E, como disse em outro post, a nota mistura o contingenciamento da verba de custeio, que vem do Tesouro Nacional, com o dinheiro do investimento no Programa dos Subs, que vem de financiamento internacional, que possui um cronograma de pagamentos. Nada a ver.Justin Case escreveu:Amigos,
"Contingenciamento" não é o mesmo que "corte".
É apenas uma suspensão no direito de utilizar o numerário previsto no orçamento, até que se confirme a sua disponibilidade.
Pelo que foi noticiado, a arrecadação do Governo neste primeiro trimestre foi superior às expectativas.
A continuar assim, não vejo motivo para que o contingenciamento venha a se tornar "corte".
Abraços,
Justin
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Tá, mas só para entender: então a DCNS nada tem a reclamar e o cronograma dos subs está em dia?
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
ExcelenteBender escreveu:Você questionou,mas creio que entende melhor que eu a questão,entendi sua colocação como uma provocação de idéias,ok.Justin Case escreveu:Amigos,
Tem alguma coisa errada nessa lógica administrativa brasileira:
O Governo, que deveria fazer as contas e dizer "vai devagar, é muito caro", quer comprar o melhor para todas as Forças Armadas, investindo pesado.
As Forças Armadas, como a FAB, obsoleta e sucateada, quer fazer economia, em vez de buscar meios em quantidade e qualidade adequadas para cumprir a missão.
Não estão invertidos os papéis?
Abraços,
Justin
Veja Justin,na minha opinião,é o atraso que se arrasta acorrentado numa tentativa de implantação da modernidade.
Mais anacrônico impossível,pior é que para se quebrar essa situação que se configurou a partir do momento que este governo resolveu dar um passo adiante na direção da modernização das FAs,é preciso que se aprovem leis,tanto normativas quanto de caráter constitucional para que as coisas se consolidem em um patamar de “normalidade” em que modernidade se estabeleça de vez.
As normas vigentes são incompatíveis com/e não estão acompanhando as intenções presentes e futuras,lamentável.
Sds.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Mapinguari, pode ser que esteja tudo certo, mas nem todo o valor dos subs virá de crédito externo. Parte será paga com recursos do Tesouro Nacional. E aí que pode estar em atraso, embora não acredite muito. Penso que é nota que "passarinho assoprou".
Sobre as últimas mensagens sobre orçamento, há outras considerações pertinentes. As compras grandes saem do Tesouro Nacional e/ou são pagas com créditos extra-orçamentários. Já a manutenção dos equipamentos sai dos orçamentos. E estes são até agora contingenciáveis.
Logo, não há nenhuma surpresa quando você percebe uma certa desconfiança, mesmo entre militares. É o famoso "gato escaldado tem medo de água fria". Acostumados com décadas a fio de restrições, ainda pode ser necessário um tempo da nova realidade para eles sentirem confiança. Eu só acho que ainda é cedo para dizermos que essa nova realidade já tenha chegado nas Forças Armadas. Aliás, como pude confirmar in loco algumas vezes, não me parece que tenha chegado. Ainda estamos vendo as mesmas situações de indisponibilidade do passado.
Quem vai pagar pela operação dos submarinos e dos Rafales são a MB e a FAB, com a verba que receberem. Então, se a verba for insuficiente, simplesmente os equipamentos ficarão parados. É por isso que está andando no Congresso a tal lei que impede os contingenciamentos na Defesa. Se ela sair, tudo se resolve. Se não sair, sinceramente não culpo nenhum militar de ficar com um pé atrás.
Sobre as últimas mensagens sobre orçamento, há outras considerações pertinentes. As compras grandes saem do Tesouro Nacional e/ou são pagas com créditos extra-orçamentários. Já a manutenção dos equipamentos sai dos orçamentos. E estes são até agora contingenciáveis.
Logo, não há nenhuma surpresa quando você percebe uma certa desconfiança, mesmo entre militares. É o famoso "gato escaldado tem medo de água fria". Acostumados com décadas a fio de restrições, ainda pode ser necessário um tempo da nova realidade para eles sentirem confiança. Eu só acho que ainda é cedo para dizermos que essa nova realidade já tenha chegado nas Forças Armadas. Aliás, como pude confirmar in loco algumas vezes, não me parece que tenha chegado. Ainda estamos vendo as mesmas situações de indisponibilidade do passado.
Quem vai pagar pela operação dos submarinos e dos Rafales são a MB e a FAB, com a verba que receberem. Então, se a verba for insuficiente, simplesmente os equipamentos ficarão parados. É por isso que está andando no Congresso a tal lei que impede os contingenciamentos na Defesa. Se ela sair, tudo se resolve. Se não sair, sinceramente não culpo nenhum militar de ficar com um pé atrás.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Eu tenho uma visão sobre esse assunto.
É uma visão de gestão que eu aplico: você olha a floresta, mas não vê as árvores uma a uma, não chega lá pessoalmente, é impossível. Quer baixar as gorduras, o que faz?
Junto com outras medidas, reengenharia, reforma, chamem-lhe o que quiserem, diminui drasticamente o orçamento(menos o de investimento), dá aquela motivação extra para fazer o que é preciso, passa a haver em toda a estrutura, nas árvores, a necessidade dessa alteração, de deitar as gorduras fora, de começar a ver oportunidades internas de melhor funcionamento, de fazer as coisas necessárias mais eficientemente, não há nada mais ineficiente do que fazer bem uma coisa desnecessária, ou já feita por alguém.
Este choque pode estar pronto, aquando do inicio da recepção de todos os novos equipamentos.
Só mesmo um pensamento meu.
Realmente é inaudito o lado politico estar pronto a dar a aeronave mais eficiente tecnicamente (pelos vistos e não posto em causa, foi o Rafale) e haver sectores que defendem outra solução, mesmo na imprensa, com os argumentos do preço e custo...Nunca vi tal a acontecer, há coroço nesse angu (é assim que se escreve?)
[[]]'s
É uma visão de gestão que eu aplico: você olha a floresta, mas não vê as árvores uma a uma, não chega lá pessoalmente, é impossível. Quer baixar as gorduras, o que faz?
Junto com outras medidas, reengenharia, reforma, chamem-lhe o que quiserem, diminui drasticamente o orçamento(menos o de investimento), dá aquela motivação extra para fazer o que é preciso, passa a haver em toda a estrutura, nas árvores, a necessidade dessa alteração, de deitar as gorduras fora, de começar a ver oportunidades internas de melhor funcionamento, de fazer as coisas necessárias mais eficientemente, não há nada mais ineficiente do que fazer bem uma coisa desnecessária, ou já feita por alguém.
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Realmente é inaudito o lado politico estar pronto a dar a aeronave mais eficiente tecnicamente (pelos vistos e não posto em causa, foi o Rafale) e haver sectores que defendem outra solução, mesmo na imprensa, com os argumentos do preço e custo...Nunca vi tal a acontecer, há coroço nesse angu (é assim que se escreve?)
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"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Sei lá... Pensei que tinha um prazo de carência de alguns anos na compra. Compras de equipamentos de algumas centenas de milhares de reais para cima costumam ter sempre um bom prazo de carência.Túlio escreveu:Tá, mas só para entender: então a DCNS nada tem a reclamar e o cronograma dos subs está em dia?
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Pode ser que haja para os subs, mas de repente não para o estaleiro e a base.Bourne escreveu:Sei lá... Pensei que tinha um prazo de carência de alguns anos na compra. Compras de equipamentos de algumas centenas de milhares de reais para cima costumam ter sempre um bom prazo de carência.Túlio escreveu:Tá, mas só para entender: então a DCNS nada tem a reclamar e o cronograma dos subs está em dia?
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Estou apenas tentando entender. É sodas a gente ler que o Brasil mudou, que agora se é rico e se leva Defesa a sério e logo em seguida aparece que verbas continuam a ser contingenciadas. Daqui a pouco até EU esteri defendendo Gripen ou mesmo F-16BR...
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Argumentos de preço e custo são as desculpas. No caso do F-X tem muito mais coisa por trás.soultrain escreveu:Realmente é inaudito o lado politico estar pronto a dar a aeronave mais eficiente tecnicamente (pelos vistos e não posto em causa, foi o Rafale) e haver sectores que defendem outra solução, mesmo na imprensa, com os argumentos do preço e custo...Nunca vi tal a acontecer, há coroço nesse angu (é assim que se escreve?)
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No entanto, lembro que no Brasil até pouquíssimo tempo atrás, a teoria vigente era a do "quanto mais barato, melhor", pois "não tínhamos inimigos, então não precisávamos de Forças Armadas bem equipadas". Hoje mudou bastante, felizmente, mas você ainda encontra quem diga isso. Então, quando você tem um discursso desses, consegue arregimentar um monte de gente.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Mudança nenhuma acontece de um dia para o outro. Há também a necessária separação da propaganda para o que vira realidade. Fato é que o grande avanço até agora é a END. Mas por enquanto ficou nela. Houve a compra dos helicópteros, envolta de controvérsias, e a dos subs que por enquanto correm normalmente (quem vai dar crédito pra nota de colunista da Isto É?).Túlio escreveu:Estou apenas tentando entender. É sodas a gente ler que o Brasil mudou, que agora se é rico e se leva Defesa a sério e logo em seguida aparece que verbas continuam a ser contingenciadas. Daqui a pouco até EU esteri defendendo Gripen ou mesmo F-16BR...
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
França ameaça acordo entre Mercosul e UE
Valor
Assis Moreira, de Bruxelas
26/04/2010
Nesse cenário, ocorrerá hoje e amanhã a reunião técnica entre os dois blocos, em Bruxelas
A França pode impedir o avanço do acordo de livre comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul, que envolveria 700 milhões de consumidores. A pressão dos produtores franceses de carnes levou a BusinessEuropa, a central das indústrias europeias, a se mobilizar e passar a cobrar do Mercosul abertura de 100% de seu mercado para itens europeus e não apenas 90%. Nesse cenário, ocorrerá hoje e amanhã a reunião técnica entre os dois blocos, em Bruxelas. Em maio, haverá encontro de cúpula, em Madrid.
---------------------------------------------------
França trava acordo entre UE e Mercosul
26 abril 2010
Comércio internacional: Indústria europeia aumenta exigências e cobra abertura de 100% do bloco do Cone Sul
Assis Moreira, de Bruxelas
A França coloca entraves ao avanço de um acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, ameaçando, na prática, as perspectivas da cúpula dos líderes das duas regiões em maio, em Madri. A forte pressão dos produtores franceses de carnes levou a indústria europeia a se mobilizar com urgência na semana passada para insistir na importância do acordo. No entanto, ao mesmo tempo a indústria aumenta as exigências e agora cobra do Mercosul abertura de 100% de seu mercado, e não apenas de 90%, como até então.
É nesse cenário que ocorrerá hoje e amanhã a reunião técnica entre os dois blocos, em Bruxelas, marcada para indicar até que ponto haverá espaço para o relançamento da negociação em Madri. “Nem os franceses, nem ninguém na Europa têm como aceitar um acordo que dê mais acesso ao Brasil no mercado europeu, principalmente para carnes”, afirmou ao Valor o irlandês Padraig Walshe, presidente da poderosa central Copa.
Duras campanhas do setor agrícola europeu contra um acordo envolvendo o Brasil e a Argentina não são novidade. Dessa vez, porém, a posição da França, por seu peso na cena europeia, pode empurrar, na prática, as discussões para um novo fiasco. Apesar de belos discursos sobre a “parceria estratégica” com o Brasil, o presidente Nicolas Sarkozy não parece ter intenções de ir contra o lobby agrícola, tal sua fragilidade política no momento.
Percebendo o perigo, associações industriais da Europa entraram em campo já um pouco tarde, se mobilizaram junto ao presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, ao comissário de comércio, Karel de Gucht, e ao líder rotativo da UE e primeiro-ministro espanhol José Luiz Zapatero, insistindo na “enorme importância” do acordo birregional. Argumentam que será “o mais ambicioso acordo birregional do mundo, envolverá 700 milhões de pessoas e será o primeiro entre duas uniões aduaneiras”. Além dos benefícios comerciais, a indústria europeia destaca que um acordo ajudará a proteger os atuais investimentos europeus no Mercosul e a instalar mais companhias na região. Outro argumento é de que o acordo “fortalecerá a presença ocidental e reduzirá espaço para outros grandes parceiros comerciais globais” no Mercosul – ou seja, contra os chineses.
Ao mesmo tempo, porém, novas exigências da indústria europeia tendem a agravar o impasse na negociação, que está paralisada formalmente desde 2004. Na última reunião dos dois blocos, no mês passado em Buenos Aires, o Mercosul atendeu a demanda europeia e voltou a ampliar a cobertura de 74% para 90% do comércio, incluindo a liberalização também do setor automotivo. Mas agora a BusinessEuropa, a grande central das indústrias europeias, diz que a situação mudou desde o acordo da UE com a Coreia do Sul, no ano passado, e quer que a cobertura seja de 100% do comércio. “Esse acordo elevou nossas expectativas”, diz Eoin O’Malley. Negociadores da UE argumentam que, no recente acordo com o Peru e a Colômbia, esse percentual também foi incluído.
Também o setor de serviços faz novas demandas de abertura do Mercosul para serviços de distribuição, ambientais e também de serviços para a indústria de petróleo, de olho no pré-sal. “Nosso interesse sobre compras governamentais é agora muito maior”, disse o chefe da Coalização das Indústrias de Serviços, Pascal Kerneis.
Mas, se cobram mais, os europeus recusam-se a fazer novas concessões. Refletindo a posição francesa, dizem que a UE não pode dar abertura para a entrada de carnes de frango e bovina e prometem que alguns produtos incluídos como cota na oferta de 2004 poderiam migrar para a desgravação, provavelmente suínos e arroz. E só acenaram com melhorias para o etanol, com uma cota que poderá ser bem superior à de um milhão de toneladas discutida em anos anteriores. O caso dos suínos é emblemático. O produto brasileiro continua bloqueado não por causa de tarifas, mas sim por barreiras sanitárias que a UE reluta em levantar há anos.
Negociadores do Mercosul apontam uma “dose de irrealismo” enorme do lado europeu ao esperar que o bloco se comprometa com a abertura total de setores sensíveis da economia sem levar em conta a assimetria entre as economias das duas regiões. O governo de Cristina Kirchner, na Argentina, pela primeira vez nos últimos tempos mostrou flexibilidade para liberalizar, mas avisa que isso também tem limites. Além disso, crescem as indagações sobre até que ponto Bruxelas é séria na negociação. Se está “fazendo teatro” ou se exige mais para dificultar um acordo que sabe que é contestado por países membros, como França, Irlanda e outros produtores agrícolas do Leste Europeu.
Pelo cenário atual, é provável que os lideres da UE e do Mercosul anunciem o relançamento da negociação birregional, mas sem conteúdo concreto. Sobretudo, sem a expectativa de conclusão acelerada, como era o plano original. “Isso é negociação para nossos netos”, comentou, com ironia e frustração, um diplomata de um país interessado no acordo com o Mercosul.
Fonte: Valor Econômico
Valor
Assis Moreira, de Bruxelas
26/04/2010
Nesse cenário, ocorrerá hoje e amanhã a reunião técnica entre os dois blocos, em Bruxelas
A França pode impedir o avanço do acordo de livre comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul, que envolveria 700 milhões de consumidores. A pressão dos produtores franceses de carnes levou a BusinessEuropa, a central das indústrias europeias, a se mobilizar e passar a cobrar do Mercosul abertura de 100% de seu mercado para itens europeus e não apenas 90%. Nesse cenário, ocorrerá hoje e amanhã a reunião técnica entre os dois blocos, em Bruxelas. Em maio, haverá encontro de cúpula, em Madrid.
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França trava acordo entre UE e Mercosul
26 abril 2010
Comércio internacional: Indústria europeia aumenta exigências e cobra abertura de 100% do bloco do Cone Sul
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A França coloca entraves ao avanço de um acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, ameaçando, na prática, as perspectivas da cúpula dos líderes das duas regiões em maio, em Madri. A forte pressão dos produtores franceses de carnes levou a indústria europeia a se mobilizar com urgência na semana passada para insistir na importância do acordo. No entanto, ao mesmo tempo a indústria aumenta as exigências e agora cobra do Mercosul abertura de 100% de seu mercado, e não apenas de 90%, como até então.
É nesse cenário que ocorrerá hoje e amanhã a reunião técnica entre os dois blocos, em Bruxelas, marcada para indicar até que ponto haverá espaço para o relançamento da negociação em Madri. “Nem os franceses, nem ninguém na Europa têm como aceitar um acordo que dê mais acesso ao Brasil no mercado europeu, principalmente para carnes”, afirmou ao Valor o irlandês Padraig Walshe, presidente da poderosa central Copa.
Duras campanhas do setor agrícola europeu contra um acordo envolvendo o Brasil e a Argentina não são novidade. Dessa vez, porém, a posição da França, por seu peso na cena europeia, pode empurrar, na prática, as discussões para um novo fiasco. Apesar de belos discursos sobre a “parceria estratégica” com o Brasil, o presidente Nicolas Sarkozy não parece ter intenções de ir contra o lobby agrícola, tal sua fragilidade política no momento.
Percebendo o perigo, associações industriais da Europa entraram em campo já um pouco tarde, se mobilizaram junto ao presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, ao comissário de comércio, Karel de Gucht, e ao líder rotativo da UE e primeiro-ministro espanhol José Luiz Zapatero, insistindo na “enorme importância” do acordo birregional. Argumentam que será “o mais ambicioso acordo birregional do mundo, envolverá 700 milhões de pessoas e será o primeiro entre duas uniões aduaneiras”. Além dos benefícios comerciais, a indústria europeia destaca que um acordo ajudará a proteger os atuais investimentos europeus no Mercosul e a instalar mais companhias na região. Outro argumento é de que o acordo “fortalecerá a presença ocidental e reduzirá espaço para outros grandes parceiros comerciais globais” no Mercosul – ou seja, contra os chineses.
Ao mesmo tempo, porém, novas exigências da indústria europeia tendem a agravar o impasse na negociação, que está paralisada formalmente desde 2004. Na última reunião dos dois blocos, no mês passado em Buenos Aires, o Mercosul atendeu a demanda europeia e voltou a ampliar a cobertura de 74% para 90% do comércio, incluindo a liberalização também do setor automotivo. Mas agora a BusinessEuropa, a grande central das indústrias europeias, diz que a situação mudou desde o acordo da UE com a Coreia do Sul, no ano passado, e quer que a cobertura seja de 100% do comércio. “Esse acordo elevou nossas expectativas”, diz Eoin O’Malley. Negociadores da UE argumentam que, no recente acordo com o Peru e a Colômbia, esse percentual também foi incluído.
Também o setor de serviços faz novas demandas de abertura do Mercosul para serviços de distribuição, ambientais e também de serviços para a indústria de petróleo, de olho no pré-sal. “Nosso interesse sobre compras governamentais é agora muito maior”, disse o chefe da Coalização das Indústrias de Serviços, Pascal Kerneis.
Mas, se cobram mais, os europeus recusam-se a fazer novas concessões. Refletindo a posição francesa, dizem que a UE não pode dar abertura para a entrada de carnes de frango e bovina e prometem que alguns produtos incluídos como cota na oferta de 2004 poderiam migrar para a desgravação, provavelmente suínos e arroz. E só acenaram com melhorias para o etanol, com uma cota que poderá ser bem superior à de um milhão de toneladas discutida em anos anteriores. O caso dos suínos é emblemático. O produto brasileiro continua bloqueado não por causa de tarifas, mas sim por barreiras sanitárias que a UE reluta em levantar há anos.
Negociadores do Mercosul apontam uma “dose de irrealismo” enorme do lado europeu ao esperar que o bloco se comprometa com a abertura total de setores sensíveis da economia sem levar em conta a assimetria entre as economias das duas regiões. O governo de Cristina Kirchner, na Argentina, pela primeira vez nos últimos tempos mostrou flexibilidade para liberalizar, mas avisa que isso também tem limites. Além disso, crescem as indagações sobre até que ponto Bruxelas é séria na negociação. Se está “fazendo teatro” ou se exige mais para dificultar um acordo que sabe que é contestado por países membros, como França, Irlanda e outros produtores agrícolas do Leste Europeu.
Pelo cenário atual, é provável que os lideres da UE e do Mercosul anunciem o relançamento da negociação birregional, mas sem conteúdo concreto. Sobretudo, sem a expectativa de conclusão acelerada, como era o plano original. “Isso é negociação para nossos netos”, comentou, com ironia e frustração, um diplomata de um país interessado no acordo com o Mercosul.
Fonte: Valor Econômico
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Vamos reler a nota:Vinicius Pimenta escreveu:
Pode ser que haja para os subs, mas de repente não para o estaleiro e a base.
Achei coisas estranhas. Querer pagar 1,5 bi de euros sem ter o equipamento e em um prazo tão curto em relação a assinatura do contrato. Mesmo que fosse apenas o estaleiro seria estranho. Não se faz um investimento desse tamanho para pagar a vista ou parcelado em 6 vezes sem juros por que não vale a pena. Sempre tem um financiamento de longo prazo com boa carência e juros baixos, possivelmente, subsidiados pelo vendedor. Enfim, esquisito, muito esquisito.Maré baixa na Marinha
Os presidentes Lula e Nicolas Sarkozy assinaram com grande pompa em dezembro de 2008 o contrato para a compra de cinco submarinos franceses, um deles de propulsão nuclear. Até hoje, no entanto, nenhum centavo foi repassado para a fabricante DCNS. Depois de muito reclamar, a empresa aceitou receber este ano três parcelas de 500 milhões de euros. Mas o primeiro semestre já vai longe e nada. Para agravar, o Ministério do Planejamento resolveu cortar R$ 2 bilhões do orçamento do Comando da Marinha, que terá apenas metade dos recursos para honrar o pagamento de pessoal e a manutenção de suas unidades.
Se bem que já li em algum lugar que os norte-americanos não financiam o Super Hornet e seria uma fragilidade por que tem que pagar a vista. Os outros apareciam como uma compra de carro. Por exemplo, dá 20% de entrada e financiar o resto em 36 vezes. Portanto, não duvido nada que quem escreveu se embananou todo ou não entende do assunto.
Editado pela última vez por Bourne em Seg Abr 26, 2010 6:52 pm, em um total de 1 vez.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Santa dúvida Batman! O dinheiro é para pagar o que afinal? As obras já começaram? A França já forneceu algum material ou começou a construir algo? Ou eles querem um substancial adiantamento para já irem tapando os rombos que tem no caixa por lá?Bourne escreveu:Sei lá... Pensei que tinha um prazo de carência de alguns anos na compra. Compras de equipamentos de algumas centenas de milhares de reais para cima costumam ter sempre um bom prazo de carência.Túlio escreveu:Tá, mas só para entender: então a DCNS nada tem a reclamar e o cronograma dos subs está em dia?
O que o tal DCNS fez até agora? Algué pode postar?
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Delmar, boa noite.delmar escreveu:
Santa dúvida Batman! O dinheiro é para pagar o que afinal? As obras já começaram? A França já forneceu algum material ou começou a construir algo? Ou eles querem um substancial adiantamento para já irem tapando os rombos que tem no caixa por lá?
O que o tal DCNS fez até agora? Algué pode postar?
Em projetos desse porte, nenhuma empresa trabalha no vermelho. Se admitisse fazê-lo, o preço seria muuuuuiiiiito mais caro.
O valor tradicionalmente aceito no Brasil é um pré-pagamento (downpayment) de 15% do valor contratado.
Abraço,
Justin
P.S. (edit): O valor de 15% é realmente muito alto. Creio que foi feito até um financiamento especial (taxas comerciais) para o Governo pagar esse valor inicial.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Santiago,
Esse artigo é giro, giro como manipula as coisas. A questão aqui é o lobby da indústria de carnes europeia, não é a França ou o seu Presidente. E aqui o lobby é legitimo, assim como é o lobby dos produtores Brasileiros em relação a outras coisas, como os produtos Chineses.
Acha que por ser aliado estratégico de França, os Europeus vão prescindir da sua industria? O Brasil fará o mesmo? Sacrificará sectores produtivos em prol da aliança? Os Brasileiros deixariam? Uma aliança é feita por respeito mutuo, não é fartar vilanagem porque são aliados e têm carta branca, aja ingenuidade destes articulistas.
Um pouco mais de tino por favor.
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Esse artigo é giro, giro como manipula as coisas. A questão aqui é o lobby da indústria de carnes europeia, não é a França ou o seu Presidente. E aqui o lobby é legitimo, assim como é o lobby dos produtores Brasileiros em relação a outras coisas, como os produtos Chineses.
Acha que por ser aliado estratégico de França, os Europeus vão prescindir da sua industria? O Brasil fará o mesmo? Sacrificará sectores produtivos em prol da aliança? Os Brasileiros deixariam? Uma aliança é feita por respeito mutuo, não é fartar vilanagem porque são aliados e têm carta branca, aja ingenuidade destes articulistas.
Um pouco mais de tino por favor.
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"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ