Estender o Artigo 5 da OTAN para a Ucrânia testaria as intenções de paz da Rússia, diz Meloni
História de Tim Zadorozhnyy • 20/3/2025
A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni reiterou os apelos para estender as garantias de segurança do Artigo 5 da OTAN para a Ucrânia, argumentando que isso demonstraria se a Rússia leva a paz a sério, disse ela em um discurso à Câmara dos Deputados italiana em 19 de março.
O Artigo 5, a pedra angular da defesa coletiva da OTAN, diz que um ataque a um membro é considerado um ataque a todos. Ele só foi invocado uma vez, após os ataques terroristas de 11 de setembro em Nova York.
"Estender o Artigo 5 da OTAN para a Ucrânia parece ser a proposta mais simples e eficaz de todas, também porque ajudaria a chamar um possível blefe", disse Meloni.
"Se a Rússia não planeja invadir seus vizinhos novamente, não está claro por que ela não deveria aceitar garantias de segurança que são apenas defensivas."
Meloni sugeriu pela primeira vez em 6 de março que a OTAN poderia estender a proteção do Artigo 5 à Ucrânia sem conceder a Kiev a filiação plena à aliança.
A primeira-ministra italiana se posicionou como uma ponte potencial entre os líderes europeus e o governo Trump, que chamou as aspirações da Ucrânia na OTAN de irrealistas.
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Em vez disso, Washington apoiou a ideia de forças de manutenção da paz lideradas pela Europa monitorando um possível cessar-fogo, mas não ofereceu garantias concretas de segurança à Ucrânia.
Apesar do crescente apoio europeu para reforçar a segurança da Ucrânia, a Itália descartou o envio de forças de manutenção da paz ao leste da Ucrânia para impor um possível cessar-fogo.
"Não devemos seguir servilmente as propostas apresentadas por outros simplesmente porque temos que decidir qual é a nossa posição. Nosso papel é participar com nossas próprias propostas", disse Meloni, acrescentando que sua proposta do Artigo 5 deve estar "na mesa de negociações".
Mais de 30 países expressaram disposição em contribuir para uma força de manutenção da paz na Ucrânia, com o Reino Unido e a França liderando a iniciativa, de acordo com o gabinete do primeiro-ministro britânico Keir Starmer. Canadá e Austrália também sinalizaram abertura para participar.
Os aliados da OTAN reafirmaram o caminho "irreversível" da Ucrânia para a adesão em julho de 2024, mas não estenderam um convite formal, apesar dos repetidos apelos de Kiev.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse em 24 de fevereiro que o presidente russo, Vladimir Putin, permitiria forças de paz europeias na Ucrânia como parte de um acordo, embora o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, tenha rejeitado publicamente a ideia.
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