Página 28 de 101

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 9:27 am
por Anton
Lula: "No podemos admitir países armados hasta los dientes y otros desarmados"
El presidente de Brasil lleva un mensaje de firmeza a la cumbre de seguridad nuclear

"Voy a preguntarle al presidente Obama cuál es el significado de su reciente acuerdo con Medvédev sobre la desactiva-ción de ojivas nucleares [entre EE UU y Rusia]. ¿Desactivación de qué? Porque si estamos hablando de desactivar lo que ya estaba caducado no tiene sentido. Yo tengo también en mi casa un cajón de medicinas del que voy sacando las que caducan. O hablamos en serio de desarme o no podemos admitir que haya un grupo de países armados hasta los dientes y otros desarmados".

Así se explicó el presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, en una conversación con Juan Luis Cebrián, periodista y consejero delegado de EL PAÍS, que tuvo lugar el viernes pasado en el despacho oficial del mandatario brasileño. Lula, que asistirá a partir de mañana en Washington a la cumbre internacional sobre seguridad nuclear, recibió a Cebrián en el marco de la preparación de unas jornadas sobre Brasil que EL PAÍS y el diario Valor organizarán el mes que viene en Madrid.

"Pakistán", dijo el jefe del Estado brasileño, "tiene la bomba atómica, Israel también. Es comprensible que quien se siente presionado por esa situación pueda pensar en crear la suya. No tenemos derecho a poner a nadie contra la pared, a practicar la táctica del todo o nada".

"He explicado a Obama, a Sarkozy, a Merkel, que hay que hablar con Irán", agregó Lula. "Es un gran país, con una cultura propia, que creó una civilización. Es preciso que los iraníes sepan que pueden enriquecer uranio para fines pacíficos y que los demás tengamos la tranquilidad de que es sólo para dichos usos pacíficos. No se puede partir del prejuicio de que Ahmadineyad es un terrorista al que es preciso aislar. Tenemos que negociar. Quiero conversar con él de estos temas hasta el último minuto. Y el único límite a la posición de Brasil es el respeto a las resoluciones de Naciones Unidas, que mi país cumplirá".

http://www.elpais.com/articulo/internac ... int_10/Tes

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 9:30 am
por Cunha
Seja em português ou espanhol, faz muito sentido o que o Lula falou.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 10:40 am
por Marino
FSP:
ANÁLISE
Projeto dos Estados Unidos equivale a reescrever o TNP
Washington ambiciona evitar que mais países cheguem ao limiar da bomba, o que é possível ser
feito em conformidade com as atuais diretrizes do tratado
CLAUDIA ANTUNES - DA SUCURSAL DO RIO
Se bem-sucedida, a pressão liderada pelos EUA para que sejam reforçados os mecanismos
contra a disseminação de tecnologia atômica corresponderá, na prática, a reescrever o Tratado de Não
Proliferação Nuclear.
O TNP tem hoje 189 signatários, quase todos os países-membros da ONU. Paquistão, Índia e
Israel, hoje potências nucleares, nunca aderiram. A Coreia do Norte deixou o acordo para explodir sua bomba, em 2007. No entanto, ninguém crê que a ditadura ultrafechada tenha arsenal considerável, e
ainda ocorrem, mesmo que a ritmo lento, negociações para sua readesão.
O TNP garante ao signatário "direito inalienável" a "desenvolver pesquisa, produção e uso da
energia nuclear para fins pacíficos", sob a supervisão da AIEA (Agência Internacional de Energia
Atômica).
Ao ser aplicado até o limite técnico possível, esse artigo permite que surja uma terceira categoria
de países, além dos não armados e das potências reconhecidas (EUA, Rússia, China, França e Reino
Unido): os que estão no limiar da bomba, com meios para produzi-la e lançá-la em pouco tempo.
Quando o TNP foi criado, em 1968, a partir de um entendimento entre os EUA e a antiga URSS -
China e França, na época já armados, só viriam a firmar o tratado em 1991-, isso não era visto como
problema.
Boa parte das nações com condições de explorar o átomo foi posta sob o "guarda-chuva nuclear"
de um dos dois lados da Guerra Fria. Países como Alemanha, Japão, Canadá, Itália, Coreia do Sul e
parte das ex-repúblicas da URSS puderam alcançar o limiar da bomba com pouco risco de que se
tornassem potências efetivas.
Desde os anos 80, no entanto, o número de países com capacidade nuclear cresceu. O potencial
de explodir o antigo arranjo foi mais forte no Oriente Médio, onde, na guerra entre 1980 e 1988, Iraque e
Irã flertaram com a militarização de seus programas nucleares, iniciados, nos anos 70, com tecnologia da
França e do Reino Unido.
O projeto iraquiano foi aniquilado, primeiro com o ataque israelense ao reator de Osirak, em
1981. Depois da Guerra do Golfo (1991), a AIEA retirou do país todo o urânio enriquecido e as
centrífugas para produzi-lo. O Irã, em consequência, desacelerou a militarização.
Ao ser posto no "eixo do mal" de George W. Bush após o 11 de Setembro, o país persa mudou
seus cálculos. Hoje, acredita-se que o Irã queira, também, alcançar o limiar atômico. Mas enquanto se
mantiver no TNP, com os inspetores da AIEA no país, não há chances, afirmam especialistas, de que
possa testar uma bomba sem ser notado.
É a possibilidade de que mais países julgados "não confiáveis" alcancem o status intermediário
que o governo americano quer conter, ao anunciar que mantém a prerrogativa de atacar nuclearmente os
que considere, pelos seus próprios critérios, violadores do TNP. Por isso também a ideia dos bancos
multilaterais de urânio, e os acordos pelos quais aliados se comprometem a não produzir combustível
atômico.
Em troca, o governo Obama oferece concessões em desarme que, na realidade, não recolocam
os EUA no estágio em que estavam na era pré-Bush. A Casa Branca mantém o projeto de bases de
mísseis antibalísticos, iniciado por Bush em 2002 e que tem o potencial de detonar nova corrida
armamentista com a Rússia.
Obama tampouco optou, em sua nova estratégia nuclear, pela promessa de não ser o primeiro a
usar a bomba, o que já foi feito por China e Índia. "As mudanças em termos de doutrina não chegam nem
perto do ineditismo que a Casa Branca quer vender ou que seus críticos dizem temer", escreveu Peter
Feaver, que integrou o Conselho de Segurança Nacional nos governos Clinton e Bush.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 10:53 am
por Marino
Valor:
OPINIÃO
A política nuclear de Obama
Por Richard Weitz
Talvez nunca na história as questões de segurança nuclear, não proliferação e controle de armas
tiveram a proeminência esperada durante o trio de eventos estratégicos marcados para este mês: o
lançamento da Revisão da Postura Nuclear (RPN) dos Estados Unidos, em 6 de abril; a assinatura, em
Praga, do Novo Start (sigla em inglês para Tratado de Redução de Armas Estratégicas), 8 de abril; e a
Cúpula de Segurança Nuclear, que estão sendo realizadas hoje e amanhã. Esses eventos
desembocarão na conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TPN), em maio.
O presidente dos EUA, Barack Obama, tornou-se um dos mais destacados defensores mundiais
da abolição das armas nucleares, uma posição pela qual ele recebeu inesperadamente o prêmio Nobel
da Paz em 2009. As ações de Obama vêm sendo consideravelmente mais comedidas do que se
costuma imaginar.
Em geral, Obama aplica uma política de equilíbrio nuclear, na qual os passos de desarmamento
são acompanhados de medidas para manter a supremacia nuclear dos EUA. Tais passos colocam em
evidência o compromisso de seu governo em cumprir suas obrigações no TPN, enquanto as medidas
acalmam aliados e o Congresso dos EUA, céticos quanto a novas abordagens arrojadas.
As políticas do governo esforçam-se de várias maneiras para abordar as aspirações dos
defensores do desarmamento mundial. A RPN, por exemplo, reduz ainda mais a dependência dos EUA
em relação aos armamentos nucleares, adotando praticamente uma doutrina de "não ser o primeiro a
usá-los". Apenas em "circunstâncias extremas" os EUA considerariam o uso de armas nucleares. Pela
primeira vez, os EUA se comprometem a não retaliar com guerra nuclear, mesmo se atacados com
armas químicas ou biológicas.
A RPN também compromete os EUA a não desenvolver novas armas, missões ou recursos
nucleares. O governo Obama, em vez disso, continuará a aperfeiçoar o papel e os recursos das forças
convencionais dos EUA para que desenvolvam missões anteriormente designadas a forças nucleares
.
Além disso, seu governo se compromete a não retomar testes com armas nucleares que incluam
detonações e a tentar colocar em vigor o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT,
na sigla em inglês), assegurando sua ratificação no Senado dos EUA e por todos os outros países.
Emblemático do compromisso do governo com a transparência e abertura, a RPN de Obama é a primeira
dessas revisões a ser inteiramente não confidencial.
O número permitido de ogivas em condições de uso, 1.550, é 74% menor do que o limite traçado
pelo Start de 1991 e 30% menor do que o determinado pelo Tratado de Moscou de 2002. O limite de
veículos de lançamento nuclear estratégico é de menos da metade do Start original. O governo descreve
esses limites e outras medidas de controle de armas como o cumprimento das obrigações dos EUA
quanto ao desarmamento e não proliferação sob o TPN.
O governo também buscou atender os receios dos americanos e aliados de que Obama pudesse
estar seguindo um caminho ingênuo e imprudente em direção ao desarmamento nuclear. Embora
Obama tenha apoiado a meta de abolir todas as armas nucleares, ele a descreveu como um esforço de
longo prazo e não apresentou nenhum cronograma concreto para alcançá-la. Não foram fixadas datas
para que Obama peça ao Senado para reconsiderar o CTBT.
Embora os defensores do fim das armas nucleares quisessem que seu governo seguisse essa
abordagem e deixasse os que querem manter armas nucleares em funções militares essenciais com a
obrigação de provar essa necessidade, a RPN presume a manutenção das atuais missões e funções
nucleares, a menos que existam argumentos para aboli-las. Presume que "os Estados Unidos manterão
capacidade de dissuasão nuclear confiável, eficiente e que garanta a segurança (...) enquanto existam
armas nucleares".
A RPN sustenta a política de garantia expandida de capacidade nuclear dissuasiva, sob a qual os
EUA continuam com a opção do uso de armas nucleares para defender seus aliados. Os mais céticos
duvidam da credibilidade dessa política, que, em princípio, obriga os EUA a sacrificar Nova York em
resposta a um ataque a Varsóvia ou a colocar Los Angeles em risco para defender Taipé
.
Os defensores da ideia acreditam que essa garantia, além de desencorajar a agressão,
contribuiu para a não proliferação nuclear ao reduzir os incentivos para o que os aliados dos EUA
busquem seus próprios dissuasivos nucleares. Nesse contexto, o governo rejeitou os pedidos para
retirar, de forma unilateral, as armas nucleares táticas na Europa, insistindo que apenas o fará com
consentimento de todos os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Além disso, o compromisso na RPN "de não usar primeiro" as armas nucleares traz uma
importante vantagem. Compromete os EUA a não usar ou ameaçar usar armas nucleares contra Estados
que não as possuam, desde que esses países cumpram o TPN e suas outras obrigações de não
proliferação nuclear. O governo Obama considera que tanto Irã como Coreia do Norte estão fora dessa
categoria.
Os negociadores do Start argumentaram com seus colegas russos por meses para excluir
linguagem com obrigatoriedade jurídica que pudesse restringir a defesa baseada em mísseis ou o uso de
ogivas não nucleares em mísseis balísticos de longa distância. Embora algumas autoridades dos EUA
continuem céticas quanto a essa capacidade, consideram que o Congresso poderia não aprovar um Start
que incluísse limitações formais a essas opções.
Mesmo com os limites menores estipulados pelo Novo Start, os EUA continuarão com milhares
de armas nucleares e com sua consagrada "tríade estratégica", de mísseis balísticos intercontinentais em
terra e em submarinos, somados a bombardeiros com capacidade nuclear
. Essa combinação ajuda a
assegurar que, se desenvolvimentos tecnológicos deixarem um desses três pontos vulneráveis, os outros
dois poderão representar uma ameaça suficiente de retaliação. Os EUA tentarão garantir a confiabilidade
de suas armas nucleares gastando bilhões de dólares para melhorar a infraestrutura de seus
armamentos e conduzir testes que não envolvam detonações
.
A Cúpula de Segurança Nuclear desempenha papel essencial na conexão das duas correntes da
política nuclear de Obama. Os americanos liberais e conservadores, assim como os amigos e aliados
dos EUA, são a favor do princípio de aperfeiçoar a segurança de materiais nucleares perigosos e de
reduzir o risco de terrorismo nuclear, que poderia de forma plausível ameaçar qualquer um.
Obama trouxe inovações importantes à política nuclear dos EUA, mas existe uma continuidade
muito importante com as políticas prévias. Tendo em vista o que está em jogo, continuar a contar com
abordagens comprovadas, enquanto se tenta promover um mundo com armas nucleares mais seguras e
em menor número, é uma estratégia judiciosa.
Richard Weitz é pesquisador sênior e diretor do Center for Political-Military Analysis, do
Hudson Institute.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 10:57 am
por Hader
Este artigo tem a virtude de trazer duas verdades:

1 - A revisão do TNP proposta pelos USA tem como objetivo obliterar o domínio de tecnologia nuclear por países em desenvolvimento.

2- Quem empurrou o Irã para o desenvolvimento do seu atual programa nuclear "dual" foi a política de ataque preventivo do sr. Bush Jr.

Os USA colocaram a "bomba nuclear terrorista islâmica" na alça de mira. E não se faz omelete sem quebrar ovos. E os nossos ovos estão na cesta... Pois a bomba terrorista pode ser uma "bomba suja". Compreendem?

[]'s

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 3:25 pm
por Marino
Vou tentar desmascarar outra hipocrisia americana.
Estão muito preocupados com o terrorismo nuclear, sei... :evil: .
Como já discutimos, grupos terroristas não conseguem fabricar armas nucleares, pois não possuem tecnologia, apoio industrial, material altamente enriquecido (90%), etc.
Poderiam fazer uma bomba suja, simplesmente assaltando um consultório de radiologia. Mas para isso os EUA não estão preocupados nem um pouco, é paranóia... :twisted: .
Ou poderiam receber de uma aliado, como o Paquistão :twisted: 8-] .
Agora vamos raciocinar.
Armas nucleares servem para duas coisas:
- destruição em massa, atacando cidades, como era estratégia das potências nucleares; e......... :twisted:
- evitarem a concentração de forças para uma invasão, uma agressão, vinda de uma potência militar com capacidade avassaladora. :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
Vou deixar o resto do raciocínio para os DBistas...

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 3:50 pm
por Marino
Terra:
Notícias » Mundo
EUA: Ucrânia vai se livrar de urânio enriquecido até 2012

A Ucrânia renunciará a seu material nuclear altamente refinado em um prazo de dois anos, anunciou hoje a Casa Branca, após a reunião bilateral entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o da Ucrânia, Viktor Yanukovich.

Em entrevista coletiva antes do início da Cúpula sobre Segurança Nuclear, que começa hoje em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que a Ucrânia terá eliminado seu material nuclear até a próxima reunião, prevista para 2012.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 3:54 pm
por DELTA22
Publicada em 12/04/2010 às 14h11m
Jobim: Brasil não pretende assinar o Protocolo ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear

Marília Martins

WASHINGTON - O ministro Nelson Jobim disse nesta segunda-feira que o Brasil não pretende assinar o Protocolo ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) que prevê o gerenciamento de material nuclear e de urânio enriquecido pela Agência Internacional de Energia Atômica porque considera este adendo "invasivo quanto à soberania nacional". Segundo o ministro, o Brasil considera já ter dado garantias suficientes de que não pretende desenvolver urânio para fins de contrução de artefatos nucleares ao ter assinado o TNP.

- O protocolo prevê que a Agência determine para quem um país vai fornecer urânio enriquecido, mesmo para fins pacíficos. E isto para nós é inaceitável, porque é uma interferência na soberania nacional. A posição brasileira é a defesa do enriquecimento para fins pacíficos. Nós não somos favoráveis a qualquer pretensão iraniana a ter bomba atomica. Trata, para o Brasil, de defender a sua autonomia em relação ao enriquecimento. A possibilidade de o Brasil vir a ser um fornecedor internacional de urânio enriquecido depende das regras internacionais para isto. Por ora não temos possibilidades industriais para isto - disse o ministro.

Jobim acrescentou que o Brasil é contra o que chamou de "tese da multilateralização do enriquecimento":

- Há quem defenda a tese de que a agência internacional de energia atomic seja ela própria responsável pelo enriquecimento de urânio ou seja uma entidade que poderia autorizar um país a tornar-se foernecedor de urânio. Isto evidentemente é invasive quanto à soberania nacional.

O ministro comentou a decisão do Chile de renunciar a ter urânio enriquecido em seu território, transferindo o material para a guarda Americana:

- O Chile vai ter que repensar sua decisão. O presidente Sebastian Pinera está interessado no programa nuclear brasileiro. A energia nuclear hoje é considerada uma opção limpa para o fornecimento de energia, que pode ser uma opção no caso de problemas de seca nos reservatórios das hidrelétricas. O Brasil tem projetos para a construção de mais quatro usinas nucleares. E não vai abdicar deste projeto porque todas vez que houver problemas de fornecimento de energia de hidrelétricas, as nucleares vão compensar.

Segundo o ministro, o Brasil tem direito a fazer enriquecimento de até 20% do urânio enriquecido e, além disto, o país tem a terceira reserva mundial de urânio. Ele disse que o Brasil não tem problemas de segurança em seu programa nuclear.

- O programa nuclear brasileiro tem três vertentes: as usinas nucleares, o submarino nuclear e o fornecimento de material para uso medicinal. Em nenhuma dessas três vertentes nós temos problemas de segurança. De modo que o Brasil está muito bem neste setor.

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/ ... 317605.asp

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 3:59 pm
por Anton
Marino escreveu: - evitarem a concentração de forças para uma invasão, uma agressão, vinda de uma potência militar com capacidade avassaladora. :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
Provavelmente essa alternativa seja o único interesse real dos gringos...

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 8:00 pm
por Francoorp
O ministro comentou a decisão do Chile de renunciar a ter urânio enriquecido em seu território, transferindo o material para a guarda Americana:

- O Chile vai ter que repensar sua decisão. O presidente Sebastian Pinera está interessado no programa nuclear brasileiro.

Não entendi... O Chile recunciou ao próprio enriquecimento de urânio, vai mandar tudo pros States, e agora está interessado a comprar já enriquecido do Brasil, para uma eventual usina ou ou produção de equipamentos médicos, é isso?? :|

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Abr 12, 2010 9:42 pm
por Hader
Marino escreveu:Vou tentar desmascarar outra hipocrisia americana.
Estão muito preocupados com o terrorismo nuclear, sei... :evil: .
Como já discutimos, grupos terroristas não conseguem fabricar armas nucleares, pois não possuem tecnologia, apoio industrial, material altamente enriquecido (90%), etc.
Poderiam fazer uma bomba suja, simplesmente assaltando um consultório de radiologia. Mas para isso os EUA não estão preocupados nem um pouco, é paranóia... :twisted: .
Ou poderiam receber de uma aliado, como o Paquistão :twisted: 8-] .
Agora vamos raciocinar.
Armas nucleares servem para duas coisas:
- destruição em massa, atacando cidades, como era estratégia das potências nucleares; e......... :twisted:
- evitarem a concentração de forças para uma invasão, uma agressão, vinda de uma potência militar com capacidade avassaladora. :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
Vou deixar o resto do raciocínio para os DBistas...
Perfeito Marino. Perfeito. O background do discurso americano é definido por suas demandas estratégicas reais, alinhadas pelo Pentágono, tendo em vista as perspectivas de projeção do poder norte-americano. O resto é mkt para vender a tese ao populacho redneck. Observem para onde vai a US Navy e vocês verão como se desenha a política de atuação global dos USA. Ela é O braço desta ação, sempre foi (dos salões de Montezuma às praias de Trípoli).

[]'s

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Abr 13, 2010 12:32 am
por Carlos Mathias
Black Shark-BR com cabeça de 500 Kton.
Tá bom com esse rendimento marino? 8-]

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Abr 13, 2010 12:49 am
por DELTA22
::::ASSISTAM::::

Diretor da Coppe/UFRJ comenta o encontro nos EUA sobre segurança nuclear

Segunda-feira, 12/04/2010

O físico Luis Pinguelli Rosa afirmou que há pontos positivos no encontro de presidentes para discutir a segurança nuclear. Para ele, o Brasil se posiciona em favor do Irã por questões econômicas.

http://video.globo.com/Videos/Player/No ... AR,00.html

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Abr 13, 2010 8:51 am
por Marino
No minuto 07:12 o Samuel Pinheiro Guimarães fala sobre o Protocolo Adicional.
http://video.globo.com/Videos/Player/No ... AR,00.html

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Abr 13, 2010 10:30 am
por Marino
E continua a pressão de nossos pseudo intelectuais para assinarmos o Protocolo Adicional.
Este artigo eu não vou nem comentar.
============================================

A armadilha do cronômetro

Está na hora de mobilizar toda a inteligência do Itamaraty e toda a perspicácia político-sindical de Lula. Até para não comprometer o projeto de o Brasil alcançar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU

Por Alon Feuerwerker



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva talvez precise usar as conhecidas habilidades sindicais para encontrar uma saída diplomática que, ao mesmo tempo, preserve a soberania brasileira na definição das relações bilaterais com o Irã e impeça o Brasil de escorregar para o isolamento político planetário.

A má notícia aqui é o assunto ser extremamente complexo e delicado. A boa notícia é Lula ter (pelo menos) sete vidas. Ele tem como achar um jeito de sair bem. Aliás, o discurso brasileiro sofre um ajuste fino desde que Hillary Clinton passou por Brasília.

A partir de lá, no começo discretamente, a diplomacia brasileira e o presidente começaram a deixar claro que vão com Teerã só até certo ponto. Se forem removidas as camadas de retórica, percebe-se o esforço de Lula no assegurar a Washington que não vai dar um cheque em branco para Mahmoud Ahmadinejad.

Escrevi aqui outro dia sobre a necessidade de um upgrade na posição brasileira. E o ambiente no Itamaraty é exatamente este: os diplomatas quebram a cabeça em busca de uma solução boa o suficiente para não nos deixar mal nem com uns nem com outros. Há inclusive certa tensão entre o gabinete presidencial e a chancelaria. Mas nada que uma bela saída final não resolva.

Lula precisa do troféu para exibir, como prova de que “não se dobrou aos americanos”. Mas tampouco pode embarcar numa aventura de braços dados com Ahmadinejad. A solução ótima será o Irã aceitar o monitoramento internacional e as medidas já propostas por franceses e russos, para garantir ao mundo o caráter pacífico do programa nuclear persa. Seria uma vitória maiúscula de Lula.



Mas ela parece por enquanto distante.

Há outro componente, mais obscuro, no imbróglio. A teimosia iraniana é útil ao governo brasileiro quando nos dá uma plataforma para denunciar o militarismo dos grandes, um biombo discursivo a encobrir nossas próprias ambições nucleares.

Uma coisa é debater se o Brasil precisa ou não da bomba. Penoso. Mais fácil é defender o direito de o Brasil desenvolver energia nuclear da maneira que melhor lhe convier. Essa segunda linha é propagandisticamente boa, pois evita o debate no mérito.

Lula domina bem a técnica de radicalizar em público e buscar um meio-termo em privado. Tipicamente sindical. É justamente disso que se trata agora.

Na busca do troféu, o presidente precisará escapar ainda da armadilha do cronômetro. O ritmo do ajuste da posição brasileira deve estar sincronizado com russos e chineses. É visível que os Estados Unidos nos consideram ator secundário da peça. Mas estão empenhados full time em atrair Moscou e Pequim para um acordo que coloque limites ao programa nuclear dos aiatolás.

O risco é ficarmos pendurados no pincel. E se chineses e russos chegam a um acerto com os americanos? O que faremos? Vamos aderir na 25ª hora? Ou vamos “marcar posição”, num repeteco do constrangimento hondurenho? Parece óbvio que nem russos nem chineses vão deixar de fechar um pacto com os Estados Unidos só para serem solidários a nós.

Está na hora de mobilizar toda a inteligência do Itamaraty e toda a perspicácia político-sindical de Lula. Até para não comprometer o projeto de o Brasil alcançar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.



Peça ausente

Há forte resistência no governo a assinar o protocolo adicional do tratado de não proliferação (TNP) de armas nucleares. O argumento para não assinar é a defesa da soberania tecnológica do país, pois o texto prevê poderes totais de inspeção à Agência Internacional de Energia Atômica.

Argumentam ainda que a Constituição brasileira já proíbe fabricar a bomba.

Mas será que essa recusa não compromete nosso projeto de integrar permanentemente o Conselho de Segurança da ONU?

Especialmente porque, segundo nossos líderes, não queremos mesmo ter armas nucleares. Ou seja, vamos brigar com os principais países do mundo porque não aceitamos que uma agência multilateral verifique como estamos cumprindo os compromissos por nós assumidos. Apesar de estarmos cumprindo, religiosamente.

Qual é a lógica nisso? Falta alguma peça para completar o quebra-cabeças.