Fórum Defesa Brasil

Prezados,

Estou acompanhando "calado" o debate, mas sinto que torna-se necessário apresentar contribuição.

Jauro versou brilhantemente sobre o que está acontecendo:

Infantaria (atualmente motorizada) -> TRANSFORMAÇÂO (vou manter a caixa alta...importante esse destaque)
Cavalaria Mecanizada (atual e futura) -> MODERNIZAÇÃO

Vejam: não há previsão doutrinária de alteração operacional (na forma de combater, portanto) ou tática (a ação de frações ou subunidades) das Bda C Mec. Sabemos exatamente o porque precisamos delas e para o que serão empregadas. Sua missão operacional permanece a mesma: segurança (tropa de cobertura) e reconhecimento no TO (Teatro de Operações).

Quanto às novas Bda Inf Mec, as mesmas estão surgindo por transformação das Bda Inf Mtz, o que significa que têm modificada sua forma de combater (tática) e sua forma de agir no TO (operacional). Encontram correspondência com as brigadas Stryker dos Yankees, mas são novidade no Exército Brasileiro. Ainda estão sendo validados conceitos doutrinários a nível pelotão e companhia. Encontram-se em formação os integrantes das SU (subunidades) e pessoal responsável por manutenção e logística, no CIBda (vinculado à 6a Bda C Bda). Então aqui sim, a introdução da família Guarani exige entender a que se destinam e como perarão.

Para embasar teoricamente a discussão sugiro aos colegas a leitura de alguns trabalhos (a maior parte desenvolvido na ECEME):

Maj Morgado -> http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/FMEBPMAM.pdf
Ten Cel Jansen -> http://pt.calameo.com/books/00154418392a707b4fd8f
Cel Serrano -> http://www.eceme.ensino.eb.br/meiramatt ... le/119/147
Maj De Paula -> http://www.defesaaereanaval.com.br/a-ar ... ?print=pdf
Maj Souza Júnior - > http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/BSLSR.pdf
Pietrobon-Costa -> http://seer.ufrgs.br/index.php/rbed/sea ... C&country=
Pietrobon-Costa -> http://abedpb.org/anais/index.php/2012/article/view/13
Pietrobon-Costa -> http://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br: ... ;000360436

Ainda no âmbito desse debate, a questão de presença ou não de RCC / RCB nas Bda C Mec e Bda Inf Mec encontra-se em andamento, com boa parte da discussão sendo desenvolvida nos artigos referidos em meu post anterior.

Alguns pesquisadores (militares) têm indicado a conveniência de substituir o RCB por um RCC-SR (Reg Carros Combate - Sobre Rodas), nas Bda C Mec, outros pleiteiam a permanência do RCB sobre lagartas nessas brigadas, com a substituição de um Esq Fuz Mec por um Esc Rec Mec para aumentar sua flexibilidade. Há quem arbitre a conveniência de repetir tal procedimento nas Bda Inf Mec, porém têm sido quase unânime entre os autores de estudos e pesquisas a inserção de um RCC-SR nas Bda Inf Mec, mantendo um Esq C Mec nessas brigadas.

Excelente contribuição, gitanoba. Muito obrigado.

Aproveito para fazer uma pergunta de cunho epistemológico. Como se realiza na prática a experimentação doutrinária de uma determinada teoria organizacional no Exército Brasileiro?

Temos um exemplo eminente com o Projeto Guarani das possibilidades e fronteiras do conhecimento da doutrina militar. Estas diversas e interessantes propostas doutrinárias organizacionais são experimentadas a que nível? Elas são processadas em exercícios?

Lucas Lasota escreveu:Excelente contribuição, gitanoba. Muito obrigado.

Aproveito para fazer uma pergunta de cunho epistemológico. Como se realiza na prática a experimentação doutrinária (Expr Dout) de uma determinada teoria organizacional no Exército Brasileiro?

Temos um exemplo eminente com o Projeto Guarani das possibilidades e fronteiras do conhecimento da doutrina militar. Estas diversas e interessantes propostas doutrinárias organizacionais são experimentadas a que nível? Elas são processadas em exercícios?

Acredito que o Mestre Jauro poderá explicar melhor essa questão, pela experiência própria.

Porém adiantando a resposta, trata-se de efetuar ensaios e simulações virtuais ( o que tem sido feito no âmbito do projeto Guarani) e reais (com frações de tropa). No caso da incorporação dessa família de blindados às Bda Inf Mec, a etapa de experimentação doutrinária nível pelotão já está concluída, estando em curso aquela em nível companhia de fuzileiros.

Maiores informações em:

1. quanto à Expr Dout em operações ofensivas [Ataque Coordenado (Atq Coor) e Marcha para o Combate (M Cmb)], em operações defensivas (Def) e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

http://www.defesanet.com.br/guarani/not ... rasileiro/

2. quanto à orientação do uso de VBTP-MR em Apoio Científico-Tecnológico à Experimentação Doutrinária de
Infantaria Mecanizada (Inf Mec)

http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/c ... clnk&gl=br

3. quanto à transformação dos BIMtz em BIMec, e a Expr Dout associada, sugiro o recente trabalho (2015) do Ten Cel Inf WILSON ROGÉRIO PINHEIRO

http://redebie.decex.ensino.eb.br/vincu ... 000b24.pdf

4. e com relação à estrutura orgânica dos Pel Fuz Mec, como resultado da Expr Dout efetuada, o trabalho do Ten Cel Alex Mesquita, disponível em

http://www.defesanet.com.br/doutrina/no ... ecanizada/

gitanoba escreveu:

Lucas Lasota escreveu:Excelente contribuição, gitanoba. Muito obrigado.

Aproveito para fazer uma pergunta de cunho epistemológico. Como se realiza na prática a experimentação doutrinária (Expr Dout) de uma determinada teoria organizacional no Exército Brasileiro?

Temos um exemplo eminente com o Projeto Guarani das possibilidades e fronteiras do conhecimento da doutrina militar. Estas diversas e interessantes propostas doutrinárias organizacionais são experimentadas a que nível? Elas são processadas em exercícios?

Acredito que o Mestre Jauro poderá explicar melhor essa questão, pela experiência própria.

Porém adiantando a resposta, trata-se de efetuar ensaios e simulações virtuais ( o que tem sido feito no âmbito do projeto Guarani) e reais (com frações de tropa). No caso da incorporação dessa família de blindados às Bda Inf Mec, a etapa de experimentação doutrinária nível pelotão já está concluída, estando em curso aquela em nível companhia de fuzileiros.

Maiores informações em:

1. quanto à Expr Dout em operações ofensivas [Ataque Coordenado (Atq Coor) e Marcha para o Combate (M Cmb)], em operações defensivas (Def) e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

http://www.defesanet.com.br/guarani/not ... rasileiro/

2. quanto à orientação do uso de VBTP-MR em Apoio Científico-Tecnológico à Experimentação Doutrinária de
Infantaria Mecanizada (Inf Mec)

http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/c ... clnk&gl=br

3. quanto à transformação dos BIMtz em BIMec, e a Expr Dout associada, sugiro o recente trabalho (2015) do Ten Cel Inf WILSON ROGÉRIO PINHEIRO

http://redebie.decex.ensino.eb.br/vincu ... 000b24.pdf

4. e com relação à estrutura orgânica dos Pel Fuz Mec, como resultado da Expr Dout efetuada, o trabalho do Ten Cel Alex Mesquita, disponível em

http://www.defesanet.com.br/doutrina/no ... ecanizada/

Muito obrigado não só por disponibilizar todos esses artigos, mas por apresenta-los de forma organizada.

RobsonBCruz escreveu:

gitanoba escreveu: Acredito que o Mestre Jauro poderá explicar melhor essa questão, pela experiência própria.

Porém adiantando a resposta, trata-se de efetuar ensaios e simulações virtuais ( o que tem sido feito no âmbito do projeto Guarani) e reais (com frações de tropa). No caso da incorporação dessa família de blindados às Bda Inf Mec, a etapa de experimentação doutrinária nível pelotão já está concluída, estando em curso aquela em nível companhia de fuzileiros.

Maiores informações em:

1. quanto à Expr Dout em operações ofensivas [Ataque Coordenado (Atq Coor) e Marcha para o Combate (M Cmb)], em operações defensivas (Def) e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

http://www.defesanet.com.br/guarani/not ... rasileiro/

2. quanto à orientação do uso de VBTP-MR em Apoio Científico-Tecnológico à Experimentação Doutrinária de
Infantaria Mecanizada (Inf Mec)

http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/c ... clnk&gl=br

3. quanto à transformação dos BIMtz em BIMec, e a Expr Dout associada, sugiro o recente trabalho (2015) do Ten Cel Inf WILSON ROGÉRIO PINHEIRO

http://redebie.decex.ensino.eb.br/vincu ... 000b24.pdf

4. e com relação à estrutura orgânica dos Pel Fuz Mec, como resultado da Expr Dout efetuada, o trabalho do Ten Cel Alex Mesquita, disponível em

http://www.defesanet.com.br/doutrina/no ... ecanizada/

Muito obrigado não só por disponibilizar todos esses artigos, mas por apresenta-los de forma organizada.

às ordens, Robson e Lucas...lembrem-se: só a união dos que realmente pensam as forças armadas, e de seu papel fundamental para a defesa do povo e dos proletários, pode salvar o Brasil contra os inimigos externos do futuro: Corporações Transnacionais (em especial as financeiras ~ bancos), Organizações Não-nacionais de Interesse Privado (ONIPs), ONGs vinculadas a interesses privados ou de grandes potências...o inimigo é externo, mas nenhuma grande potência vai atacar às claras. O Estado Islâmico é criado e age em prol dos poderosos financistas (vejam os textos da TLC = Trilateral Comission http://trilateral.org/go.cfm?do=Page.View&pid=7).

Sem patriotismo e sem ideologia seremos presas fáceis. O povo, os trabalhadores, os militares (como operários da defesa que são) precisam entender que estamos sendo explorados e tendo nossas riquezas e trabalhos sugados por quem nada faz. Nossa história já é esquecida pelos mais jovens. Nas escolas não se ensina sobre a Batalha de Guararapes, sobre o fundamental papel das forças brasileiras para libertar Angola do domínio holandês, já não se canta o hino nem se fala dos corruptos e corruptores desde Collor, e antes dele...

O Brasil precisa de patriotas. O Brasil precisa de ideologia.

Ousar lutar, ousar vencer.

gitanoba escreveu:4. e com relação à estrutura orgânica dos Pel Fuz Mec, como resultado da Expr Dout efetuada, o trabalho do Ten Cel Alex Mesquita, disponível em

http://www.defesanet.com.br/doutrina/no ... ecanizada/

Por favor, Gitanoba, uma curiosidade:

Você acredita que a versão básica do "Guarani" poderia acomodar dez fuzileiros totalmente equipados, ao invés de nove, com conforto?

E, grato pelas informações e indicações de leitura.

Clermont, se não me engano Tulio Moreira declarou que, por observação própria dentro de um Guarani 6X6, cabe perfeitamente mais um soldado equipado além do previsto.

Ainda mais, se não me engano, ele declarou isto não uma, mas duas vezes!

Não tenho nenhum motivo para não acreditar em Tulio Moreira.

Bacchi

Reginaldo Bacchi escreveu:Clermont, se não me engano Tulio Moreira declarou que, por observação própria dentro de um Guarani 6X6, cabe perfeitamente mais um soldado equipado além do previsto.

Ainda mais, se não me engano, ele declarou isto não uma, mas duas vezes!

Não tenho nenhum motivo para não acreditar em Tulio Moreira.

Bacchi

Eu também não, muito pelo contrário. Aliás, fui eu quem perguntou ao Túlio.

Apenas gostaria de saber de uma tal possibilidade já foi discutida, em caráter oficial, no interior do centros de estudos do Exército.

Clermont escreveu:

Reginaldo Bacchi escreveu:Clermont, se não me engano Tulio Moreira declarou que, por observação própria dentro de um Guarani 6X6, cabe perfeitamente mais um soldado equipado além do previsto.

Ainda mais, se não me engano, ele declarou isto não uma, mas duas vezes!

Não tenho nenhum motivo para não acreditar em Tulio Moreira.

Bacchi

Eu também não, muito pelo contrário. Aliás, fui eu quem perguntou ao Túlio.

Apenas gostaria de saber de uma tal possibilidade já foi discutida, em caráter oficial, no interior do centros de estudos do Exército.

Extra oficialmente...a décima posição é considerada como uma disponibilidade de reserva, isto é, não se prevê uma "esquadra" (grupo de combate) de 10 fuzileiros, mas sim de 9 para o Guarani VBTP. Porém a 10 posição pode ser usada em reforço ou para abrigar fuzileiro de outro GC se houver necessidade.

Extra oficialmente...

...Mas faço coro com Bacchi. Túlio já esclareceu essa questão anteriormente.

Lembrando que um GC de 9 integrantes permite o desenvolvimento de fogo de supressão (ou cobertura) juntamente com o fogo de cobertura da própria VBTP, em posição distinta daquela da VBTP, enquanto uma seção de 4 ou 5 fuzileiros manobra para envolvimento, ataque, e fogo de eliminação de ameaças.

gitanoba escreveu:Extra oficialmente...a décima posição é considerada como uma disponibilidade de reserva, isto é, não se prevê uma "esquadra" (grupo de combate) de 10 fuzileiros, mas sim de 9 para o Guarani VBTP. Porém a 10 posição pode ser usada em reforço ou para abrigar fuzileiro de outro GC se houver necessidade.

Extra oficialmente...

Grato pela resposta, gitanoba.

Amigos,
a 10ª posição na verdade se destina a completar o GC, pois em determinadas situações, onde o VBTP é usado para apoio de fogo, com sua metralhadora pesada (.50, por exemplo), exige que o operador dessa permaneça embarcado, enquanto o GC avança, e consequentemente o GC ficaria desfalcado em uma das esquadras.
Assim, existe um estudo para que o atirador/operador dessa arma/torreta faça parte da tripulação, como o motorista, e não do GC.

eligioep escreveu:Amigos,
a 10ª posição na verdade se destina a completar o GC, pois em determinadas situações, onde o VBTP é usado para apoio de fogo, com sua metralhadora pesada (.50, por exemplo), exige que o operador dessa permaneça embarcado, enquanto o GC avança, e consequentemente o GC ficaria desfalcado em uma das esquadras.
Assim, existe um estudo para que o atirador/operador dessa arma/torreta faça parte da tripulação, como o motorista, e não do GC.

Mas a tripulação não é composta por dois homens? Motorista mais atirador? Ou seja, dois tripulantes mais nove fuzileiros?

Clermont, exatamente.

Não entendi o comentário do gitanoba (não que ele não tenha sido claro).

Desde o inicio das discussões sobre o Guarani (à 3 anos - ou mais?) leio que a tripulação do carro é de 2 pessoas (motorista e atirador) transportando um GC de 9 soldados.

Aliás, podemos dizer que este é o consenso mundial >>> tripulação do carro + GC.

Pelo que sei, o que pode variar entre os vários países, é a possibilidade do chefe do GC desembarcar com o grupo, ou não.

Bacchi