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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Seg Mar 15, 2010 10:34 pm
por PRick
Marino escreveu:Bom, começou a merda.
Imaginem a seguinte situação: durante a crise com a Bolívia, o exército cocaleiro mata centenas de brasileiros na fronteira e o Brasil decide retaliar. De repente, saindo do nada, o Presidente das Ilhas Maldivas surge e coloca-se como interlocutor válido, propondo soluções para a disputa (que não é de séculos), pq alguns brasileiros e bolivianos vivem na praia, lado a lado, nas Maldivas.
Chega e diz: sou gente boa, sou legal, gosto de dialogar, sou moreno alto, bonito e sensual e tenho a solução para seus problemas.
Qual seria a recepção da otoridade?
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Chanceler israelense boicota visita de Lula

Jerusalém

A visita de Luiz Inácio Lula da Silva a Israel foi boicotada pelo ministro de Assuntos Exteriores do país, Avigdor Lieberman, depois que o presidente brasileiro não visitou o túmulo do fundador do sionismo, Theodor Herzl.

Lieberman não compareceu nesta segunda-feira (15) à sessão especial do Parlamento israelense (Knesset) na qual Lula fez um discurso em protesto pelo que considerou como um grave descumprimento do protocolo, informou o serviço de notícias israelense "Ynet".

O porta-voz de Lieberman, Tzachi Moshe, confirmou à Agência Efe que o ministro não compareceu ao Knesset para o discurso de Lula, mas preferiu não comentar se o chefe da diplomacia israelense estaria boicotando a visita, a primeira de um chefe de estado do Brasil ao Oriente Médio em mais de 100 anos.


Lula não só deixará de visitar o túmulo de Herzl, como depositará flores no túmulo do histórico dirigente palestino Yasser Arafat durante sua visita a Ramala na quarta-feira.

Hoje de manhã, enquanto Lula mantinha um encontro privado com o presidente israelense, Shimon Peres, o chefe de protocolo do Ministério de Assuntos Exteriores israelense, Yitzhak Eldan, perguntou mais uma vez a seu colega brasileiro, embaixador George Monteiro Prata, se o presidente tinha mudado de opinião.

Prata respondeu com um firme "não", informou o jornal "Jerusalem Post".

"Eldan ficou claramente incomodado", diz a publicação.

Ainda segundo o "Jerusalem Post", quando perguntado por um jornalista sobre por que Lula visitará o túmulo de Arafat e não o de Herzl, Prata respondeu que "terão que perguntar ao presidente".

Discurso
Em discurso no Parlamento israelense, Lula voltou a defender a criação de um Estado Palestino e pediu que os países que produzem armas nucleares sigam o exemplo do Brasil e de outros países latino-americanos e proíbam a produção nuclear para fins bélicos. Israel está entre os países produtores de armas nucleares.

“No nosso país existe uma proibição constitucional da produção de armas nucleares. Gostaríamos que o exemplo do nosso continente pudesse ser seguido em outras partes do mundo”, afirmou o presidente.

No pronunciamento conciliador, Lula defendeu o estabelecimento de um diálogo para a coexistência de um Estado israelense e outro palestino. “Na oposição [no Brasil] busquei o diálogo. Cheguei à Presidência pelo diálogo. Governei dialogando. Defendemos a existência de um Estado de Israel soberano, seguro e pacífico. Ele deverá existir junto com um Estado palestino, soberano, seguro e pacífico”, disse.
O problema é que Israel não tem moral para falar nada do Irã, afinal, tem um programa SECRETO de armamento nuclear, e creio que as partes grifadas por mim, são um tapa na cara de luva de pelica no Governo Israelense atual, um bando de fascistas.

Credibilidade se conquista com um passado e com atos, Israel hoje não tem do que se orgulhar, passaram de vítimas a agressores. Repito falo do Governo de Israel.

O Presidente Lula nada tem o que fazer no túmulo de um sionista, nem visitar túmulos de seitas que usam o Alcorão. Nada de incentivar o fanatismo, nem de um lado, nem de outro.

[]´s

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Seg Mar 15, 2010 11:13 pm
por Marino
Prick, o governo Lula não tem nada que fazer lá.
Não vamos ajudar em nada, não nos ouvirão, não aceitarão sugestões, oferecimentos de mediação, o que for.
Um conflito secular como este não tem solução política.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Seg Mar 15, 2010 11:18 pm
por PRick
Marino escreveu:Prick, o governo Lula não tem nada que fazer lá.
Não vamos ajudar em nada, não nos ouvirão, não aceitarão sugestões, oferecimentos de mediação, o que for.
Um conflito secular como este não tem solução política.

Oras, porque não? Vamos deixar então que continuem se matando, e logo os dois lados vão ter armamento nuclear, e então vamos deixar que continuem a fazer o mesmo, se matar por tantos outros séculos? E se começarem a usar armas atômicas? Creio que tudo tem haver com a gente, porque os EUA já mostraram que não conseguem nada de concreto, além de colocar mais lenha na fogueira. O máximo que pode acontecer é não dar certo, porém, podemos dizer; tentamos.

Ainda se vamos entrar para o CS, essas questões vão começar a ser do nosso dia-a-dia, como já são do G-7, da China, etc..

[]´s

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Seg Mar 15, 2010 11:19 pm
por DELTA22
Mesmo entendendo que a intenção é boa, creio que pouco ou nada poderemos influir no conflito. Neste caso, "meter a viola no saco" e "vazar" não é má idéia!! :wink:

[]'s a todos.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Seg Mar 15, 2010 11:23 pm
por PRick
DELTA22 escreveu:Mesmo entendendo que a intenção é boa, creio que pouco ou nada poderemos influir no conflito. Neste caso, "meter a viola no saco" e "vazar" não é má idéia!! :wink:

[]'s a todos.

Mas quem disse que a intenção é apenas mediar o conflito??? Não vamos esquecer, o principal viés de nossa política externa é abrir novos mercados. O Lula não foi apenas se oferecer para mediar negociações de paz, tem o importante outro lado. :wink:

[]´s

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Seg Mar 15, 2010 11:34 pm
por Marino
Deixa então eu lembrar uma coisa, velha, mas esquecida.
Clausewitz escreveu que a maior preocupação do estadista, sua maior obrigação, era entender a natureza do conflito em que metia seu país, para não fazer do conflito (guerra) algo que ele não era.
Não se trata de guerra (conosco), mas a comparação é válida.
Clausewitz dizia que era necessário diferenciar um conflito limitado, de um ilimitado.
Hoje em dia, no século 21, o que podemos tomar por conflitos ilimitados?
Conflitos étnicos, como os acontecidos em Ruanda, no Sudão, na ex-Yuguslávia, na Chechênia, etc. Também podemos incluir os conflitos religiosos, como acontece na Nigéria, no Oriente Médio, etc.
Há um agravante no Oriente Médio que não podemos esquecer: o conflito é secular, histórico, onde um lado se considera traído pelo outro, ambos descendentes de Abraão.
Neste tipo de conflito, em que a morte é considerada martírio, onde vc vai para o céu com 70 virgens, foge da lógica ocidental, foge dos parâmetros em que estamos acostumados a viver, foge de nosso padrão de entendimento.
Este tipo de conflito não é resolvido por intermediação política, por mediação.
Não há mediação possível, não há aceitação pelas partes de qualquer intermediação política, como as potências envolvidas já viram há quase um século.
É um ódio ancestral, ilimitado, incontrolável, onde as crianças, as novas gerações, crescem odiando a parte contrária.
Veja que não estou analisando quem tem razão, ou não.
Estou analisando, superficialmente, a natureza, o cadinho, o pântano onde resolvemos meter os pés.
Neste ambiente, um país distante, sem poder político, militar, econômico, sem nada, o que pode fazer?
Qual a solução?
Não sei.
Uma intervenção em todos os países para evitar um holocausto nuclear?
Não sei.
Deixar que se matem?
Não sei.
Cortar o fluxo de abastecimento de qualquer natureza?
Não sei.
O que sei é que NÓS, como perguntado em seu post, não conseguiremos nada, nada mesmo, com a atual viagem presidencial.
Ou melhor, talvez consigamos desconfianças, ameaças contra nossos projetos nucleares, esfriamento de relações, etc.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Seg Mar 15, 2010 11:36 pm
por DELTA22
PRick escreveu:
DELTA22 escreveu:Mesmo entendendo que a intenção é boa, creio que pouco ou nada poderemos influir no conflito. Neste caso, "meter a viola no saco" e "vazar" não é má idéia!! :wink:

[]'s a todos.

Mas quem disse que a intenção é apenas mediar o conflito??? Não vamos esquecer, o principal viés de nossa política externa é abrir novos mercados. O Lula não foi apenas se oferecer para mediar negociações de paz, tem o importante outro lado. :wink:

[]´s
Negócios, negócios, "colher na sopa salgada do outro" à parte...

Se a intenção maior de nosso presidente/mascate é vender o país, tudo certo. Se foi só se "embrulhar" com a pelea, acho melhor subir no FAB-01 e dar potência nas turbinas!

[]'s.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Seg Mar 15, 2010 11:44 pm
por Marino
Só para deixar claro, há outros tipos de conflitos ilimitados além dos dois que postei.
Até amanhã.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Mar 16, 2010 1:36 am
por Sterrius
a vantagem que é o ultimo ano do Lula, com isso os paises sabem que essa politica pode perder força quando o proximo entrar. (E creio que ira ser esquecido isso, ninguem tem carisma pra continuar tentando o que Lula ta fazendo).

Jaja começa eleições e ele tera que se ausentar dessa politica externa conturbada e se limitar ao essencial. E no final do ano ja nao da pra fazer nada.

Talvez seja uma cartada de Lula realmente pensando no futuro participando na ONU se aproveitando de seus ultimos meses sabendo que qualquer erro provavelmente morrerá com ele.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Mar 16, 2010 10:14 am
por Marino
Pressão e boicote em Jerusalém

Eliane Oliveira*

e Daniela Kresch**



A primeira visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel deixou evidente o descompasso no governo israelense. A chegada de Lula rachou o governo: enquanto o premier Benjamin Netanyahu se esforçava para conquistar o apoio do Brasil às novas sanções contra o Irã, na contramão de todos os esforços diplomáticos, seu chanceler, Avigdor Lieberman, decidiu boicotar a visita do presidente. Para justificar a ausência, Lieberman alegou os laços brasileiros com Teerã e a recusa de Lula em colocar flores no túmulo do líder sionista Theodor Herzl, parte da cerimônia protocolar.

Lula foi homenageado numa sessão extraordinária no Parlamento e, junto com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reuniu-se com Netanyahu, que não hesitou em aumentar a pressão pelo apoio de Brasília contra o Irã.



Foco no Irã, e não na Palestina

Com o racha dos anfitriões, para os brasileiros, a surpresa ficou por conta do desvio completo do principal foco da visita. Com um discurso pronto, em que defendia a criação do Estado palestino e colocava o Brasil à disposição para mediar o acordo de paz no Oriente Médio, Lula foi atropelado pelas pressões israelenses - tanto de Netanyahu, quanto de parlamentares governistas e da oposição - pedindo a mudança urgente da atitude brasileira em relação à política nuclear do Irã.

- Peço ao senhor que apoie a junta internacional contra o armamentismo no Irã. Vocês são a favor da liberdade. Eles (os iranianos) têm valores diferentes e usam a crueldade. Eles adoram a morte e o terror, vocês adoram a vida. O Irã representa, hoje em dia, o eixo central contra a estabilidade e a paz no Oriente Médio. Eles negam o Holocausto e querem que Israel seja varrida do mapa - afirmou Netanyahu.

Para provar que o melhor caminho é o consenso internacional, o primeiro-ministro chegou a fazer uma analogia com o futebol. Netanyahu contou que ele e um líder europeu divergiam sobre quem seria o melhor jogador de todos os tempos, Pelé ou o argentino Maradona. Netanyahu disse que preferia Pelé.

- No final, concordamos em não concordar - disse ele, fazendo Lula abrir um sorriso.

Apesar das investidas de Netanyahu, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, preferiu mandar seu recado ao Brasil boicotando a visita. Além de não participar da sessão solene na Knesset (o Parlamento), o chanceler também faltou ao encontro com Netanyahu, Lula e Celso Amorim. Segundo a chancelaria, o motivo do boicote foi a decisão de Lula de não depositar flores no túmulo de Theodor Herzl, fundador do sionismo, movimento que levou à criação de Israel. A cerimônia aconteceria hoje, parte do protocolo da recepção de chefes de Estado, mas Lula decidiu não ir - numa atitude que irritou a chancelaria israelense, sobretudo porque ele pretende depositar flores no túmulo do líder palestino Yasser Arafat na visita, amanhã, à cidade de Ramallah, na Cisjordânia.

O Ministério do Exterior afirmou que a intenção de Lieberman foi mostrar ao líder brasileiro que Israel "encara com seriedade a quebra de protocolo". Outra razão para o boicote seria o bom relacionamento de Lula com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. O episódio provocou mal-estar, já que Lieberman esteve no Brasil em julho do ano passado e foi recebido por Amorim e pelo próprio Lula em Brasília.

O incidente diplomático pela recusa em visitar o túmulo de Herzl ganhou as manchetes dos jornais locais, rádios e TVs. No site do "Maariv", a notícia foi a mais lida do dia. Mais de 140 leitores comentaram a informação, a maioria condenando a postura brasileira. Na edição matutina do "Yediot Ahronot", o jornal destacou as origens humildes de Lula e o fato de que se tornou "o presidente mais amado do país e um dos líderes mais adorados do planeta". Mas também foi lembrado o imbróglio, sob o título "Herzl não, Arafat sim".



"Tenho o vírus da paz", diz Lula

A primeira visita de um presidente brasileiro ao Congresso israelense desde a criação do país, em 1948, foi cheia de cobranças. O presidente do Parlamento, Reuven Rivlin, do partido de direita Likud, afirmou que ter relações com o Irã é dar legitimidade às "pretensões assassinas" de Ahmadinejad:

- Ser contra as sanções publicamente pode ser interpretado como fraqueza perante líderes como esse (Ahmadinejad), que não têm freios. A História nos mostra o que, Deus nos livre, pode acontecer se não tomarmos medidas contra essa ameaça. Os países devem acordar da dormência e enfrentar as bases satânicas desse regime dos aiatolás.

A líder da oposição, Tzipi Livni, recebeu Lula no início da tarde e também defendeu o isolamento do Irã. Ela disse concordar com a proposta do presidente Shimon Peres de que os iranianos sejam expulsos das Nações Unidas. Lula ouviu tudo em silêncio e não citou o Irã. Indiretamente, porém, criticou países que, ao mesmo tempo em que defendem sanções, não apresentam propostas concretas de desarmamento. Ele mencionou América Latina e Caribe como exemplos a serem seguidos.

- Tenho orgulho de proclamar que a América Latina e o Caribe são zonas desnuclearizadas, livre de armas de destruição massiva. Em meu país, há uma proibição constitucional de produção e utilização de armamento nuclear. Gostaríamos que nosso exemplo pudesse ser seguido em outras partes do mundo - afirmou Lula que, apesar das pressões, foi aplaudido de pé após seu discurso.

Assim como Lieberman, os deputados do bloco de ultra-direita "Ichud Leumi" ("União Nacional") também não prestigiaram o brasileiro. Em nota, o partido afirmou que o presidente do Brasil "desdenha dos símbolos nacionais". Mais de 70 dos 120 deputados estiveram presentes. Após o discurso, no entanto, o líder do partido de esquerda Meretz, Haim Oron, se disse decepcionado:

- Ele foi diplomático demais, moderado demais. E não explicou as razões que o levam a apoiar o Irã.

A palavra paz foi citada por Lula várias vezes ao longo do dia. Num seminário com empresários brasileiros e argentinos, ele afirmou:

- Tenho um vírus da paz desde que eu estava no útero da minha mãe. Não me lembro de ter me envolvido em nenhuma briga.

Coube ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, vir em defesa de Lula. Ele reafirmou a posição brasileira, contrária às sanções, sob o argumento de que prejudicam a população civil, e de que Lula, em sua visita ao Irã, cobrará do país o compromisso de que a política nuclear será usada para fins pacíficos.

- Vejam o que houve no Iraque: dizia-se que os iraquianos produziam armas químicas e isso não se confirmou. Preferimos o benefício da dúvida.

Segundo Amorim, Lula e Netanyahu tiveram uma conversa "franca e respeitosa". Na reunião, que durou 1h30m, ficou acertado que Brasil e Israel manterão um sistema de consultas, com encontros do primeiro escalão a cada dois anos. Netanyahu também teria aceitado um convite para visitar o Brasil ainda este ano.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Mar 16, 2010 10:17 am
por Marino
E o Brasil com isso?

ELIANE CANTANHÊDE



BRASÍLIA - Lula, como todo mundo sabe, é um homem de sorte, mas ele não tem tido nem prudência nem essa sorte toda nas suas últimas investidas em busca do tal protagonismo internacional.

Deu o tremendo azar de botar os pés em Cuba e se deixar fotografar com fartas risadas justamente no dia da morte de um dissidente em greve de fome. Recusou-se a ir à posse do presidente Sebastian Piñera no Chile, deixando uma percepção desconfortável de dar as costas a um colega por ser "de direita". E agora a ida a Israel.

Os presidentes brasileiros enrolaram durante um século, e Lula adiou para o último dos seus oito anos de governo pisar em Israel. E pisou num mau momento, quando o país anuncia a construção de 1.600 moradias em Jerusalém Oriental e assim irrita não só os seus principais inimigos, os palestinos, como os seus maiores amigos, os EUA. O que, aliás, Hillary Clinton deixou claríssimo. E Lula lá, bem no meio desse rolo monumental e às vésperas de sua visita de maio ao vespeiro Irã, que já é uma ilha entre inimigos e se isola cada vez mais da comunidade internacional com a ameaça velada de fabricar a bomba atômica.

Não deu outra. Na visita ao Knesset (Parlamento israelense), Lula ficou tão isolado quanto o próprio Irã, em meio a uma saraivada de cobranças pela posição brasileira, acusada de dar "legitimidade indireta" ao regime iraniano.

Para piorar, a simbiose imprensa-diplomacia produziu fofocas durante todo o dia. Lula não foi ao túmulo de Theodor Herzl, um dos idealizadores do sionismo. Logo, o ministro do Exterior, Avigdor Lieberman, também se recusou a ir ao Knesset prestigiá-lo.

Essas idas e não idas são tão insignificantes quanto a nova mania brasileira de se meter onde não deve e de dar passos maiores do que as pernas, sem efeitos práticos. Ilustram à perfeição, portanto, a verdadeira dimensão da visita de ontem.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Mar 16, 2010 10:20 am
por lelobh
PRick escreveu:
Marino escreveu:Prick, o governo Lula não tem nada que fazer lá.
Não vamos ajudar em nada, não nos ouvirão, não aceitarão sugestões, oferecimentos de mediação, o que for.
Um conflito secular como este não tem solução política.

Oras, porque não? Vamos deixar então que continuem se matando, e logo os dois lados vão ter armamento nuclear, e então vamos deixar que continuem a fazer o mesmo, se matar por tantos outros séculos? E se começarem a usar armas atômicas? Creio que tudo tem haver com a gente, porque os EUA já mostraram que não conseguem nada de concreto, além de colocar mais lenha na fogueira. O máximo que pode acontecer é não dar certo, porém, podemos dizer; tentamos.

Ainda se vamos entrar para o CS, essas questões vão começar a ser do nosso dia-a-dia, como já são do G-7, da China, etc..

[]´s
Perfeito!
Nos cabe alimentar a "luz" da razão naqueles homens.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Mar 16, 2010 10:25 am
por GustavoB
a vantagem que é o ultimo ano do Lula, com isso os paises sabem que essa politica pode perder força quando o proximo entrar. (E creio que ira ser esquecido isso, ninguem tem carisma pra continuar tentando o que Lula ta fazendo).

Talvez seja uma cartada de Lula realmente pensando no futuro participando na ONU se aproveitando de seus ultimos meses sabendo que qualquer erro provavelmente morrerá com ele.
Compartilho dessa visão. De toda sorte, oferecer a mão não custa nada.

Bem pior fazem os EU. O que eles ajudaram com o Iraque?

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Mar 16, 2010 10:26 am
por Marino
Marino escreveu:Deixa então eu lembrar uma coisa, velha, mas esquecida.
Clausewitz escreveu que a maior preocupação do estadista, sua maior obrigação, era entender a natureza do conflito em que metia seu país, para não fazer do conflito (guerra) algo que ele não era.
Não se trata de guerra (conosco), mas a comparação é válida.
Clausewitz dizia que era necessário diferenciar um conflito limitado, de um ilimitado.
Hoje em dia, no século 21, o que podemos tomar por conflitos ilimitados?
Conflitos étnicos, como os acontecidos em Ruanda, no Sudão, na ex-Yuguslávia, na Chechênia, etc. Também podemos incluir os conflitos religiosos, como acontece na Nigéria, no Oriente Médio, etc.
Há um agravante no Oriente Médio que não podemos esquecer: o conflito é secular, histórico, onde um lado se considera traído pelo outro, ambos descendentes de Abraão.
Neste tipo de conflito, em que a morte é considerada martírio, onde vc vai para o céu com 70 virgens, foge da lógica ocidental, foge dos parâmetros em que estamos acostumados a viver, foge de nosso padrão de entendimento.
Este tipo de conflito não é resolvido por intermediação política, por mediação.
Não há mediação possível, não há aceitação pelas partes de qualquer intermediação política, como as potências envolvidas já viram há quase um século.
É um ódio ancestral, ilimitado, incontrolável, onde as crianças, as novas gerações, crescem odiando a parte contrária.
Veja que não estou analisando quem tem razão, ou não.
Estou analisando, superficialmente, a natureza, o cadinho, o pântano onde resolvemos meter os pés.
Neste ambiente, um país distante, sem poder político, militar, econômico, sem nada, o que pode fazer?
Qual a solução?
Não sei.
Uma intervenção em todos os países para evitar um holocausto nuclear?
Não sei.
Deixar que se matem?
Não sei.
Cortar o fluxo de abastecimento de qualquer natureza?
Não sei.
O que sei é que NÓS, como perguntado em seu post, não conseguiremos nada, nada mesmo, com a atual viagem presidencial.
Ou melhor, talvez consigamos desconfianças, ameaças contra nossos projetos nucleares, esfriamento de relações, etc.
Espero que tenham lido este despretencioso post.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Mar 16, 2010 10:29 am
por EDSON
O certo é que Casa do Barão do Rio Branco tem que ter suas atenções voltadas pra China, é de lá que serão dadas as cartas.

O resto é perfumaria.