Super Tucano News

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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FCarvalho
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Re: Super Tucano News

#4261 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 05, 2017 12:17 pm

pmicchi escreveu:
FCarvalho escreveu: Duas perguntas:
Qual força aérea sul-americana hoje, e em um horizonte previsível de médio/longo prazo é/seria capaz de realizar um ataque ano nosso país sem que antes seus caças e/ou aviões militares fossem detectados ainda dentro de seus próprios territórios? Nós temos essa capacidade em todos os 17 mil kms de fronteira com os vizinhos e ao longo do litoral. A maioria deles não tem isso.
HOJE, minha única preocupação seria a Venezuela e o Maluco Maduro. Eles podem perfeitamente enviar caças em perfil de voo lo-lo e penetrar o espaço aéreo brasileiro sem ser detectados. Dispersar os nossos caças impediria que fossem atingidos em um ataque surpresa.
Isso apenas é um exemplo, o cenário geopolitico pode mudar rapidamente - e mais rapidamente do que podemos nos preparar. Portanto, a preparação deve ser feita antes

A capacidade de ataque lo-lo-lo dos caças Su-30 venezuelanos fica muito degradada neste perfil de missão, o que acontece com basicamente todos os caças. E como não temos bases aéreas tão próximas assim das fronteiras, isso limitaria muito o alcance de qualquer ataque. Restaria o Hi-Lo-Hi que melhoraria o alcance, mas o quanto isso valeria a pena expor os caças aos nossos radares, é um risco que tem de ser bem avaliado. Como hoje nossas bases aéreas não tem qualquer defesa AAe que preste, ou pior, não tem caças para defendê-las, até um revo combinado com aquele último perfil poderia nos por em dificuldades Mas isso serve, em todo caso, apenas para os vizinhos que contam com esta capacidade, ou seja, atualmente Venezuela, Colômbia, Peru e Argentina. No futuro, se eles andarem a comprar os KC-390, bem, vamos ter que pensar mais ainda no assunto.
FCarvalho escreveu:Outra questão é: no caso de um oponente mais forte, ou uma força conjunta contra nós, mesmo hoje qualquer força de ataque seria detectada ainda a centenas de kms de distância do nosso litoral. E caso o SiSFRONT, o SISCEAB e o SIGAAZ sejam integrados e operem em plena capacidade, nossa consciência situacional será elevada por todo o Atlântico Sul e mais mais alguma coisa no oceano pacífico perto da costa sul-americana. Pergunta: mesmo com toda esta consciência, sem os meios materiais necessários e suficientes para minimamente - que óbvio não é o necessário e nem o ideal - contribuir para uma verdadeira dissuasão, adianta mesmo isso de 4 mil pistas, ou pousar em rodovia? O que vamos fazer com 36 ou 108 caças se não temos sequer armamento suficiente para prover uma semana de combate?
Esse é o cenário mais interessante, pois envolve um conflito assimétrico. Vamos supor que o Maluco Trump envie uma Força Tarefa para costa do Brasil. Mesmo que os navios inimigos fossem detectados talvez não haja condições militares ou politicas para contra-atacar e a dispersão garantiria a sobrevivencia dos meios aereos contra um ataque inicial.
Imagine se o Saddam Hussein tivesse isso em 1991, ao inves de depender de grandes aeroportos que foram rapidamente destruidos?
Note que eu estou apenas exercitando o conceito no limite para mostrar que não é algo inútil. Não que eu ache isso tão importante assim.
Apenas me ocorreu que o fato de tanto o Gripen como o ALX terem a capacidade de operar em pistas curtas temos sim uma capacidade interessante que a Venezuela nao tem com seus Su-27, o Chile nao tem com seus F-16, etc.
Sim, concordo que a dispersão é algo aceitável e até trinado na FAB, mas não é o padrão. É um recurso pontual para situações específicas, como a do exemplo acima.
De qualquer forma, a dispersão tem que ser considerada dentro de um contexto defensivo onde a MB faria o seu papel no mar, o EB com a sua AAe e de costa (se houvesse uma :roll: ) e a FAB o seu na defesa do espaço aéreo e da infra-estrutura C4ISR do país.
A dispersão é um último recurso. Isso acontece quando todos os outros elementos citos foram superados. O que no nosso caso obviamente não levaria sequer uma semana nas atuais e futuras condições no curto e médio prazo.
A defesa tem de ser pensada em camadas e integrada. Treinar dispersão e usar deste artifício é sempre bom para quem sabe que na hora que precisar, vai tê-la a sua disposição, já que os meios convencionais não serão nem suficientes e nem o necessário para contribuir para uma verdadeira dissuasão.

abs.




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Re: Super Tucano News

#4262 Mensagem por pmicchi » Sex Mai 05, 2017 1:21 pm

gusmano escreveu:O meu ponto é que esta capacidade, para o nr de vetores que teremos é no minimo irrelevante. 36 vetores, com o raio de alcance deles, vc pode espalhar por onde quiser que serão irrelevantes para um cenário aonde o inimigo tenha qualquer coisa mais poderosa que pucarás. Não estou dizendo que perderíamos este eventual conflito, apenas dizendo que com um nr baixo de vetores, vc pode espalhar....mas além de não ter infra para manter eles "tão espalhados" assim entra a questão do territorio a cobrir..que é muito grande para 36 vetores.


abs
quando chegar o momento de substituir os AMX, creio que poderemos ter mais que 36 Gripen em operação. Não serão 120, mas quem sabe uns 60-70. Somados a outros 60-70 ALX, é uma força aérea de respeito para America do Sul.

Sou otimista que tempos melhores virão.




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Re: Super Tucano News

#4263 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 05, 2017 9:33 pm

Thor escreveu:Caros colegas, sei que talvez não seja o tópico adequado, mas li os últimos posts e gostaria de compartilhar minha visão.
Quanto à capacidade de detecção, nos 17 mil km de fronteira seca e nos milhares do litoral, penso que é praticamente impossível termos total consciência de todos os meios que decolem, ainda em território inimigo, contando com os radares de solo. Aeronaves a baixa altura podem facilmente penetrar sem serem detectadas, exceto se contarmos com aeronaves AEW, 24/7, em toda a faixa de fronteira, ou seja, conforme foi colocado aqui, é algo impossível de acontecer, até mesmo para potências como EUA e Rússia.
Aqui temos duas questões a ver. Uma, radares OHT já estão em desenvolvimento no Brasil e seu uso é previsto no SIGGAAZ. O que nos impede de aplicá-lo ao SISCEAB? Da mesma forma, ao longo da fronteira amazõnica e centro-oeste temos os PEF e OM' na linha fronteiriça que podem/poderiam operar sem maiores problemas radares como o Saber, sempre que preciso e/ou necessário for. Sei que existem hoje tecnologias de radares que propiciam também cobertura abaixo do nível dos radares de controle de tráfego aéreo e de defesa aérea. O que estamos fazendo a despeito? A segunda questão e que penso ser importantíssima, tanto quanto a integração dos três sistemas de vigilância das ffaa's, é o fato de mais de vinte anos depois continuarmos a contar somente com apenas 5 aeronaves AEW, no caso os E-99, que deveriam estar passando por um MLU por agora, mas a crise não deixou. Ponto. Até onde vale a pena manter-se aeronaves AEW, e seus consequentes custos, se não temos condições de operá-las em quantidade e qualidade necessários as nossas demandas reais? Sabe-se que o custeio daquelas aeronaves só se tornou possível porque planejadas dentro de um grande projeto de investimento da FAB, no caso o SIVAM, porque de outra forma, dificilmente elas existiriam apenas por uma questão de necessidade própria da força. É preciso pensar o seguinte: o único esquadrão AEW que temos fica em Brasília a quase 3 mil kms da fronteira mais distante na região norte, a uns mil kms no centro oeste, e outros 2 mil kms no sul. Se fôssemos considerar a região nordeste e o nosso espaço aéreo naval sob nossa responsabilidade então... :roll:
Não estou dizendo que devemos dispor de dezenas de AEW, mas é preciso saber-se que sem uma cobertura concreta de acordo com as demandas reais que temos, qualquer aeronave AEW se tornar apenas um paliativo dentro do sistema todo. Já ouvi dizer que a FAB precisaria dispor de pelo menos 15 aeronaves AEW. Alguém pode dizer que é pouco; outros dirão que é muito, mas fato é que independente de quantas aeronaves possamos operar, devemos a todo custo impedir soluções de continuidade nesta área, visando buscar uma capacidade de atuação em toda a linha de fronteira sem ter que descobrir outras regiões. Penso que as tais 15 aeronaves pretendidas distribuídas em 3 bases aéreas poderiam nos dar tal capacidade. Fossem E-99 ou alguma outra solução futura. Quem sabe até mesmo VANT’s. Soluções tecnológicas para isso já existem hoje.

Entretanto, como algumas vezes já coloquei aqui, espera-se que não haja uma guerra total, em todo o Brasil, e que a Área de Operações seja restrita a uma fronteira específica, aí é outra história. Outra coisa que sempre comento é que haverá uma escalada da crise, não consigo conceber alguma situação em que seremos atacados de surpresa, sem ao menos sabermos que isso poderia acontecer, principalmente no atual cenário em que nos encontramos. Haverá uma delimitação do TO, e os meios serão desdobrados após criteriosa análise dos riscos e capacidades, conforme o Estado Final Desejado e a Linha de Ação a ser adotada.
Thor, existem HE's em análise no EMAER para o caso de algum zé lelé vizinho algum dia resolver nos usar como saco de pancada de seus interesses, e lançar mão de um ataque surpresa contra nós? O que faríamos neste caso? Se é que planejamos ou imaginamos fazer algo a despeito de tal hipótese?
Quanto a opção de utilizarmos pistas alternativas ou rodopistas, penso que isso é levantado ainda na fase de planejamento operacional e tático, quando possa existir risco à utilização de um aeródromo principal, e uma das soluções possa ser o emprego de rodopistas para mitigar esse risco, por exemplo. Outro exemplo pode ser quando necessitamos de explorar o efeito surpresa, ou mesmo ampliar o alcance, e utilizamos uma rodopista como FARP, o que permitiria uma decolagem mais próxima dos alvos, levando a uma surpresa estratégica nos ataques.
Isso é bastante utilizado por vários países, o que corrobora com a utilidade dessa tática. Inclusive o Iraque fez isso, várias aeronaves de caça foram salvas dos ataques por decolarem quase que diariamente apenas para se reposicionarem em rodopistas, no norte do Iraque, até a decisão do Saddam Hussein de decolar seus caças para refugiarem no Irã.
No caso presente imagino que a depender da evolução de uma situação hipotética aqui no norte - onde não temos isso de rodopista e muito menos bases aéreas em quantidade/qualidade suficiente - não seja possível dispor desta solução. O que fazemos então? Levar em consideração que qualquer um dos nossos vizinhos da região possuem caças que operando desdobrados em bases perto da fronteira poderiam fazer um grande estrago em toda a infraestrutura da FAB a ponto de impossibilitar suas operações aqui por tempo relativamente longo. Como fazemos então?
Quanto a hipótese de conflito contra uma superpotência, que seja capaz de posicionar Esquadras em nosso litoral, provavelmente apoiados por uma coalizão internacional, realmente apenas 36 Gripen não vão ser suficientes para virar a mesa, mas uma coisa é certa, serão os primeiros alvos nos pátios das bases aéreas, caso não sejam "escondidos" ou desdobrados a cada 24/48 horas.
Aqui temos uma questão de fundo: qual o nosso real interesse em defesa aérea? Por que pergunto isso? Porque a FAB há décadas sempre privilegiou e continua privilegiando a área de transporte – vide o mote da integração nacional que nunca termina. Pessoalmente, lendo a história da FAB, lembro de a caça só ser lembrada em termos de planejamento estratégico quando ela se tornou um problema de fato para a FAB, seja pela obsolescência em bloco da frota, seja por problemas apresentados por ela. A meu ver, são os únicos momentos em que aviões de caça chamam a atenção do Comaer mais do que o transporte e seus vários vetores. Não entenda isso como uma acusação, mas apenas a constatação de alguém que acompanha há muito tempo o assunto defesa e nunca viu qualquer planejamento na FAB colocar a caça em primeiro lugar antes de mais nada. Fica parecendo que defesa aérea soa apenas mais como um argumento retórico a fim de justificar a doutrina e os custos da sua manutenção do que propriamente uma visão da FAB sobre o assunto. Não que isso seja pura e simplesmente culpa da FAB, mas se compararmos o tempo que se leva para decidir e colocar em prática projetos que não envolvam aviões de combate e os de transporte, pode-se ver claramente uma divisão de prioridades que nunca foi superada desde os anos 1950’s. E que pelo que estamos vendo na nova gestão organizacional da força, dificilmente será superada tão cedo. A FAB continua sendo tratada, e meio que se trata, mais como TAB do que como FAB. Problema de solução com prazo indeterminado.
Abs.




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Re: Super Tucano News

#4264 Mensagem por Thor » Seg Mai 08, 2017 3:02 pm

FCarvalho escreveu:
Thor escreveu:Caros colegas, sei que talvez não seja o tópico adequado, mas li os últimos posts e gostaria de compartilhar minha visão.
Quanto à capacidade de detecção, nos 17 mil km de fronteira seca e nos milhares do litoral, penso que é praticamente impossível termos total consciência de todos os meios que decolem, ainda em território inimigo, contando com os radares de solo. Aeronaves a baixa altura podem facilmente penetrar sem serem detectadas, exceto se contarmos com aeronaves AEW, 24/7, em toda a faixa de fronteira, ou seja, conforme foi colocado aqui, é algo impossível de acontecer, até mesmo para potências como EUA e Rússia.
Aqui temos duas questões a ver. Uma, radares OHT já estão em desenvolvimento no Brasil e seu uso é previsto no SIGGAAZ. O que nos impede de aplicá-lo ao SISCEAB? Da mesma forma, ao longo da fronteira amazõnica e centro-oeste temos os PEF e OM' na linha fronteiriça que podem/poderiam operar sem maiores problemas radares como o Saber, sempre que preciso e/ou necessário for. Sei que existem hoje tecnologias de radares que propiciam também cobertura abaixo do nível dos radares de controle de tráfego aéreo e de defesa aérea. O que estamos fazendo a despeito? A segunda questão e que penso ser importantíssima, tanto quanto a integração dos três sistemas de vigilância das ffaa's, é o fato de mais de vinte anos depois continuarmos a contar somente com apenas 5 aeronaves AEW, no caso os E-99, que deveriam estar passando por um MLU por agora, mas a crise não deixou. Ponto. Até onde vale a pena manter-se aeronaves AEW, e seus consequentes custos, se não temos condições de operá-las em quantidade e qualidade necessários as nossas demandas reais? Sabe-se que o custeio daquelas aeronaves só se tornou possível porque planejadas dentro de um grande projeto de investimento da FAB, no caso o SIVAM, porque de outra forma, dificilmente elas existiriam apenas por uma questão de necessidade própria da força. É preciso pensar o seguinte: o único esquadrão AEW que temos fica em Brasília a quase 3 mil kms da fronteira mais distante na região norte, a uns mil kms no centro oeste, e outros 2 mil kms no sul. Se fôssemos considerar a região nordeste e o nosso espaço aéreo naval sob nossa responsabilidade então... :roll:
Não estou dizendo que devemos dispor de dezenas de AEW, mas é preciso saber-se que sem uma cobertura concreta de acordo com as demandas reais que temos, qualquer aeronave AEW se tornar apenas um paliativo dentro do sistema todo. Já ouvi dizer que a FAB precisaria dispor de pelo menos 15 aeronaves AEW. Alguém pode dizer que é pouco; outros dirão que é muito, mas fato é que independente de quantas aeronaves possamos operar, devemos a todo custo impedir soluções de continuidade nesta área, visando buscar uma capacidade de atuação em toda a linha de fronteira sem ter que descobrir outras regiões. Penso que as tais 15 aeronaves pretendidas distribuídas em 3 bases aéreas poderiam nos dar tal capacidade. Fossem E-99 ou alguma outra solução futura. Quem sabe até mesmo VANT’s. Soluções tecnológicas para isso já existem hoje.

Até onde eu sei, radares OTH são divididos em 2 tipos, um que reflete na ionosfera e outro que usa a difração para manter a propagação contornando o horizonte. O primeiro requer enormes antenas, em sítios espalhados por quilômetros afora, e com resolução enorme. Acho pouco provável investirmos nesse tipo, a exemplo do que os EUA possuem, principalmente pelos custos e pela operação, além de resultados um tanto como imprecisos. O segundo pode ser obtido com antenas menores, porém a resolução espacial é a maior dificuldade. Talvez haja tecnologia hoje que consiga superar isso, mas duvido muito que chegue em terras tupiniquins. Para emprego em áreas marítimas é possível, uma vez que alvos maiores e lentos dispensam correções de doppler, porém duvido muito que esse alcance eficaz passe de 100-200 Nm. Então faça as contas e verá quantos sistemas revolucionários como esse seriam necessários para cobrir nosso litoral...
Respondendo uma das perguntas, o que nos impede de usar no SISCEAB é a falta do sistema, e mesmo se houver, não haverá resolução e confiabilidade que possa integrar na síntese radar do sistema.
E para cobrir toda a fronteira com radar Saber, vamos considerar o futuro desenvolvimento do SABER 200 (200 km). Considerando alvos a baixa altura, 100 ft por exemplo, a detecção de um radar de solo fica a uns 30km...mas vamos dizer que consigamos detectar a 100 km porque "Deus é brasileiro", calcule aí quantos deveriam ser espalhados nos quase 18mil km, seguindo o raciocínio anterior de detecção em todo o território nacional. E quem daria suporte a esses sistemas no meio do mato, sem energia e climatização que um sistema desse precisa?
Radares de Controle de Tráfego Aéreo e os de vigilância seguem uma lei física que é a da propagação eletromagnética no espaço, e o feixe está limitada a Alc (Nm)=1,17*raiz(alt (ft)), se não me engano. Quando se usa uma antena embarcada, o alcance é somado pela própria altura da aeronave AEW, seguindo a mesma equação de propagação.
Não é uma solução simples, e é a realidade de todas as nações, em especial na América do Sul, pois nenhum dos nossos vizinhos possuem sequer aeronaves AEW. Volto a dizer, é "muitíssimo" pouco provável uma guerra sem escalada de crise e englobando todo os 22 milhões de km2 de nosso país e áreas adjacentes. Pressupõe-se que haverá um TO delimitado onde ocorrerão as operações e um Comandante terá liberdade de conduzir as Ações. Serão utilizados os meios que forem alocados e estiverem disponíveis para a Campanha.


Entretanto, como algumas vezes já coloquei aqui, espera-se que não haja uma guerra total, em todo o Brasil, e que a Área de Operações seja restrita a uma fronteira específica, aí é outra história. Outra coisa que sempre comento é que haverá uma escalada da crise, não consigo conceber alguma situação em que seremos atacados de surpresa, sem ao menos sabermos que isso poderia acontecer, principalmente no atual cenário em que nos encontramos. Haverá uma delimitação do TO, e os meios serão desdobrados após criteriosa análise dos riscos e capacidades, conforme o Estado Final Desejado e a Linha de Ação a ser adotada.
Thor, existem HE's em análise no EMAER para o caso de algum zé lelé vizinho algum dia resolver nos usar como saco de pancada de seus interesses, e lançar mão de um ataque surpresa contra nós? O que faríamos neste caso? Se é que planejamos ou imaginamos fazer algo a despeito de tal hipótese?
Acho que não. Isso é feito no MD, em uma das Etapas do Planejamento Estratégico (Avaliação da Conjuntura e Elaboração de Cenários). Nossa sistemática de planejamento é muito similar a que encontramos nos EUA e na maioria dos países desenvolvidos. Quem quiser é só pesquisar... não é secreta.

Quanto a opção de utilizarmos pistas alternativas ou rodopistas, penso que isso é levantado ainda na fase de planejamento operacional e tático, quando possa existir risco à utilização de um aeródromo principal, e uma das soluções possa ser o emprego de rodopistas para mitigar esse risco, por exemplo. Outro exemplo pode ser quando necessitamos de explorar o efeito surpresa, ou mesmo ampliar o alcance, e utilizamos uma rodopista como FARP, o que permitiria uma decolagem mais próxima dos alvos, levando a uma surpresa estratégica nos ataques.
Isso é bastante utilizado por vários países, o que corrobora com a utilidade dessa tática. Inclusive o Iraque fez isso, várias aeronaves de caça foram salvas dos ataques por decolarem quase que diariamente apenas para se reposicionarem em rodopistas, no norte do Iraque, até a decisão do Saddam Hussein de decolar seus caças para refugiarem no Irã.
No caso presente imagino que a depender da evolução de uma situação hipotética aqui no norte - onde não temos isso de rodopista e muito menos bases aéreas em quantidade/qualidade suficiente - não seja possível dispor desta solução. O que fazemos então? Levar em consideração que qualquer um dos nossos vizinhos da região possuem caças que operando desdobrados em bases perto da fronteira poderiam fazer um grande estrago em toda a infraestrutura da FAB a ponto de impossibilitar suas operações aqui por tempo relativamente longo. Como fazemos então?
Cada cenário possui soluções distintas, e mesmo assim podem variar de acordo com o grupo/comandante planejador. Entretanto, eu não afirmaria que não existem pontos em que poderiam ser utilizados como rodopistas ou FARP na Amazônia. Eu mesmo já pousei em rodopista em Rondônia, em um dos treinamentos do passado. Busque na internet o conceito de FARP e veja a doutrina dos EUA e entenderá que pode ser válido para várias situações aqui já comentadas.

Quanto a hipótese de conflito contra uma superpotência, que seja capaz de posicionar Esquadras em nosso litoral, provavelmente apoiados por uma coalizão internacional, realmente apenas 36 Gripen não vão ser suficientes para virar a mesa, mas uma coisa é certa, serão os primeiros alvos nos pátios das bases aéreas, caso não sejam "escondidos" ou desdobrados a cada 24/48 horas.
Aqui temos uma questão de fundo: qual o nosso real interesse em defesa aérea? Por que pergunto isso? Porque a FAB há décadas sempre privilegiou e continua privilegiando a área de transporte – vide o mote da integração nacional que nunca termina. Pessoalmente, lendo a história da FAB, lembro de a caça só ser lembrada em termos de planejamento estratégico quando ela se tornou um problema de fato para a FAB, seja pela obsolescência em bloco da frota, seja por problemas apresentados por ela. A meu ver, são os únicos momentos em que aviões de caça chamam a atenção do Comaer mais do que o transporte e seus vários vetores. Não entenda isso como uma acusação, mas apenas a constatação de alguém que acompanha há muito tempo o assunto defesa e nunca viu qualquer planejamento na FAB colocar a caça em primeiro lugar antes de mais nada. Fica parecendo que defesa aérea soa apenas mais como um argumento retórico a fim de justificar a doutrina e os custos da sua manutenção do que propriamente uma visão da FAB sobre o assunto. Não que isso seja pura e simplesmente culpa da FAB, mas se compararmos o tempo que se leva para decidir e colocar em prática projetos que não envolvam aviões de combate e os de transporte, pode-se ver claramente uma divisão de prioridades que nunca foi superada desde os anos 1950’s. E que pelo que estamos vendo na nova gestão organizacional da força, dificilmente será superada tão cedo. A FAB continua sendo tratada, e meio que se trata, mais como TAB do que como FAB. Problema de solução com prazo indeterminado.
Concordo que deveríamos ter mais caças, mas ao analisarmos que conseguimos emplacar modernização dos A-1, F-5, A-29 e conseguimos uns F-2000 por um tempo, e assinamos o maior contrato da história da FAB com o Gripen, e não temos um avião de transporte de grande porte, exceto um único 767 sob leasing, que não temos um helicóptero de grande porte, ou seja, estamos com todas as aviações no mesmo nível capenga. E por restrições de meios e tamanho de nosso país, com uma dezena de países fronteiriços, nossa prioridade é termos mobilidade para operarmos onde for necessário, e os KC-390 são fundamentais para apoiar o desdobramento para a caça atuar.
Abs.




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Re: Super Tucano News

#4265 Mensagem por Túlio » Ter Mai 09, 2017 11:29 am

Essa ideia de usar radar OTH para cobrir uns 25 mil km de fronteiras secas e molhadas me parece um completo desperdício de tempo e dinheiro. Teríamos que estar em uma nóia completa para fazer isso, esperando invasões maciças de todos os lados. E claro, com muito mas MUITO dinheiro sobrando.

E, claro, ser uma baita duma superpotência, porque temos uma porção de vizinhos ao redor: o que diria a Argentina ao descobrir que estávamos monitorando cada pouso e decolagem em Buenos Aires e até na Patagônia? Ou o Chile, ao saber que estávamos fazendo o mesmo sobre Santiago e todas as suas bases aéreas e navais? Ou mesmo os EUA, ao notarem que acompanhávamos cada movimento de suas aeronaves na Colômbia e até em Washington DC? Muita gente ia ficar BEM nervosa e não tem político no Brasil - nem nunca teve nem nunca terá - capaz de encarar uma pressão como a que surgiria daí. É kôza de cachorro grande, não de guaipeca esgualepado que nem nós...




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Re: Super Tucano News

#4266 Mensagem por FCarvalho » Ter Mai 09, 2017 6:33 pm

Até onde eu sei, radares OTH são divididos em 2 tipos, um que reflete na ionosfera e outro que usa a difração para manter a propagação contornando o horizonte. O primeiro requer enormes antenas, em sítios espalhados por quilômetros afora, e com resolução enorme. Acho pouco provável investirmos nesse tipo, a exemplo do que os EUA possuem, principalmente pelos custos e pela operação, além de resultados um tanto como imprecisos. O segundo pode ser obtido com antenas menores, porém a resolução espacial é a maior dificuldade. Talvez haja tecnologia hoje que consiga superar isso, mas duvido muito que chegue em terras tupiniquins. Para emprego em áreas marítimas é possível, uma vez que alvos maiores e lentos dispensam correções de doppler, porém duvido muito que esse alcance eficaz passe de 100-200 Nm. Então faça as contas e verá quantos sistemas revolucionários como esse seriam necessários para cobrir nosso litoral...

Eu ainda não fiz, mas salvo engano, isto está sendo considerado no SIGAAZ junto a satélites, aeronaves, VANT's e outras coisas mais.

Respondendo uma das perguntas, o que nos impede de usar no SISCEAB é a falta do sistema, e mesmo se houver, não haverá resolução e confiabilidade que possa integrar na síntese radar do sistema.
E para cobrir toda a fronteira com radar Saber, vamos considerar o futuro desenvolvimento do SABER 200 (200 km). Considerando alvos a baixa altura, 100 ft por exemplo, a detecção de um radar de solo fica a uns 30km...mas vamos dizer que consigamos detectar a 100 km porque "Deus é brasileiro", calcule aí quantos deveriam ser espalhados nos quase 18mil km, seguindo o raciocínio anterior de detecção em todo o território nacional. E quem daria suporte a esses sistemas no meio do mato, sem energia e climatização que um sistema desse precisa?

Sua operação nos PEF e OM's na linha fronteiriça poderia ser uma solução em partes. Não haveria a necessidade de operá-los o tempo todo e dependendo da localização e infra-estrutura disponível, o Saber M-60 pode ser operado sem maiores dificuldades. Mas isso obviamente teria de ser coordenado com a FAB.

Radares de Controle de Tráfego Aéreo e os de vigilância seguem uma lei física que é a da propagação eletromagnética no espaço, e o feixe está limitada a Alc (Nm)=1,17*raiz(alt (ft)), se não me engano. Quando se usa uma antena embarcada, o alcance é somado pela própria altura da aeronave AEW, seguindo a mesma equação de propagação. Não é uma solução simples, e é a realidade de todas as nações, em especial na América do Sul, pois nenhum dos nossos vizinhos possuem sequer aeronaves AEW. Volto a dizer, é "muitíssimo" pouco provável uma guerra sem escalada de crise e englobando todo os 22 milhões de km2 de nosso país e áreas adjacentes. Pressupõe-se que haverá um TO delimitado onde ocorrerão as operações e um Comandante terá liberdade de conduzir as Ações. Serão utilizados os meios que forem alocados e estiverem disponíveis para a Campanha.


Thor, se você se fosse comandante da FAB e te dessem duas opções entre optar por comprar 15 aeronaves AEW ou comprar/modernizar radares de controle e vigilância de terra, o que você escolheria?

Concordo que deveríamos ter mais caças, mas ao analisarmos que conseguimos emplacar modernização dos A-1, F-5, A-29 e conseguimos uns F-2000 por um tempo, e assinamos o maior contrato da história da FAB com o Gripen, e não temos um avião de transporte de grande porte, exceto um único 767 sob leasing, que não temos um helicóptero de grande porte, ou seja, estamos com todas as aviações no mesmo nível capenga. E por restrições de meios e tamanho de nosso país, com uma dezena de países fronteiriços, nossa prioridade é termos mobilidade para operarmos onde for necessário, e os KC-390 são fundamentais para apoiar o desdobramento para a caça atuar.

Desdobramento. Esta é a palavra que tem me importunado há anos na doutrina da FAB. A mim sempre me parece que o comando da FAB - e de resto de todas as ffaa's - raciocina como se ainda estivéssemos nos anos 40's e que tudo que precisamos fazer é mandar caças para lá e para cá como se eles fossem uma espécie de tropa de reação rápida. Novamente, tudo parece girar em torno do fato de que o Brasil só existe de Brasília para baixo. E o resto é o resto.

Qual a dificuldade da FAB em operar um simples grupo de caça em cada região do país? O que hoje pelo planejamento atual da reorganização daria 6 grupos apenas? Se adotado o padrão do FX-2 seriam 216 caças. Mas se cada grupo na verdade operar em nível de esquadrão, isso se resume a apenas 108. Os números são muito variáveis. Mas fato é que para uma força aérea que jamais privilegiou a caça em seus planejamentos, vindo sempre a reboque de outras prioridades, o que acaba acontecendo é que tanto fez quanto tanto faz se forem 36, 54, 72 ou 108. A ideia de desdobramento vai continuar imperando e o nosso espaço aérea vai continuar sendo a peneira que é.



abs.




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Re: Super Tucano News

#4267 Mensagem por FCarvalho » Ter Mai 09, 2017 7:04 pm

Túlio escreveu:Essa ideia de usar radar OTH para cobrir uns 25 mil km de fronteiras secas e molhadas me parece um completo desperdício de tempo e dinheiro. Teríamos que estar em uma nóia completa para fazer isso, esperando invasões maciças de todos os lados. E claro, com muito mas MUITO dinheiro sobrando.

E, claro, ser uma baita duma superpotência, porque temos uma porção de vizinhos ao redor: o que diria a Argentina ao descobrir que estávamos monitorando cada pouso e decolagem em Buenos Aires e até na Patagônia? Ou o Chile, ao saber que estávamos fazendo o mesmo sobre Santiago e todas as suas bases aéreas e navais? Ou mesmo os EUA, ao notarem que acompanhávamos cada movimento de suas aeronaves na Colômbia e até em Washington DC? Muita gente ia ficar BEM nervosa e não tem político no Brasil - nem nunca teve nem nunca terá - capaz de encarar uma pressão como a que surgiria daí. É kôza de cachorro grande, não de guaipeca esgualepado que nem nós...
O que eu sei é que o SIGAAZ prevê o uso deste tipo de radar. Se eles vão realmente ser utilizados no sistema, bem, só o tempo dirá.

abs.




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Re: Super Tucano News

#4268 Mensagem por Túlio » Ter Mai 09, 2017 7:17 pm

OK. hoje num dá, amanhã te passo um link para entenderes melhor o que é radar OTH, tri? É meio antigo, do Sistemas de Armas (Site do nosso ex-Colega G-LOC, Fábio de Morais Castro, mas é o melhor - de longe - que achei em Português, tri?).

Algo que respeito DEMAIS nele é a capacidade de escrever explicando para LEIGOS como eu como coisas complexas funcionam. Pena que nos deixou. Pena mesmo.




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Re: Super Tucano News

#4269 Mensagem por FCarvalho » Ter Mai 09, 2017 7:24 pm

blz. No aguardo.

abs.




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Re: Super Tucano News

#4270 Mensagem por Thor » Qui Mai 11, 2017 11:40 am

FCarvalho escreveu: Sua operação nos PEF e OM's na linha fronteiriça poderia ser uma solução em partes. Não haveria a necessidade de operá-los o tempo todo e dependendo da localização e infra-estrutura disponível, o Saber M-60 pode ser operado sem maiores dificuldades. Mas isso obviamente teria de ser coordenado com a FAB.
Isso sim já está pensado no SISFRONT e é relativamente fácil de ocorrer. Mas é bem diferente do que foi comentado anteriormente que conseguimos ter detecção contra qualquer incursão nos países vizinhos etc.
FCarvalho escreveu: Thor, se você se fosse comandante da FAB e te dessem duas opções entre optar por comprar 15 aeronaves AEW ou comprar/modernizar radares de controle e vigilância de terra, o que você escolheria?
Na ilha da fantasia ou no país das maravilhas de Alice eu optaria pelas duas opções. No Brasil, nós não conseguimos manter sequer um Esquadrão, tendo que reduzir horas de voo e afastar tripulações por falta de verba, e uma atualização/modernização básica foi cortada por falta de verba... logo, é insano pensar em ter aeronaves AWACS de verdade, como EUA, França e Inglaterra. E os parcos radares de vigilância só conseguimos manter graças a nossa engenhosa integração do Espaço Aéreo, com dinheiro advindo da aviação civil. Não fosse isso, talvez não teríamos sequer um radar de vigilância como os nossos AN/TPS 77 e TRS-2230.
FCarvalho escreveu: Desdobramento. Esta é a palavra que tem me importunado há anos na doutrina da FAB. A mim sempre me parece que o comando da FAB - e de resto de todas as ffaa's - raciocina como se ainda estivéssemos nos anos 40's e que tudo que precisamos fazer é mandar caças para lá e para cá como se eles fossem uma espécie de tropa de reação rápida. Novamente, tudo parece girar em torno do fato de que o Brasil só existe de Brasília para baixo. E o resto é o resto.
Qual a dificuldade da FAB em operar um simples grupo de caça em cada região do país? O que hoje pelo planejamento atual da reorganização daria 6 grupos apenas? Se adotado o padrão do FX-2 seriam 216 caças. Mas se cada grupo na verdade operar em nível de esquadrão, isso se resume a apenas 108. Os números são muito variáveis. Mas fato é que para uma força aérea que jamais privilegiou a caça em seus planejamentos, vindo sempre a reboque de outras prioridades, o que acaba acontecendo é que tanto fez quanto tanto faz se forem 36, 54, 72 ou 108. A ideia de desdobramento vai continuar imperando e o nosso espaço aérea vai continuar sendo a peneira que é.

abs.
Quando nosso povo se desenvolver, e parar de pensar apenas nas novelas da globo, de achar que tendo cerveja gelada e carne para assar na laje está bom, que um sanduíche de mortadela é melhor que o futuro de uma nação, que os militares são opressores...talvez aí saberemos a importância da defesa de uma nação, e esses números sejam factíveis.
Quanto a sua dificuldade de entendimento sobre desdobramento, sinto não poder ajudar muito. Mas imagine que você tenha poucos recursos, mas mora numa casa grande herdada dos pais, com inúmeros problemas estruturais, mas localizada num bairro muito tranquilo. Seu emprego te fornece um salário que você prioriza para as necessidades básicas, e quando sobra você arruma um quarto aqui, compra um móvel lá, etc. Para te ajudar na segurança de sua enorme propriedade, você possui apenas um segurança que atua como encarregado de serviços gerais (Severino), que é deslocado para os cômodos conforme demanda. Seu sonho é ter 6 seguranças e mais uns 6 faz-tudos, um para cada área da casa, mas tem que se contentar com apenas um, que quando dá uma pane na cozinha, fica um tempo trabalhando lá até resolver aquele problema, e se algum dia remoto, ele ficar sabendo que talvez alguém tente invadir sua casa pelos fundos, ele terá que montar seu posto de espera e vigília para próximo da porta da cozinha. Por sorte, o pouco dinheiro que sobrou, você procura investir uma pequena parte na seleção, formação e treinamento de seu único funcionário. :D
Abraços




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Re: Super Tucano News

#4271 Mensagem por Túlio » Qui Mai 11, 2017 5:08 pm

FCarvalho escreveu:blz. No aguardo.

abs.
http://sistemasdearmas.com.br/ge/fur10anti3.html




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Re: Super Tucano News

#4272 Mensagem por FCarvalho » Qui Mai 11, 2017 6:16 pm

Túlio escreveu:
FCarvalho escreveu:blz. No aguardo.

abs.
http://sistemasdearmas.com.br/ge/fur10anti3.html
Valeu Túlio.

[009]

abs




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Re: Super Tucano News

#4273 Mensagem por FCarvalho » Qui Mai 11, 2017 6:22 pm

Thor escreveu:
FCarvalho escreveu:Sua operação nos PEF e OM's na linha fronteiriça poderia ser uma solução em partes. Não haveria a necessidade de operá-los o tempo todo e dependendo da localização e infra-estrutura disponível, o Saber M-60 pode ser operado sem maiores dificuldades. Mas isso obviamente teria de ser coordenado com a FAB.
Isso sim já está pensado no SISFRONT e é relativamente fácil de ocorrer. Mas é bem diferente do que foi comentado anteriormente que conseguimos ter detecção contra qualquer incursão nos países vizinhos etc.

Concordo, o problema seguinte será a integração de todos os sistemas das 3 ffaa's.
FCarvalho escreveu:Thor, se você se fosse comandante da FAB e te dessem duas opções entre optar por comprar 15 aeronaves AEW ou comprar/modernizar radares de controle e vigilância de terra, o que você escolheria?
Na ilha da fantasia ou no país das maravilhas de Alice eu optaria pelas duas opções. No Brasil, nós não conseguimos manter sequer um Esquadrão, tendo que reduzir horas de voo e afastar tripulações por falta de verba, e uma atualização/modernização básica foi cortada por falta de verba... logo, é insano pensar em ter aeronaves AWACS de verdade, como EUA, França e Inglaterra. E os parcos radares de vigilância só conseguimos manter graças a nossa engenhosa integração do Espaço Aéreo, com dinheiro advindo da aviação civil. Não fosse isso, talvez não teríamos sequer um radar de vigilância como os nossos AN/TPS 77 e TRS-2230.

As vezes acho que o pessoal demorou de mais para largar mão do osso. E quando o fez, já era meio tarde. A sociedade, e os políticos. continuam achando que a FAB não passa de uma simples transportadora. :|
FCarvalho escreveu:Desdobramento. Esta é a palavra que tem me importunado há anos na doutrina da FAB. A mim sempre me parece que o comando da FAB - e de resto de todas as ffaa's - raciocina como se ainda estivéssemos nos anos 40's e que tudo que precisamos fazer é mandar caças para lá e para cá como se eles fossem uma espécie de tropa de reação rápida. Novamente, tudo parece girar em torno do fato de que o Brasil só existe de Brasília para baixo. E o resto é o resto.
Qual a dificuldade da FAB em operar um simples grupo de caça em cada região do país? O que hoje pelo planejamento atual da reorganização daria 6 grupos apenas? Se adotado o padrão do FX-2 seriam 216 caças. Mas se cada grupo na verdade operar em nível de esquadrão, isso se resume a apenas 108. Os números são muito variáveis. Mas fato é que para uma força aérea que jamais privilegiou a caça em seus planejamentos, vindo sempre a reboque de outras prioridades, o que acaba acontecendo é que tanto fez quanto tanto faz se forem 36, 54, 72 ou 108. A ideia de desdobramento vai continuar imperando e o nosso espaço aérea vai continuar sendo a peneira que é.

abs.
Quando nosso povo se desenvolver, e parar de pensar apenas nas novelas da globo, de achar que tendo cerveja gelada e carne para assar na laje está bom, que um sanduíche de mortadela é melhor que o futuro de uma nação, que os militares são opressores...talvez aí saberemos a importância da defesa de uma nação, e esses números sejam factíveis.
Quanto a sua dificuldade de entendimento sobre desdobramento, sinto não poder ajudar muito. Mas imagine que você tenha poucos recursos, mas mora numa casa grande herdada dos pais, com inúmeros problemas estruturais, mas localizada num bairro muito tranquilo. Seu emprego te fornece um salário que você prioriza para as necessidades básicas, e quando sobra você arruma um quarto aqui, compra um móvel lá, etc. Para te ajudar na segurança de sua enorme propriedade, você possui apenas um segurança que atua como encarregado de serviços gerais (Severino), que é deslocado para os cômodos conforme demanda. Seu sonho é ter 6 seguranças e mais uns 6 faz-tudos, um para cada área da casa, mas tem que se contentar com apenas um, que quando dá uma pane na cozinha, fica um tempo trabalhando lá até resolver aquele problema, e se algum dia remoto, ele ficar sabendo que talvez alguém tente invadir sua casa pelos fundos, ele terá que montar seu posto de espera e vigília para próximo da porta da cozinha. Por sorte, o pouco dinheiro que sobrou, você procura investir uma pequena parte na seleção, formação e treinamento de seu único funcionário. :D

Posso ser bem sincero contigo... a gente tá ferrado, mas muito ferrado mesmo. :?

Abraços
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Re: Super Tucano News

#4274 Mensagem por pmicchi » Dom Mai 14, 2017 2:15 pm

Apesar dos últimos posts enfatizarem o investimento em radares fixos, me parece o uso de radares mais baratos em Drones (dirígeis ou avioes) vão ser a melhor solução para vigilância de fronteira pois podem combinar sensores de radar com infravermelhos e visuais para identificar ameaças multiplas (aviões, tanques, tropas, navios). Isso faz muito sentido para o Brasil, com a terceira mais extensa fronteira terrestre do mundo e adversários fracos, além da fronteira naval.

Com sistemas fixos vc tem investir na fronteira toda. Com sistemas moveis vc pode concentrar os meios na fronteira especifica onde há tensão, deixando meios esparsos no restante das fronteiras.




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Re: Super Tucano News

#4275 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Mai 14, 2017 2:39 pm

pmicchi escreveu:me parece o uso de radares mais baratos em Drones (dirígeis ou avioes) vão ser a melhor solução para vigilância de fronteira pois podem combinar sensores de radar com infravermelhos e visuais para identificar ameaças multiplas (aviões, tanques, tropas, navios).
Mas sensores baratos tem o alcance muito reduzido, no fim seriam necessários milhares desses drones para cobrir a área de alguns poucos R-99.

Existe um motivo para ninguém ter ido atrás dessa ideia.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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