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Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Abr 15, 2010 9:27 am
por Marino
Lembranças da 2ª Guerra

SÉRGIO PAULO MUNIZ COSTA

Havia uma tropa que não distribuía a comida que sobrava nem queimava o excedente para evitar contaminações: a do Brasil



No momento em que o Estado brasileiro ainda debate sobre o cumprimento de um acordo diplomático de extradição com a Itália, a respeito do senhor Cesare Battisti, é oportuno destacar que ontem, dia 14 de abril, completaram-se 65 anos daquela que pode ser considerada a maior vitória da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária nos campos de batalha da Itália.

Montese foi o pontapé nas dobradiças que ajudou o 4º Corpo de Exército norte-americano a arrombar uma porta da linha Gêngis-Khan, a última linha defensiva germânica.

Foi a primeira grande vitória obtida exclusivamente pelos brasileiros, da maneira brasileira, com a participação de batalhões dos três grandes e tradicionais regimentos de infantaria originalmente sediados nos Estados de São Paulo (o 6º), Minas Gerais (11º) e Rio de Janeiro (1º). A manobra continha a ideia da moderna infiltração, hoje familiar à nossa infantaria, e o êxito em muito se deveu à ação audaciosa do pelotão do tenente Iporã Nunes de Oliveira, do 11º RI, de Minas Gerais.

Surpreende constatar que a passagem das tropas brasileiras no norte da Itália está nítida na paisagem e nas pessoas da região da Emilia-Romanha. Monumentos de eloquente singeleza feitos pelas municipalidades locais despertam emoção em quem lê os agradecimentos pela participação brasileira na luta pela liberdade e pela democracia.

Préstimos e sorrisos se abrem a quem pede informações sobre os locais por onde passaram os brasileiros, e se apontam as alturas onde lutaram "i soldati brasiliani".

O monumento brasileiro no sopé de Monte Castelo está no lugar certo.

Não é preciso conhecer a história ou a ciência militar nem ler o texto correto que ali se encontra, castigado pela neve e pelo vento gelado, para pressentir o campo de batalha, onde honra e sacrifício arrostaram as metralhadoras e morteiros alemães.

Dali, voltando o olhar para o sul, pode-se perceber a famosa estrada 64 serpenteando ao lado do Reno na direção de Pistoia, por onde fluíam para a luta os suprimentos e reforços e refluíam os feridos e mortos.

O monumento votivo militar brasileiro em Pistoia é um lugar de paz, ao lado do pequeno cemitério que a comunidade resolveu limitar para dar lugar aos mortos brasileiros que ali repousaram. O pároco local, percebendo brasileiros, apressa-se em lhes entregar lembranças e folhetos do monumento.

O que ficou em todos esses locais por onde passaram as tropas brasileiras? Por que essa memória dos brasileiros, que nem maioria eram naquela Babel de tropas aliadas?

Os números da FEB, segundo padrões brasileiros, impressionam até hoje -cerca de 25 mil homens e mulheres-, mas não eram predominantes. A dimensão do esforço e dos feitos da divisão de infantaria da FEB parece ainda não ter sido notada pelos historiadores brasileiros. Assim, não é de se esperar que o seja por estrangeiros.

Uma pista veio da curiosidade de um adido militar brasileiro, impressionado com a disposição de um italiano em ceder o terreno para acolher um monumento brasileiro.

O proprietário, percebendo a pergunta não feita, antecipou-lhe a resposta: "Nós não esquecemos". Havia uma tropa que não distribuía a comida que sobrava nem queimava o excedente para evitar contaminações.

Ela dividia sua comida com os habitantes e as crianças entravam na fila antes dos soldados. Eram os brasileiros.

Após a rendição alemã, o Brasil declinou do oferecimento de um setor de ocupação aliado na Áustria. Fez bem. Das guerras, o país ficou apenas com lembranças, e, se andou pelo lado certo da história, muito deve à cordialidade, seu traço cultural distintivo.

Mas não foi só isso. Uma sensata tradição diplomática de respeito ao direito internacional deu-lhe credibilidade, um patrimônio a ser preservado com a atuação equilibrada do governo brasileiro nos grandes temas da política internacional.

O que, no caso da extradição com a Itália, recomenda o afastamento de qualquer decisão política que ameace a amizade e o reconhecimento dos italianos a tudo aquilo que o Brasil lá deixou em prol dos direitos dos povos.

As lembranças de guerra do Brasil estão vivas no bom combate que travou na luta pela paz. Preservemo-las.

SÉRGIO PAULO MUNIZ COSTA é historiador. Foi delegado do Brasil na Junta Interamericana de Defesa, órgão de assessoria da OEA (Organização dos Estados Americanos) para assuntos de segurança hemisférica.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Abr 15, 2010 10:23 am
por prp
Deu um nó na garganta.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Abr 15, 2010 11:02 am
por Skyway
Site Defesa Brasil - Notícias do dia 15/04/2010

Imagem :arrow: Lembranças da 2ª Guerra - http://tinyurl.com/yyo6maf

Imagem :arrow: Esquadrilha da fumaça faz 1ª apresentação após morte de piloto - http://tinyurl.com/y42kjfz

Imagem :arrow: Força Aérea inicia participação em treinamento nos Estados Unidos - http://tinyurl.com/y6vxbty

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Imagem :arrow: Etanol brasileiro para propulsão de foguetes - http://tinyurl.com/yylzjns

Bom dia a todos!

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Abr 15, 2010 11:11 am
por jumentodonordeste
Sérgio Paulo Muniz Costa, um belíssimo texto.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Abr 15, 2010 6:35 pm
por Booz
O texto honra a todos os expdicionários da FEB e revela o lado da face triste brasileira ao esquecer seus heróis, homens simples, humildes, quase meninos vindos do campo, oficiais da reserva, enganjados, voluntários, convocados.
Os versos da composição de Guilherme de Almeida e Saco Rossi, cantados por Francisco Alves, espelham os rostos dos nossos pracinhas. Aprendi a cantar esta música desde menino, desfilei com ela pelo CPOR/RJ.
Esta canção me faz lembrar - com extremo orgulho - do meu maior amigo e valente guerreiro, meu pai, febiano. I/I ROAur
Que o G.'.A.'.D.'.U.'. o tenha em PAZ.

Você sabe de onde eu venho ?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema,
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Você sabe de onde eu venho ?
E de uma Pátria que eu tenho
No bôjo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacaranda,
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Venho do além desse monte
Que ainda azula o horizonte,
Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu.
Venho do verde mais belo,
Do mais dourado amarelo,
Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da Cruz !

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Abr 15, 2010 9:55 pm
por tykuna
A canção mais bela das forças...vocês precisam cantá-la na presença de um pracinha. Duvido que alguém segure as lágrimas. Passei por esse experiência no CMRJ.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sex Abr 16, 2010 9:57 am
por Skyway
Site Defesa Brasil - Notícias do dia 16/04/2010

Imagem :arrow: AH-2 Sabre será apresentado dia 17 - http://tinyurl.com/y53nyjr

Imagem :arrow: Brasil, Índia e África do Sul vão construir 2 satélites - http://tinyurl.com/y46kn9g

Imagem :arrow: Ajuda ao Chile - http://tinyurl.com/y5fs86g

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Imagem :arrow: Jobim contesta Alencar sobre bomba iraniana - http://tinyurl.com/y3z7av9

Imagem :arrow: Granada explode em treinamento e deixa 5 militares do Exército feridos no Acre - http://tinyurl.com/y69oepx

Bom dia a todos!

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sex Abr 16, 2010 9:12 pm
por Guerra
Foi criada uma medalha chamada Max Wolf Filho. Ainda não esta regulamentada, mas aguardo critérios parecidos com a medalha Osorio que são critérios de desemprenho ligados ao desempenho individual

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sex Abr 16, 2010 10:48 pm
por zela
Guerra escreveu:Foi criada uma medalha chamada Max Wolf Filho. Ainda não esta regulamentada, mas aguardo critérios parecidos com a medalha Osorio que são critérios de desemprenho ligados ao desempenho individual
Quais são as medalhas que o Exército concede em caso de heroísmo e bravura? Tem alguma(s) específica(s)?

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sáb Abr 17, 2010 8:48 am
por Guerra
zela escreveu:
Guerra escreveu:Foi criada uma medalha chamada Max Wolf Filho. Ainda não esta regulamentada, mas aguardo critérios parecidos com a medalha Osorio que são critérios de desemprenho ligados ao desempenho individual
Quais são as medalhas que o Exército concede em caso de heroísmo e bravura? Tem alguma(s) específica(s)?
conheço a Pacificador com palma

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sáb Abr 17, 2010 12:47 pm
por Glauber Prestes
Meu pai recebeu essa, mas sem a palma. Ele disse que sem a palma, é só firula.
O pessoal que morreu no Haiti recebeu com palma.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sáb Abr 17, 2010 1:17 pm
por Guerra
glauberprestes escreveu:Meu pai recebeu essa, mas sem a palma. Ele disse que sem a palma, é só firula.
O pessoal que morreu no Haiti recebeu com palma.
Sem palma não tem palmas. É medalha por cota. Não tem graça.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sáb Abr 17, 2010 2:02 pm
por Glauber Prestes
Guerra escreveu:
glauberprestes escreveu:Meu pai recebeu essa, mas sem a palma. Ele disse que sem a palma, é só firula.
O pessoal que morreu no Haiti recebeu com palma.
Sem palma não tem palmas. É medalha por cota. Não tem graça.
Foi exatamente o que ele disse.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sáb Abr 17, 2010 2:29 pm
por zela
Humm...tem algum decreto que eu possa ler sobre essa medalha?? Só há essa para situações de bravura?

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sáb Abr 17, 2010 4:25 pm
por Guerra
zela escreveu:Humm...tem algum decreto que eu possa ler sobre essa medalha?? Só há essa para situações de bravura?
Depois eu coloco o decreto sobre a medalha. Mas o que vc chama de bravura? Bravura em operações militares é pacificador com palma. Atos de bravura comuns existe a medalha de distinção. se não me falha a memória ela pertence ao governo federal e o EB pode indicar.

Até onde eu sei são essa duas que um EB-ano (esse é boa!! :lol: ) pode receber. Creio que a MB e FAB deve ter suas medalhas para essas situações.

Pacificador com palma até que era meio a bangu até certo tempo atrás. Atualmente é uma medalha muito exigente. Se no seu ato alguém te ajudou de alguma forma vc não ganha. Digamos que vc carregou um ferido a 4 km embaixo de tiro, se em dez metros alguém te ajudou...já era.