Re: Noticias de Portugal
Enviado: Dom Mai 01, 2011 7:52 pm
Eu?
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Me inclua fora dessa!!!
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Passos diz que não será preciso cortar salários nem fazer despedimentos
2011-04-30
foto José Carlos Pratas/Global Imagens
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou, este sábado, que fez as contas e está em condições de garantir que não será preciso cortar salários nem fazer despedimentos para consolidar as finanças públicas portuguesas.
"Nós calculámos e estimámos e eu posso garantir-vos: Não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro", afirmou Pedro Passos Coelho, no encerramento do fórum de discussão "Mais Sociedade", no Centro de Congressos de Lisboa.
O PSD quis "vasculhar tudo" para ter contas bem feitas e, "relativamente a tudo aquilo que o Governo não elucidou bem", procurou "estimar", preferindo fazê-lo "por excesso do que por defeito", referiu.
"Não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro, mas temos de ser efectivos a cortar nas gorduras", completou Passos Coelho.
Segundo o presidente do PSD, o valor do défice de 2010, revisto "em muito poucas semanas de 6,8 para 8,6 e de 8,6 para 9,1", é na verdade de "10,2 por cento" do Produto Interno Bruto (PIB).
Portanto, Portugal terá de fazer uma redução "de 10,2 para 4,6 por cento" este ano, o que implicará "medidas muito mais duras" do que as contidas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) chumbado em Março pela oposição no Parlamento, o chamado PEC IV, acrescentou.
"A verdadeira situação do país é muito pior e a 'troika' que está cá a nosso pedido sabe isso. E por isso é que as medidas que vamos ter de enfrentar são muito mais duras do que as que estavam no PEC IV, porque a verdadeira situação do país é muito pior", disse Passos Coelho, que defendeu que o problema não foi o chumbo do PEC IV.
"O PEC IV chumbou porque não servia e não respondia a nenhum dos problemas importantes que Portugal tem à sua frente. Se ele tivesse sido aprovado no Parlamento hoje a sua certidão de óbito já tinha sido passada por um PEC V e já íamos a caminho de um PEC VI", sustentou.
Para Passos Coelho, a solução é "austeridade para o Estado" e quem lidera deve dar o exemplo, "porque isso tem um efeito multiplicador muito importante em toda a sociedade", o que só poder ser feito "mudando a liderança em Portugal".
"Eu não sei quantos ministros precisam de carro com motorista, para eles próprios, para os seus secretários de Estado, para os seus adjuntos, para os seus assessores, para os assessores dos seus adjuntos. A verdade é que no dia em que todos eles dispensarem as altas gamas em que andam e tiverem carros mais acessíveis aqueles que estão abaixo deles perceberão que têm de fazer mais sacrifícios", considerou.
"E os que estão abaixo desses, nos institutos públicos, nas fundações públicas, nos serviços do Estado perceberão que se o que está em cima na hierarquia é mais frugal, percebe que não pode andar a gastar o dinheiro do sacrifício dos cidadãos sem ter um assomo de consciência, nesse dia esses também vão gastar menos, vão poupar mais e vão fazer melhor com menos. E é isso que vale na nossa sociedade. Esse é o poder do exemplo", reforçou.
O presidente do PSD afirmou ainda que recusa ser "primeiro-ministro a qualquer preço" e aconselhou quem quiser "TGV, mais autoestradas, mais amiguismo e mais batota" a votar no PS de José Sócrates.
Na sua intervenção, o presidente do PSD demarcou-se do PS em matéria de obras públicas, criticando a ideia de "manter a loucura do TGV e de não sei quantas autoestradas" e também "de não sei quantas obras supérfluas que, ainda se está para ver, a Parque Escolar anda a realizar".
"Sim, não tenha o primeiro-ministro nenhum problema, a Parque Escolar. Não, não, o PSD não é contra a escola pública, é contra o investimento sumptuário, que não é exigível por critérios de grande rigor. Muitas das escolas que estão a ser feitas hoje nunca terão condições para pagar as rendas à Parque Escolar que a exorbitância dos investimentos exigiram. Para podermos ter em Portugal qualidade na educação e boa escola pública não precisávamos destes investimentos", acrescentou Passos Coelho.
http://aeiou.expresso.pt/jose-socrates- ... al=f646785José Sócrates: a caminho de nova vitória eleitoral?
João Lemos Esteves (www.expresso.pt)
8:57 Quarta feira, 4 de maio de 2011
Há homens que parece que foram abençoados pela sorte. Sorte quase de caráter divino. José Sócrates é um deles. A conjuntura política - por incrível que possa soar - é-lhe sempre favorável: quando se vaticina o pior, o ainda nosso primeiro-ministro consegue recuperar e dar a volta. Quase miraculosamente.
Ironias à parte, José Sócrates confirma que é o político com mais perspicácia, mais capacidade analítica conjugada com frieza de ação - contrastando com a ingenuidade e o amadorismo de Passos Coelho (há que reconhecê-lo sem clubismos, nem preconceitos!). Por altura da inviabilização do PEC, a maioria esmagadora dos comentadores políticos defendeu que foi Passos Coelho que precipitou a queda do governo. Mentira: foi o governo que precipitou a sua própria queda. O governo esticou a corda para provocar o PSD e Passos Coelho caiu que nem um ratinho, ou melhor, que nem um coelhinho. E a declaração de ontem é a prova irrefutável da minha tese! O governo sabia que, caso a oposição recusasse o PEC, este deixaria de ser um inconveniente para o governo - e passaria a ser um trunfo. Porquê? Por uma razão muito simples: o PEC IV já tinha sido negociado por José Sócrates com Angela Merkel, à revelia dos órgãos de soberania legitimamente eleitos pelos portugueses. E, na altura, já se equacionava a intervenção externa (FMI ou fundo europeu de estabilização), com os holofotes centrados sobre Portugal. Naturalmente, que as medidas que constarão do pacote firmado com o FMI irão , em parte, ao encontro das medidas propostas pelo governo no PEC IV! O ponto é que o PEC do governo era um programa excessivamente minimalista, que não resolvia os problemas estruturais das nossas finanças públicas - mas apenas poderia (eventualmente) escondê-los temporariamente!
Dito isto - e falando agora de coisas sérias - , é óbvio que o programa do FMI vai ser mais duro, com medidas impopulares, que agravarão a vida dos portugueses - e é, no mínimo, despropositado que José Sócrates venha falar aos portugueses em tom de festejo com o país a afundar-se. Mas, enfim, na política nacional já vale tudo para ter mais uns votinhos...
Por último, importa analisar os dois efeitos políticos que José Sócrates pretendeu alcançar com a declaração de ontem. São dois:
I) Mostrar o mérito das medidas que constavam do PEC IV, chumbado pela oposição, associando-se, desta feita, às medidas mais populares do pacote negociado com o FMI, deixando as mais impopulares, as mais duras para os portugueses, para a oposição. As medidas que forem forte e feio ao bolso dos portugueses não serão apresentadas por José Sócrates - aí o líder do PS chamará a oposição, colando-a ao lado lunar do acordo;
II) Prosseguir a estratégia da vitimização, agora com uma diferença: a oposição foi irresponsável não para com o governo - mas para com o país. Os portugueses vão sofrer por causa da oposição - já o governo resistiu até ao limite para salvar o pseudo Estado-Social. A verdade é que pelo que li, já vários comentadores da chamada esquerda se congratularam pelos feitos de José Sócrates. E o PS já pensa no governo de coligação nacional: o anúncio de José Sócrates, colando o PS à melhor parte do acordo, permitirá que o partido esteja com um pé dentro e outro fora no governo que executará o acordo com o FMI (ponto curioso e que desenvolveremos em próximo texto).
José Sócrates, com a estratégia que tem seguido, confirma a sua grandeza como estratega político - mas, para mal dos nossos pecados, a sua pequenez como homem de Estado. Que poderá vir, com muita probabilidade, a ser reeleito em Junho. Temos pena... Má notícia para Portuga.
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