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Mensagem
por Marino » Seg Jan 25, 2010 2:14 pm
Brasil Wiki:
Fuzil Fal: tempo demais em serviço
O fuzil automático FAL M1964 (Fuzil Automático Leve), há 46 anos em serviço no Exército Brasileiro, apresenta as características positivas de uma boa arma militar, tais como robustez, precisão, confiabilidade e potência. Porém, sua obsolescência crescente quando comparado aos atuais fuzis de assalto, indica a já premente necessidade de que o mesmo seja substituído em nossas fileiras, conforme solicitado pelo Exército Brasileiro aos governos FHC e Lula.
Em detrimento de suas ótimas características que fizeram escola em nossas FFAA, o FAL apresenta peso excessivo devido ao projeto belga de seu sistema de funcionamento, sendo em média 1 quilo mais pesado que seus concorrentes atuais. Quem já fez longas marchas carregando um FAL sabe a diferença que faz esse quilo extra. Seu comprimento também não favorece ao deslocamento em mata fechada e nem ao rastejar no solo.
Usa calibre 7,62 mm Otan (7,62 X 51), que apresenta potência até excessiva para uma arma antipessoal, prejudicando a estabilidade e a precisão de tiro quando em fogo automático. Não obstante, seu projétil pode alcançar entre 3600 a 4000 metros, a 860 m/s iniciais em média.
Seu carregador de 20 cartuchos traz desvantagem em combate, quando comparado aos carregadores de 30 cartuchos dos fuzis atuais, em calibre 5,56 mm Otan (Fuzis M16, M4, MD 97, HK e Tavor, entre outros) e nos de calibre 7,62 mm AK (o famoso cartucho 7,62 X 39 do fuzil AK 47 e suas variantes do bloco oriental).
Nos exércitos ocidentais da atualidade, a munição leve 5,56 mm Otan é o padrão generalizado, inclusive no Brasil, sendo seu projétil de alta velocidade (990 m/s), de extrema letalidade.
Porém, em combates de selva como na Amazônia, o baixo peso de seu projétil causa grande facilidade de desvios ao chocar-se com a vegetação leve, tornando esse calibre relativamente inadequado a esse cenário, quando comparado ao desempenho da munição 7,62 mm Otan, mais pesada e utilizada nos fuzis FAL.
A Imbel, fabricante nacional do FAL, chegou a produzir essa arma convertida para o calibre 5,56 mm Otan, o que por sua vez, deu origem ao fuzil MD97 nesse calibre, o sucessor do velho FAL, sendo gradualmente distribuído às unidades militares brasileiras em ritmo abaixo do necessário.
O MD97 divide espaço com lotes de modernos fuzis norte-americanos Colt M4, usados em algumas unidades especiais. O FAL pode sobreviver ainda e somente como fuzil opcional para franco-atiradores, dotado de mira telescópica, tiro semi-automático e carregador menor, para 10 cartuchos.
O Exército Brasileiro requisitou verba para compra de 175.000 fuzis MD97, para a modernização de nossas tropas; porém, o que deveria ter sido concluído há 5 anos, arrasta-se lentamente ainda hoje.
O veterano FAL, que já deveria estar aposentado, esteve presente em todos os eventos político-militares da década de 60 à atualidade, sendo destacada sua utilização em todos os combates no Haiti, por ambos os lados na Guerrilha do Araguaia, na nossa guerrilha urbana e mesmo no combate à criminalidade nas favelas do Rio de Janeiro, nas mãos de unidades paramilitares
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco