches até 2014 e entregou apenas sete, nem médio foi, mas atire a primeira pedra quem acreditou nessa parolagem da campanha.

Dois governos que prometeram realizar dois exames anuais do Enem até hoje não cumpriram a meta. Em vez de discutir o fracasso, saiu-se com uma nova oferenda: o Enem por computador.

Para uma ex-ministra de Minas e Energia, é uma humilhação governar um país onde o presidente do Operador Nacional de Sistemas diz que Pindorama tem que aprender a conviver com apagões.

Fica a impressão de que há no Planalto uma gerentona apertando os botões de uma máquina que não funciona. E não adianta dar bronca, porque se acessos de fúria ajudassem os presidentes, o general João Batista Figueiredo teria sido um campeão.

Como diria o ministro Aldo Rabelo, quem fazia o certo era o marechal Floriano Peixoto, com seu cigarrinho de palha no canto da boca e o revólver no coldre. Foi a alma de Floriano quem deu à doutora a maior vitória de seus primeiros dois anos: o enquadramento da banca e a queda dos juros.

Seu êxito é simples: pela primeira vez, em décadas, há poucas pessoas no Brasil querendo que a presidente se dane.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qui Dez 27, 2012 9:11 am
por Clermont
O Estado do medo.

Marco Antonio Villa, O Globo - 26.12.12.

Em meio ao processo do mensalão, as diversas operações da Polícia Federal ou a turbulenta relação entre os poderes da República, o Brasil esqueceu do Maranhão.

Na fase final da guerra contra Canudos, em 1897, os oficiais militares costumavam dizer que não viam a hora de voltar para o Brasil. Quem hoje visita o Maranhão fica com a mesma impressão.

É um estado onde o medo está em cada esquina, onde as leis da República são desprezadas. Lá tudo depende de um sobrenome: Sarney. Os três poderes são controlados pela família do, como diria Euclides da Cunha, senhor do baraço e do cutelo.

A relação incestuosa dos poderes é considerada como algo absolutamente natural. Tanto que, em 2009, o Tribunal Regional Eleitoral anulou a eleição para o governo estadual. O vencedor foi Jackson Lago, adversário figadal da oligarquia mais nefasta da história do Brasil.

O donatário da capitania - lá ainda se mantém informalmente o regime adotado em 1534 por D. João III - ficou indignado com o resultado das urnas. A eleição acabou anulada pelo TRE, que tinha como vice-presidente (depois assumiu a presidência) a tia da beneficiária, Roseana Sarney.

No estado onde o coronel tudo pode, a Constituição Federal é só um enfeite. Lá, diversos artigos que vigoram em todo o Brasil, são considerados nulos, pela jurisprudência da famiglia.

O artigo 37 da nossa Constituição, tanto no caput como no §1º, é muito claro. Reza que a administração pública "obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência" e "a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos".

Contudo, a Constituição maranhense, no artigo 19, XXI, § 9º determina que "é proibida a denominação de obras e logradouros públicos com o nome de pessoas vivas, excetuando-se da aplicação deste dispositivo as pessoas vivas consagradas notória e internacionalmente como ilustres ou que tenham prestado relevantes serviços à comunidade na qual está localizada a obra ou logradouro".

Note, leitor, especialmente a seguinte passagem: "excetuando-se da aplicação deste dispositivo as pessoas vivas e consagradas notória e internacionalmente como ilustres".

Nem preciso dizer quem é o "mais ilustre" daquele estado - e que o provincianismo e o mandonismo imaginam que tenha "consagração internacional."

Contudo, a redação original do artigo era bem outra: "É vedada a alteração dos nomes dos próprios públicos estaduais e municipais que contenham nome de pessoas, fatos históricos ou geográficos, salvo para correção ou adequação nos termos da lei; é vedada também a inscrição de símbolos ou nomes de autoridades ou administradores em placas indicadores de obras ou em veículos de propriedade ou a serviço da administração pública direta, indireta ou fundacional do Estado e dos Municípios, inclusive a atribuição de nome de pessoa viva a bem público de qualquer natureza pertencente ao Estado e ao Município".

Quando foi feita a mudança? A 24 de janeiro de 2003, com o apoio decisivo de Roseana Sarney.

Desta forma foi permitido que centenas - centenas, sem exagero - de logradouros e edifícios públicos recebessem, em todo o estado, denominações de familiares, especialmente do chefe.

Para mostrar o desprezo pela ordem legal, em 1997 foi criado o município de Presidente Sarney, isto quando a Constituição Federal proíbe e a estadual ainda proibia.

Quem criou o município? Foi a filha, no exercício do governo. Mas a homenagem ficou somente na denominação do município. Pena. Os pobres sarneyenses - é o gentílico - vivem em condições miseráveis: é um dos municípios que detêm os piores índices de desenvolvimento humano no Brasil.

Como o Brasil esqueceu o Maranhão, a família faz o que bem entende. E isto desde 1965! Sabe que adquiriu impunidade pelo silêncio (cúmplice) dos brasileiros.

Mas, no estado onde a política se confunde com o realismo fantástico, o maior equívoco é imaginar que todas as mazelas já foram feitas. Não, absolutamente não. A governadora resolveu fazer uma lei própria sobre licitação.

Como é sabido, a lei federal 8.666 regulamenta e tenta moralizar as licitações. Mas não no Maranhão. Por medida provisória, Roseana Sarney adotou uma legislação peculiar, que dispensa a "emergência", substituída pela "urgência".

Quem determina se é ou não urgente? Bingo, claro, é ela própria.

Não satisfeita resolveu eliminar qualquer restrição ao número de aditivos. Ou seja, uma obra pode custar o dobro do que foi contratada. E é tudo legal.

Não é um chiste. É algo gravíssimo. E se o Brasil fosse um país sério, certamente teria ocorrido, como dispõe a Constituição, uma intervenção federal.

O que lá ocorre horroriza todos aqueles que têm apreço por uma conquista histórica do povo brasileiro: o Estado Democrático de Direito.

O silêncio do Brasil custa caro, muito caro, ao povo do Maranhão. Hoje é o estado mais pobre da Federação. Seus municípios lideram a lista dos que detém os piores índices de desenvolvimento humano.

Muitos dos que lá vivem lutam contra os promotores do Estado do medo. Não é tarefa fácil. Os tentáculos da oligarquia estão presentes em toda a sociedade. É como se apresassem para sempre a sociedade civil.

Sabemos que o país tem inúmeros problemas, mas temos uma tarefa cívica, a de reincorporar o Maranhão ao Brasil.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Dez 30, 2012 8:07 am
por Clermont
Feliz Ano Novo.

Ruy Fabiano - 29.12.12.

O PT pavimentou sua chegada ao poder, a partir de 1980, como o grande moralista da política brasileira. Era o grande acusador, que anunciava um outro mundo, tão logo triunfasse.

O triunfo completa em 2013 sua primeira década, sem que se conheça o tal novo mundo. Ao contrário, o país, em matéria de práticas públicas, retroagiu à Velha República, também conhecida como a dos “carcomidos”, que desembocou na Revolução de 1930.

De acusador, o PT passou a acusado, com suas principais lideranças condenadas à prisão pelo STF, exibindo ao público, em matéria de lambança, tudo o que apontava (sem provar) nos adversários.

Hoje, se pode constatar que o comando petista seguia a velha lição de Lênin: “Acuse-os do que você faz”.

A farra não começou com a chegada de Lula à Presidência. Antes, já ensaiara os primeiros passos nas prefeituras que conquistara.

Exemplo mais eloquente foi o de Santo André, cujo desfecho foi o assassinato do prefeito Celso Daniel, que, segundo a família, envolve gente graúda do partido.

Imagine-se o que o partido faria com uma operação policial como a Porto Seguro, que revelasse que o presidente da República misturava alcova e Estado, em prejuízo do interesse público.

Imagine-se ainda o que diria se o filho do presidente entrasse pobre e saísse rico do mandato do pai. O PT acusou diversas vezes o filho de Fernando Henrique de se locupletar às custas do poder do pai, mas foi no mandato do pai que a família de sua mulher teve um banco extinto, o Banco Nacional.

“Acuse-os do que você faz”, eis o lema posto em prática. Brizola chamava o PT de “a UDN de macacão”, aludindo à sua origem operária, que, a exemplo dos udenistas pré-64, adotara o denuncismo como padrão de conduta.

A diferença é que quase tudo o que a UDN denunciava era verdade e suas lideranças, com as exceções de praxe, tinham conduta ilibada.

A face sombria do partido não era a violação ao Código Penal; era sua vocação golpista, que o colocou na linha de frente do golpe militar de 64, sucumbindo, menos de um ano depois, ao veneno que ajudara a destilar.

O golpe, como se sabe, extinguiu em 1965 os treze partidos então em funcionamento, incluindo a aliada UDN e, na sequência, sua principal liderança, Carlos Lacerda, candidato à Presidência da República, de uma eleição que viria a ser cancelada.

Mas essa é outra história. Jamais se soube qual era o projeto do PT para o país. Sabia-se apenas que, quando chegasse ao poder, iria moralizar a vida pública. Diante do strip-tease no STF, o partido busca outra linha de argumentação: roubou, mas distribuiu renda.

Ocorre que a distribuição de renda foi plantada no governo anterior, graças à estabilidade do Plano Real, sem o qual seria impossível os avanços posteriores.

Não se tira o mérito de o governo Lula ter se recusado a aventuras na economia, mas dizer que a distribuição de renda é obra solitária do PT é tão falso como uma profecia maia.

Do governo do PT, pode-se dizer o que Churchill disse do discurso de um parlamentar novato e prepotente: “tem muito de novo e de bom, mas o que é novo não é bom e o que é bom não é novo”. Lula sobreviveu ao Mensalão graças à economia.

Dela dependerá também o futuro de Dilma Roussef. O país, porém, já não respira a mesma prosperidade. O “pibinho” de final de ano acendeu a luz vermelha no painel e o primeiro semestre de 2013 marcará a prisão de petistas ilustres.

Que mudanças isso imporá ao cenário político do país? O que se sabe é que o partido está preocupado e pretende reagir na base de que a melhor defesa é o ataque.

O ministro Gilberto Carvalho anuncia que, em 2013, “o bicho vai pegar”. É uma frase que, em si, não diz muito, mas faz prever um ano politicamente agitado. Uma prévia do que será a sucessão de 2014. Quem viver verá.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Seg Dez 31, 2012 10:36 pm
por knigh7
Revista Época

2013, O ANO QUE JÁ TERMINOU
Coluna


Guilherme Fiuza


O ano de 2012 se encerrou de forma absolutamente normal no Congresso Nacional. Em sua última sessão, o Senado aprovou um trem da alegria para os Três Poderes, com a criação de milhares de cargos numa só canetada. É normal porque a caneta era de José Sarney, companheiro de Dilma Rousseff, uma aliança que, todos sabem, serve ao Brasil de todos - todos os que fizeram as amizades certas. Se você está fora dessa, terá de cumprir em 2013 o destino trágico dos reles mortais, esses infelizes que não têm uma Rosemary para chamar de sua - e que ainda fazem uma coisa primária que os companheiros revolucionários não precisam mais fazer: trabalhar.

Mas não se desespere. A vida dos excluídos (do banquete petista) tem lá suas compensações. É bem verdade que você nunca verá um filho seu ficar famoso da noite para o dia por ter arranjado uma boquinha na Anac ou no Senado. Nunca o convidarão, também, para uma reunião com José Dirceu para "reforçar o Marco Maia".

Enfim, você não tem a menor importância na República do Oprimido, mas nem tudo são espinhos. Ninguém lhe pedirá para cantar "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula" em desagravo ao filho do Brasil - o que já é um vidão.

Para consolar os excluídos, os que vivem miseravelmente sem acesso a uma única teta do Estado brasileiro, uma ponderação: o Brasil se tornou um país previsível, de rumo firme. Isso torna possível antecipar o que acontecerá em 2013. Isso jamais seria possível antes do Descobrimento (em 2003) - portanto, não reclame de barriga cheia.

Em março, Dilma Rousseff convocará a primeira cadeia nacional de rádio e TV da série 2013. Fará um pronunciamento à nação pelo Dia Internacional da Mulher. Falará com a voz embargada, sobre um fundo de violinos, e, se a iluminação do estúdio estiver correta, parecerá ter os olhos molhados. Encherá os brasileiros de orgulho por ser governados por uma "presidenta" - palavra que seus assessores saberão encaixar no discurso - e anunciará algum programa social novo, tipo Brasil Caridoso, Brasil Sem Tristeza ou Brasil Fofo. Apresentará uma estatística impressionante, encomendada ao Ipea e à FGV, mostrando que nos anos Fernando Henrique lugar de mulher era na cozinha.

Em 2013, o Brasil sofrerá novos apagões, provocados por raios neoliberais e elitistas. A tarifa populista de energia será implantada, ajudando a sucatear as empresas do setor, que por isso investirão menos ainda em manutenção - mas os blecautes não terão nada a ver com isso. O ministro Edison Lobão explicará que nosso sistema é um dos melhores do mundo e que essa mania de ter luz o tempo todo é coisa de burguesia consumista. Sarney ficará orgulhoso de seu afilhado - e pedirá a Roseana, com jeito, que deixe Lobão governar um pouquinho o Maranhão ("Filha, agora descansa e deixa seu colega brincar também.").

A inflação em 2013 continuará subindo, e a aprovação a Dilma também. Explica-se o paradoxo: a principal causa da subida dos preços será um novo aumento explosivo dos gastos públicos, incluindo a distribuição de mais dinheiro de graça para a população - através dos programas carinhosos, o Bolsa Tudo. É a "destruição invisível" da economia nacional, que em 2013 será caprichada, porque em 2014 tem eleição. Os simpatizantes do governo popular ficarão felizes com a farta distribuição de bolsas, cargos, convênios a granel para os ministérios parasitários, e Dilma marchará tranquila para a reeleição. Aécio Neves assistirá a tudo escondido nas Alterosas e rezando para que Eduardo Campos o ultrapasse na corrida para não chegar.

Joaquim Barbosa, o redentor, fará muitos comícios sociais na presidência do Supremo, deixando pela primeira vez os brasileiros na dúvida: talvez exista outro ser tão bonzinho quanto Lula da Silva. Barbosa evidentemente será mordido pela mosca azul, mas o eleitor acabará ficando mesmo com o pacote Lula/Dilma, para não arriscar a mesada (o mensalão popular).

Rosemary não entregará seu chefe. Terá um ano sofrido, sem passaporte diplomático, mas ficará firme. Afinal, Lula não sabia (dona Marisa muito menos), e o amor sempre vence.

Como se vê, 2013 já foi. Se quiser uma passagem direta para 2014, passe no caixa da revolução, que o pessoal da Rose na Anac arranja para você
http://www.exercito.gov.br/web/imprensa ... .mode=view

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Ter Jan 01, 2013 12:56 am
por Clermont
knigh7 escreveu:Revista Época

2013, O ANO QUE JÁ TERMINOU
Coluna


Guilherme Fiuza

(...) Em março, Dilma Rousseff convocará a primeira cadeia nacional de rádio e TV da série 2013. Fará um pronunciamento à nação pelo Dia Internacional da Mulher. Falará com a voz embargada, sobre um fundo de violinos, e, se a iluminação do estúdio estiver correta, parecerá ter os olhos molhados. Encherá os brasileiros de orgulho por ser governados por uma "presidenta" - palavra que seus assessores saberão encaixar no discurso - e anunciará algum programa social novo, tipo Brasil Caridoso, Brasil Sem Tristeza ou Brasil Fofo. Apresentará uma estatística impressionante, encomendada ao Ipea e à FGV, mostrando que nos anos Fernando Henrique lugar de mulher era na cozinha. (...)
http://www.exercito.gov.br/web/imprensa ... .mode=view
Eu tenho sinceras dúvidas se um texto, com esse teor, é adequado para ser veiculado por um órgão oficial do Exército brasileiro, com esse teor de deboche pela comandante suprema das Forças Armadas. O Guilherme Fiúza tem o direito democrático de debochar da presidente, já o Centro de Comunicação Social do Exército não deveria ter o direito de publicar o deboche.

Não vem ao caso se o texto é correto ou incorreto. Se nós, civis, concordamos ou discordamos do seu teor. Mas o fato que não está no lugar certo, pelo menos, na minha opinião. Este não é o papel do Centro de Comunicação Social do Exército, divulgar opiniões de cunho político. Estaria errado, da mesma forma, se fosse um texto elogioso ao atual governo e à presidente.

É o que eu penso.