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Presidenciais
Manuel Alegre diz-se o único capaz de derrotar Cavaco Silva
Por Lusa
quinta-feira, 12 de Janeiro de 2006
O dirigente socialista Manuel Alegre mostrou-se hoje animado pelas sondagens e defendeu que
começa a ser possível haver uma segunda volta nas presidenciais e que é o único candidato capaz de derrotar Cavaco Silva.
Em Bragança, Manuel Alegre referiu-se a "sondagens de que vai haver notícia logo", que revelou colocarem-no "de novo em segundo lugar, muito à frente de qualquer outro candidato da esquerda na possibilidade de uma segunda volta".
"Trago-vos boas notícias, de uma campanha em crescendo", anunciou aos cerca de 70 apoiantes presentes na sua sede de candidatura distrital, repetindo a ideia de que "há uma viragem nesta campanha eleitoral".
Ainda antes de ser divulgada a sondagem TVI/Intercampus, Alegre adiantou que "o professor Cavaco Silva baixa para 52 por cento" e sustentou: "A segunda volta começa a ser possível e o único candidato que pode enfrentar e derrotar Cavaco Silva sou eu".
Segundo a sondagem da TVI, Cavaco Silva, apesar de uma descida de 0,9 por cento relativamente a Dezembro, pode vencer as eleições à primeira volta, com 52,4 por cento dos votos.
Manuel Alegre é o segundo, com 17,4 por cento, à frente de Mário Soares, com 17 por cento.
Numa eventual segunda volta, Manuel Alegre conseguiria melhor resultado (42 por cento) do que Mário Soares (31,5 por cento) num confronto que com o candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP, que sairia vencedor nos dois cenários.
O programa de hoje de Manuel previa um passeio em Bragança, a partir da Praça da Sé, mas quando o candidato chegou havia poucas pessoas a recebê-lo, poucas também na rua, e a acção de campanha terminou após o deputado entrar e sair de um café.
O candidato seguiu de imediato para a sede distrital mais periférica do país, onde ouviu duas canções cantadas e tocadas por apoiantes e incluiu no seu curto discurso a importância do combate às assimetrias regionais.
"Perguntavam-me há bocado se a pátria acabava aqui. Não, a pátria começa aqui, Portugal começa aqui", declarou, sob aplausos, acrescentando que "a desertificação é um atentado à nossa identidade", afirmou.
"Portugal começa na raia e vai até ao Atlântico, mas não pode ser tão empurrado para o Atlântico que se afogue e fique um país quase deserto", prosseguiu, exigindo medidas para fixar a população no interior.
De acordo com o candidato a Belém, "a população fixa-se aumentando a qualificação e a educação, os postos de trabalho" e com desenvolvimento que "responda aos anseios sobretudo dos jovens".
Manuel Alegre prometeu em seguida que se for eleito Presidente da República fará "tudo para que os fundos comunitários não voltem a ser desperdiçados e não sejam só para alguns, mas equitativamente distribuídos".