Enviado: Dom Out 21, 2007 5:03 pm
Carlos Mathias escreveu:A EMBRAER monta se quiser, se não, alguém vai querer ganhar essa grana. E com assessoria russa, a AVIBRÁS a VEM e etc podem montar aqui o avião.
A EMBRAER desdenhou do P-3 e ficou sem nada, foram prá Espanha. Ela já não é a aquela de tempos atrás.
Exatamente Carlos, este é o ponto que tenho tentado falar, mas estava evitando ser direto para não passar uma idéia errônea.
O fato é o seguinte: durante anos a FAB mandava e desmandava na Embraer. Depois da privatização a FAB tentou fazer a mesma coisa, mas não deu certo (e nem poderia dar, a empresa se tornou privada).
Tempos depois, no FX-1, a Embraer usou maquiavelicamente a sua influência sobre a FAB e o governo para empurrar o M-2000 BR. Foi um tiro no pé. Até hoje tenho vontade de jogar uma pedra no sr. Botelho, não por defender seus interesses e da empresa que representava, mas por chamar a população de burra. Sifu!
Episódios burros dos dois lados, mas que serviram para o amadurecimento do país como um todo, inclusive para as novas relações FAB-Embraer. A coisa mudou e pra melhor, mas resquícios ficaram.
O principal problema que temos hoje no Brasil é termos apenas uma indústria de aviões (deste porte). Ficamos refém dela, não temos escolhas.
Se vocês observarem a Embraer continua fazendo "beicinho", continua querendo fazer uso de ser a única fábrica de aviões no país. Muita coisa não vem a tona, mas o pouco que vaza na imprensa e nas entrelinhas, pode confirmar isso. O resto é muito sujo e não posso dizer, sinto muito. Mas é um tipo de sujeira "saudável", que toda empresa pratica.
Recentemente saiu uma notícia através do MD que os espanhóis "estão arrumando um modo de fabricar aviões no Brasil". O interessante é que quase ninguém comentou e o máximo que saiu foi se seria os Casa-212 novamente.
Não me importa o avião, o importante é que eles fabricarão algo por aqui e que pode ser através da Embraer ou não.
Pois bem, qual a leitura que eu faço disso: o governo/FAB deseja algo (não estou especificando o produto) e está procurando formas de viabilizar a coisa. Naturalmente que a coisa passará pela Embraer, mas ela não quiser, outras formas serão encontradas, goste ou não a Embraer.
O governo não tem que ficar refém de uma empresa privada, seja ela qual for. Tem o dever de investir nesta empresa, mas esta não tem o direito de dizer qual o melhor produto para o governo. O comprador é quem escolhe o que precisa, procura no mercado e compra. Se não tem no mercado interno e acredita que precisa tê-lo, então viabiliza formas para que isso aconteça.
Penso assim: quanto mais o governo (este ou qualquer outro) investir na Embraer mais refém dela ele vai ficar. Não tem como ser diferente, isso porque a empresa cresce muito, aumenta seu poder e continua sendo a única no setor.
O governo tem que defender os interesses do país, criando empregos, trazendo tecnologias, criando condições, abrindo linhas de créditos, etc. Se tudo o que está prometido pra FAB for feito apenas pela a Embraer a mesma vai explodir de tão grande e poderosa que ficará. Aí quero ver no que vai dar... rsrsrs
Não estou sugerindo que o governo não insista com a Embraer, não estou dizendo que a Embraer é perversa, não estou insinuando que ela deve ser colocada por escanteio por ter problemas com os russos. Longe disso, só estou dizendo que a FAB/governo deve ter um produto que deseja e se possível passando pela Embraer e se não for possível, que viabilize meios para que seus projetos (FAB) sejam realizados a contento.
Vou extrapolar, mas sem entregar o ouro (rsrsr). Procurem analisar o seguinte: cruzem as informações entre caças, helicópteros, submarinos e radares dos Cindactas. Se houver uma "comunalidade" na fonte poderemos estar mais dependentes dela do que se imagina. Isto está sendo analisado. rsrsrs
Sds,
Orestes