Re: EUA
Enviado: Qui Dez 06, 2018 4:38 pm
Se o cidadão prestar atenção, dá até pra ver o momento em que o George Soros comprou o partido Democrata.
Isto são péssimas noticias, já que o Mattis era um (dos poucos) elementos estabilizadores no governo Norte-Americano e alguém em quem as Forças Armadas tinham em grande conta.Secretário da Defesa Jim Mattis demite-se em choque com Donald Trump
O secretário da Defesa dos EUA, Jim Mattis, apresentou, esta quinta-feira, a sua demissão, anunciou Donald Trump, depois de o antigo general "marine" ter chocado com este por causa da retirada da Síria e da autossuficiência deste nos assuntos internacionais.
Mattis, talvez o mais respeitado membro do Governo Trump em assuntos de política externa, sai do cargo no final de fevereiro, depois de dois anos tumultuosos em que procurou moderar e conter as inconstantes mudanças de política por parte do presidente.
O anúncio acontece um dia depois de Trump ter surpreendido os aliados dos EUA e os congressistas norte-americanos ao anunciar a retirada das tropas norte-americanas na Síria e continuar a ponderar a redução do efetivo norte-americano no Afeganistão.
Na sua carta de demissão, Mattis aludiu a desacordos com Trump como razão da sua saída.
"Uma vez que você tem o direito de ter um secretário da Defesa com perspetivas mais bem alinhadas com as suas, sobre este e outros assuntos, acredito que devo sair da minha posição", escreveu Mattis.
Na rede social Twitter, Trump anunciou que iria nomear um secretário da Defesa em breve.
A decisão de Trump de retirar as tropas da Síria foi criticada por abandonar os aliados curdos, que devem enfrentar um ataque turco quando os militares norte-americanos saírem do país.
Na sua carta de demissão, Mattis enfatizou a importância de manter o apoio aos aliados dos EUA, numa crítica implícita à decisão de Trump.
"Enquanto os EUA continuam a ser a nação indispensável no mundo livre, não podemos proteger os nossos interesses ou servir esse objetivo sem manter alianças fortes e mostrar respeito por esses aliados", escreveu Mattis.
https://t.co/fKUTe5nPIR— Adam Schiff (@RepAdamSchiff) December 20, 2018Old Marines never die, but they do resign after the President ignores their advice, betrays our allies, rewards our enemies, and puts the nation’s security at risk. Turn out the lights when Mattis leaves; we will not see his like again while Trump remains in office.
— Sheldon Whitehouse (@SenWhitehouse) December 21, 2018As @realDonaldTrump drives away the grownups in the room, there is cause for genuine concern.
I thank & honor Secretary Mattis for a lifetime of service.
. 1/2 pic.twitter.com/ztc0Yihccn— Marco Rubio (@marcorubio) December 20, 2018Just read Gen. Mattis resignation letter. It makes it abundantly clear that we are headed towards a series of grave policy errors which will endanger our nation,damage our alliances & empower our adversaries
Edito: agora que vi que foi postado no tópico da UE também, mas deixo aqui.cabeça de martelo escreveu: Qua Jan 02, 2019 12:30 pm "Os EUA são tão poderosos que podem perder guerras e não serem afetados"
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Se houvesse uma União Europeia. Mas não há.... O problema da UE é que não sei o que é. É uma zona de comércio livre. E tem uma Comissão em Bruxelas que interfere nos assuntos internos dos países. Porque lhes dá algum dinheiro.
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Só a UE podia olhar para um homem que venceu de forma esmagadora três eleições e chamar-lhe ditador. [sobre Viktor Orbán] A falta de respeito pela democracia na UE pode ser vista claramente na Hungria. Os húngaros votaram em alguém de que os alemães não gostam, por isso é um ditador... Uma coisa que deslegitima a UE é este comportamento extremo e quase histérico.
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Está cheio de flashes.P44 escreveu: Sex Dez 28, 2018 11:24 am LOL
Trump revela por acidente localização e identidades de força especial dos EUA
Presidente norte-americano colocou no Twitter um vídeo da sua visita ao Iraque. Nas imagens pode ver-se um grupo de militares que os especialistas identificam como elementos das forças especiais dos EUA
O presidente norte-americano Donald Trump divulgou um vídeo da sua visita ao Iraque, na quarta-feira (dia 26), em que surge junto de militares que farão parte dos Navy Seals. A confirmar-se que estes militares são efetivamente da equipa de operações especiais, trata-se de uma quebra de segurança importante, pois a localização dos militares desta força especial norte-americana nunca é revelada.
No vídeo, colocado na rede social Twitter, Trump surge ao lado de vários soldados que, segundo a revista Newsweek, farão parte da Seal Team Five e os seus rostos não foram cobertos.
e acordo com a revista, fonte oficial do departamento de Defesa dos EUA frisou que as informações sobre a localização das equipas Seal - uma das principais forças especiais norte-americanas - é sempre mantida em segredo, sendo que Donald Trump, como comandante supremo das forças armadas, tem a autoridades para desclassificar todas as informações. Porém, os rostos dos militares são tapados em todas as fotos e vídeos oficiais de forma a proteger as suas identidades.
Em declarações à NBC News, o gabinete do Secretário da Defesa garantiu que nenhuma regra de segurança tinha sido violada: "Os operacionais participaram voluntariamente neste evento aberto à imprensa." Trump tirou uma selfie com o tenente da marinha Hyu Lee, que disse ser o capelão do Seal Team Five, equipa que está sediada no Coronado (Califórnia).
O presidente norte-americano colocou o vídeo no Twitter depois de o Air Force One - o avião presidencial - ter deixado o espaço aéreo iraquiano após uma visita surpresa às tropas que estão colocadas na Base Aérea Al Asad, a oeste de Bagdad. Nesta deslocação, que durou três horas, esteve acompanhado pela mulher, Melania.
"Foi uma honra para mim e para Melania visitar as nossas incríveis tropas na Base Aérea de Al Asad, no Iraque. Deus abençoe os EUA", escreveu Donald Trump no Twitter.
Malcolm Nance, que trabalhou na inteligência naval dos EUA, disse à Newsweek que o vídeo revela uma quebra de protocolo, pois geralmente a identidade dos elementos das forças especiais é protegida, principalmente quando estão em zonas de combate.
"A segurança operacional é o aspeto mais importante da colocação das pessoas. Os nomes, rostos e identidades do pessoal envolvido em operações ou atividades especiais são geralmente um segredo bem guardado numa zona de combate", disse. "Revelá-los, através de uma exposição incomum nos media, mesmo que seja o comandante supremo, provocaria um aumento da propaganda se qualquer um desses elementos fosse detido por um governo hostil ou capturado por um grupo terrorista. Não haveria hipótese de negar quem você é ou o que faz", concluiu.
https://www.dn.pt/mundo/interior/trump- ... 76747.html
vou dar minha opinião numerando as respostas dele. Começando pelo da Superpotência chinesa.cabeça de martelo escreveu: Qua Jan 02, 2019 12:30 pm "Os EUA são tão poderosos que podem perder guerras e não serem afetados"
O DN conversou com George Friedman e dá a conhecer nesta entrevista o pensamento atual do autor dos livros "A Próxima Década" e "Os Próximos 100 Anos". (Publicado originalmente a 30 de abril de 2018)
undador da Stratfor e atual presidente da Geopolitical Futures, George Friedman será o principal palestrante da 3.ª Conferência de Lisboa, que se realiza quinta e sexta-feira na Fundação Gulbenkian e onde, além do americano, também haverá oradores russos, chineses e indianos, entre outros, com o mote Desenvolvimento em Tempos de Incerteza. O DN conversou via Skype com Friedman, que vive em Austin, no Texas, e dá a conhecer nesta entrevista o pensamento atual do autor dos livros A Próxima Década e Os Próximos 100 Anos.
A China vai ser a próxima superpotência, ainda mais forte do que os EUA?
Não. A China é um país muito fraco. Economicamente é muito fraco porque depende de unidades industriais maiores do que o seu mercado interno pode consumir, por isso tem de exportar. Por isso depende dos clientes. Quando estamos a vender uma coisa dependemos dos clientes. A China depende totalmente dos clientes para se manter. E agora que as suas exportações baixaram, depois de 2008, está a viver uma crise financeira interna enorme. Que eles resolveram criando uma ditadura, porque o processo criado por Deng Xiaoping já não funciona. O que a China fez foi criar um modelo económico muito pouco eficiente em que tudo é gerido centralmente mas um modelo politicamente muito eficiente, que mantém o país unido. De um ponto de vista militar, para dar um exemplo de como são fracos, o mar do Sul da China é extremamente importante para eles. Durante dez anos tentaram controlá-lo, durante dez anos falharam. Continuam a não conseguir fazê-lo. A China é uma daquelas nações que ressurgem periodicamente, como o Japão nos anos 80 do século passado. São países que devido à sua performance durante 10 ou 15 anos são vistos como enormes potências económicas, certo? Mas as pessoas não veem as fraquezas. A resposta em relação à China é que é como o Japão nos anos 1980 mas muito mais fraca, porque o Japão não tinha mil milhões de habitantes. A China tem. A capacidade dos chineses para crescer depende de a Europa e os Estados Unidos quererem os seus produtos. E agora os produtos são mais baratos vindos do Vietname, da Colômbia, de várias partes do mundo. Não são o país com o preço mais baixo.
Em sua opinião, quando as pessoas estão a falar no declínio dos EUA como superpotência, é um erro?
As pessoas confundem reputação com poder. Não gostamos dos EUA e achamos que Donald Trump é estúpido, por isso o país está em declínio. Os EUA contam para um quarto da economia mundial. Têm a única força militar global. São tão poderosos que podem perder guerras e não serem afetados por isso. Os britânicos puderam perder guerras e continuar. Não há hoje nenhum país comparável aos EUA neste aspeto. Essa espécie de poder demora uma centena de anos a construir e uma centena de anos a perder. No final de contas, quando vou a um encontro na Europa ou em qualquer outra parte, todos falam inglês. Quando entro num gabinete todos se parecem com um escritório americano. Com computadores e tudo o resto. Este é o poder dos EUA. O soft power. E o soft power é a forma de pensamento americano. Nos computadores e na internet por exemplo. Permeia todos os milímetros da vida global. Quando pensamos nas coisas que fazem parte da cultura americana - não só económica e política - não há outro país presente no dia-a-dia das pessoas como os EUA estão. Entendo perfeitamente por que as pessoas olham para os EUA como tendo um sistema político desordenado e em declínio. Mas o que é interessante é que se nem todos olham para Portugal e para o seu sistema político, todos olham para o sistema político americano e discutem-no. No mundo todo. Esta é uma prova profunda de poder.
George Friedman
Se não acha a China de Xi Jinping uma verdadeira rival dos EUA, como comenta que a Rússia, muito mais fraca que a China, mais fraca que nos tempos da URSS, leve as pessoas a falar numa nova Guerra Fria, tentando pôr a Rússia de Vladimir Putin como uma espécie de igual dos EUA? Outro erro?
Foi já um erro completo durante a Guerra Fria. A Rússia na verdade nunca foi tão forte como parecia. Sempre sobre-estimámos os russos. Agora o problema da Rússia é que é um país do terceiro mundo. Exporta petróleo. E não controla os preços. Precisa do petróleo a 80 dólares por barril para manter o seu orçamento. E isso acontecer, ou não, não depende deles. O país de que isso depende é dos EUA, que se tornaram o maior produtor mundial de petróleo. A Rússia é um país que não controla o seu futuro. Putin prometeu duas coisas. Prosperidade. E não a conseguiu dar. E prometeu que a Rússia seria uma grande potência, por isso está na Síria. Os russos não querem saber da Síria ou de Bashar al-Assad. Mas Putin teve de mostrar aos russos que podia enfrentar os EUA. A Rússia e a China têm o mesmo problema: percebem internamente como são fracas. Mas estes dois países têm de parecer ser poderosos. Pelo menos junto dos seus povos. Para tornar os líderes populares. Mas os chineses não têm a capacidade de se impor no Médio Oriente. Por isso, os chineses fazem isto vindo à Europa prometer investimento, projetos de 50 ou de 100 milhões. E parecem estar em todo o lado. E estão. E a prometer grandes quantidades de dinheiro que muitas vezes não chegam a entregar. O dinheiro que prometem é uma campanha de propaganda. E funciona. Porque os americanos não andam a viajar para todo o lado a oferecer mais, preferindo investir nos EUA. Os chineses oferecem-se para investir, dando uma impressão de poder. Mas se algo acontecer no Médio Oriente, se acontecer algo na Europa ou em qualquer parte do mundo, os chineses já não têm a capacidade militar para agir. Economicamente, o seu problema não é interno é garantir que Portugal compra bens chineses. E isso é um negócio que implica ter clientes. E os clientes estão a comprar noutro lado.
Considera toda esta conversa sobre o poder emergente do BRIC, sobre a China, a Rússia, até a Índia e o Brasil, muito distante da realidade?
Em primeiro lugar são países muito diferentes. O Brasil e a China juntos - tirando o facto de ser um nome porreiro que a Goldman Sachs lhes deu - não faz sentido. Mas quando lho deu, foi há mais de dez anos. Entretanto a história mudou. A China já não está na posição em que estava. A Rússia também não está na mesma posição. O Brasil é talvez o que está mais perto. E a Índia está a sair-se muito bem, de momento. Mas não podemos falar dos BRIC como um bloco. São países totalmente diferentes.
Deixe-me só insistir no Brasil, como grande país de língua portuguesa e em certos aspetos com muito em comum com os EUA. Acha que o Brasil pode ser mais rico, mais desenvolvido e mais influente do que é hoje?
O problema é a sua geografia. A China fica no meio da Ásia. A Rússia influencia a Europa. Os EUA são a potência naval no Atlântico e no Pacífico. O Brasil é uma espécie de ilha. Os seus vizinhos são a Argentina e o Paraguai. Não consegue chegar aos outros. Mas tem uma vantagem por causa disto: a sua economia está equilibrada com as suas necessidades domésticas. Exporta mas a sua existência não depende disso. Quando a Europa entra em recessão a China entra em crise, mas o Brasil vai-se gerindo, quebra mas não como a China. Vai, mas não como os chineses. O que vemos no Brasil é semelhante ao que se passa na Austrália. Dois países, muito diferentes cultural e politicamente, muito produtivos mas afastados do mundo. E é a sua vantagem.
Para os países europeus, em regra pequenos, a União Europeia ainda é a melhor aposta?
Se houvesse uma União Europeia. Mas não há. Há uma organização comercial que o Reino Unido, a segunda maior economia europeia, vai deixar. A Polónia, uma economia em ascensão, está a ser atacada pelos alemães. A Europa do Sul ainda está em depressão. O problema da UE é que não sei o que é. É uma zona de comércio livre. E tem uma Comissão em Bruxelas que interfere nos assuntos internos dos países. Porque lhes dá algum dinheiro. A UE entrou em crise em 2008. Se olharmos para como a Europa estava em 2007 e olharmos para como está hoje não a iríamos reconhecer. Temos de olhar para a enorme deterioração na UE. O problema básico é que a UE queria ser uma entidade singular mas preservou a independência polaca, portuguesa, etc. Queria ter ambas mas não conseguiu. Os EUA tiveram um problema semelhante no século XIX e houve uma guerra civil. Morreram 600 mil pessoas. Conhece alguém disposto a morrer pela UE? Todos os que ouvem esta pergunta riem-se. E é isto que eu tenho a dizer sobre a UE.
Nos seus livros A Próxima Década e Os Próximos 100 Anos, ambos editados em Portugal, mostra-se otimista em relação à Polónia e à Turquia. Ainda está confiante em relação ao futuro destes dois países?
Mais do que nunca. Recep Erdogan não é um homem simpático mas está a lidar com um problema fundamental na relação entre os curdos, os muçulmanos e os secularistas. Entre Istambul e o Leste. Os secularistas queriam que as coisas continuassem como tinham sido nos últimos cem anos e Erdogan percebeu que não podia ser. Com a ascensão do nacionalismo muçulmano aconteceu algo. Por isso está a criar e a forçar uma realidade para gerir a situação. E conseguiu sentar-se à mesa com os russos como um igual, com os americanos como um igual. A Turquia é agora a potência regional dominante. Ainda não quer usar o seu poder mas esse já existe. Quanto à Polónia, os polacos tornaram-se no problema fundamental da UE. Os polacos têm uma filosofia política diferente. E os seus líderes foram eleitos. O problema da UE agora é que acredita na soberania nacional a menos que o povo vote de uma forma diferente daquela que Bruxelas quer. Então deviam ser banidos. Mas olhe para a Polónia e para a sua relação com os EUA. A presença de tropas americanas na Polónia, a hostilidade entre a Polónia e a Alemanha. Quanto tempo é que a UE gasta a tentar lidar com a Polónia? Podemos ver a Polónia a erguer-se. Sobretudo porque a Alemanha está em declínio. A Alemanha exporta 50% do seu PIB. Para a quarta economia mundial essa é uma posição perigosa. Porque agora está nas mãos dos clientes. Fora da Europa a maior parte das suas exportações vai para os EUA. Se os EUA entrarem em recessão - o que é provável acontecer um dia destes, é cíclico - os alemães vão pagar o preço. Temos uma Alemanha fraca, sobretudo com um governo incoerente. Temos a Rússia a enfraquecer e a Polónia é a potência forte no meio.
Mas a Polónia, mesmo como país católico, pode ambicionar ser líder dos povos eslavos, em vez da Rússia?
Sim. A Rússia é uma potência em declínio. E a UE está a tentar perceber o que é e o que é suposto fazer, enquanto a Polónia sabe o que é e o que vai fazer.
Sobre um vizinho da Polónia e seu país de nascimento, a Hungria, todos estão a falar de ditadura e de Viktor Orbán ser um ditador. Mas foi o homem que derrotou o comunismo e é o político mais popular na Hungria, com bons resultados económicos. Qual a sua opinião sobre a Hungria atual?
Só a UE podia olhar para um homem que venceu de forma esmagadora três eleições e chamar-lhe ditador. A falta de respeito pela democracia na UE pode ser vista claramente na Hungria. Os húngaros votaram em alguém de que os alemães não gostam, por isso é um ditador. Mas garanto que se for à Hungria e se sentar num bar ou num restaurante as pessoas não estão aterrorizadas. Como é que podemos falar em ditadura quando há dez mil ou 50 mil pessoas a manifestar-se nas ruas. E a polícia as protege. Uma coisa que deslegitima a UE é este comportamento extremo e quase histérico. Podem não gostar da Hungria, ter problemas com a Hungria, negociar, mas as acusações que alguns fazem, do meu ponto de vista, faz a UE parecer histérica. São totalmente desproporcionadas. E o caso húngaro é um exemplo perfeito. A força de Orbán vem das eleições. Ele foi eleito. Não é um golpe de Estado, ele não anda a prender pessoas. Ele diz que as ONG estrangeiras não se podem envolver na política. Os americanos dizem que os russos não se devem imiscuir na política americana. Os russos dizem que os americanos não se devem envolver na Ucrânia. Por isso a ideia de que potências estrangeiras não devem estar envolvidas dentro das fronteiras da Hungria não é controversa para os outros países. A Hungria é muita coisa mas não é uma ditadura.
https://www.dn.pt/mundo/interior/os-eua ... medium=Web
Last, on Wednesday, after much backlash on the departure of Mattis, Trump said during a cabinet meeting that his former defense secretary didn’t actually resign, but was fired, despite Mattis releasing a much-publicized letter announcing his policy splits with the White House.“General” McChrystal got fired like a dog by Obama. Last assignment a total bust. Known for big, dumb mouth. Hillary lover! https://t.co/RzOkeHl3KV— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 1, 2019
O dólar, a arma silenciosa de Washington – Parte I
A mais mortal das armas de destruição em massa do arsenal norte-americano não está no Pentágono nem na sua tradicional panóplia de armas convencionais ou nucleares; trata-se de facto da mais silenciosa de todas e consiste na capacidade de Washington controlar a oferta global de dólares.
29 Dezembro, 2018
Arnaldo Xarim
Um mundo pejado de dólares
Para detonar tão poderosa arma basta a coordenação de acções entre o Banco Central emissor do dólar, a Reserva Federal (Fed), o Tesouro dos EUA e um conjunto selectivo de grupos financeiros de Wall Street. Esta estratégia, que tem vindo a ser desenvolvida desde os anos 70 do século passado e remonta à denúncia do padrão dólar-ouro (mecanismo estabelecido ao abrigo do Acordo de Bretton Woods que garantia a convertibilidade do dólar em ouro e que substituiu o padrão-ouro no comércio internacional e garantiu a supremacia de que os EUA têm beneficiado), que a administração Nixon oficializou em Agosto de 1971, transformou o dólar numa arma financeira que poucos estados estarão preparadas para contrariar.
Foi há dez anos, em Setembro de 2008, que o então secretário do Tesouro dos EUA e ex-banqueiro do Goldman Sachs, Henry Paulson, acelerou o processo quando deliberadamente permitiu a falência do Lehman Brothers, um banco de investimentos de média dimensão de Wall Street. Instalado o pânico e com a ajuda dos infinitos recursos criadores de dinheiro do Fed, conhecidos como Quantitative Easing (também designado por flexibilização quantitativa ou politica de harmonização financeira quantitativa, consiste na criação não física de quantidades significativas de dinheiro trocadas por activos dos balanços dos bancos que não encontram compradores nos mercados financeiros), os principais bancos de Wall Street, incluindo o próprio Goldman Sachs, foram resgatados de um desastre criado pelas suas finanças exóticas e securitizadas. O Fed também agiu para dar centenas de milhares de milhões de dólares em linhas de crédito aos bancos centrais da UE e evitar uma escassez de dólares que teria derrubado a arquitectura financeira global, pois os seis maiores bancos da Zona Euro teriam dívidas em dólares superiores a 100% do PIB dos respectivos países.
Linhas de swap da rede de Bancos Centrais
As setas indicam a direcção dos fluxo (quando conhecidos); as setas com sombra clara representam dólares americanos fornecidos a outros bancos centrais, as setas escuras representam outras moedas (avaliadas à taxa de câmbio média durante o QA 2008). A espessura da setas é proporcional ao tamanho das linhas de swap dos bancos centrais, conforme anunciado; Se as linhas de swap forem ilimitadas, a figura mostra o máximo usado, derivado de alocações de leilão. A rede de troca ASEAN não é mostrada.
Fonte: Bancos Centrais
Segundo um artigo do BLOOMBERG, que cita um relatório do Institute of International Finance, desde aquela época que a oferta de dólares baratos ao sistema financeiro global subiu para níveis sem precedentes, com a dívida das famílias, governos, empresas e sector financeiro nos 30 maiores mercados emergentes a subir, no início deste ano, para 211% do PIB quando era de 143% no final de 2008.
Dados da mesma fonte (IIF) apontam para um aumento exponencial dos riscos associados ao aumento da dívida das economias menos avançadas da América Latina e da Ásia, quando revelam que a dívida total dos mercados emergentes, nas diversas moedas domésticas, quase duplicou entre 2007 e 2017, passando de 15 biliões para 27 biliões de dólares, e que só a China passou de 6 biliões para 36 biliões de dólares no mesmo período. O aumento das dívidas em dólares naquele período foi ainda maior, passando de 2,8 biliões para 6,4 biliões de dólares.
Uma das explicações para esta situação prende-se com o próprio crescimento daquelas economias e das suas exportações, pois enquanto estas crescerem aumenta o fluxo de dólares e facilita o endividamento nessa divisa; um exemplo disso é a situação da Turquia cujas empresas devem mais de 300 mil milhões de dólares (quase metade do seu PIB, que em 2017 era estimado em cerca de 850 mil milhões de dólares) e que depende agora muito da evolução das taxas de juro americanas.
Mas a situação está a mudar e depois de um longo período de 7 anos (entre 2008 e 2015) em que a taxa de referência do Fed se manteve no nível historicamente baixo de 0,25%, esta começou a subir e só no corrente sofreu quatro alterações que a elevaram de 1,5% até aos actuais 2,5%. Esta tendência e a posição das taxas das principais divisas mundiais (expressa no quadro seguinte):
Fonte: FED Federal Funds Rate, American central bank’s interest rate
mostram o peso da presença de Jerome Powell (actual presidente do Fed, nomeado por Donald Trump no final do ano passado, com ligações ao Carlyle Group, uma das maiores empresas gestora de activos a nível global) que durante o seu curto mandato está a conseguir subiras taxas directoras à razão de 0,25% ao trimestre e a acelerar as condições para o despoletar de mais uma crise económica.
O encarecimento da moeda americana e a consequente redução na sua liquidez vai criar grande pressão sobre economias como a russa e a chinesa que, mal-grado as suas intenções, continuam demasiado dependentes daquela divisa.
Apesar dos esforços da Rússia, da China e de outros países para se afastarem da dependência do dólar para o comércio internacional, este tem permanecido incontestado como moeda de reservados bancos centrais; mais de 80% dos negócios diários em moeda estrangeira continuam a ser feitos em dólares, moeda que representa mais de 60% das reservas do BIS (Bank for International Settlements, organização internacional responsável pela supervisão bancária) e a larga maioria das operações de comércio de petróleo, ouro e mercadorias são denominadas em dólares. O euro que chegou a tentar afirmar-se como alternativa àquela hegemonia, tem visto o seu peso como divisa de reserva a reduzir-se desde o despoletar da crise da dívida europeia e hoje não deve representar mais de 20%.
Ao contrário, desde a crise de 2007/2008 o dólar e o papel do Fed têm crescido de importância, facto que começa a ganhar nova dimensão quando se começam a sentir prenúncios de nova fase de escassez daquela divisa e quando se aproxima um ano (2019) em que se vencerão mais de 1,25 mil milhões de dólares de dívidas nos mercados emergentes.
Com o presidente do Fed a sinalizar novas subidas em 2019 (Fed aumenta os juros mas já só projecta duas subidas em 2019) confirma-se o fim do período de liquidez fácil e barata iniciado em 2008 quando este adquiriu aos bancos títulos no valor próximo de um bilião de dólares, valor que chegou aos 4,5 biliões e que agora pretende reduzir nos próximos meses para os valores iniciais.
Fruto do Quantitative Easing, os bancos americanos, que foram os principais causadores da crise, viram-se inundados com liquidez do Fed e como as taxas de juros caíram para quase zero aplicaram-na em qualquer outro mercado que proporcionasse um rendimento mais elevado, incluindo os de maior risco como Turquia, Brasil, Argentina, Indonésia e Índia. Com a economia em crescimento a China viu-se invadida de dólares e até a Rússia conheceu idêntico fluxo até à aplicação de sanções na sequência da ocupação da Crimeia.
Da conjugação destas sanções à Rússia, das impostas ao Irão a pretexto da questão nuclear e da guerra comercial oportunamente lançada contra a China, os EUA estão a criar um clima de incerteza generalizada que, a par com a descida dos impostos sobre os mais ricos decidida pela administração Trump e o consequente aumento da necessidade de emissão de mais dívida pública desaguarão num aumento das taxas nos EUA e na natural atracção de dólares de todas as partidas do mundo.
Perante este quadro e sob pressão do Fed e do dólar, o Banco do Japão e o BCE já se viram forçados a anunciar a suspensão das suas políticas de Quantitative Easing, escancarando as portas a um reacendimento da crise sistémica global.
https://www.jornaltornado.pt/o-dolar-a- ... n-parte-i/
O dólar, a arma silenciosa de Washington – Parte II
A mais mortal das armas de destruição em massa do arsenal norte-americano não está no Pentágono nem na sua tradicional panóplia de armas nucleares ou convencionais; trata-se de facto da mais silenciosa de todas e consiste na capacidade de Washington controlar a oferta global de dólares.
5 Janeiro, 2019
Arnaldo Xarim
Uma nova crise global em 2019?
O impacto da contracção do dólar tem sido gradual mas isso pode estar a mudar rapidamente. Segundo os dados disponíveis o balanço dos principais bancos centrais (o Fed americano, o BCE europeu e o BoJ japonês) aumentou apenas 76 mil milhões de dólares no primeiro semestre de 2018, contra os 703 mil milhões de dólares registados nos seis meses anteriores e a Bloomberg estima que as compras mensais de activos líquidos pelos três principais bancos centrais cairão de 100 mil milhões de dólares no final de 2017 para quase zero até o final deste ano, o que se traduz uma redução na liquidez mundial superior a um bilião de dólares no corrente ano.
Evolução do Balanço dos Bancos Centrais
Activos na carteira do Fed, BCE e BoJ por trimestre
Fonte: Federal Reserve, ECB, BOJ (After Years of Easing, Meet Quantitative Tightening: QuickTake)
A lira turca já perdeu metade do seu valor relativamente ao dólar desde o início de 2018, o que significa que as empresas turcas que se financiaram com dinheiro “barato” vão agora precisar de encontrar o dobro do valor em dólares para pagar essas dívidas. Aquelas empresas devem cerca de 300 mil milhões de dólares em dívidas denominadas em moeda estrangeira, principalmente dólares, o que equivale a quase metade do PIB total do país. Foi a grande liquidez em dólares que manteve a sua economia em crescimento desde a crise despoletada nos EUA em 2008; mas este fenómeno não se resumiu à economia turca, pois também os países asiáticos do Paquistão à Coreia do Sul (com excepção da China) viram o seu endividamento externo aumentar em mais de 2 biliões de dólares.
Enquanto a moeda americana se desvalorizou contra essas moedas e o Fed manteve as taxas de juros baixas (entre 2008 e 2015), não houve grande problema, mas agora tudo isso está a mudar. O dólar está a acentuar a sua valorização (7% em 2018) contra todas as outras moedas e conjuntamente com isso, Washington está deliberadamente a iniciar guerras comerciais, provocações políticas, a quebra unilateral do acordo nuclear com o Irão, novas sanções à Rússia, Irão, Coreia do Norte, Venezuela e provocações sem precedentes contra a China. As guerras comerciais de Trump, ironicamente, levaram os capitais de países emergentes, como a Turquia ou a China, a uma “fuga para a segurança” dos mercados dos EUA, principalmente o mercado de acções.
O Fed está a transformar o dólar americano numa arma, com o que parece ser o apoio intencional do BCE, depois deste ter confirmado na última reunião de 2018 o fim do programa de compra de activos, deixando no ar a perspectivadas compras líquidas de activos pelos três principais bancos centrais passarem rapidamente a uma posição negativa.
Perspectivas de Evolução
As compras líquidas de activos pelos maiores bancos já caíram e devem ficar negativas em 2019
Fonte: Federal Reserve, ECB, BOJ (After Years of Easing, Meet Quantitative Tightening: QuickTake)
Com este cenário desta natureza estão criadas condições em tudo semelhantes às que despoletaram a crise asiática de 1997, quando um ataque conjunto dos hedge funds americanos à moeda da economia asiática mais fraca, o Baht tailandês, bastou para provocar o colapso na maior parte do sul da Ásia, que arrastou todos desde a Coreia do Sul até Hong Kong. Se naquela ocasião foram os hedge funds hoje o detonador parece ser Donald Trump e os seus famosos tweets.
As guerras comerciais de Trump, as sanções políticas e as novas leis tributárias que beneficiam os mais ricos, conjuntamente com a clara estratégia do Fed de valorização e fortalecimento do dólar, fornecem o pano de fundo para travar uma guerra financeira contra os principais opositores políticos em todo o mundo sem precisar de disparar um único tiro. Bastaram uma série de provocações e ameaças comerciais contra a enorme economia chinesa, provocações políticas contra o governo turco, novas mal fundadas sanções contra a Rússia e o Irão e os bancos americanos e europeus, ou qualquer outra pessoa, com empréstimos em dólares aos mercados emergentes de maior risco, de iniciaram de imediato a fuga. Tudo, seja o colapso da moeda turca em consequência das vendas quase em pânico, da crise da moeda iraniana ou da queda do rublo russo, seja o declínio do yuan chinês em reacção à guerra comercial decretada pela administração Trump, reflecte o começo de uma escassez global de dólares.
O pior poderá ainda estar reservado para a hipótese de Washington conseguir cortar todas as exportações de petróleo do Irão, situação em que a cotação do crude poderá facilmente subir acima de 100 dólares, aumentando drasticamente a escassez mundial do dólar já em desenvolvimento. Isto equivale a um processo de guerra por outros meios, onde o Fed actua como uma “arma silenciosa” para guerras nada pacíficas cuja continuação poderá provocar um sério revés à crescente independência dos países da Eurásia em torno da Nova Rota da Seda da China e da alternativa Rússia-China-Irão ao sistema do dólar.
Conhecido o papel do dólar como principal moeda de reserva global e reconhecido que a capacidade de controlo da Reserva Federal é uma arma de destruição em massa e um pilar estratégico para o domínio da superpotência que ainda são os EUA, estarão as nações da Eurásia – com a China à cabeça – prontos para enfrentar com eficácia esta realidade?
É que do euro e do BCE já sabemos bem o que podemos esperar!
https://www.jornaltornado.pt/o-dolar-a- ... -parte-ii/