marcelo bahia escreveu:Vai ficar feio pro Brasil. Uma coisa é que o Chile tenha um MBT mais capaz do que o nosso, já que não faz fronteira, outra coisa é que a Colômbia os adquira. Lá na Colômbia as pontes podem suportar o peso do Leo 2??
Marcelo, na boa, estou cansado de escrever sobre isso e prometo que será a ultima vez, já que essa história de Leopard 2 para o EB a muito se transformou em verdadeira religião ou tara para alguns foristas. Algo quase como contar vantagem (o Chile fala para o Brasil: EU TENHO, VOCÊ NÂO TEEM!!!)
Pergunta número 1:
O Brasil tem condições de operar um MBT do porte, peso e complexidade de um Leopard 2, M1A2 Abrams, T-90, Merkava ou um SuperMegaBlasterPhodaqualquer?
Resposta:
SIM.
Temos todas as condições de possuir e operar qualquer um, DESDE QUE tenha plena consciência que esta trocando MOBILIDADE por PROTEÇÃO BLINDADADA e PODER DE FOGO. Exatamente o oposto do que o EB pratica desde que sua Cavalaria se tornou moto-mecanizada.
Alem de aumentar todos os custos envolvidos, tanto da mobilidade propriamente dita, já que os custos de deslocamento subiriam exponencialmente, até os custos de manutenção treinamento e tiro.
Algumas perguntas que temos que fazer é: vale a pena partimos para um veículo desse tipo? O que ganharíamos se optássemos por esse caminho? Temos ameaças que justifiquem esse tipo de investimento ou seria melhor investir em outras áreas, como a substituição dos Cascavel e Urutu?
Pergunta número 2:
É verdade que as pontes no Brasil não agüentam o peso de um MBT moderno.
Resposta:
NÃO.
Existem muitas pontes no Brasil que agüentam os pesos até de um
Panzerkampfwagen VIII Maus, porem elas estão concentradas em sua maioria na região Sul/Sudeste, além de estar somente nas rodovias principais, o que obriga um grande planejamento de engenharia para deslocar esses “monstros” para regiões mais afastadas do Brasil. Você já viu o que acontece em épocas de chuvas, quando deslizamentos de terras ou inundações destroem pontes e é necessário construir substitutas? Bem seria exatamente assim com um deslocamento de blindados pesados no Brasil, teríamos que construir diversas pontes antes deles chegarem ao seu destino.
Alem disso, assim como acontece com nossos M60A3 TTS, não poderíamos utilizar nossa malha ferroviária, pois ela também não comporta esses veículos.
Pergunta número 3:
Caso a Colômbia adquirisse MBT equivalentes ou mais modernos que os nossos isso seria implicaria algo em nossa política de segurança ou seria uma “vergonha” para o país?
Resposta:
DUVIDO.
A Colômbia possui uma infra-estrutura rodo-ferroviária inferior a do Brasil. Alem do mais a topografia desse país permitiria uma utilização extremamente limitada desses veículos, já que boa parte da Colômbia é composta por montanhas e florestas. Caso o Brasil resolvesse colocar um RCC em Manaus/AM ou Ouro Preto/MG, que utilidade ele teria?
Além do mais essa história da Colômbia adquirir MBT’s é antiga e nunca se concretizou, simplesmente porque o foco de seu exército sempre foi combater a guerrilha interna, com a prioridade em uma infantaria leve, exatamente para lutar em selva e em montanha, tendo sua cavalaria composta por veículos leves e sobre rodas.
Com a aquisição pela Venezuela de MBT’s russos, que também sobre os mesmos problemas da Colômbia, é possível que eles partam para adquirir um veículo similar, mas acredito que, assim como os da Venezuela, teria uma aplicação prática limitada.
Elias RS escreveu: Caros Hélio e Paulo Bastos, a respeito dessas notícias de modernizações que estão saltando por todos os lados, inclusive dos nossos M113, pergunto o seguinte: não seria interessante fazer o mesmo com os nossos Leo 1A1 para o padrão A5 via engenharia reversa ou para algum tipo que a Elbit com certeza deve ter? Isso terminaria com o problema de como equipar e manter operacionais os 3 RCB daqui do RS.
Elias, isso já foi muito discutido aqui e, mesmo tendo o contato com diversas pessoas envolvidas diretamente com esses veículos, ainda não tenho uma opinião totalmente formada, porem posso te adiantar duas coisas:
1º. O EB já efetuou diversos estudos para modernizar esses veículos, mas em todos eles, pelo menos essa é a informação que tenho, o valor da reforma não justificaria o resultado final.
2º. Os nossos Leopard 1BE são muito antigos, e possuem um índice de desgaste extremante alto em praticamente todos os seus componentes.
Todavia, apesar do dito acima, já ouvi de diversas pessoas que dá para modernizar esses veículos, o que ainda não ouvi é quanto essa brincadeira vai custar.
Abraços,
Paulo Bastos