Ckrauslo escreveu:Ah agora entendi, to meio devagar a madrugada toda estudando para concurso do banco, ai fica minha pergunta agora, sera que só ampliariam o guarani? sera que é tão simples ou precisaria revisar projeto, ampliando o trilho de direção, eixos, potencia do motor etc "Sendo quase um projeto novo"
Seria OPCIONAL, não OBRIGATÓRIO. Senão vejamos, na comparação com outros dois 8 x 8 bem conhecidos:
STRYKER - O Guarani VBTP mede apenas 04 cm a menos em comprimento, ou seja, não seria, ao menos em tese, fundamental esticar o carro e seu "trilho" para botar mais um eixo. A rigor, não aumentaria tanto o peso, a ponto de necessitar de outro motor. Até pelo primeiro nome (Urutu III) dado, creio que é 6 x 6 simplesmente porque o EB estava acostumado a isso, jamais tendo operado um 8 x 8 moderno. Ademais, ao contrário do Stryker, o Guarani é Anfíbio.
SUPERAV - Aí sim, precisaria espichar. Mas só vejo um VBTP Anf com a capacidade do Piranha IIIC se for para exportação - e num mercado saturadíssimo - pois os Piranhas do CFN estão novinhos e por aqui se usa as coisas até o osso, só Deus sabe quando irão trocar. Já o EB, com seu GC de 09 praças, está perfeitamente servido com o modelo atual, apesar de, se tivesse optado por fazê-lo com as mesmas dimensões mas com um eixo a mais, reduziria a pressão sobre o solo, tornando-o mais efetivo em determinados terrenos (mais difíceis para um 6 x 6).
STRIKER e SUPERAV - o Guarani, mesmo que fosse esticado, continuaria a ser mais estreito que ambos e bem mais baixo que o Stryker, ou seja, conservaria vantagens em peso (que poderiam ser aproveitadas para reforçar a proteção), aerotransportabilidade e mobilidade. Aí entraria uma
outra possibilidade:
Guarani VBR e VBCI 8 x 8
Quem já andou no Guarani conhece o excelente espaço interno e o conforto inerente a isso. É coisa de 1º mundo, acreditem. É só comparar, por exemplo, os assentos da tropa no nosso carro e nos outros citados (Stryker e Piranha), é uma baita diferença em conforto e segurança. Dá até para viajar nele e ir charlando com a tigrada (já que não tem janela), pois o ruído interno do motor (bem como a eficiência da suspensão) é semelhante ao de uma boa pick-up.
Torres perfurantes do casco como a CT-CV 105 e alguma com Can 30 caberiam tranquilamente no espaço já existente no chassis original que, como dito acima (e exemplificado com o Stryker), ao menos em tese não precisa esticar nada para poder botar mais um eixo, agora fundamental para suportar o aumento de peso. Claro, seria brabo manter a capacidade anfíbia (o que tem seu lado positivo: reduziria peso e complexidade ao retirar os impulsores aquáticos e sistemas correlatos) mas, com o rebaixamento do habitáculo para instalar as ditas torres, ganharia em estabilidade e pouparia mais peso, o que, para a VBR, compensaria perfeitamente o da torre; na VBCI, permitiria com maior folga - novamente em tese - a implementação de uma característica
sine qua non para ser considerado uma verdadeira VBCI: a capacidade de sobreviver a um impacto de sua própria arma*.
Claro, o aumento de peso implicaria necessariamente em um novo conjunto propulsor/transmissão, mas mesmo isso não acarretaria grandes problemas em logística/manutenção, a linha Iveco Cursor tem vários modelos (o do SuperAV 8 x 8, por exemplo, é um 13 6L de 500 hp - podendo chegar a 560 - enquanto o do Guarani 6 x 6 é um 9 6L de 383 hp), todos de 6 cil. em linha e 4 válvulas p/ cil. As duas rodas extras absorveriam o aumento de peso do carro.
* - O advento de VBCIs com peça 30 x 173 mm esculhambou a norma STANAG 4569, a qual só vai até o nível V que, no quesito Proteção Contra Munição Cinética, exige a capacidade de resistir a um disparo de 25 mm APDS-T (M791) voando a 1258 m/s, a uma distância mínima de 500 m. Como é mandatório que uma VBCI seja capaz de resistir a um disparo APDS-T de sua própria arma, os fabricantes se viram como podem. Por exemplo, a NEXTER integrou em sua VBCI 8 x 8 de quase 30 tons uma modesta peça 25 x 137; já a
joint-venture Alemã entre a KMW e a Rheinmetall insistiu no 30 x 173 para seu Puma IFV (sobre lagartas) e passou direto das 40 tons.
Um suposto Guarani 8 x 8 VBCI mantendo seu comprimento e largura e reduzindo a altura - sempre
em tese - pouparia peso suficiente para poder ficar ali pelas 30 tons ou menos (com add-ons na blindagem, claro) e resistir a um disparo de sua própria peça 30 mm.
ANEXO
COMPARAÇÃO DIMENSIONAL ENTRE O URUTU 6 X 6, GUARANI 6 X 6 E STRYKER 8 X 8