Existe um ponto importante e que não foi discutido claramente neste fórum (acho que em lugar algum: a questão do Brasil estar comprando um caça de 4ªG.
Explico a "ideia": muito se falou sobre caças de 5ªG, muito se falou que deveríamos comprar um caça de 4ªG e tentar uma parceria para o desenvolvimento conjunto de um 5ªG. Realmente existe alguma vantagem em optar pelo caça de 4ªG, mesmo que ainda não se vislumbrado um caça de 5ªG? Minha opinião: SIM!!!!
É preciso compreender o motivo da escolha por um caça de 4ªG; não se trata de opção ou falta dela, mas de elevada dose de realidade. Existem caças de 4ªG e caças de 4ªG, mas não me refiro ao fato de um ser melhor ou pior do que o outro, estou me referindo ao compromisso de sua "origem" com este vetor de combate. Isto explica, por exemplo, a abissal distância entre o Rafale e o Gripen NG. Vou além, suponha que os dois fossem exatamente o mesmo produto, mas com países distintos como suas origem, pergunto: onde existe mais comprometimento formal, na França ou na Suécia? A França tem o compromisso de levar o Rafale até sua exaustão, já a Suécia não tem compromisso algum com o Gripen NG. Este último país deseja vendê-lo para segurar uma empresa, para aumentar sua balança comercial, etc., mas compromisso durante sua vida, necas!
Só que a França não ficará com o Rafale pelo resto de sua vida, precisará de um novo vetor, e estou convencido que ainda com piloto a bordo. Esta é a diferença, comprar um produto no estado da arte atual (4ªG), com enorme potencial de desenvolvimento e crescimento, ganhar credibilidade com o fabricante, partir em parcerias reais e verdadeiras em novos e avançados empreendimentos que culminarão, novamente, no comprometimento de ambas as partes.
Este é o ponto de faz diferença entre o Rafale e o F/A-18 SH, não existe mais comprometimento dos EUA em relação ao F-18, este ainda existe porque o F-35 não deslancha; o comprometimento dos EUA é com o F-35, o resto é garantias de prateleira farta até certo ponto, depois é depois e que cada um se vire. A França precisará de um pós-Rafale; os EUA já tem o pós-F-18, que é o F-35.
Alguns poderão alegar que a Rússia tem um 4ªG (SU-35) e o seu "pós" (PAK-FA), mas não é bem assim... O SU-35 não nasceu como um 4ªG, embora tenha uma eletrônica embarcada que seja, talvez até mesmo de 5ªG; mas pára por aí. O PAK-FA seria para o Brasil o mesmo que o Gripen NG, teríamos que investir muita grana para desenvolvê-lo, não seria barato como alguns imaginam. Além do mais, este papo de 5ª geração é conversa pra boi dormir, não me convenço que esta josta funcione como dizem os fabricantes.
Tempos atrás disse aqui mesmo neste tópico, um caça só muda de geração (em minha opinião) se a plataforma for superior sempre, independentemente da qualidade dos pilotos. Não posso falar sobre 5ªG e sua efetividade, pois não existe nenhum no mundo que realmente tenha sido empregado em condições reais contra um caça moderno, um 4ªG nato.
Então o Brasil não tem que entrar em um programa de 5ªG, até porque isto é um conceito vago. De fato tínhamos que entrar em um programa de 4ªG, o mais modernos possível, porém em condições de assegurar duas coisas: o comprometimento do país de origem em operá-lo até o final de sua vida útil; e entrar em parceria com este país para um desenvolvimento conjunto de um caça de nova geração (seja ela qual for, isto é, não importa se será 5ª, 6ª, 7ª G ou o nome que se queira dar).
Entre os três países concorrentes ao FX-2, pergunto: quais possuem estas condições "básicas" (comprometimento com o caça atual e a necessidade de desenvolver, lá adiante, um novo vetor no estado da arte)???
Uma resposta de peito aberto já me basta!