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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Qua Fev 17, 2010 10:23 pm
por GustavoB
Não estou lendo isso.

Sim, façamos uma pesquisa crua sobre o que pensamos da política externa. Aproveitem e coloquem como sub-itens algo como a aplicabilidade da física quântica no nosso dia-a-dia ou sobre as teorias econômicas e seu desdobramento na segunda metade do século XXI. Ora, por favor.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Qui Fev 18, 2010 1:06 am
por PRick
alexmabastos escreveu:Prick,
A maioria dos soldados americanos é massa de manobra tb. Os caras que querem controlar o mundo são as águias do alto escalão e elite americana. Estes que fazem estas cagadas de criar um monstro e depois tentar acabar com ele. O tempo cobra a conta após anos de imbecilidades extremas.
E lembrar que o Rambo foi amigo do Osama um dia...rsrsrsrsrs. É brincadeira! :evil: :evil: :mrgreen: :mrgreen: [002]
Imperialista bom, é imperialista morto, é isso que qualquer ocupante de terras brasileiras mereceriam.

O EUA não podem falar nada do Talibã e do Osama, foram crias deles. E até agora nada de relevante foi feito no Afeganistão, só o aumento do plantio e do tráfico de drogas, um governo fantoche eleito de forma no mínimo discutível.

[]´s

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Qui Fev 18, 2010 9:10 pm
por lelobh
Cross escreveu:
lelobh escreveu:
80% da população aprova essa política "medíocre e imbecil". Seu trabalho de convencimento será árduo, posso já imaginar.
ERRADO

80% da população aprova o governo como um todo. Assim até eu, mas nunca houve uma pesquisa especificamente acerca do que a população pensa sobre a política externa.

Informe-se mais apropriadamente.
Não está ERRADO, são pontos de vista diferentes.

Aprova-se o governo como um todo (política externa inclusa).

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Sáb Fev 20, 2010 10:09 am
por Marino
Reviravolta brasileira é o fim da teimosia

ELIANE CANTANHÊDE

COLUNISTA DA FOLHA



O Brasil demorou, mas finalmente cedeu e vai apoiar o presidente Porfirio "Pepe" Lobo, vitorioso em eleições convocadas antes do golpe que derrubou o antecessor Manuel Zelaya e amplamente reconhecidas como legítimas.

A essa guinada brasileira se pode chamar, coloquialmente, de fim da teimosia.

Se teve papel importante na condenação internacional ao golpe e ao governo golpista de Roberto Micheletti, o Brasil também teve uma participação igualmente importante, mas em sentido contrário, para evitar o consenso e suavizar a transição hondurenha para a normalidade.

Foi o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que mais atiçou os ânimos na América do Sul contra a eleição, contra a vitória de Pepe Lobo e, afinal, contra o novo governo.

Bateu de frente, por exemplo, com o governo de Barack Obama, que desde o início vislumbrou e alardeou a nova eleição como a melhor, senão a única, saída da crise política.

Apesar de não admitida, é provável que a nova guinada brasileira a favor do governo Pepe Lobo tenha a ver com o trabalho de convencimento do novo embaixador americano em Brasília, Thomas Shannon, que já na sua primeira entrevista admitiu a articulação para um apoio geral das Américas ao novo governo.

A guinada, porém, não pode ser a seco. Tem de ser devidamente recheada de ressalvas e condicionantes próprios da diplomacia. Significa que o Brasil chegará à reunião do Grupo do Rio, na semana que vem, no México, com uma lista de reivindicações a Lobo.

Coisas assim: ele deve fazer um governo de "conciliação nacional", permitir a volta e o livre trânsito de Zelaya e encerrar o processo contra o Brasil que Micheletti abriu na Corte Internacional de Haia.

Além de, como disse o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, criar uma "comissão da verdade" para destrinchar o golpe e apontar os golpistas contra Zelaya. Seria como exportar para Honduras o maniqueísmo aberto dentro do próprio Brasil pela Comissão da Verdade que vai analisar os crimes cometidos pela ditadura militar (1964-1985).

Mas são só formalidades. O fundamental é que Baumbach anunciou oficialmente a reviravolta brasileira, indicando que Honduras poderá, enfim, suspirar aliviada e de volta aos quadros da OEA.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Fev 23, 2010 9:24 am
por Marino
Correio Brasiliense:
Limões, discursos e limonadas
Qual foi mesmo a grande vitória — material, concreta — obtida pela diplomacia ou pelos canhões brasileiros nesse período? Não valem os prêmios recebidos por Lula, nem as reportagens favoráveis, nem os salamaleques a ele dispensados
Por Alon Feuerwerker
No âmbito da política exterior dos países, não é tão difícil distinguir os líderes empenhados realmente na construção de um projeto nacional daqueles preocupados apenas em açular o nacionalismo “de boca”, para nele cultivar musculatura política.
Na primeira categoria estão os governantes voltados para a conquista de vitórias nas relações com outros países e nos organismos internacionais. Na segunda, os obcecados pela soberania retórica.
Para que possam, então, classificar os opositores internos de “inimigos da pátria” e, a partir daí, convergir o destino soberano do país com a perpetuação do próprio poder.
Reparem que nações como China, Índia, Rússia e África do Sul têm políticas externas caracterizadas por contenção verbal e pela busca agressiva de vitórias, ou, pelo menos, de posições estratégicas favoráveis. Moscou, por exemplo, vem de conseguir recuos de Washington no projeto do escudo antimísseis na Europa do Leste. E os chineses apertaram tanto os americanos que estes se viram obrigados a fazer movimentos para equilibrar a balança, daí o encontro entre o Dalai Lama e Barack Obama.
Qual é o balanço da política externa brasileira nos anos recentes? É um bom debate. Na historiografia oficial, os últimos sete anos representaram a emergência de um Brasil altivo e internacionalmente forte, em suposto contraste com os séculos precedentes.
Mas qual foi mesmo a grande vitória — material, concreta — obtida pela diplomacia ou pelos canhões brasileiros nesse período? Alguém poderia informar? Não valem os prêmios recebidos por Lula, nem as reportagens favoráveis, nem os salamaleques a ele dispensados por interessados em bons negócios. Falo de coisas tangíveis.
O Brasil apostou todas as fichas na conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio e perdeu. Quando eclodiu a crise mundial das finanças, em setembro de 2008, saiu a advertir contra a emergência do protecionismo e a defender o livre comércio. Deu em nada.
O Brasil apostou todas as fichas na emergência do G20 como organismo vocacionado para reformar o sistema financeiro internacional e perdeu. O G8 vai sendo substituído é pelo G2, com americanos e chineses de protagonistas.
O Brasil inicialmente apostou em liderar os emergentes contra metas de redução das emissões de carbono. Quando Estados Unidos e China mandaram avisar que Copenhague não iria chegar a nenhum acordo vinculante, nossa diplomacia viu uma janela de oportunidade para Lula fazer a flexão tática. Ele agora seria “o líder da luta contra o aquecimento global” (a custo zero, pois não ia mesmo acontecer nada na Dinamarca). Para no fim poder dizer que “a culpa não foi minha”.
Acabamos na mesa com Obama, para referendar a proposta americana. De saldo, só os aplausos que o presidente colheu por mais um bonito discurso.
Sem falar nas situações em que não restou nem o discurso, como Honduras. Das grandes iniciativas que ainda podem dar algum dividendo há o Irã, onde talvez o Brasil fature algo, no papel de mestre de cerimônias das manobras para disfarçar uma eventual rendição iraniana. Isso se Teerã
render-se. Se não, nossa “vitória” dependerá da capacidade de os aiatolás imporem ao mundo um status de potência nuclear, no qual talvez peguemos carona.
Quem planejou isso merece uma medalha.
E assim por diante. Mas nada está perdido. Sempre poderemos recorrer à habilidade do presidente para transformar limões em limonadas e demonstrar por que, apesar de tudo, o saldo da nossa participação foi “muito positivo”.
Positivo para quem?
Herdeiros da derrota
A Argentina inquieta-se e protesta contra o fato de o Reino Unido prospectar petróleo nas Malvinas, que o colonizador chama de Falklands. A Argentina tem, em tese, razão. Mas o Reino Unido tem, na vida real, a força.
Um problema da esquerda argentina, hoje no poder, é ser herdeira política da derrota na guerra de 1982. Cristina Kirchner vai lutar agora contra o paralelismo que os adversários farão entre a fraqueza política dela e a fraqueza política dos ditadores que três décadas atrás tentaram retomar na marra o arquipélago, e fracassaram.
O derrotismo e o flerte com a subserviência colonial sempre cobram um preço. Pode demorar, mas a conta vem.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Fev 23, 2010 11:21 am
por PRick
Marino escreveu:Correio Brasiliense:
Limões, discursos e limonadas
Qual foi mesmo a grande vitória — material, concreta — obtida pela diplomacia ou pelos canhões brasileiros nesse período? Não valem os prêmios recebidos por Lula, nem as reportagens favoráveis, nem os salamaleques a ele dispensados
Por Alon Feuerwerker
No âmbito da política exterior dos países, não é tão difícil distinguir os líderes empenhados realmente na construção de um projeto nacional daqueles preocupados apenas em açular o nacionalismo “de boca”, para nele cultivar musculatura política.
Na primeira categoria estão os governantes voltados para a conquista de vitórias nas relações com outros países e nos organismos internacionais. Na segunda, os obcecados pela soberania retórica.
Para que possam, então, classificar os opositores internos de “inimigos da pátria” e, a partir daí, convergir o destino soberano do país com a perpetuação do próprio poder.
Reparem que nações como China, Índia, Rússia e África do Sul têm políticas externas caracterizadas por contenção verbal e pela busca agressiva de vitórias, ou, pelo menos, de posições estratégicas favoráveis. Moscou, por exemplo, vem de conseguir recuos de Washington no projeto do escudo antimísseis na Europa do Leste. E os chineses apertaram tanto os americanos que estes se viram obrigados a fazer movimentos para equilibrar a balança, daí o encontro entre o Dalai Lama e Barack Obama.
Qual é o balanço da política externa brasileira nos anos recentes? É um bom debate. Na historiografia oficial, os últimos sete anos representaram a emergência de um Brasil altivo e internacionalmente forte, em suposto contraste com os séculos precedentes.
Mas qual foi mesmo a grande vitória — material, concreta — obtida pela diplomacia ou pelos canhões brasileiros nesse período? Alguém poderia informar? Não valem os prêmios recebidos por Lula, nem as reportagens favoráveis, nem os salamaleques a ele dispensados por interessados em bons negócios. Falo de coisas tangíveis.
O Brasil apostou todas as fichas na conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio e perdeu. Quando eclodiu a crise mundial das finanças, em setembro de 2008, saiu a advertir contra a emergência do protecionismo e a defender o livre comércio. Deu em nada.
O Brasil apostou todas as fichas na emergência do G20 como organismo vocacionado para reformar o sistema financeiro internacional e perdeu. O G8 vai sendo substituído é pelo G2, com americanos e chineses de protagonistas.
O Brasil inicialmente apostou em liderar os emergentes contra metas de redução das emissões de carbono. Quando Estados Unidos e China mandaram avisar que Copenhague não iria chegar a nenhum acordo vinculante, nossa diplomacia viu uma janela de oportunidade para Lula fazer a flexão tática. Ele agora seria “o líder da luta contra o aquecimento global” (a custo zero, pois não ia mesmo acontecer nada na Dinamarca). Para no fim poder dizer que “a culpa não foi minha”.
Acabamos na mesa com Obama, para referendar a proposta americana. De saldo, só os aplausos que o presidente colheu por mais um bonito discurso.
Sem falar nas situações em que não restou nem o discurso, como Honduras. Das grandes iniciativas que ainda podem dar algum dividendo há o Irã, onde talvez o Brasil fature algo, no papel de mestre de cerimônias das manobras para disfarçar uma eventual rendição iraniana. Isso se Teerã
render-se. Se não, nossa “vitória” dependerá da capacidade de os aiatolás imporem ao mundo um status de potência nuclear, no qual talvez peguemos carona.
Quem planejou isso merece uma medalha.
E assim por diante. Mas nada está perdido. Sempre poderemos recorrer à habilidade do presidente para transformar limões em limonadas e demonstrar por que, apesar de tudo, o saldo da nossa participação foi “muito positivo”.
Positivo para quem?
Herdeiros da derrota
A Argentina inquieta-se e protesta contra o fato de o Reino Unido prospectar petróleo nas Malvinas, que o colonizador chama de Falklands. A Argentina tem, em tese, razão. Mas o Reino Unido tem, na vida real, a força.
Um problema da esquerda argentina, hoje no poder, é ser herdeira política da derrota na guerra de 1982. Cristina Kirchner vai lutar agora contra o paralelismo que os adversários farão entre a fraqueza política dela e a fraqueza política dos ditadores que três décadas atrás tentaram retomar na marra o arquipélago, e fracassaram.
O derrotismo e o flerte com a subserviência colonial sempre cobram um preço. Pode demorar, mas a conta vem.
Nossa mídia vendida e internacionalista não perde uma para comemorar que Honduras vai continuar a mesma merda de sempre, com a mesma democracia de fachada de sempre, em quem manda é a mesma elite reacionária, corrupta de sempre, comandando um povo secularmente miserável! Tomara que continuem migrando ilegalmente para os EUA até que abarrotem a meka da democracia mundial, até que afundem com o lixo que criaram em sua volta. :twisted: :twisted:

Depois como sempre começar a inventar, olha a Rússia tem uma política externa com retórica muita mais agressiva que a nossa. O mesmo podemos dizer da China, como a retórica a respeito do Tibete e Taiwan deixam claro. Então nosso jornalista tem que inventar fatos inexistentes, para tirar conclusões mentirosas, mas enfim essa é nossa mídia, leviana, irresponsável, reacionária e internacionalista.

Depois volta a mentir e distorcer fatos, na OMC o Brasil passou de boi de piranha, a protagonista, não deixando que o G-7 fizesse o que sempre fez, passar por cima dos emergentes como trator, impondo suas vontades, hoje o jogo está equilibrado, e o fracasso da OMC apenas indica problemas com a crise mundial, e o Brasil e seu governo nada tem haver com isso. Mas os culpados estão no G-7, particularmente, nos patrões de nossa mídia, qual seja, os EUA. São eles os verdadeiros culpados pela crise mundial atual e do fracasso da OMC.

Já na Dinamarca, além dos EUA, o G-7 e a China são os principais culpados pelo fracasso, porque emporcalharam o mundo por séculos, e agora não querem pagar o ônus devido. O Brasil apresentou um proposta ousada para tentar romper o impasse, porém, em tempos de crise, os EUA não querem saber de parar de emporcalhar o mundo, são as coisas que eles fazem melhor, quando não matam com bombas, emporcalham tudo, sem dúvida se existe o mal, eles são a personificação dele!! O eixo do mal começa em Los Angeles e acaba em Nova Iorque!!! :twisted: :twisted:

Por último, o entreguista de rabo preso, vai culpar a Argentina, porque seus antigos patrões imperialistas, ocuparam as Malvinas e agora querem explorar as riquezas naturais para enviar os recursos para a metrópole, ao estilo do Pacto Colonial de séculos passados. E o cara ainda vem dizer algo a respeito de prática tão danosa ao continente! Mandem este entreguista internacionalista para a terra dele, MIAMI!!!

Mais dois textos nojentos de gente que não é brasileiro, só nasceram aqui!!

[]´s

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Fev 23, 2010 11:34 am
por marcelo l.
Alon Feuerwerker tem que tomar cuidado, é um cara tão inteligente como o Paulo Vanuchi, os dois tem em comum terem passado em medicina e por razões políticas terem desistido do curso, mais tarde cursarem a ECA.

Alon é um membro do PC do B que foi na viagem histórica a Coréa do Norte do referido partido, trabalhou para prefeitura do PT de Santos e na campanha do Serra como portavoz...tem uma ligação complicada com Israel como ele mesmo já descreveu no seu blog.


No âmbito da política exterior dos países, não é tão difícil distinguir os líderes empenhados realmente na construção de um projeto nacional daqueles preocupados apenas em açular o nacionalismo “de boca”, para nele cultivar musculatura política.
Verdade

Na primeira categoria estão os governantes voltados para a conquista de vitórias nas relações com outros países e nos organismos internacionais. Na segunda, os obcecados pela soberania retórica.
Paragrafo tem que ser explicado o que seriam conquistas nas relações e o que seria retórica, é subjetivo.

Para que possam, então, classificar os opositores internos de “inimigos da pátria” e, a partir daí, convergir o destino soberano do país com a perpetuação do próprio poder.
Reparem que nações como China, Índia, Rússia e África do Sul têm políticas externas caracterizadas por contenção verbal e pela busca agressiva de vitórias, ou, pelo menos, de posições estratégicas favoráveis. Moscou, por exemplo, vem de conseguir recuos de Washington no projeto do escudo antimísseis na Europa do Leste. E os chineses apertaram tanto os americanos que estes se viram obrigados a fazer movimentos para equilibrar a balança, daí o encontro entre o Dalai Lama e Barack Obama.
África do Sul, China e India tem uma política de aliança com o Irã que será criticado abaixo...a África do Sul por sinal investe mais que o Brasil lá.

Qual é o balanço da política externa brasileira nos anos recentes? É um bom debate. Na historiografia oficial, os últimos sete anos representaram a emergência de um Brasil altivo e internacionalmente forte, em suposto contraste com os séculos precedentes.
Isso é verdade, a historiografia o que vai dizer, principalmente se comparado a África do Sul e quais foram as nossas diferenças?


Mas qual foi mesmo a grande vitória — material, concreta — obtida pela diplomacia ou pelos canhões brasileiros nesse período? Alguém poderia informar? Não valem os prêmios recebidos por Lula, nem as reportagens favoráveis, nem os salamaleques a ele dispensados por interessados em bons negócios. Falo de coisas tangíveis.
G-20 hoje é ouvido, entramos como inimigos da OMC e saíamos como os últimos românticos a apoia-la, hoje todos os líderes pretendem ou vir ou que nós vamos...o próprio Rubem Barbosa (cotado para chanceler do Serra) já disse na própria globonews que hoje vamos para discutir os textos e sermos protagonistas e antes eramos chamados apenas para tirar a foto e fazer número.

O Brasil apostou todas as fichas na conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio e perdeu. Quando eclodiu a crise mundial das finanças, em setembro de 2008, saiu a advertir contra a emergência do protecionismo e a defender o livre comércio. Deu em nada.
Bom, a China em termos também e todos os países até os EUA, todos pularam fora por que razões que até a proposta brasileira é boa para Brasil, e ruim para India por exemplo.


O Brasil apostou todas as fichas na emergência do G20 como organismo vocacionado para reformar o sistema financeiro internacional e perdeu. O G8 vai sendo substituído é pelo G2, com americanos e chineses de protagonistas.
SOnho dos Chineses, mas se o G20 for substituido, também outros 18 países foram derrotados entre eles a África do Sul e India que apostaram as fichas no G20., provavelmente teremos o mundo bipolar para alguns assuntos, mas multi para outros, a menos que tenhamos uma nova guerra fria.

O Brasil inicialmente apostou em liderar os emergentes contra metas de redução das emissões de carbono. Quando Estados Unidos e China mandaram avisar que Copenhague não iria chegar a nenhum acordo vinculante, nossa diplomacia viu uma janela de oportunidade para Lula fazer a flexão tática. Ele agora seria “o líder da luta contra o aquecimento global” (a custo zero, pois não ia mesmo acontecer nada na Dinamarca). Para no fim poder dizer que “a culpa não foi minha”.
Nós entramos em COP como sendo os vilões...agora somos os ingenêos, queriam que dessemos dinheiro para um fundo americano, onde eles distribuíram para ONGs...a proposta brasileira é clara enviamos tecnologia e escolhemos os países para o projeto do pró-alcool entre outros, ou seja, ajudamos a salvar o planeta, mas dentro de nossos interesses.

Acabamos na mesa com Obama, para referendar a proposta americana. De saldo, só os aplausos que o presidente colheu por mais um bonito discurso.
Hã, ele entendeu o ocorreu...

Sem falar nas situações em que não restou nem o discurso, como Honduras. Das grandes iniciativas que ainda podem dar algum dividendo há o Irã, onde talvez o Brasil fature algo, no papel de mestre de cerimônias das manobras para disfarçar uma eventual rendição iraniana. Isso se Teerã
render-se. Se não, nossa “vitória” dependerá da capacidade de os aiatolás imporem ao mundo um status de potência nuclear, no qual talvez peguemos carona.
Como sensível a questão israelense aparece o Diex Caché do ALon, ou seja os Aitolás...se formos mestres de cerimônia e lucramos 2 bi com eles é melhor que 1.5 bi de défict com Israel...qual é a diferença entre dois para um palestino preso por protestar ou um opositor iraniano preso pelo mesmo motivo e ficam anos sem julgamento?
Como todo quadro PCdoB, Alon leva o problema de Honduras que era um briga de poucos estragos, tanto que vamos desenbarcar no Lobo com todos os países, e ganhamos a simpátia dos vizinhos...estranho que no fórum catracha um dos maiores adversários do Mel queria que o Lobo fosse igual ao Lula (eu só acho que ele não conhece a figura, mas para nós brasileiros dá para ver que não houve estrago).

Quem planejou isso merece uma medalha.
E assim por diante. Mas nada está perdido. Sempre poderemos recorrer à habilidade do presidente para transformar limões em limonadas e demonstrar por que, apesar de tudo, o saldo da nossa participação foi “muito positivo”.
Positivo para quem?
Herdeiros da derrota.
Se for para ser protagonistas para ficar sempre do lado vencedor, é melhor voltarmos a política anterior que eramos chamados para foto, lá só apoiávamos (e assinávamos) o texto vencedor.

A Argentina inquieta-se e protesta contra o fato de o Reino Unido prospectar petróleo nas Malvinas, que o colonizador chama de Falklands. A Argentina tem, em tese, razão. Mas o Reino Unido tem, na vida real, a força.
Um problema da esquerda argentina, hoje no poder, é ser herdeira política da derrota na guerra de 1982. Cristina Kirchner vai lutar agora contra o paralelismo que os adversários farão entre a fraqueza política dela e a fraqueza política dos ditadores que três décadas atrás tentaram retomar na marra o arquipélago, e fracassaram.
O derrotismo e o flerte com a subserviência colonial sempre cobram um preço. Pode demorar, mas a conta vem.
Se os arge estão certos por que devemos apoiar a Inglatera :!: e fica a mesma questão do Irã, o Alon deve ter lido o mesmo texto que eu que indicava que o programa nuclear civil iraniano era a única saída para uma crise de enérgia que eles terão, caso queiram continuar sendo grande exportadores de petróleo e seus derivados.

As contradições em política externa em qualquer país são enormes, se o Alon citasse o vencedor EUA, veria que a posição final de Honduras foi "comprada" por votos no senado para aprovação de embaixadores do lobby financiado pelo Michelleti.


Nem o tal Itamaraty do turbante do Alon faz menção a 330 sem processo judicial, o que é mais em números absolutos do que ocorre no Irã, e são no total 8.000 estão na cadeia por atividades anti-israelenses diversas e muitas com provas que não seriam aceitas em nenhum tribunal "democrático". Em comparação a ditadura Cubana (eles o são) tem 200 presos políticos :shock: , ou seja, o Alon pede para ficarmos de um lado que deveria ser da liberdade e da ordem internacional, que tem mais presos políticos e transgride mais normas internacionais, e ainda temos uma balança comercial desfavorável.

A posição de Obama antes para o Irã era utiliza-lo como aliado tanto no Afeganistão como no Iraque contra os sunitas radicais, mudou desde o ataque de Israel a Gaza...no fundo, o grande ganhador até o momento da política externa americana é Israel, afinal ninguém aguentava as posições dele em favor deles, e agora encontraram um fantoche que aceita tudo como outro...isso sim é vitória.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Ter Fev 23, 2010 12:45 pm
por PRick
Bom, exemplo de como vai nossa politíca externa, amigos, amigos, negocio a parte.
Agenda do ministro da Defesa, Nelson Jobim, terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O ministro da Defesa conclui nesta terça-feira, com visita ao secretário de Defesa Robert Gates, viagem aos Estados Unidos. À tarde, segue para Cuba, onde se incorpora à comitiva do presidente Lula.

Segue a agenda:

10h45 Visita ao secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Michael Gates.
- Local: Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Pentágono).

13h00 Decolagem para Cuba
- Local: Base Aérea de Andrews.

15h45 Pouso em Havana - Cuba
- Ministro da Defesa se incorpora à comitiva do Presidente da República

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Qua Fev 24, 2010 9:46 am
por Marino
O ESTADO DE SÃO PAULO –24/02/10
Israel quer Brasil longe de negociações de paz

A menos de três semanas da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel e aos territórios palestinos, nos dias 14 e 15, o Brasil recebeu uma mensagem direta para que não interfira nas negociações de paz e se una à comunidade internacional em favor de novas sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã. A mensagem foi transmitida pelo vice-diretor da chancelaria israelense, embaixador Rafael Barak, ao Itamaraty e ao Palácio do Planalto na segunda-feira.
O apelo de Israel busca impedir que o ativismo do governo Lula no Oriente Médio venha a contribuir para o acirramento da turbulência na região.
Outras advertências, que serão feitas nos próximos terão menos elementos retóricos e uma carga de maior de responsabilização. A primeira, dos Estados Unidos, será apresentada em Brasília no dia 3 pela secretária americana de Estado, Hillary Clinton. Uma segunda advertência deve partir do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, nas próximas semanas.
Em entrevista à imprensa, o embaixador Barak enfatizou ontem que o governo israelense quer negociar um processo de paz com os palestinos sem intermediários - no máximo, com o tradicional mediador, os EUA. Assim como a Autoridade Palestina, Israel também dispensou a proposta do presidente Lula de interceder junto ao Hamas para trazer o grupo palestino para a negociação.
Com o cuidado de enfatizar que o presidente Lula e seu governo podem contribuir com um clima mais favorável às negociações de paz, as mensagens de veto a uma atuação mais intrusiva do Brasil nesse processo foram reiteradas por Barak ao secretário-geral das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e com o embaixador Marcel Biato, da assessoria internacional da Presidência, na segunda-feira.
"Nossa experiência é a de manter uma negociação direta com os palestinos, sem mediações. Eu acredito fortemente nesse formato", afirmou Barak.
Sem nenhum meio de interferir na visita do presidente Lula ao Irã, em 15 de maio, Israel deixou em Brasília sua visão de que a atual posição do Brasil impede a unificação da mensagem da comunidade internacional em torno das sanções sobre interesses econômicos da Guarda Revolucionária do Irã. Assim como os EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia, Israel e boa parte dos países do Golfo Pérsico creem que as sanções são o único meio de forçar o Irã a paralisar seu programa nuclear e a retomar a negociação de um acordo.
A argumentação israelense tem como base o último relatório da AIEA sobre o Irã, que, com base em dados técnicos e fatos, concluiu que há um programa de construção de armas nucleares em andamento no país persa. Ao contrário do Brasil, o governo israelense e seus aliados acreditam que, ao iniciar o enriquecimento do urânio a 20%, Teerã viola regras impostas pelo Conselho de Segurança.
"Conhecemos a boa intenção do Brasil. Mas qual o resultado que colhemos até agora? O Irã está aumentando a instabilidade no Oriente Médio, apoiando o terrorismo e colocando em risco a efetividade do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP)", afirmou Barak. "Não se trata de uma confrontação Israel-Irã, mas de uma confrontação entre o Irã e o mundo", completou.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Sex Fev 26, 2010 9:19 am
por Marino
Merval Pereira

Acordo Brasil-Irã



O Gabinete de Segurança Institucional, subordinado diretamente à Presidência da República, começou uma série de consultas a órgãos ligados ao programa nuclear brasileiro para receber informações sobre que pontos poderiam servir de base para um eventual acordo com o Irã, a ser assinado na próxima visita do presidente Lula àquele país, em maio.

Se confirmado, esse acordo será mais um passo do governo brasileiro no sentido de blindar o governo iraniano, que vem sendo pressionado para submeter seu programa nuclear, que alegadamente existe para fins pacífico mas tem partes clandestinas, à supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica.

O anúncio de que o país já estaria enriquecendo urânio a 20%, o que o torna potencialmente capaz de atingir os níveis necessários para a fabricação da bomba atômica, não foi suficiente para que o governo brasileiro participasse da pressão internacional, insistindo em que está conversando com o Irã para tentar uma saída negociada.

Mas o apoio ao governo de Ahmadinejad retira o Irã do isolamento internacional.

A aceitação de um fato consumado como o enriquecimento de urânio a 20% é explicado nos bastidores pelas autoridades brasileiras como sendo uma posição de autodefesa.

O Brasil já tem permissão de enriquecer urânio a até 20%. Aparentemente, o governo brasileiro não dá relevância ao fato de que o país tem autorização negociada com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para esse nível de enriquecimento, enquanto o Irã está fazendo de maneira clandestina.

Nas instalações de Aramar, em São Paulo, se utiliza uma centrífuga especial para enriquecimento de urânio, que o governo brasileiro protege por ser uma técnica pioneira.

Desenvolvida pela Marinha, é chamada de “levitação magnética”, realizada em uma centrífuga fabricada com tecnologia nacional, que tem velocidade e produtividade maiores.

A inspeção internacional é feita através de amostragem, sem que os inspetores possam ver a centrífuga. É lá em São Paulo que será construído um reator de propulsão naval para o submarino nuclear, mas dificilmente o enriquecimento chegará ao limite de 20%.

Deverá ficar entre 7% e 10%, sendo que os estudos ainda estão em processo.

Em Resende, uma fábrica semi-industrial que deve produzir o urânio necessário para o funcionamento das três usinas nucleares de Angra, o nível de enriquecimento pode chegar a 5%, mas o prazo de licenciamento está chegando ao fim e terá que ser renegociado com a AIEA nos próximos meses.

Também em maio há a reunião internacional para a revisão do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), e a posição brasileira é de não assinar o protocolo adicional que está proposto.

Ele prevê inspeção sobre toda a área, e não apenas pontual, o que vai além das salvaguardas atuais, que são meramente contábeis: um inspetor da AIEA, em visitas sem aviso prévio, conta o urânio que entrou, e depois o que foi enriquecido, e sabe exatamente qual foi o grau de enriquecimento que houve.

O argumento brasileiro é que as salvaguardas existentes hoje são suficientes para estabelecer se o urânio está ou não sendo usado para fins pacíficos. Além do mais, temos dois regimes de salvaguardas, um com a Argentina e outro com a AIEA.

Há também uma proposta de um banco internacional de urânio enriquecido que seria usado por países com questões tão distintas quanto Brasil e Irã, o que não é aceito pelo governo brasileiro.

O fato é que o Brasil, além de ter assinado o TNP, incluiu na Constituição de 1988 a proibição de fabricação e uso de armas nucleares, e o governo, com toda razão, considera que essas evidências, e mais as inspeções contábeis, são suficientes para garantir que o programa brasileiro tem fins exclusivamente pacíficos.

Poucos países dominam a técnica de enriquecer urânio — EUA, Rússia, China, França, Alemanha, Holanda e Inglaterra —, e o Brasil está entre eles. Além do mais, temos hoje a sexta reserva de urânio do mundo com apenas 30% do solo brasileiro pesquisado. A potencialidade é de termos a segundo maior reser va de urânio em poucos anos, só atrás da Austrália.

O problema é que, depois da descoberta do programa nuclear secreto do Irã, a AIEA passou a ser mais rigorosa, exigindo que os países abram cada vez mais seus programas nucleares, especialmente instalações de enriquecimento nuclear com potencial de produzir material utilizável em artefatos nucleares.

Recentemente, já no governo Lula, houve um desentendimento sério entre as autoridades brasileiras e as da AIEA em relação à inspeção de Resende, na tentativa dos inspetores de ver as centrífugas, o que acabou sendo contornado sem que o Brasil precisasse se expor a uma espionagem industrial.

Houve também um quase incidente diplomático por causa de uma tese de doutorado de um aluno do Instituto Militar de Engenharia do Exército (IME), o físico Dalton Ellery Girão Barroso, que destrinchou com cálculos e equações informações consideradas sigilosas sobre uma ogiva nuclear americana.

A agência internacional sugeriu que esse estudo indicava que o país estaria fazendo pesquisas que levariam à bomba atômica, além de revelar segredos que poderiam ser usados por terroristas. O Ministério da Defesa teve que entrar no circuito diplomático para impedir que o livro fosse censurado, como queria a AIEA.

Todo esse cenário indica que uma aproximação cada vez maior do Brasil com o Irã pode trazer problemas para nossas pesquisas no campo nuclear, sem nenhuma vantagem em troca, a não ser uma discutível afirmação política internacional.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Sex Fev 26, 2010 9:57 am
por Marino
Silêncio diante de violações é diretriz do Itamaraty
Brasil diz rejeitar 'agenda seletiva' de direitos humanos; País torna-se cúmplice de violadores,
dizem analistas
Roberto Simon
O silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da repressão cubana a dissidentes
reflete uma diretriz da política externa brasileira quando o assunto é direitos humanos. Quem diz isso é o
próprio governo Lula. "Não estamos aqui para colocar diploma (de direitos humanos) na parede de
ninguém", disse o chanceler Celso Amorim no programa Roda Viva, da TV Cultura, em junho. "O Brasil
não tem pretensão de superioridade moral."
O País é um "interlocutor privilegiado", afirma, capaz de dialogar tanto com países do sul, quanto
do norte. Por isso, deve rejeitar a "agenda seletiva" imposta pelos poderosos - leia-se: EUA e Europa.
"Quantas resoluções há na ONU sobre Guantánamo?", provoca o chanceler.
Mas ONGs e analistas afirmam que essa posição diplomática, na prática, faz do Brasil solidário e
até mesmo cúmplice de países que cometem violações sistemáticas. Em nome da "solidariedade sulsul",
a diplomacia brasileira estaria virando a cara a atrocidades cometidas em países que vão de Cuba e
Irã, a Sudão e Coreia do Norte.
A relação de votos brasileiros na Assembleia-Geral e no Conselho de Direitos Humanos (CDH)
das Nações Unidas ilustra a ambiguidade.
A plenária dos 192 países da ONU realizou recentemente 3 votações com propostas contra
Coreia do Norte, Mianmar e Irã. Nas três o Brasil se absteve.
AHMADINEJAD
O Itamaraty justifica que a instância adequada para o debate é o CDH. Mas, nesse conselho, o
País também se absteve em uma condenação ao Sudão pelo genocídio em Darfur e calou sobre o
Congo e no Sri Lanka. A China também foi poupada.
O programa nuclear e os protestos que sucederam às eleições de junho no Irã (qualificados de
"choro de perdedor" por Lula), colocaram o regime persa no centro dos debates. O Brasil se absteve na
Assembleia-Geral e fez um discurso brando sobre o caso no CDH. Evitaram-se palavras que, no jargão
diplomático, têm um peso maior, como "exorta" e "urge".
"O Brasil também não falou sobre a repressão após as eleições", critica Lúcia Nader,
coordenadora de relações internacionais da ONG Conectas. "Mas foram apresentadas boas ideias."
A crítica de Amorim à suposta "seletividade" dos acusados de violação também é questionável.
Em praticamente todas as votações que tocavam Israel (cerca de um terço das propostas no CDH são
sobre o tema) o Itamaraty foi contra israelenses. ONGs aplaudiram a posição brasileira, mas criticaram
essa "outra seletividade".
CONSTITUIÇÃO
A política de abstenção sistemática, porém, foi praticada também durante o governo Fernando
Henrique Cardoso. À época, o País não apoiou decisões contra o cerco chinês a dissidentes, a
repressão russa na Chechênia e ao Irã e não criticou Cuba.
Flávia Piovesan, professora de direito da PUC-SP, lembra que a Constituição de 1988 impõe a
"prevalência dos direitos humanos" nas relações exteriores brasileiras, elevando o tema a um patamar
inédito. "Ela é inovadora sob esse aspecto", afirma Flávia. "O Brasil não pode se aquietar em nome da
solidariedade sul-sul."
A nova Carta "animou" um processo interno de redemocratização, diz Flávia. "Mas a esfera
externa não acompanhou esse movimento" e a ação brasileira no mundo está excessivamente
submetida ao Executivo.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Sex Fev 26, 2010 10:25 am
por ninjanki
Marino escreveu:Merval Pereira

Acordo Brasil-Irã



O Gabinete de Segurança Institucional, subordinado diretamente à Presidência da República, começou uma série de consultas a órgãos ligados ao programa nuclear brasileiro para receber informações sobre que pontos poderiam servir de base para um eventual acordo com o Irã, a ser assinado na próxima visita do presidente Lula àquele país, em maio.

Se confirmado, esse acordo será mais um passo do governo brasileiro no sentido de blindar o governo iraniano, que vem sendo pressionado para submeter seu programa nuclear, que alegadamente existe para fins pacífico mas tem partes clandestinas, à supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica.

O anúncio de que o país já estaria enriquecendo urânio a 20%, o que o torna potencialmente capaz de atingir os níveis necessários para a fabricação da bomba atômica, não foi suficiente para que o governo brasileiro participasse da pressão internacional, insistindo em que está conversando com o Irã para tentar uma saída negociada.

Mas o apoio ao governo de Ahmadinejad retira o Irã do isolamento internacional.

A aceitação de um fato consumado como o enriquecimento de urânio a 20% é explicado nos bastidores pelas autoridades brasileiras como sendo uma posição de autodefesa.

O Brasil já tem permissão de enriquecer urânio a até 20%. Aparentemente, o governo brasileiro não dá relevância ao fato de que o país tem autorização negociada com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para esse nível de enriquecimento, enquanto o Irã está fazendo de maneira clandestina.

Nas instalações de Aramar, em São Paulo, se utiliza uma centrífuga especial para enriquecimento de urânio, que o governo brasileiro protege por ser uma técnica pioneira.

Desenvolvida pela Marinha, é chamada de “levitação magnética”, realizada em uma centrífuga fabricada com tecnologia nacional, que tem velocidade e produtividade maiores.

A inspeção internacional é feita através de amostragem, sem que os inspetores possam ver a centrífuga. É lá em São Paulo que será construído um reator de propulsão naval para o submarino nuclear, mas dificilmente o enriquecimento chegará ao limite de 20%.

Deverá ficar entre 7% e 10%, sendo que os estudos ainda estão em processo.

Em Resende, uma fábrica semi-industrial que deve produzir o urânio necessário para o funcionamento das três usinas nucleares de Angra, o nível de enriquecimento pode chegar a 5%, mas o prazo de licenciamento está chegando ao fim e terá que ser renegociado com a AIEA nos próximos meses.

Também em maio há a reunião internacional para a revisão do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), e a posição brasileira é de não assinar o protocolo adicional que está proposto.

Ele prevê inspeção sobre toda a área, e não apenas pontual, o que vai além das salvaguardas atuais, que são meramente contábeis: um inspetor da AIEA, em visitas sem aviso prévio, conta o urânio que entrou, e depois o que foi enriquecido, e sabe exatamente qual foi o grau de enriquecimento que houve.

O argumento brasileiro é que as salvaguardas existentes hoje são suficientes para estabelecer se o urânio está ou não sendo usado para fins pacíficos. Além do mais, temos dois regimes de salvaguardas, um com a Argentina e outro com a AIEA.

Há também uma proposta de um banco internacional de urânio enriquecido que seria usado por países com questões tão distintas quanto Brasil e Irã, o que não é aceito pelo governo brasileiro.

O fato é que o Brasil, além de ter assinado o TNP, incluiu na Constituição de 1988 a proibição de fabricação e uso de armas nucleares, e o governo, com toda razão, considera que essas evidências, e mais as inspeções contábeis, são suficientes para garantir que o programa brasileiro tem fins exclusivamente pacíficos.

Poucos países dominam a técnica de enriquecer urânio — EUA, Rússia, China, França, Alemanha, Holanda e Inglaterra —, e o Brasil está entre eles. Além do mais, temos hoje a sexta reserva de urânio do mundo com apenas 30% do solo brasileiro pesquisado. A potencialidade é de termos a segundo maior reser va de urânio em poucos anos, só atrás da Austrália.

O problema é que, depois da descoberta do programa nuclear secreto do Irã, a AIEA passou a ser mais rigorosa, exigindo que os países abram cada vez mais seus programas nucleares, especialmente instalações de enriquecimento nuclear com potencial de produzir material utilizável em artefatos nucleares.

Recentemente, já no governo Lula, houve um desentendimento sério entre as autoridades brasileiras e as da AIEA em relação à inspeção de Resende, na tentativa dos inspetores de ver as centrífugas, o que acabou sendo contornado sem que o Brasil precisasse se expor a uma espionagem industrial.

Houve também um quase incidente diplomático por causa de uma tese de doutorado de um aluno do Instituto Militar de Engenharia do Exército (IME), o físico Dalton Ellery Girão Barroso, que destrinchou com cálculos e equações informações consideradas sigilosas sobre uma ogiva nuclear americana.

A agência internacional sugeriu que esse estudo indicava que o país estaria fazendo pesquisas que levariam à bomba atômica, além de revelar segredos que poderiam ser usados por terroristas. O Ministério da Defesa teve que entrar no circuito diplomático para impedir que o livro fosse censurado, como queria a AIEA.

Todo esse cenário indica que uma aproximação cada vez maior do Brasil com o Irã pode trazer problemas para nossas pesquisas no campo nuclear, sem nenhuma vantagem em troca, a não ser uma discutível afirmação política internacional.
Ainda que hajam pontos pertinentes na indesejável relação Brasil-Irã(indesejável porque os caras são os párias do mundo, temos muito mais a perder doque a ganhar ficando do lado deles), não posso deixar de concordar que parte da posição do Brasil é coerente com sua própria afirmação de soberania. Não temos a intenção de desenvolver armamento nuclear, como dita a nossa constituição, mas nossos processos industriais e nossas pesquisas em tecnologia nuclear não devem obediência à ninguém fora de nosso país. Podemos nos beneficiar com a importação de máquinas e componentes para a tecnologia nuclear, e por isso participamos de alguns tratados de não-proliferação, mas se os atuais donos da tecnologia acham que vão nos manter em coleiras, estão muito enganados. E é nesse sentido que eu entendo, ainda que discorde, da posição do Brasil de abrir canais de comunicação com o Irã.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Sex Fev 26, 2010 10:27 am
por ninjanki
Marino escreveu:O ESTADO DE SÃO PAULO –24/02/10
Israel quer Brasil longe de negociações de paz

A menos de três semanas da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel e aos territórios palestinos, nos dias 14 e 15, o Brasil recebeu uma mensagem direta para que não interfira nas negociações de paz e se una à comunidade internacional em favor de novas sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã. A mensagem foi transmitida pelo vice-diretor da chancelaria israelense, embaixador Rafael Barak, ao Itamaraty e ao Palácio do Planalto na segunda-feira.
O apelo de Israel busca impedir que o ativismo do governo Lula no Oriente Médio venha a contribuir para o acirramento da turbulência na região.
Outras advertências, que serão feitas nos próximos terão menos elementos retóricos e uma carga de maior de responsabilização. A primeira, dos Estados Unidos, será apresentada em Brasília no dia 3 pela secretária americana de Estado, Hillary Clinton. Uma segunda advertência deve partir do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, nas próximas semanas.
Em entrevista à imprensa, o embaixador Barak enfatizou ontem que o governo israelense quer negociar um processo de paz com os palestinos sem intermediários - no máximo, com o tradicional mediador, os EUA. Assim como a Autoridade Palestina, Israel também dispensou a proposta do presidente Lula de interceder junto ao Hamas para trazer o grupo palestino para a negociação.
Com o cuidado de enfatizar que o presidente Lula e seu governo podem contribuir com um clima mais favorável às negociações de paz, as mensagens de veto a uma atuação mais intrusiva do Brasil nesse processo foram reiteradas por Barak ao secretário-geral das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e com o embaixador Marcel Biato, da assessoria internacional da Presidência, na segunda-feira.
"Nossa experiência é a de manter uma negociação direta com os palestinos, sem mediações. Eu acredito fortemente nesse formato", afirmou Barak.
Sem nenhum meio de interferir na visita do presidente Lula ao Irã, em 15 de maio, Israel deixou em Brasília sua visão de que a atual posição do Brasil impede a unificação da mensagem da comunidade internacional em torno das sanções sobre interesses econômicos da Guarda Revolucionária do Irã. Assim como os EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia, Israel e boa parte dos países do Golfo Pérsico creem que as sanções são o único meio de forçar o Irã a paralisar seu programa nuclear e a retomar a negociação de um acordo.
A argumentação israelense tem como base o último relatório da AIEA sobre o Irã, que, com base em dados técnicos e fatos, concluiu que há um programa de construção de armas nucleares em andamento no país persa. Ao contrário do Brasil, o governo israelense e seus aliados acreditam que, ao iniciar o enriquecimento do urânio a 20%, Teerã viola regras impostas pelo Conselho de Segurança.
"Conhecemos a boa intenção do Brasil. Mas qual o resultado que colhemos até agora? O Irã está aumentando a instabilidade no Oriente Médio, apoiando o terrorismo e colocando em risco a efetividade do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP)", afirmou Barak. "Não se trata de uma confrontação Israel-Irã, mas de uma confrontação entre o Irã e o mundo", completou.
Certamente que Israel, como parte interessada, pode dizer que não quer a participação de um mediador A ou B. É direito deles, e temos de respeita-lo. Também podem nos pedir para apoiar essa ou aquela iniciativa, tanto na negociação quanto na política internacional em relação ao Irã. E o nosso direito é o de fazer oque bem entendermos nesses asuntos. Mesmo que seja bobagem...

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Sex Fev 26, 2010 3:36 pm
por Sterrius
Eu ainda to tentando entender o que o governo quer do irã, pq as relações e defesas mutuas a muito ja passaram de simples negocios.

Pq nem ideologia da pra dizer que o Irã e o Brasil tem de parecido.

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

Enviado: Sex Fev 26, 2010 4:45 pm
por marcelo l.
http://identidadeinternacional.blogspot.com/
A melhor coisa de ainda não ter passado para o Itamaraty é poder falar o que eu quiser sobre a política externa brasileira (temos que sempre ver o lado bom das coisas). Apesar de acreditar na qualidade da diplomacia do Brasil (acreditem, aqui em Genebra só escuto elogios sobre o trabalho da missão brasileira), existem muitas críticas que podem ser feitas. Acredito que o principal ponto seja a questão dos direitos humanos. O problema não é como o Brasil lida com o tema internamente, pois muitas vezes o país já foi elogiado pela transparência, mas a relação que desenvolvemos com governos que não são grandes respeitadores dos direitos humanos (Zimbabwe, Líbia, Irã, etc.). A vontade de conquistar mercados na Ásia e na África colocaram as questões de DH em segundo plano. Isso pode comprometer a imagem da própria diplomacia brasileira. Imagem esta que sempre foi de um país defensor da democracia.
Na minha primeira semana de aula escutei do meu professor de Geopolítica: "Brazil is a peaceful country..."
No começo achei meio estranho, pois sei que para os nossos vizinhos essa idéia de "peaceful" não é tão clara assim. No entanto, para o resto do mundo de fato o Brazil só desperta medo no futebol.
O desapego pela democracia fora do Brasil, entretanto, está manchando essa imagem e é contraditório ao discurso brasileiro para a reforma do conselho de segurança da ONU que alega a necessidade de uma maior representatividade.

Acabei falando demais sobre DH, a minha crítica de hoje é sobre a vontade brasileira de mediar o conflito entre Israel e Palestina. Em dezembro, ao conversar com uma pessoa da missão brasileira na ONU, escutei algo que me pareceu um tanto quanto um sonho: "O Brasil quer ser um interlocutor entre os países árabes e Israel." Achei que isso fosse um certo exagero, pois naquela semana a missão do Brasil tinha organizado uma sessão de cinema na ONU com o filme "O ano que meus pais saíram de férias", que cita bastante a influência da comunidade judaica no Brasil, e na semana seguinte uma exposição sobre a influência árabe na América Latina. No começo parecia uma teoria da conspiração, mas de fato me parece que os dois eventos foram organizados pela missão brasileira para poder criar algum tipo de interação com as duas comunidades.
Toda essa história acabou sendo confirmada pela viagem do Celso Amorim na semana passada aqui para Genebra. Ele se encontrou com Shimon Peres, presidente de Israel, e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina. No encontro, como cita a reportagem, Amorim ofereceu-se como intermediador.

Isso me parece uma má interpretação do poder brasileiro no cenário internacional. Apesar da boa intenção, acredito que o Brasil deveria tentar mediar primeiro os conflitos na América do sul. A política externa brasileira não consegue nem mediar as relações da Colômbia com a Venezuela, ou até mesmo resolver de uma vez seus conflitos econômicos com a Argentina. A estabilização da América do Sul deveria ser a prioridade, pois "nunca na história desse país" registrou-se tamanha polarização política na região. O Brasil pode e deve ser mais presente nos atritos regionais. Não adianta apenas querer assumir a posição de líder regional e não arcar com o ônus disso. A estabilização regional depende da atitude brasileira. O futuro do Mercosul e da própria Unasul depende da política externa brasileira.
Talvez eu é que esteja mal interpretando isso tudo. Talvez o Brasil já tenha o poder político de trazer a paz para o Oriente Médio. Talvez a diplomacia brasileira consiga criar o diálogo entre Israel e Palestina. Talvez o Brasil tenha somente esquecido um pouco os seus vizinhos. Talvez os atritos na América do Sul nem sejam tão significativos.
Não sei, mas me parece que tem algo de errado nisso tudo.