Estratégia Nacional de Defesa

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Edu Lopes
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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#376 Mensagem por Edu Lopes » Seg Dez 22, 2008 11:01 am

Três notícias sobre a END
Lula quer melhorar Exército para defender Amazônia e petróleo

Para presidente, indústria de defesa no Brasil está desmontada; novo plano reposiciona efetivo das três Forças

SÃO PAULO - A indústria de defesa no Brasil está totalmente desmontada, afirmou nesta segunda-feira, 22, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o programa semanal de rádio Café com o Presidente. Lula destacou a necessidade de reorganizar e reestruturar as Forças Armadas, além do próprio Ministério da Defesa. "Um país que tem a dimensão que tem o Brasil, que acaba de descobrir reservas imensas de petróleo em águas profundas, que tem a Amazônia para defender, tem que montar uma estratégia de defesa, não pensando em guerra, mas pensando em garantir o seu patrimônio", avaliou.

Na semana passada, Lula anunciou o plano de Estratégia Nacional de Defesa, desenvolvido pelos ministros Nelson Jobim (Defesa) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), com o objetivo é definir de forma mais clara o papel das Forças Armadas. O presidente também elogiou a aproximação entre os representantes dos 33 países que participaram da Primeira Cúpula da América Latina, que ocorreu na semana passada na Costa do Sauípe, Bahia. "Nessa crise econômica, as pessoas perceberam que nós não podemos ficar dependendo de um ou de outro", disse.

Nesta segunda-feira, o presidente Lula encontrará o presidente da França, Nicolas Sarkozy, que está em sua última viagem oficial como líder da União Européia. O francês terá no Brasil uma agenda repleta de anúncios positivos, mas precisará lidar com alguns assuntos delicados na relação bilateral, como a imigração. Do lado positivo da agenda, o destaque são os acordos na área de defesa. Um deles prevê a construção, no Brasil, de 50 helicópteros com tecnologia francesa que serão usados pela Força Aérea Brasileira.(...)


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 7618,0.htm
Plano reposiciona efetivo das três Forças pelo País

Jobim quer ainda que empresas beneficiadas paguem por "vigilância" feita pelas Forças Armadas

João Domingos e Tânia Monteiro


Na Estratégia Nacional de Defesa anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil do futuro é desenhado como uma potência militar pacífica, mas em condições de reagir a qualquer momento e a qualquer ataque, venha de onde vier. De acordo com o plano, feito pelos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, o País fará pesquisas com a energia nuclear, de forma a dispor de sua própria tecnologia, e criará um parque industrial de defesa com regime jurídico e tributário diferenciado.

O plano por si só é um arsenal de idéias e metas. Além disso, Jobim pretende acrescentar um ponto polêmico que ainda está em discussão no governo: cobrar de empresas públicas e privadas uma remuneração pelo serviço de "vigilância" que as Forças Armadas prestariam às instalações delas em áreas consideradas estratégicas. Enquadra-se nessa hipótese a Petrobrás, que possui plataformas marítimas protegidas pela Marinha.

Pela primeira vez, será definido de forma bem clara o papel das Forças Armadas, que deverão ser organizadas sob o trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença. Para tanto, deverão ser fortalecidos três setores de importância estratégica: o espacial, o cibernético e o nuclear.

Nos acordos de compra de aviões e material aeronáutico, o Brasil vai buscar sempre a transferência de tecnologia, para que depois de 2025 já possa planejar a fabricação de seus próprios caças e transformar os navios da Marinha em aeródromos capazes de receber aviões e pessoal do Exército.

Ao mesmo tempo, o plano prevê o reposicionamento dos efetivos das três Forças, visto que as principais unidades do Exército estacionam no Sudeste e no Sul do Brasil, a esquadra da Marinha concentra-se na cidade do Rio e as instalações tecnológicas da Força Aérea estão quase todas localizadas em São José dos Campos, em São Paulo. A idéia é fazer com que atuem de forma integrada, tanto no território continental quanto nas bacias do Amazonas e Paraguai/Paraná, e no Oceano Atlântico, onde estão localizadas as plataformas da Petrobrás.

No plano que traça a Estratégia Forças Armadas, há um grande espaço para a defesa da Amazônia. "O Brasil será vigilante na reafirmação incondicional de sua soberania sobre a Amazônia brasileira", diz o projeto. "Repudiará, pela prática de atos de desenvolvimento e de defesa, qualquer tentativa de tutela sobre as suas decisões a respeito de preservação, de desenvolvimento e de defesa da Amazônia." Diz ainda que não permitirá que organizações ou indivíduos sirvam de instrumentos para interesses estrangeiros - políticos ou econômicos - que queiram enfraquecer a soberania brasileira.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 6883,0.php
Acordos de Defesa devem marcar encontro entre Lula e Sarkozy

Imigração pode ser um tema delicado na reunião no Rio de Janeiro.

Da BBC Brasil em Brasília - Em sua última viagem oficial como líder da União Européia, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, terá no Brasil uma agenda repleta de anúncios positivos, mas precisará lidar com alguns assuntos delicados na relação bilateral, como a imigração.

Do lado positivo da agenda, o destaque são os acordos na área de defesa. Um deles prevê a construção, no Brasil, de 50 helicópteros com tecnologia francesa que serão usados pela Força Aérea Brasileira.

Também na área de defesa deverá ser confirmada a compra pelo Brasil de quatro submarinos convencionais do tipo Scorpenes, além da estrutura de um submarino movido a propulsão nuclear que será construído pela Marinha. De acordo com um representante do governo francês, uma parte dos submarinos convencionais será construída no Brasil.

Os dois países deverão ainda anunciar o início de uma parceria na área de educação, para troca de experiências em projetos de cursos profissionalizantes.

Imigração

Já os assuntos considerados delicados não fazem parte da agenda oficial, mas poderão ser tratados, segundo o Itamaraty, em conversas informais.

Um deles diz respeito ao projeto europeu conhecido como Imigração Seletiva. A idéia, liderada pela França e que recebeu aprovação da União Européia, oferece vantagens para imigrantes "qualificados" (com pelo menos três anos de nível superior), ao mesmo tempo em que impõe uma série de restrições aos que não cumprirem determinados requisitos. O projeto tem previsão para entrar em vigor em 2011.

O assunto não é visto com bons olhos pelo Itamaraty, que chegou a divulgar uma nota repudiando o projeto onde afirma que as medidas "generalizam critérios seletivos e abrem margem a controles que, na prática, podem se revelar arbitrários e atentatórios".

De acordo com o Itamaraty, o assunto não faz parte da pauta do encontro entre os dois presidentes, no Rio de Janeiro, "mas poderá ser abordado". Se isso acontecer, o argumento brasileiro junto a Sarkozy será no sentido de "mostrar os aspectos positivos da imigração".

Falando à BBC Brasil em Paris, Jean-David Levitte, conselheiro diplomático de Sarkozy, disse que acha que a proposta para a imigração "não foi bem compreendida na América Latina".

Segundo ele, as conversas com Lula sobre o assunto serão apenas para detalhar as novas regras.

O conselheiro do presidente francês admitiu, no entanto, que talvez o tema da imigração não conste na declaração final da Cúpula União Européia-Brasil por falta de acordo.

'Viés político'

Outros temas com potencial de desacordo entre Brasil e União Européia dizem respeito às metas para redução de emissões de carbono e à liberalização do comércio.

Apesar desses temas mais delicados, a possibilidade de desentendimentos entre Brasil e França é remota, na avaliação do ex-ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia.

"Certamente o projeto de Imigração Seletiva é uma questão desagradável, mas os dois países têm uma agenda muito positiva", diz.

Segundo Lampreia, acordos na área defesa sempre têm um "viés político" e a escolha por tecnologia francesa não é apenas uma decisão técnica.

"A França está mais disposta a transferir tecnologia do que os americanos. Mas temos de considerar também o caráter político dessa decisão", diz.

Na avaliação do ex-ministro, entre as grandes potências, a França é uma das mais abertas ao Brasil. "Entre os grandes, é o país que está mais disposto a tratar o Brasil como um país de peso".

Rafale

Ainda segundo Lampreia, os acordos na área de defesa consolidam a posição da França como um dos principais exportadores de armamentos do mundo.

O Rafale, do grupo francês Dassault, está entre os três finalistas de uma licitação da Força Aérea Brasileira para aquisição de novos equipamentos.

Os outros dois concorrentes são o F-18, da Boeing (americana) e o Gripen, fabricado pela empresa sueca Saab. Segundo especialistas, o caça francês é o favorito.

Nos últimos cinco anos, as importações de armamentos franceses no Brasil cresceram 175%, enquanto as compras dos Estados Unidos, outro tradicional fornecedor, aumentaram 38%.

O governo francês anunciou recentemente que pretende ampliar sua participação no mercado mundial de armas dos atuais 6% para 13%.


Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac297543,0.htm




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#377 Mensagem por Marino » Seg Dez 22, 2008 1:58 pm

Dia:

Força Militar: Rio terá base industrial e tecnológica de ponta


Marco Aurélio Reis


Rio - O novo cenário para a indústria brasileira de armas e equipamentos — primazia nas compras das Forças Armadas, menor carga tributária, incentivos para exportação e previsão de encomendas estatais até 2030 — vai abrir empregos e impulsionar a economia do Rio, onde será instalada uma base industrial e tecnológica de ponta. A previsão é de Carlos Erane de Aguiar, presidente da Condor Tecnologias Não-Letais e coordenador do recém-criado Fórum Empresarial de Defesa e Segurança da Firjan (Federação das Indústrias do Rio).

O empresário recebeu a coluna na véspera do lançamento da nova Estratégia Nacional do Defesa, que colocou a indústria como uma das prioridades e previu para março do ano que vem a apresentação de proposta para modificações na Lei 8.666 (de licitações) e de regime jurídico e econômico especial para compras de produtos de defesa nas empresas nacionais.

A estratégia prevê ainda linha especial de crédito para o setor no BNDES e redução de carga tributária. “Para se ter uma idéia, até agora havia determinados itens que a Marinha queria comprar no Brasil e não tinha condições em função do nível de impostos que as indústrias pagam”, explica Carlos Erane, destacando que a primeira ação do Fórum Empresarial em 2009 será coordenar um estudo sobre os impostos que incidem no Brasil sobre a cadeira produtiva dos equipamentos de defesa.

No País, o ICMS é o imposto que mais pesa para a cadeia. O setor espera provar aos estados mais industrializados (São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas) que o total arrecadado é tão pequeno que, diante da abertura de empregos e da importância estratégica do setor, é aceitável desonerar a indústria de defesa. “Não se trata de privilégio”, defende o coordenador. “Trata-se de justiça em relação aos produtos que vêm de fora”, completa.

Com essa carga tributária, a indústria nacional não tinha condições de vencer a maioria das licitações das Forças Armadas brasileiras, arrsicando-se a repetir aqui o que ocorreu em 1982, com a Argentina, durante a Guerra das Malvinas. A Argentina não tinha material de reposição e perdeu as ilhas e a guerra para a Inglaterra.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#378 Mensagem por Guerra » Seg Dez 22, 2008 2:11 pm

Já que o assunto é industria bélica. O que foi feito da Hydroar SA, que fabricava canhões e lança rojões?




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#379 Mensagem por Mental Ray » Seg Dez 22, 2008 2:33 pm

SGT GUERRA escreveu:Já que o assunto é industria bélica. O que foi feito da Hydroar SA, que fabricava canhões e lança rojões?
Se não me engano ela ainda existe sim, fazendo válvulas e outras coiass.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#380 Mensagem por jauro » Seg Dez 22, 2008 4:27 pm

Jobim anuncia acordo com a França para a área militar
WILSON TOSTA - Agencia Estado
Tamanho do texto? A A A A
RIO - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou hoje que os acordos militares do o Brasil com a França possibilitarão a instalação no Rio de Janeiro de um estaleiro para construção pelos franceses de cinco submarinos para a Marinha do Brasil: quatro naves convencionais Scorpéne e o veículo nuclear brasileiro. Segundo o ministro, o estaleiro será construído e operado pelo setor privado francês e, depois de 20 anos, passará a integrar o patrimônio público brasileiro. Os acordos com a França não incluem propulsão submarina nuclear, cuja tecnologia o País já domina. Também no Rio, explicou Jobim, ficará a base do futuro submarino nuclear, que levará duas décadas para ficar pronto.



"O estaleiro vai ser construído em entendimento com o setor privado. Eles produzem e, depois de 20 anos, isso vem para o patrimônio brasileiro", declarou Jobim, durante o 2º Encontro Empresarial Brasil-União Européia, no Copacabana Palace, do qual participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da França, Nicolas Sarkozy. "No vigésimo ano, vamos terminar recebendo o submarino nuclear. Tudo isso com transferência total de tecnologia, inclusive treinamento de engenheiros brasileiros junto a fábricas francesas."



Os acordos também prevêem a compra, para montagem no Brasil, de 50 helicópteros, ao custo de 1,899 bilhão de euros nos próximos anos. Só essa parte das conversas com os franceses, porém, já está definitivamente fechada, inclusive com contrato, afirmou o ministro. Os submarinos seriam objeto de instrumentos legais distintos, mas ainda preliminares. Nos dois casos, haveria, de acordo com o ministro, transferência de tecnologia francesa, uma das preocupações do governo brasileiro. Outro ponto importante para o Brasil é a possível criação de empregos a partir das encomendas militares.



Os entendimentos do Brasil com a França na área militar também poderão incluir o fornecimento de caças - o governo brasileiro deverá encerrar em julho a análise das propostas para compra de novos jatos, apresentadas pela francesa Rafale, pela americana Boeing e pelos suecos da Grippen. O ministro afirmou que as ações, parte do Plano Estratégico de Defesa, não deverão sofrer impacto da crise econômica. "É tudo a longo prazo. Estou falando em 20 anos", disse.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#381 Mensagem por jauro » Seg Dez 22, 2008 6:04 pm

Plano de defesa mira Amazônia e petróleo, diz Lula

REUTERS
SÃO PAULO - Ao apontar os motivos para a criação do plano de defesa Nacional, lançado esta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o conjunto de medidas visa reorganizar a estrutura das Forças Armadas e da indústria de defesa do país, que está desmontada.

Ele mencionou as dimensões do Brasil, a necessidade de vigilância da Amazônia e as recentes descobertas de grandes reservas de petróleo como indicadores da necessidade da montagem de uma estratégia de defesa.

"Um país que tem a dimensão que tem o Brasil, um país que acaba de descobrir reservas imensas de petróleo em águas profundas, um país que tem a Amazônia para defender tem que montar uma estratégia de defesa, não pensando em guerra, mas pensando em se defender mesmo, em garantir o patrimônio", afirmou Lula no programa de rádio "Café com o Presidente".

Ele defendeu a renovação a indústria do setor e acrescentou que trata-se de um projeto de longo prazo. "Nós temos que reorganizar a nossa indústria de defesa, que está totalmente desmontada."

O presidente declarou que o projeto estava em gestação, mas era adiado por falta de recursos.

"Já há algum tempo a gente vinha discutindo a tentativa de reorganização da estrutura das Forças Armadas brasileiras, a reestruturação do próprio Ministério da Defesa, e sempre que nós discutíamos, a ausência de dinheiro fazia com que a gente fosse deixando para depois", disse, sem apontar o valor dos recursos para o plano.

Inicialmente previsto para sair em setembro, o plano estabelece projetos prioritários para as três Forças e propõe mudanças no regime de compras governamentais. Propostas que levaram ao adiamento do anúncio, por conta de divergências, ficaram fora do texto final, como a que garantiria o investimento de um percentual fixo do Produto Interno Bruto (PIB) no setor.

EUA DE FORA

No programa de rádio, Lula ainda fez comentários sobre o encontro de presidentes da América Latina e do Caribe realizado na semana passada na Bahia. Ele disse que o mais relevante do encontro de 20 presidentes e representantes de outros 13 países foi o fato dos Estados Unidos terem ficado de fora das discussões, pela primeira vez na história.

"A coisa mais importante que esse encontro trouxe foi a própria reunião em si, porque foi a primeira reunião que nós fizemos apenas com os países da América Latina e do Caribe, discutimos os nossos problemas", disse Lula.

(Por Carmen Munari)




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#382 Mensagem por jauro » Seg Dez 22, 2008 6:53 pm

22/12/2008 - 17h52
Comandante da Aeronáutica assina contrato inédito com a França
O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, representando as três Forças Armadas, assinará, nesta terça-feira (23), no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, contrato para a produção, no Brasil, e fornecimento de 50 helicópteros militares (EC-725). Este projeto destina 16 aeronaves para a Marinha do Brasil, 16 para o Exército Brasileiro e 18 para a Força Aérea e será firmado pelo presidente da Eurocopter, Sr. Lutz Bertling, representante do grupo europeu EADS que é especializado em Defesa.

O contrato, fruto de uma cooperação no campo aeronáutico entre o Brasil e a França, visa consolidar e ampliar o intercâmbio e a colaboração na área militar, além de incentivar as atividades industriais e comerciais entre os dois países.

Salienta-se, ainda, que o acordo contempla a fabricação das aeronaves no Brasil, no âmbito da Helibras e de parcerias com outras empresas, assim como a transferência de tecnologia e medidas de Compensação Comercial (“Off Set”).

O contrato foi consolidado a partir de exigências de requisitos operacionais estabelecidos pelas três Forças, objetivando a realização de projetos de engenharia, fabricação, adaptação e modernização de helicópteros, bem como capacitação de pessoal, no Brasil.

A assinatura deste contrato com a EADS é inédita, porque representa o primeiro projeto em conjunto das três Forças Armadas para a aquisição de material de emprego militar. A previsão é que as primeiras aeronaves sejam recebidas no final de 2010.

Fonte: CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA AERONÁUTICA




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#383 Mensagem por ciclope » Sáb Dez 27, 2008 11:18 am

Guando eu li o titulo dessa noticia por um instante eu pensei com um sorriso nos lábios; Rafale. Após ler as primeiras linhas cai em gargalhadas de decepção.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#384 Mensagem por Marino » Dom Dez 28, 2008 2:28 pm

FSP:

Editorial

Defesa nacional
Plano estratégico do governo Lula para as Forças Armadas combina acertos, ambições e extravagâncias

Sonhos de grandeza militar não ocupam, felizmente, o espírito da maioria da população brasileira. Enfatiza-se de tal modo a tradição pacífica do país que a mera discussão de temas relativos ao aparelhamento das Forças Armadas tende a ser negligenciada pela opinião pública, restringindo-se a alguns círculos técnicos e aos profissionais da corporação.

Com a divulgação pelo governo federal, no último dia 18, do documento intitulado "Estratégia Nacional de Defesa", abre-se a possibilidade de um debate mais amplo sobre o tema.

Apresentado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e pelo titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, o plano reúne diagnósticos corretos, medidas necessárias, ambições dificilmente concretizáveis e condimentos da mais franca extravagância.

É acertada, por exemplo, a preocupação em centralizar as decisões e os gastos militares numa única instância administrativa, capaz de dar ao Ministério da Defesa um maior poder de coordenação entre as três Forças.

Aponta-se, ademais, para a importância de maior presença militar na região amazônica, corrigindo a excessiva concentração de dispositivos de defesa no Sudeste do país.

Propósitos de maior capacitação tecnológica são contemplados em detalhe -se bem que, nesse campo, como no da urgente modernização do equipamento bélico brasileiro, fica sempre em aberto a questão das disponibilidades orçamentárias reais com que se pode contar.

Nesse aspecto, é grande a distância entre a compra de aviões ou submarinos convencionais e as ambições inerentes ao desenvolvimento de aviões não tripulados e de um submarino de propulsão nuclear.

Vale lembrar que, comparativamente, o Brasil não se caracteriza por dedicar porcentagens significativas do seu Produto Interno Bruto aos dispêndios militares. No período que vai de 2000 a 2006, pouco mais de 1,5% do PIB teve essa destinação, enquanto a Índia se aproxima dos 3%, e a Colômbia, dos 4%.

O ponto mais extravagante da nova doutrina pode ser resumido na expressão utilizada pelo ministro Mangabeira Unger, na cerimônia de lançamento do projeto, no Palácio do Planalto. Referiu-se a uma "nação em armas"; logo em seguida, o presidente Lula matizou a expressão, mas o texto da "Estratégia Nacional de Defesa" deixa-se permear várias vezes pelo conceito.

Imagina-se, por exemplo, a ampliação do serviço militar obrigatório, que deve funcionar como "espaço republicano". Vale dizer, uma espécie de escola de cidadania compulsória.

Mas o país prescinde das lições do ministro Mangabeira Unger a esse respeito. Requer -o que já constitui desafio considerável- forças de defesa profissionais, reduzidas, bem equipadas e bem remuneradas, que possam corresponder às necessidades de defesa de um país com crescente projeção internacional.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#385 Mensagem por Marino » Dom Dez 28, 2008 2:37 pm

Jornal do Comércio:

EDITORIAL - A Estratégia Nacional de Defesa

Neste final de 2008 devemos a Nelson Jobim, um jurista, e Mangabeira Unger, um acadêmico de português enrolado, um dos atos de governo que mais deverão influir no futuro de nosso País: a nova Estratégia Nacional de Defesa, anunciada pelo presidente Lula, que se prenunciava como um governo de esquerda radical, revanchista, e, no entanto, avança em sintonia com as Forças Armadas. Agora está mais do que claro que defesa nacional não é assunto exclusivo de militares, mas da sociedade e das instituições. Contrastando com a política de segurança nacional do tempo da ditadura, que se voltava exclusivamente para correr atrás de comunistas, a estratégia de defesa de nosso País propõe-se a nos transformar em uma potência militar pacífica e, sobretudo, realça o papel constitucional das Forças Armadas para a defesa do nosso território e da nossa soberania.

Há inúmeros pontos a salientar nesse trabalho de inteligência militar construído discretamente pelos ministros da Defesa e de Assuntos Estratégicos, mas um em especial se enquadra no que há de mais urgente e de maior repercussão para o Brasil e para o mundo: a defesa da Amazônia. Presença maciça no litoral, nos grandes centros urbanos, urge a transposição dos militares para esse imenso e complexo espaço do nosso território, olhado com ambição mais intensamente desde as primeiras décadas do século 20, quando para cá vieram cientistas norte-americanos e daqui saíram embriagados pela grandeza e imenso potencial da maior floresta tropical do mundo e difundiram idéias separatistas que brotavam do próprio território nacional. O jornalista Genival Rabelo reproduziu no livro Ocupação da Amazônia, de 1968, artigo de um geógrafo norte-americano, Earl Parker Hansen em que afirmava:

"De 1931 a 1933 tive a satisfação de visitar a maior parte do território do Amazonas e dos Andes do norte da América do Sul, durante uma viagem científica de cerca de 30 mil quilômetros, por conta da Carnegie Institution. Quase em toda parte ouvi manifestações sobre a possibilidade de que seis regiões fronteiriças da bacia se separassem dos respectivos governos e se unissem para formar uma nova nação do Amazonas. As manifestações deram em nada, mas o descontentamento não passou desapercebido nas diversas capitais". A cobiça internacional sobre o Amazonas foi detalhada pelo professor Arthur Cezar Ferreira Reis em pesquisa histórica editada em 1965 e desde então só têm se aprofundado os sinais de que corremos o risco de perder metade do território brasileiro. Com freqüência se apregoa que o inglês é mais fluente que o português entre nossos índios da Amazônia. E mais se diz, como o absurdo de que nas proximidades de algumas tribos só tem acesso quem passa pelo crivo de um pastor norte-americano, comentário de um advogado pernambucano, Joel Câmara, atualmente vivendo em Brasília e dedicado a estudos amazônicos.

A idéia da rodovia Transamazônica no tempo da ditadura, anos 70, teve duas vertentes: abrir novas fronteiras para o êxodo de nordestinos fugidos da seca e criar as condições para garantir a soberania nacional sobre a floresta. A rodovia virou atoleiro, mas o núcleo, o fundamental da idéia, permanece, agora dentro de uma estratégia nacional cujo projeto afirma: "A Amazônia representa um dos focos de maior interesse para a defesa. O Brasil será vigilante na reafirmação incondicional de sua soberania sobre a Amazônia brasileira. Repudiará, pela prática de atos de desenvolvimento e de defesa, qualquer tentativa de tutela sobre as suas decisões a respeito de preservação, de desenvolvimento e de defesa da Amazônia". Adicione-se à idéia da defesa da soberania nacional o papel extraordinário que poderão representar os militares na preservação da floresta, acabando de vez com as queimadas, restaurando o que vem sendo depredado pela pecuária e monoculturas. Essa a contribuição histórica dos ministérios envolvidos no projeto de defesa nacional, com o reconhecimento de todos os brasileiros, fardados ou não.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#386 Mensagem por Vinicius Pimenta » Seg Dez 29, 2008 1:48 am

Comentando sobre os dois editoriais.

O da FSP achei interessante, porém, infelizmente, sustenta alguns argumentos com base em profundo desconhecimento do tema. O erro mais grosseiro é classificar de extravagância o desenvolvimento de VANTS e do submarino de propulsão nuclear. O primeiro não tem extravagância nenhuma e é fruto do total desconhecimento em termos de equipamentos militares, comum na imprensa brasileira. Certamente o autor do Editorial (seria mesmo o Editor-Chefe da FSP?) não tem a menor idéia da enorme diversidade da área de Veículos Aéreos Não Tripulados, que vão desde aeromodelos rádio-controlados até caças de sexta (sétima?) geração que por enquanto não passam de sonhos bem distantes das maiores potências bélicas. Desconhece inclusive que já há VANTS brasileiros para aplicações militares em operação e outros em desenvolvimento. Ter um consultor de Defesa à disposição era o mínimo que um jornal como a FSP deveria ter.

Criticar o submarino de propulsão nuclear, classificando-o de extravagante é mais do que desconhecimento, no caso do jornal é pré-conceito, que fica claro com a primeira frase do editorial: "Sonhos de grandeza militar não ocupam, felizmente, o espírito da maioria da população brasileira." Qual o sentido dessa frase? Enfim, é claro que o submarino de propulsão nuclear é algo polêmico, não sendo unanimidade nem entre "especialistas". Mas seria mais fácil ser considerado extravagância devido aos altos custos envolvidos, não pela sua utilidade que o jornal não tem capacidade para questionar. De novo, ter um consultor de Defesa à disposição era o mínimo que um jornal como a FSP deveria ter.

Sobre o Editorial do Jornal do Comércio, utiliza uma linguagem menos erudita que o da FSP. Achei inclusive o primeiro parágrafo informal até demais, mas nunca li o jornal, nem como é a comunicação com seu público-alvo então nem vou opinar. Foca bastante na Amazônia e muito pouco na importância da END em si. Mas tudo bem.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#387 Mensagem por Sterrius » Seg Dez 29, 2008 4:57 am

Quanto ao fato dos grandes jornais não terem consultores militares de respeito é compreensivel se analisarmos que as compras militares até 2006-2007 eram na melhor das hipoteses. Totalmente desapercebidas da visão do público, com a unica exceção do F-X1

Se as coisas continuarem os jornais poderão até pensar em ter tais consultores. Mas eles não vão manter (E pagar) uma pessoa para ficarem opinando em meia duzia de materias por ano.

Veja por exemplo as noticias do interior. Apenas o Estadão tem 1 jornalista de olho no que acontece no interior de SP. Todos os outros jornais simplesmente retiraram seus jornalistas de la para cortar custos e preferem pegar a informação de segunda mão e com o que conseguem escutar.

Jornalismo infelizmente esta cada vez mais capitalista conforme a crise apenas piora a situação destas fontes de informação. (Para quem não sabe todos os grandes jornais do mundo estão com graves problemas financeiros, na AL essa crise não chegou ainda, mas é questão de tempo).




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Vinicius Pimenta
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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#388 Mensagem por Vinicius Pimenta » Seg Dez 29, 2008 8:55 pm

Sterrius, em relação a consultores, não defendo que eles tenham alguém pago, um funcionário fixo. Defendo que eles consultem alguém antes de escrever. Isso é básico do básico em jornalismo.

Quanta à crise no jornalismo, sei bem como é, infelizmente vivo na pele.




Vinicius Pimenta

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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#389 Mensagem por jauro » Qui Jan 01, 2009 11:28 am

Nota emitida pelo Itamaraty com atos assinados pelos governos do Brasil e da França, que incluem projetos da área de Defesa, com destaque para aparceira estratégica que facilita construção de submarino nuclear e helicópteros no Brasil e projeto do "Soldado do Futuro".

https://www.defesa.gov.br/mostra_materi ... ERIA=32705
https://www.defesa.gov.br/mostra_materi ... ERIA=32706




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#390 Mensagem por ciclope » Sex Jan 02, 2009 12:36 pm

Bem, no papel está perfeito. Vamos aguardar a concretização disso tudo. :D




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