Sobre Guarani versão VBR-MR com peça 105 - No EB se tornou e continua sendo motivo de debate entre "progressistas" e "tradicionalistas". Queiramos ou não, o modelo de Bda Mec mais citado tem sido a Brigada Stryker dos EUA. Talvez por ser
combat proven. E a versão MGS não é, repito
NÃO É para reconhecimento e sim para apoio de fogo. HITFACT ou não HITFACT, a altura do chassis do Centauro é mais de meio metro mais baixa que a do Guarani, além de ser quase 30 cm mais largo. Não consigo imaginar o nosso carro sendo capaz de disparar para o lado um 105, estando em movimento; no mínimo vai dar um desequilíbrio daqueles. É muito peso, "meras" cinco toneladas, lá no topo, mais o recuo. Por mais que "estiquem" o carro, o problema está é na relação altura x largura.
Ainda sobre o VBR, há trabalhos publicados no C I Bld (cujo ex-CMT, que conheço pessoalmente, chegou a publicar a respeito no Defesanet) sobre visitas à Bda Stryker e sua influência sobre a evolução doutrinária da Cav Mec do EB, tendo ressaltado que o uso cada vez mais extensivo de drones (VANTs para a FAB, SARPs para o EB), além de radares de vigilância terrestre, aviação, etc, aliviou a Cav ao menos da maior parte dessas funções. Senão vejamos:
"Outro detalhe foi que o reconhecimento quase já não é mais realizado por tropas de cavalaria pois, segundo o comandante, este perdeu o sentido de ser, em função do emprego da aviação e meios como helicópteros, radares, veículos aéreos não tripulados, dentre outros. A dosagem de viaturas Stryker nas subunidades é de 9 Viaturas de Transporte e 3 Vtr 105 mm. Isto leva o EB a refletir sobre a constituição das Brigadas de Infantaria Mecanizadas."
Não sou eu, um ilustre zé-ninguém, que estou dizendo, é um oficial que
pensa a nossa Cavalaria e influi ativamente nas decisões. E isso me leva a crer que a inicialmente proposta VBR-MR, que deveria substituir o obsoleto Cascavel (tanto a VTR quanto
sua própria função, notar) jamais virá ao lume, ao menos no conceito original. Já postulei antes e reitero: aquilo que chamo (sem endosso militar) de Brigada Guarani irá necessitar de algo semelhante ao Stryker MGS, sem sombra de dúvida. E seria uma VTR ainda mais eficaz se usasse a torre CT-CV 105, preferencialmente em versão municiada manualmente. A razão? 42º de elevação na peça principal! A falta disso tem sido uma das maiores críticas ao apoio de fogo próximo no US Army (e o requerimento no atual ROB prevê elevação similar à de uma peça de VBC, ou seja, para mim um novo equívoco)...
Sobre a VBTP-MR - Me expressei de maneira particularmente infeliz ao mencionar o CG. Minhas desculpas. Quis dizer apenas o que vários colegas disseram depois, ou seja, não teria como manter a roda exatamente no centro com tanto peso à frente, além de atrapalhar a transposição de trincheiras. Sobre isso, e apenas a título ilustrativo, é dado como o Stryker (8x8 e apenas ligeiramente mais longo que o Guarani) sendo capaz de transpor trincheiras de até ~1,98 m. De qualquer modo, e ainda comparando com o carro ianque, é visível a posição da torre bem mais para trás no nosso. Aí nem vejo o que discutir, é evidente a falta do 4º eixo...
Ainda sobre o 4º eixo, não há como simplesmente inseri-lo entre os demais. Basta pegar uma régua e aplicá-la sobre as imgs expostas e ver, não tem espaço de jeito nenhum. Também não dá para simplesmente puxar algum para frente ou para trás, notem os ressaltos laterais, e lembrem que nenhum está ali para enfeite. Um quarto eixo necessitaria
sim de um reprojeto maior do monobloco, pois até o radiador seria afetado. Mesmo retirando os impulsores aquáticos continuaria a não ser possível. O 6x6 foi uma
opção (a meu ver equivocada) do EB, tão equivocada quanto a forma como teria sido dito por alguém da IVECO/CTEx - ou entendido por foristas - de que teria havido uma proposta de conversão do Guarani 6x6 para 8x8; o que me parece mais provável é que nos estágios iniciais do projeto tenha sido proposta uma versão já 8x8, preterida em favor da 6x6 (fase Urutu III, ou seja, o EB queria apenas um Novo Urutu, mais moderno). Sobre uma versão "esticada", teria que mexer ainda mais (e agora no carro todo), tudo isso para ter maior capacidade de transporte do que o EB precisa (9+2). Uma versão "tipo SuperAV/Centauro" apenas para botar uma torre 105 no topo traria, a meu ver, mais problemas orçamentários do que soluções operacionais. As dimensões do carro estão corretas, errada foi a opção por 6x6 (e volto ao Stryker: apenas 4 cm mais longo e leva uma torre 105. A diferença que um simples eixo faz...).
É o que penso.