PRick escreveu:helio escreveu:
Hélio,
Como estou vendo que não vamos a lugar nenhum nos outros itens, vou apenas falar sobre escolhas técnicas, critérios técnicos e critérios políticos e/ou subjetivos, a escolha do Cougar pela Armada Chilena.
1- O primeiro critério de qualquer compra bélica, como falei acima é separar os países dos quais aceitaremos ser compradores, como falei antes, em 1970, o Brasil não compraria nada da URSS, mesmo que eles oferecessem melhor equipamento que os EUA. Esse então é o primeiro grande critério para a escolha de armamento, por esse, a França foi indicada como o melhor fornecedor para nós. A tal parceria estratégica, que é um critério político, porém, não é inteiramente subjetivo, existem razões técnicas, históricas para essa opção geopolítica.
2- Vamos agora a passar ao nível dos pacotes ofertantes, a primeira escolha política é quanto ao RFI, o que será colocado como pressuposto fundamental para as ofertas serem aceitas? No caso do Brasil, foram as ToT´s, tanto assim, que caças de leves, pesados, bimotores e mono-motores foram aceitos. Porém, segundo a FAB somente os caças que atendiam as ToT´s foram aceitos na Short List, em resumo, o fator fundamental para a escolha dos finalistas não tem haver com a plataforma, mas ao julgamento subjetivo, político de quais ofertas atenderam as ToT´s, e olha que os russos disseram que poderiam fazer isso, mas após a negociação de compra, porém, a escolha política e subjetiva estava feita.
3- Em terceiro lugar foi colocado a questão da fabricação local ou não, off-set´s e contrapartidas, etc...
4- Em quarto lugar vem a análise da plataforma, até aqui a subjetividade impera, os critérios técnicos, enquanto análise de cada plataforma podem ser objetivos e subjetivos, quer dizer uns podem ser diretamente comparados, outros não, mas como os caças não são iguais, não pertencem a mesma classe, a comparação direta não faz sentido, sem um sistema de pontuação, quer dizer, dar pontos para cada critério técnico, porque é certo que o mono-motor leve será mais barato, porém, tem menos capacidade de carga, e assim por diante. Então voltamos ao princípio, qual é o critério objetivo de maior peso na análise? Maior perfomance do caça ou seu preço? Isso é uma decisão subjetiva e política.
Vamos ao exemplo real, a Armada Chilena se contentou com uma menor performance ASW dos Cougar em relação aos BH´s, porque queria uma melhor capacidade de ASuW, dada pelo mísseis exocet´s. Isso é uma decisão política, subjetiva. A MB preferiu o contrário. E terá outro modelo para fazer ASuW, o que implica maiores gastos de compra e manutenção operando mais modelos. Não existe decisão certa, "técnica" aqui, existe sim uma escollha politica, subjetiva, baseada em critérios técnicos.
Porém, no caso da MB se contrariou o primeiro princípio geral, politico e subjetivo. Qual seja, não comprar nada dos EUA, porque eles não atendem a END, quer dizer só vendem sem ToT´s de prateleira. O mesmo vale para os BH´s da FAB ou os Mi-35.
Dedução lógica, essas compras que acabei de citar não são baseadas na END, mas atendem outras considerações políticas. Porque limitações técnicas todos os helos tem, e como você notou, os Merlins tem performance melhores que os BH´s, então, aí então entrou o critério de preços, oras quem não tem recursos disponíveis para comprar o melhor, não tem o direito de falar em técnica, porque, isso implica na performance do vetor em primeiro lugar, ou seja, o melhor disponível para atender as missões, e por ser o melhor, será mais caro e complexo de manter, isso é a contrapartida lógica.
Então vem o COPAC dizer; queremos o mais barato, e isso é considerado técnico? Não isso é uma escolha política e subjetiva, baseado em uma política de pequeno horizonte, estreita, quer dizer política de má qualidade, porque é baseada num critério objetivo único que atende a um posicionamento ideológico, vejo o avião quero escolher, e partir disso, dou prioridade aos critérios em que ele é mais forte, assim, travestindo uma decisão política em técnica. Foi isso que se tentou fazer, porém, o NJ deixou claro, os critérios de valoração são aqueles constantes na END, outra decisão política, mas por quem tem a competência de tomar ela. O mais "barato", não é o de menor preço, mas aquilo que atendem nossas necessidades como Nação, que vão desde o nível geopolítico até os de performance da plataforma.
Motivos pelos quais o princípio da economicidade não pode valer, afinal, como os critérios, os princípios constituicionais não são absolutos, mas relativos.
E você acredita que todos serão convencidos de que o Rafale é a melhor opção? Isso não existe, democracia é o governo da maioria, porém, não existe unanimidade em nada. Veja a votação desse tópico, de um fórum dedicado a assuntos de defesa.
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