ZeRo4 escreveu:Portanto, creio que a opinião da MAIORIA dos policiais que operam no RJ deve ser levada a sério, se não eles que estão nessa guerra diária a quem deveríamos dar ouvidos??? A maioria já utilizou o 7,62 e o 5,56 e preferem o 7,62... qual o problema nisso??? Sinceramente, no cenário RIO DE JANEIRO não vejo ninguém que possa dar um "pitaco" tão forte, afinal de contas... eles estão ai dia a dia.
Não vejo esta maioria que você tanto fala. 90% do CORE usa o Colt Commando. Aliás, podemos colocar que 90% da PCRJ. A única unidade que vejo que usa o Para-Fal em sua maioria é o BOPE, mas não em sua totalidade, haja vista muitos utilizarem o Colt Commando, especialmente o grupo especializado em ação anti-terror. Pelo que vi e ouvi o pessoal daí falar, é bem ao contrário: os "pesados 7,62" ficam com os recrutas. Pode ser que isso seja papo de recruta querendo pagar de superman... o quê, aliás, é bem comum no meio policial...
ZeRo4 escreveu:A descrição, se não percebeu, foi relatada inclusive com um certo ar de ironia... o resto, sinceramente pra mim não importa muito. Muito se fala de técnica, mas teatrinho de treinamento é uma coisa... Os Russos que o digam, naquela tragédia na escola tinhamos vários grupos de "operações especiais" e o final todos sabemos. Eles podem até não ser muito "técnicos", podem gastar "muito tiro", mas o que [b]importa é que eles cumprem a missão[/b].
Estas premissas de que treinamento não importa, é teatro e que o importante é cumprir a missão são muito perigosas e inconseqüentes. Primeiro porque a atividade policial não é lugar para ações baseadas em sorte, achismo, egos superdilatados e coisas do gênero, na medida em que estamos lidando com vidas humanas e buscando proteger a população em geral. Em segundo lugar porque "não ser muito técnico" e "gastar muito tiro" pode ser extremamente nocivo para os 99% da população que reside no local de operações e pode ser vítima de um moleque inconseqüente que assistiu muito filme do Rambo. E em terceiro lugar porque o descrédito gerado ao se observar um grupo de policiais que age de forma tacanha e desorganizada e até mesmo o ódio causado na população local por conta do resultado trágico de ações mal planejadas e policiais sem critério levam ao aumento do efetivo do exército de pessoas que se tornam marginais dispostos a combater a polícia, por isso depois não vale se queixar da falta de apoio da população local com relação à polícia.
ZeRo4 escreveu:basta pesquisar a quantidade de bandidos (importantes...) mortos ou presos por eles, dos 18 mortos na mega-operação no Complexo do Alemão, eles mataram 8, enquanto os "1000 e tantos" outros policiais mataram "apenas 10", eu acho que o currículo deles fala por si só, basta pesquisar Beraldi e vai perceber que por incrível que pareça o "poder do tráfico" diminui de forma grotesca quando eles serviam no batalhão local, já que tem conhecidos na PMERJ em geral, basta perguntar... listo os batalhões que eles já passaram 22o BPM (Maré), 6o BPM (Tijuca), RPMont (Campo Grande) e atualmente 18 BPM (Jacarépagua).
O fato de a polícia do RJ depender de um pequeno número de "super-homens" iluminados para efetivamente combater a criminalidade é só mais um sintoma que atesta a falta de treinamento, técnica e doutrina adequados. O treinamento, a técnica e a doutrina são equalizadores. Se não tem, só um pequeno grupo mais "safo" efetivamente faz algo, com base no aprendizado de experiências anteriores às quais, por sorte, conseguiu sobreviver.
ZeRo4 escreveu:Não é unanimidade mesmo... tanto é que nas próprias forças Americanas há relatos de soldados utilizando o bom e velho M-14, isso pra não falar de soldados no Iraque e Afeganistão utilizando AK-47, se o conjunto M4/M16+5,56 é tão bom pq disso???
O final do meu post já explicou isso, você deve ter lido. E mais especificamente quanto ao AK, é o caso de um ou outro que quer ser diferente, ou que tem preguiça de limpar a arma. Em todo lugar tem um querendo ser diferente, pagar uma de Rambo, etc...
Quanto ao M-16/M-4, pergunte para quase todas as unidades militares e policiais de Forças Especiais do mundo, sendo que aconselho começar pelas da IDF e pelas dos EUA... Quanto ao 5,56x45mm pode perguntar para eles e também para a OTAN...
ZeRo4 escreveu:Comparar todas as polícias do Brasil com a PMERJ e PCERJ é no mínimo incoerente pois em nenhum lugar do Brasil nenhuma polícia enfrenta o que nós enfrentamos aqui, logo eu realmente não vejo necessidade de ser usar 7,62 em SP ou algo parecido. Sobre as FEs, disse uma vez e repito nem lá isso é unanimidade e não estamos falando de Iraque e nem de Afeganistão, mas de RJ que é um cenário completamente diferente.
Quem sou eu para falar o que a polícia carioca deve usar? Cada um com o que acha ser o ideal para sua situação, e o tempo dirá quem está mais certo ou menos certo...
Agora não ache o RJ tão diferente assim. Se conhecer a periferia de Belo Horizonte ou de Recife, só para citar dois exemplos, verá que não é única a situação do RJ. O que acontece é que aí tem Rede Bobo, Viva Rio e um monte de artista, político e socialite "enchendo as fraldas" e pedindo socorro em rede nacional, daí a maior visibilidade...
ZeRo4 escreveu:Ainda sobre a CORE, em que setor/equipe estava lotado o referido colega??? Te garanto que o pessoal do Anti-Bombas da CORE tbm prefere o a dupla M4+5,56... mas o pessoal do SAP e do SRE??? Duvido!
Não faço a mínima idéia, minha mente não alcança tanto assim. Só sei que não era nenhum mané, pois subia e descia toda a semana e apoiou o DPF e o COT...
ZeRo4 escreveu:Será que a preferência pelo 7,62 por aqui se dá pq em muitas favelas temos várias descampados parecidos com desertos (i.e Complexo do Alemão e Favelas da Zona Oeste) ou pq em muitas favelas a maioria dos combates se dá na mata???
SERÁ, SERÁ ?!!! Como diria o garçom daquela propaganda de cerveja... Como disse, cada macaco no seu galho, e o tempo dirá...