Fórum Defesa Brasil

helio escreveu:SalveTulio
Achei muito interessante esta matéria do Expedito.( Sei que ele lê este forum, e aqui vão minhas congratulações )
Acho discutivel somente um assunto que ele escreveu, e o resto eu concordo integralmente.
Ele escreve ser muito pouco a garantia da KMW cobrir apenas 200km por carro. Devo esclarecer que em todo o mundo os blindados rodam muito pouco. Para se ter uma idéia os Leo 1A5 que foram fabricados de 1966 a 1970 quando adquiridos pelo EB contavam com uma média de apenas 3000km por carro. Se calcuramos 200km por ano, seria apenas 15 anos de uso, o que é normal, pois desde o fim da cortina de ferro estes CC estavam estocados.
Durante as pesquisas que fiz do livro sobre os Pererecas que estamos escrevendo, a grande maioria deles foi descarregada no EB com aproximadamente 10mil km rodados.
Pelas limitações da garantia do numero de tiros que o canhão pode dar, permite nos dar uma ideia do numero de projeteis que o EB adquiriu.

Um abraço

Hélio

Grande Hélio!

Pois te digo, esses 200km me incomodam. Vejas:

Estava na Festa da Cavalaria este ano. Ao menos aqui são DUAS: uma para 'consumo interno' e outra para o povão, sei porque moro ao lado e ouvi durante dias o ronco dos motores, o ruído das lagartas e algumas explosões - que depois vi serem artefatos que detonam no meio do campo, tiro mesmo só vi as MAG com festim, canhão algum disparou. No 'dia do povão', só na ida e vinda do desfile dos carros - que filmei, mal pra burro - mais o contorno do bosque parta aparecerem de surpresa, se posicionarem e darem a carga, foram uns dez km, no mínimo. Fora os dias anteriores, e reitero que tinha carro de lagarta rodando, o ruído é inconfundível. Então, só na Festa da Cavalaria foi um mês ou mais da garantia.

Sete de Setembro. Eles rodam um bocado também, nunca vi pranchão muito próximo do local dos desfiles.

Sobra o quê para treinar no resto do ano? Aliás, até para desfile e festa tem que treinar, né? Não se quer fazer fiasco, tipo bater em outro carro, atropelar cavalo, subir calçada, bater com o canhão num poste, kôzaz assim. Haja simulador...


Mas o que mais me chamou a atenção sobre essa charla de 'Garantia 200' foi querer saber qual a razão. O que exatamente determina o quanto o carro pode rodar com segurança? O conjunto motor/transmissão ou o trem de rolamento? Porque se eles só têm 3000 km motor não pode ser (diesel de baixa rotação dura quase para sempre, ao menos os civis), só se a transmissão é frágil ou a encrenca está nas lagartas/suspensão...

Sabes algo?


Abração!!!

Senhores....

O meu ponto de vista é que as FA (EB, FAB e MB) terão que quebrar um paradigma onde para operar equipamentos "modernos", terão que meter a mão no bolso, se o GF não libera verba faça como as outras FA mundo afora, enxuguem no que for possível e invista em qualidade e não em quantidade para manter o mínimo de decência!

Túlio escreveu:

helio escreveu:SalveTulio
Achei muito interessante esta matéria do Expedito.( Sei que ele lê este forum, e aqui vão minhas congratulações )
Acho discutivel somente um assunto que ele escreveu, e o resto eu concordo integralmente.
Ele escreve ser muito pouco a garantia da KMW cobrir apenas 200km por carro. Devo esclarecer que em todo o mundo os blindados rodam muito pouco. Para se ter uma idéia os Leo 1A5 que foram fabricados de 1966 a 1970 quando adquiridos pelo EB contavam com uma média de apenas 3000km por carro. Se calcuramos 200km por ano, seria apenas 15 anos de uso, o que é normal, pois desde o fim da cortina de ferro estes CC estavam estocados.
Durante as pesquisas que fiz do livro sobre os Pererecas que estamos escrevendo, a grande maioria deles foi descarregada no EB com aproximadamente 10mil km rodados.
Pelas limitações da garantia do numero de tiros que o canhão pode dar, permite nos dar uma ideia do numero de projeteis que o EB adquiriu.

Um abraço

Hélio

Grande Hélio!

Pois te digo, esses 200km me incomodam. Vejas:

Estava na Festa da Cavalaria este ano. Ao menos aqui são DUAS: uma para 'consumo interno' e outra para o povão, sei porque moro ao lado e ouvi durante dias o ronco dos motores, o ruído das lagartas e algumas explosões - que depois vi serem artefatos que detonam no meio do campo, tiro mesmo só vi as MAG com festim, canhão algum disparou. No 'dia do povão', só na ida e vinda do desfile dos carros - que filmei, mal pra burro - mais o contorno do bosque parta aparecerem de surpresa, se posicionarem e darem a carga, foram uns dez km, no mínimo. Fora os dias anteriores, e reitero que tinha carro de lagarta rodando, o ruído é inconfundível. Então, só na Festa da Cavalaria foi um mês ou mais da garantia.

Sete de Setembro. Eles rodam um bocado também, nunca vi pranchão muito próximo do local dos desfiles.

Sobra o quê para treinar no resto do ano? Aliás, até para desfile e festa tem que treinar, né? Não se quer fazer fiasco, tipo bater em outro carro, atropelar cavalo, subir calçada, bater com o canhão num poste, kôzaz assim. Haja simulador...


Mas o que mais me chamou a atenção sobre essa charla de 'Garantia 200' foi querer saber qual a razão. O que exatamente determina o quanto o carro pode rodar com segurança? O conjunto motor/transmissão ou o trem de rolamento? Porque se eles só têm 3000 km motor não pode ser (diesel de baixa rotação dura quase para sempre, ao menos os civis), só se a transmissão é frágil ou a encrenca está nas lagartas/suspensão...

Sabes algo?


Abração!!!

Tulio
Vc contou uma quilometragem de 10~15 km só naquele dia. Não se esqueça que são 220 Leo 1A5, apenas pouco deles foram utilizados no evento.
O blindado roda tão pouco, que o que conta nas cadernetas é o numero de horas que utilizou( tal qual aviões e barcos)
A rodagem dele deve ser minima uma das coisas que sofre grande desgaste são os patins, bem como os pisos aonde trafegam. Sempre que os CC são ligados existe uma serie de procedimentos de manutenção, e um deles é na revisão das rodas e suspensão (aperto geral), pois eles são muito solicitados.
somente países ricos com grandes forças de blindados rodam mais (EUA,Russia,China,Israel etc..)
Lembre-se que os CC são deslocados por pranchões rodoviários, e só começam a rodar no TO e por isto rodam pouco.
Devemos considerar o seguinte: o EB ao assinar este contrato, considerou razoáveis os numeros oferecidos (200km/por ano/CC) pois tem plena consciencia de quanto serão solicitados durante a duração deste contrato. É claro que em caso de necessidade(hipoteticamente uma guerra por exemplo) estas regras vão pro saco e vale tudo, mas podem me achar louco,achei estes termos compativeis com a realidade de utilização.

Abraços

Hélio

Estava pensando exatamente nisso: "compativeis com a realidade de utilização", ou seja, carros para tempo de paz (leia-se deslumbrar/assustar paisano)! Se o pau pegar, no primeiro dia foi-se a garantia. O pranchão não pode chegar tão perto assim do TO, é enorme e não-blindado, ia ser uma farra para os Artilheiros do 'outro lado'. Daí volto à RAZÃO DA GARANTIA TÃO PEQUENA: o que vai arrebentar primeiro se passar dos 200 km? Se for motor/caixa, tem que puxar tudo pra fora possivelmente sob fogo. Se for no trem de rolamento, quase o mesmo.

Deus nos acuda!

Acho que coisas obscuras acontecem contra nós e minha critica aos alemães.

A Suécia ofereceu leopard 2A5 para Argentina uns 140 carros. Oferecem estes para nossos vizinhos e não oferecem para nós! Poxa os alemães até agora não ofereceram e vem com amostra de Dingo eles tão achando que temos cara de eternas forças de paz?

Mas estamos melhorando se antes eramos depósitos de sucatas americanas pelo menos agora temos um clássico dos anos 60 que claro é superior aos nossos M60. Se o governo não liberar uma verba pro EB mal vai dar para superar os vizinhos com estas minguadas forças de choque.

Não, EDSON: antes éramos depósito de sucatas ianques, agora somos depósito de sucatas ALEMÃS!

Túlio escreveu:Estava pensando exatamente nisso: "compativeis com a realidade de utilização", ou seja, carros para tempo de paz (leia-se deslumbrar/assustar paisano)! Se o pau pegar, no primeiro dia foi-se a garantia. O pranchão não pode chegar tão perto assim do TO, é enorme e não-blindado, ia ser uma farra para os Artilheiros do 'outro lado'. Daí volto à RAZÃO DA GARANTIA TÃO PEQUENA: o que vai arrebentar primeiro se passar dos 200 km? Se for motor/caixa, tem que puxar tudo pra fora possivelmente sob fogo. Se for no trem de rolamento, quase o mesmo.

Deus nos acuda!

Não se preocupe Tulio
Na hora que precisar a gente faz uma carioca no odometro e baixa a quilometragem( ou então anda de ré!)

Um abraço

Hélio

Túlio escreveu:Estava pensando exatamente nisso: "compativeis com a realidade de utilização", ou seja, carros para tempo de paz (leia-se deslumbrar/assustar paisano)! Se o pau pegar, no primeiro dia foi-se a garantia. O pranchão não pode chegar tão perto assim do TO, é enorme e não-blindado, ia ser uma farra para os Artilheiros do 'outro lado'. Daí volto à RAZÃO DA GARANTIA TÃO PEQUENA: o que vai arrebentar primeiro se passar dos 200 km? Se for motor/caixa, tem que puxar tudo pra fora possivelmente sob fogo. Se for no trem de rolamento, quase o mesmo.

Deus nos acuda!

Não li todos os termos do contrato mas acredito que, em caso de uso dos blindados em um conflito real, não tem mais garantia. A garantia deve valer unicamente para uso em tempo de paz, nas atividades rotineiras de treinamento. Penso que nenhum tipo de seguro cobre danos provocados por conflitos, guerras, revoluções, motins, etc..

Túlio escreveu:Não, EDSON: antes éramos depósito de sucatas ianques, agora somos depósito de sucatas ALEMÃS!

Pelo pouco que entendo, mas pelo muito que li, olha que ainda existem controv'ersias se 'e o LEO 1A5 'e superior ao nosso M60, hein...

Voltando a discussao, uma coisa que eu fico pensando e' q principalmente no inicio da operacao, normalmente voce rodaria mais com o veiculo, do mesmo modo quando novas unidades receberem esses blindados.

Essa limitacao de km rodados nao poderia trazer problemas?

Outra coisa 'e que como ao que parece o calculo 'e em horas, como eles vao saber o quanto o blindado rodou?

Desculpem se sao perguntas bobas, mas 'e que eu estou curioso e nao entendo nada de blindados.

(isso parece aquelas clausulas de Leasing)

[]s
CB_Lima

Interessante, o Hélio também tinha tocado nesse assunto de horas e lembrei que havia lido sobre isso anteriormente. Então o que diabos têm esses 200 km que estar no bendito contrato?

E não esqueçamos algo ainda pior: O LIMITE DE DISPAROS DO CANHÃO!

helio escreveu: Não se preocupe Tulio
Na hora que precisar a gente (...) anda de ré!)

Um abraço

Hélio

Mas então esses CCs não deveriam estar todos na Boca do Monte e sim em Pelotas, Campinas, Volta Redonda e Niterói. Ah, e aposto que O BOURNE seria voluntário para um RCC...


Abração

Túlio escreveu:Interessante, o Hélio também tinha tocado nesse assunto de horas e lembrei que havia lido sobre isso anteriormente. Então o que diabos têm esses 200 km que estar no bendito contrato?

E não esqueçamos algo ainda pior: O LIMITE DE DISPAROS DO CANHÃO!

Pois 'e... essa historia do limite de disparos do canhao 'e muito estranha.

Tenho 2 perguntas:

Que tipo de desgastes poderiam impor essa limitacao no numero de disparos?
Nos fabricamos a municao para esses canhoes?

[]s
CB_Lima

cb_lima escreveu:

Túlio escreveu:Interessante, o Hélio também tinha tocado nesse assunto de horas e lembrei que havia lido sobre isso anteriormente. Então o que diabos têm esses 200 km que estar no bendito contrato?

E não esqueçamos algo ainda pior: O LIMITE DE DISPAROS DO CANHÃO!

Pois 'e... essa historia do limite de disparos do canhao 'e muito estranha.

Tenho 2 perguntas:

Que tipo de desgastes poderiam impor essa limitacao no numero de disparos?
Nos fabricamos a municao para esses canhoes?

[]s
CB_Lima

Tulio
O Critério de medir as horas de uso e dos km rodados depende do critério adotado pela manutenção. Talvez o Eligio possa responder melhor esta questão.
Em BI tanto reservados ou não de cada OM, lí vários relatórios que falam em horas de uso, e outros (mais recentes) em quilometragem.
Por exemplo, nos relatórios do CTEx falam em quilometros e em muitos dos BI dos RCC e RCB em horas.
Não sei se vcs repararam, mas o CC e blindados passam muitas vezes horas com o motor ligado e andam muito pouco.

CB_Lima
Existe um numero de disparos que o tubo suporta. Com certeza a cada disparo deve existir um desgaste ( com a palavra o Bacchi - não tenho vergonha de confessar que entendo muito pouco desta área)
Nós não fabricamos munição para este canhão.

Abraços

Hélio

Lima véio

Um tubo de arma tem sua vida útil. Esgotada esta, deve ser substituído por desgaste (calor, pressão, atrito, tudo isso quando do disparo). Quando a arma é antiga e se a alimenta com munições modernas, bueno, a liga de aço dos anos 60/70 não é exatamente TÃO compatível com as cargas de hoje. Vou te dar um exemplo numa área que domino bem melhor: se municiares um Taurus Modelo 80 de fabricação anterior a 1982 com munição CBC Gold .38+P+ arriscas seriamente a teres de arrancar uns estilhaços de tambor e telha do revólver do corpo. A liga foi melhorada a partir de 1982 e se tornou seguro (sem exageros). Daí fico pensando nessas armas dos Leos e em sua looooonga idade, bota um APFSDS-T moderno e...

E não fabricamos munição 105 para CCs.

Abração!


EDIT - e não é só o tubo que se desgasta, a culatra e o mecanismo de amortecimento de recuo também.

Hélio escreveu:Não sei se vcs repararam, mas o CC e blindados passam muitas vezes horas com o motor ligado e andam muito pouco.

Reparei: na Festa da Cavalaria passaram muito mais de uma hora de motor ligado e parados, tendo rodado menos de metade disso (parte em alta velocidade, na carga).

Valeu Veio!!!

Saquei !!

E ... nao seria o caso de fabricarmos tais municoes j'a que teremos mais de 250 Carros de Combate (entre os A5 e os M60)?

[]s
CB_Lima