Momento de decisão
JB Outubro 2004
Sérgio Alberto de Castro
Coronel R1 Exército
Parece estar chegando ao fim - pelo menos assim indica o governo - o longo processo iniciado há sete anos para a aquisição dos aviões que vão reequipar a Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira. Neste momento final de decisão, dois concorrentes se sobressaíram aos demais: o Mirage 2000 Br, de origem francesa, e o Sukhoi 35, de origem russa. Assessorado corretamente pelo ministro da Defesa, pela FAB e pelos ministérios da área econômica, o presidente Lula já terá hoje a exata noção do avião mais adequado para a defesa da maior potência da América Latina.
Nos últimos meses, a imprensa tem publicado artigos em defesa do Mirage 2000 Br pelo fato de o fabricante francês se ter apresentado como parceiro da brasileira Embraer. Tais artigos vêm difundindo um mito: de que é preciso garantir para a Embraer o monopólio no Brasil de uma suposta indústria aeronáutica de alta tecnologia. Ora, isto é apenas falácia: a Embraer não produz aviões de alta tecnologia; ela é uma excelente montadora de aeronaves com componentes de baixa tecnologia produzidos aqui (partes de asas e fuselagem) e componentes de alta tecnologia importados (turbinas, computadores, sistemas hidráulicos, comunicações etc). Não é também um pólo de absorção de tecnologia: desde o Bandeirante, na década de 1970, até o EMB 190, jamais uma aeronave da Embraer teve turbina made in Brasil.
Ou seja: a tecnologia fundamental não está sob domínio da empresa brasileira.
Publicações especializadas, como a Jane's Aviation Review, indicam que o Mirage oferecido ao Brasil é a evolução final do Mirage III, um projeto da década de 1950, operacional desde 1980. Foi uma aeronave boa em seu tempo, porém tornou-se obsoleta, e sua sucessora, o Mirage 2000 Br, já se aproxima da obsolescência, como indicam dois fatos: a Força Aérea Francesa substituirá seus Mirage 2000 pelo Rafale, também produzido pela Dassault; e esta fabricante vem de oferecer à Coréia do Sul, não o decantado Mirage 2000, mas o citado Rafale...
Quanto aos armamentos que equipam o Mirage e a transferência de tecnologias associadas à aeronave, é bom lembrar que, com exceção de Israel, ninguém até hoje recebeu ou comprou moderna tecnologia francesa de uso militar. São, os franceses, zelosos de seus segredos industriais. A FAB sabe muito bem disso. As turbinas dos nossos Mirage III, há mais de 30 anos, têm suas revisões feitas na França, e a preço elevado.
O desempenho deste avião ficou a desejar num evento bastante estudado na FAB: a Guerra das Malvinas. Os Mirage III argentinos não abateram nenhum Harrier inglês, e o contrário foi verdade muitas vezes. Será que os pilotos argentinos não sabiam usar o equipamento ou há causas ocultas?
A imprensa brasileira tem apontado o Shukoi 35 como o concorrente que rivaliza com o avião francês neste aguardado momento de decisão. Não há dúvida de que o aparelho russo supera em tudo os seus rivais oferecidos ao exame da FAB. Único com um raio de ação (1.500 km) compatível com a nossa imensidão territorial. Só podem ombrear com o SU-35 dos caças americanos, o F-15 E/G e o F-18 Super Hornet, que não entraram na licitação brasileira. O fabricante russo oferece à FAB o acesso a todos os tipos de armamentos que equipam o avião, bem como a transferência de tecnologia, sem qualquer restrição. O avião poderá ser fabricado no Brasil em associação com empresa nacional. Para que a FAB aposente de vez os Mirage III, e enquanto aguarda a incorporação de seus substitutos SU-35, o fabricante russo oferece em empréstimo, e de imediato, 12 caças Sukhoi-27SK, novos, e com seus armamentos.
Como estudioso dos aspectos ligados à nossa Defesa, torço para o governo não protelar mais uma decisão que ele próprio fixou para o início de 2004.
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É meus amigos, parece que finalmente a longa novela esta acabando
... Após 7 longos anos eu acho que agora em novembro após as eleições Lula anunciará o vencedor . A coisa ja chegou a um ponto insuportavel de desgaste tanto para o goeverno, para a FAB e para as empresas e eu acho que de novembro (pra mim na reunião de Lula com Putin!
) no mais tardar dezembro será anunciado o vencedor! Se Deus quiser... e ele quer!
(e eu também!) hehehe