Bolívia

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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#361 Mensagem por Túlio » Ter Set 16, 2008 9:40 pm

Serio, quais pontos sao sensiveis? Poderia por favor me citar pelo menos um deles.
Em linhas gerais:

Os opositores rejeitaram a sessão da maioria governista por acontecer em um quartel e por causa da pauta programada, que não incluiu o debate sobre a sede do governo e o Parlamento, como os delegados tinham combinado.

Oficialmente, a cidade de Sucre ainda é a capital da Bolívia mas, na prática, as sedes do Poder Executivo e Legislativo ficam em La Paz. Eu mesmo, que não sou tão ruim assim em geografia, considerava e até certo ponto ainda considero La Paz como sendo a capital...

Ademais, a oposição também protesta contra a realização em Oruro da sessão que aprovou artigo por artigo do texto constitucional, já que na lei de convocatória da Assembléia, determinou-se que Sucre seria sua sede.

Mais ainda, o presidente do CNE, José Luís Exeni, argumenta que o referendo popular da constituição Boliviana não poderá ser realizado porque foi convocado por decreto e não através de um projeto de lei do Congresso Nacional lá deles, como deveria ser. Como se não bastasse, o projeto estabelece um Estado plurinacional, com autonomia das populações indígenas. Como Brasileiro e consciente de problemas análogos em nossa grande Nação, não posso concordar com essa sandice. Aliás, a partir daí passo a crer que AMBOS os lados estão decididos a balcanizar de vez a Bolívia...

Do blog do Juca Moreno:
A situação política na Bolívia caminha para o caos, sendo incerto o que ocorrerá com o governo Evo Morales. A Constituição que está sendo preparada acabou de ser aprovada em primeira votação dentro de um quartel da polícia. Situação mais símbólica é impossível.
Uma Constituição é um pacto que livremente uma sociedade ajusta para regular o seu funcionamento. Sua legitimidade decorre exatamente de ser um ajuste discutido e decidido livremente, razão pela qual todos estão obrigados a aceitá-lo.
Se a Constituição não foi livremente votada e decidida perde a legitimidade, vale dizer, não é regra social a ser obrigatoriamente seguida, eis que maculada por vício de origem.
É o que explica a durabilidade e respeito do povo por certas Constituições, como a norte-americana, e a descrença e mudança de outras a todo instante, como a brasileira, modificada sempre ao sabor das conveniências políticas do momento.
No nosso caso á situação é agravada ante a confissão do atual ministro da defesa, antes presidente do STF, de que incluiu dispositivos no texto que sequer foram votados na Assembléia Constituinte, o que lança uma dúvida sobre a totalidade da Carta Magna.
Por outro lado, se a sociedade é regida por um pacto ilegítimo surge naturalmente o direito a contestação e até a insurgência em situações limite. Ninguém está moralmente obrigado a suportar abuso sob a alegação de que ele é constitucional ...
As observações valem, além da Bolívia, para a Venezuela que está sendo objeto de um processo constitucional notoriamente viciado.
No Brasil penso que a situação é diversa. Nossa Constituição é produto de uma vontade não totalmente democrática, mas não patrocina a tirania. Ao contrário, com todos os seus defeitos assegura os direitos e garantias básicas à vida social. Assim, dos males o menor, razão pela qual devemos defendê-la.

http://jucamoreno1.blogspot.com/2007/11 ... -nova.html




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#362 Mensagem por cvn73 » Ter Set 16, 2008 9:45 pm

vmonteiro escreveu:
Bourne escreveu:A Bolivia não tem a maturidade institucional e nem a percepção democrática de que quem ganha a eleição só comanda o barco temporariamente, e é é obrigado a satisfazer e ouvir o que os grupos que estão fora do poder, a fim de manter a estabilidade no país e viabilizar seu governo. Caso contrário, como mostra está acontecendo na Bolívia, o país começa a entrar numa instabilidade perigosa e que pode levar a queda do governo e guerra civil.

No caso do Brasil, este tem a maturidade institucional e percepção democrática para manter a estabilidade e viabilizar o governo. O grande exemplo é a gestão Lula, em que qualquer governo futuro deve agir de forma semelhante procurando acordos entre grupos de interesses que mandam no país. Isso ocorre em qualquer país democrático e sólido.
O Brasil tem muita maturidade mesmo, maturidade do "acordão", pra manter a impunidade e corrupção ao enrriquecimento de ums poucos, que entram e saem do cenario, mas mantem sempre o mesma pratica.

Como dizem por a Evo tenta implantar um "choque de gestão" acabando de vez com as diferenças absurdas e toda segregação sofrida pela maioria dos bolivianos, mas a "elite sangue suga" ainda pode dermostrar resistencia, pq apesar de estarem politicamente fora do poder, tem suas reservas de captal amparando essas praticas "terroristas" contra o governo democratico.
Nada muito diferente do que o Evo fazia nos seus tempos de "oposição".




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#363 Mensagem por Clermont » Ter Set 16, 2008 9:47 pm

escorpiao610218 escreveu:alfa-papa-romeu-oscar-victor-alfa-delta-oscar*maique-india-siera-siera-alfa-oscar*maique-alfa-november-eco*numer-2-5*foqstrot-india-november-alfa-lima*maique-eco-sierra*
sierra-eco-november-hotel-alfa*bravo-romel-alfa-sierra-india-lima.
Mensagens criptográficas no Fórum DB?

Isto é um trabalho para a ABIN!

Bem, eu entendi alguma coisa assim:

"a-p-r-o-v-a-d-o*m-i-s-s-a-o*m-a-n-e*n-2-5*f-i-n-a-l*m-e-s*
s-e-n-h-a*b-r-a-s-i-l."

"Aprovado missão final do mês, senha Brasil".




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#364 Mensagem por Clermont » Ter Set 16, 2008 9:50 pm

Túlio escreveu:Como se não bastasse, o projeto estabelece um Estado plurinacional, com autonomia das populações indígenas. Como Brasileiro e consciente de problemas análogos em nossa grande Nação, não posso concordar com essa sandice. Aliás, a partir daí passo a crer que AMBOS os lados estão decididos a balcanizar de vez a Bolívia...
É isso aí. Excelente ponto.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#365 Mensagem por Túlio » Ter Set 16, 2008 10:39 pm

escorpiao610218 escreveu:
Sniper escreveu:O que o Brasil podería fazer em caso de ameaça ao nosso fornecimento de gás?

A coisa degringolou de vez na Bolívia, já existem cidades proclamando independência, quebra-quebra nas ruas, presos fugindo de cadeias em meio ao alvoroço, em fim um verdadeiro estado de Anarquia. Atentados, greves e outras "anormalidades" podem prejudicar o fornecimento de gás do Brasil.

Tendo em vista que sem o gás vindo da Bolívia boa parte da nossa indústria para e aparentemente o governo Boliviano não tem condições de manter a segurança dos gasodutos e áreas de exploração, Legalmente o exército brasileiro podería agir na Bolívia para garantir o fornecimento do gás ao Brasil ?

O que diz a nossa constituição a respeito (ou ela não diz nada)?

Abraços!
Escorpiao

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sierra-eco-november-hotel-alfa*bravo-romel-alfa-sierra-india-lima.
Cruz-Rata-Inte-Afir-Nega-Cruz-Inte-Cruz-Elmo. :roll:

E é MIKE para a letra M, ECHO para a letra E e ROMEU para a letra R, POWS!!!

E vamos sossegar com a Operação Jardim de Infância, Escorpião, daqui a pouco não vai faltar OUTRO chatinho para vir transmitir mensagens esquisitinhas na língua do pê... :x




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#366 Mensagem por Edu Lopes » Qua Set 17, 2008 8:35 am

Grupo de bolivianos cruza a fronteira e se refugia em cidade brasileira

da Folha Online
da Efe, em La Paz


Ao menos cem bolivianos fugiram das regiões conflituosas na Bolívia para se refugiarem na cidade de Brasiléia (sul do Acre) onde pediram às autoridades locais para serem alojadas em abrigos. O grupo fugiu do Departamento de Pando (norte), onde violentos conflitos entre oposição e governistas deixaram 15 mortos e 106 desaparecidos.

Os bolivianos cruzaram a fronteira de Cobija, onde nesta terça-feira foi detido o governador de Pando, Leopoldo Fernández, acusado por incentivar as manifestações, ocorridas na última quinta-feira (11). Na ocasião, um grupo anti-Morales enfrentou cerca de 340 camponeses pró-governo na localidade de El Porvenir.

Emissoras de La Paz mostraram imagens de vários bolivianos pedindo às autoridades de Brasiléia um lugar onde pudessem passar a noite, já que não queriam permanecer na Bolívia por medo de serem detidas pelos militares que ocupam Cobija. Na região foi decretado estado de sítio desde que ocorreram os conflitos.

Segundo o canal Unitel, um dos bolivianos que está em Brasiléia é a presidente do Comitê Cívico de Pando, a opositora Ana Melena.

O defensor público boliviano, Waldo Albarracín, visitou o grupo e pediu às autoridades de seu país garantias para que o grupo possa voltar para casa em segurança.

Um dos bolivianos disse à Unitel que estava sendo feita uma lista de todos que ganhariam abrigo em asilos e no Corpo de Bombeiros de Brasiléia e da vizinha Epitaciolândia, ambas na fronteira com Cobija.

Acordo

Ontem, os governadores opositores Rubén Costas (Santa Cruz) e Mario Cossío (Tarija) assinaram um pré-acordo que prevê o diálogo com o presidente Evo Morales pela paz no país. Costas, um dos mais duros opositores a Morales e líder do processo autonomista ao qual aderiram outros quatro Departamentos (Estados), defendeu o diálogo como "o único caminho" para a Bolívia e acusou o governo de buscar "pretextos para causar mais luto entre os bolivianos".

O governador de Santa Cruz chegou a expressar sua solidariedade ao colega de Pando, detido nesta terça pelo Exército na cidade de Cobija. Segundo Costas, Fernández foi vítima da "repressão do governo", detido "sem o devido processo" e confinado "em uma guarnição militar".

Segundo o documento assinado por Costas e Cossío, o diálogo com o governo começará na quinta-feira, na cidade de Cochabamba (centro), na presença de mediadores da União Européia (UE), da ONU, a Igreja Católica, da União de Nações Sul-americanas e OEA (Organização dos Estados Americanos).

As manifestações na Bolívia, que acontecem há mais de três semanas, estão concentradas na região do Chaco boliviano, no sudeste do país, onde as maiores reservas de gás do país fazem fronteira com Brasil, Argentina e Paraguai.

No centro do debate estão a nova Constituição, proposta pelo presidente boliviano; e um programa de pensão aos idosos do país, que conta com verbas obtidas da renda do gás.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 5696.shtml




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#367 Mensagem por vmonteiro » Qua Set 17, 2008 10:53 am

SGT GUERRA escreveu:
ciclope escreveu:O problema do evo é o mesmo que o do lula no seu primeiro mandato. Era ótimo na oposição mas e uma porcaria na situação!
Retrato da falta de esperiência aliada com a arrogância de ter cido eleito com forte apoio popular.
É o pior e que alem disso esta sob influencia do chavito.

É justamente o contrário. E a diferença dos dois que esta fazendo a Bolivia perder o bonde.
Se ele fosse menos radical e fizesse as coisas mais devagar...Eles estão perdendo uma otima oportunidade
Amigo, o presitente Evo esta na metade do seu mandato, ate o momento não consegui fazer nada de concreto, isso porque a oposição tem uma postura radical inviabiliza seu governo. Querem derruba-lo.

Se ele agir com mais calma ai sim vai perder a janela de oportunidade que lhe foi aberta.
Seu mandato termina ou ele cai, por isso as mudanças devem ocorrer o quanto antes.

A um ano quando os "terroristas" (governadores opositores) não tinham tanta força ele devia ter mandado prende-los, mas agora é tarde.

Isso teria evitado a ruptura que ocorre hoje, pra não falar das mortes.




Senhores, sejamos razoáveis.
brisa

Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#368 Mensagem por brisa » Qua Set 17, 2008 1:01 pm

Europa
Quarta, 17 de setembro de 2008, 12h07 Atualizada às 12h16
Rússia: ameaça à integridade bolíviana é inadmissível

A Rússia qualificou nesta quarta-feira de "inadmissível" qualquer tentativa de colocar em perigo a "integridade territorial" da Bolívia e "qualquer ingerência" nos assuntos internos desse estado soberano da América Latina.
"A Rússia está observando detalhadamente o desenvolvimento dos eventos na Bolívia. Preocupa-nos o brusco agravamento da situação nos últimos dias, que levou a vítimas fatais e grandes perdas materiais", afirma a Chancelaria russa em comunicado.

O texto indica que Moscou condena "as ações que levam à desestabilização da ordem constitucional e à divisão da sociedade boliviana, e que questionam a unidade e integridade do país".

"Defendemos a busca de uma solução de compromisso, à continuação do diálogo e a conferir um caráter pacífico e não violento ao processo político interno de resolução", acrescenta.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#369 Mensagem por delmar » Qua Set 17, 2008 1:46 pm

A um ano quando os "terroristas" (governadores opositores) não tinham tanta força ele devia ter mandado prende-los, mas agora é tarde.
Não cabe, numa democracia, ao presidente mandar prender alguém. Isto cabe a justiça. Se os governadores cometeram algum crime deveriam sim, terem sido processados e presos. Agora fazer oposição, com passeatas e greves, não é crime. Se o fosse todo o PT brasileiro estaria dentro da prisão no governo FHC. O MST e a CUT também.
O Evo Morales foi eleito presidente da Bolivia, não o ditador, o "el supremo". Exatamente por ele crer que tinha um mandato de poder ilimitado é que a Bolivia está nesta situação. Engana-se quem pensa que Morales poderia ter, de saída, tomado medidas mais duras engana-se. Apenas a crise teria iniciado mais cedo.

saudações




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#370 Mensagem por Edu Lopes » Qua Set 17, 2008 1:51 pm

Evo: Brasil ajuda a ’combater’ oposição

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou nesta terça-feira, por telefone, durante coletiva do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que fechou um acordo com o Brasil para uma atuação em conjunto com o objetivo de desmatelar grupos armados em seu país. Morales afirmou que Lula enviará o ministro da Defesa para coordenar a ação. Morales acusou o governador de Pando, Leopoldo Fernández, que foi preso, e o ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga, dirigente da aliança opositora, de "organizarem" o grupo paramilitar Forças Expedicionárias.


Fonte: http://www.claudiohumberto.com.br/princ ... x.php#this
:shock: :shock: :shock: :shock: :shock:

Uma Operação Condor esquerdista? :twisted:

Quem viu-te, quem vê-te...




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#371 Mensagem por cvn73 » Qua Set 17, 2008 3:37 pm

Nem tudo esta perdido.

Forças Armadas da Bolívia querem repreensão diplomática a Chávez



da Folha Online
O chefe das Forças Armadas da Bolívia, general Luis Trigo, enviou uma carta ao ministro de Relações Exteriores daquele país, David Choquehuanca, solicitando que o governo expresse, por via diplomática, seu "enérgico e categórico rechaço à ingerência estrangeira de qualquer tipo, venha de onde vier".

O mal-estar de Trigo tem origem em um pronunciamento que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez na TV na semana passada, no ápice de violentas manifestações no país.

O presidente venezuelano disse, na ocasião, que as eventuais derrubada ou morte do colega boliviano seriam interpretadas por ele como um "sinal verde para apoiar qualquer movimento armado na Bolívia". No dia seguinte, Trigo foi também à TV afirmar que rejeita a realização de intervenções internacionais no país. "Não permitiremos que nenhum soldado ou força armada estrangeiros coloquem pé em nosso solo."

No domingo (14), Chávez agravou a rusga ao acusar Trigo de desobedecer Morales e, propositadamente, retardar a retomada do controle sobre o departamento (Estado) de Pando, que está em estado de sítio desde sexta-feira passada (13).

O general, agora, quer uma repreensão diplomática.

"O presidente da Venezuela tem dado declarações contrárias ao comando destas Forças Armadas, atentando contra a união e coesão da instituição e colocando em dúvida o papel constitucional que cumprimos (...) como baluartes da democracia", afirmou Trigo na carta para o ministro. "Peço muito respeitosamente à sua digna autoridade [o ministro] que faça as representações pertinentes no âmbito diplomático."

Em declaração ao jornal boliviano "La Razón", o ministro de Relações Exteriores afirmou que ainda não tem conhecimento da carta.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#372 Mensagem por brisa » Qua Set 17, 2008 3:55 pm

Nem pensar em tropas", diz Lula sobre ajuda a Evo

Em entrevista exclusiva à TV Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que o país vai dar apoio logístico à Bolívia, a pedido do presidente Evo Morales, para desmantelar grupos armados no departamento de Pando, fronteira com o Acre. A informação foi dada na entrevista gravada nesta quarta, em Brasília e vai ao ar às 22h.




"Nem pensar em ingerência brasileira na Bolívia; muito menos tropas", disse Lula. Mas o Brasil vai auxiliar com a venda de caminhões e ônibus ao exército boliviano e com ajuda da Polícia Federal na fronteira. O presidente pediu aos ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Defesa, Nelson Jobim, para entrar em contato com autoridades bolivianas a fim de tratar dessa colaboração.

Na entrevista, Lula criticou a interferência de embaixadas dos EUA em assuntos internos de países da América do Sul em diversos momentos da história do continente, ao comentar a decisão de Evo Morales de expulsar da Bolívia o embaixador norte-americano.

O presidente gravou a entrevista durante a manhã, nos jardins do Palácio da Alvorada. Além de responder a perguntas sobre a crise nos Estados Unidos, falou de possíveis medidas do governo junto ao BNDES para aumentar o crédito e sobre o futuro da Petrobras. O presidente falou, ainda, sobre o pré-sal, uso de algemas, Polícia Federal e Abin, casamento homossexual, aborto e até da seleção brasileira.

Leia abaixo trecho da entrevista do presidente sobre a crise na Bolívia:

A crise boliviana está exigindo uma mobilização dos países sul-americanos. O senhor vai realmente mandar o Ministério da Defesa, ajuda logística e tropas para o Evo Morales fazer frente aos grupos armados que estão tumultuando o país?
Nem pensar em ingerência brasileira na Bolívia; muito menos tropas. Ou seja, o que nós acertamos com o Evo Morales e foi uma coisa extremamente importante porque foi a primeira grande decisão da União Sul Americana de Nações, uma decisão na minha opinião histórica em que a gente baliza aquilo que a gente entende que deva ser a relação dos vizinhos com a Bolívia, na expectativa de que o povo boliviano, através de seu governo e de sua oposição, acate as orientações e a gente possa voltar à normalidade na Bolívia. O que é muito importante para os países vizinhos e para a Bolívia, que só vai se desenvolver se estiver em paz.

Mas qual a ajuda brasileira para a Bolívia?
Qual a ajuda? Veja, o Evo Morales pediu para a gente ver se pode vender caminhões para as tropas dele. Nós vamos tratar de ver se a indústria automobilística brasileira pode produzir, e com uma certa rapidez, alguns caminhões para a Bolívia.

E ele pediu também, e o ministro Tarso Genro disse que a polícia já estava lá; pedir para o Tarso ligar para o ministro da Justiça do Evo Morales para tentar estabelecer uma ação conjunta da Polícia Federal na fronteira para evitar trânsito de pessoas, de gente com armas, evitar contrabando, evitar o narcotráfico.

E, ao mesmo tempo, vou pedir para o Jobim também falar com o ministro da Defesa da Bolívia para ver essa coisa da ajuda com caminhões, ônibus, que eles estão precisando também. Ou seja, no fundo, no fundo, o Brasil precisa fazer um esforço muito grande porque nós temos mais de 3 mil quilômetros de fronteira com a Bolívia e nós queremos que ela esteja em paz porque em paz ela vai crescer; em guerra não.

Esse tipo de ajuda não pode ser encarado como uma interferência do Brasil em assuntos de um país vizinho?
Não pode. Se fosse assim, você não poderia vender nada para ninguém. Nós estamos fazendo uma relação comercial, o Evo estava na reunião e depois que eu ouvi alguns discursos de alguns presidentes, quando chegou minha vez de falar, eu falei à presidenta do Chile: "Eu, ao invés de falar, eu queria perguntar ao Evo Morales o que ele acha que nós precisamos falar para ajudá-lo, ele é quem tem que dizer".

O presidente Evo Morales acusa o governo dos EUA de interferir na vida interna na Bolívia, de estimular essa rebelião em Santa Cruz e em outras províncias da região. O Brasil tem boas relações com os Estados Unidos, o senhor inclusive tem excelente relação com o presidente Bush; o senhor chegou a conversar com as autoridades americanas ou com o Bush sobre esse problema na Bolívia?
Eu conversei várias vezes com o Bush, até a pedido do Evo Morales para que os Estados Unidos aprovassem rapidamente as tarifas especiais para determinados produtos bolivianos e está para ser aprovada agora, mas como houve essa expulsão do embaixador eu penso que agora essas coisas podem ficar paralisadas. Se for verdade que o embaixador dos Estados Unidos fazia reunião com a oposição do Evo Morales, o Evo está correto de mandá-lo embora.

O papel de embaixador não é fazer política dentro do país, não. Ele está como representante do seu país, numa relação de Estado com Estado, ele representa o Estado. Aqui no Brasil, uma vez, uma embaixadora americana, em um jornal brasileiro, respondeu uma crítica que eu tinha feito ao Bush: eu mandei o Celso Amorim chamá-la e dizer que não era admissível ela dar palpite sobre a entrevista do presidente da República.

E também não é de hoje, é famosa a interferência das embaixadas americanas em vários momentos da história do continente americano. Então, eu acho que houve um incidente diplomático, se o embaixador estava tendo ingerência na política lá, o Evo está correto.

O senhor acha que ainda existe risco de uma divisão na Bolívia ou essa reunião da Unasul estancou completamente essa possibilidade?
Peço a Deus que tenha estancado, peço a Deus que todo mundo compreenda o que é melhor para a Bolívia. Nem sempre a decisão de uma multilateral, de uma instância como a Unasul e tantas outras da ONU são tomadas e as pessoas não cumprem.

Nesse caso, nós esperamos que cumpra, porque eu acho que as pessoas estão percebendo que nós estamos bem-intencionados com a Bolívia. Todo mundo quer ajudar a Bolívia, agora é preciso que a Bolívia queira ser ajudada.


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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#373 Mensagem por Túlio » Qua Set 17, 2008 4:44 pm

brisa escreveu:Europa
Quarta, 17 de setembro de 2008, 12h07 Atualizada às 12h16
Rússia: ameaça à integridade bolíviana é inadmissível

A Rússia qualificou nesta quarta-feira de "inadmissível" qualquer tentativa de colocar em perigo a "integridade territorial" da Bolívia e "qualquer ingerência" nos assuntos internos desse estado soberano da América Latina.
"A Rússia está observando detalhadamente o desenvolvimento dos eventos na Bolívia. Preocupa-nos o brusco agravamento da situação nos últimos dias, que levou a vítimas fatais e grandes perdas materiais", afirma a Chancelaria russa em comunicado.

O texto indica que Moscou condena "as ações que levam à desestabilização da ordem constitucional e à divisão da sociedade boliviana, e que questionam a unidade e integridade do país".

"Defendemos a busca de uma solução de compromisso, à continuação do diálogo e a conferir um caráter pacífico e não violento ao processo político interno de resolução", acrescenta.

Mas aí sim, devem estar doidos, POWS!!! :shock: :shock: :shock: :shock:

Estarão os Russos se tornando Bolivarianos? Terá o Chávez - :twisted: TINHA que ser o chávez :twisted: - abduzido o Putin???

Na Geórgia pode, na Bolívia não???

Vai vendo... :roll:




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#374 Mensagem por eu sou eu » Qua Set 17, 2008 8:54 pm

17/09/2008 - 20h06
Lula diz que Morales pediu ajuda para equipar Exército e controlar fronteira
Publicidade
EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que recebeu um pedido de cooperação do colega Evo Morales para reforçar o Exército boliviano e a fronteira entre os dois países.

"O Evo Morales perguntou se o Brasil poderia vender alguns caminhões para ele transportar as Forças Armadas", disse Lula, ao sair da cerimônia de assinatura da Lei Geral do Turismo, em Brasília.

Segundo o presidente, foi pedido ao ministro Nelson Jobim (Defesa) que verifique com o Exército brasileiro se a indústria automobilística nacional pode produzir esse tipo de veículo.

Outro pedido foi o trabalho conjunto na fronteira para evitar a entrada de homens armados e traficantes em ambos os países. Nessa semana, Morales disse que pistoleiros brasileiros e peruanos teriam sido contratados para atacar pessoas favoráveis ao seu governo nas regiões que entraram em conflito no país.

Segundo Lula, além dessas questões de consenso, não haverá nenhum tipo de medida por parte do Brasil que possa atingir a soberania do país vizinho.

"O que o Brasil está fazendo é o que todos os países da América do Sul estão, que é ser solidário para o fortalecimento da democracia na Bolívia, ser solidário para o restabelecimento da paz, para depois começar a negociar com todos os setores na normalidade", afirmou Lula.

No início da semana, o presidente do Brasil participou da reunião de emergência da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), no Chile, para discutir a questão dos conflitos internos na Bolívia. A reunião terminou com o apoio ao governo do presidente Morales e a rejeição a qualquer tentativa de golpe civil ou de divisão territorial.

Embaixador americano

Mais cedo nesta quarta, Lula disse em entrevista à TV Brasil que apóia a decisão de Morales de expulsar da Bolívia o embaixador dos Estados Unidos Philip Goldberg. "Se for verdade que o embaixador dos EUA fazia reunião com a oposição do Evo Morales, o Evo está correto de mandá-lo embora."

"Não é de hoje e é famosa a interferência das embaixadas americanas em vários momentos da história do continente americano. Então, eu acho que houve um incidente diplomático, se o embaixador estava tendo ingerência na política lá, o Evo está correto", completou.

Morales expulsou Goldberg há uma semana sob a alegação de que ele dava apoio à oposição da Bolívia por ter interesse nos ideais separatistas do grupo. O processo de expulsão ocorreu em meio a violentos e freqüentes protestos de grupos anti-Morales. O pior deles ocorreria na madrugada seguinte à expulsão, na localidade de El Porvenir, e deixaria ao menos 15 mortos.

"O papel de embaixador não é fazer política dentro do país. Ele está como representante do seu país, em uma relação de Estado com Estado, ele representa o Estado. Aqui no Brasil, uma vez, uma embaixadora americana, em um jornal brasileiro, respondeu uma crítica que eu tinha feito ao Bush. Eu mandei o Celso Amorim chamá-la e dizer que não era admissível ela dar palpite sobre a entrevista do presidente da República", contou Lula.

No caso da Bolívia, a expulsão deu origem a uma crise diplomática. No dia seguinte, os EUA expulsaram o embaixador boliviano Gustavo Guzmán. Por solidariedade a Morales, então, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expulsou o embaixador dos EUA Patrick Duddy. Mais uma vez os EUA reagiram, expulsando o embaixador venezuelano Bernardo Alvarez.

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vmonteiro
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#375 Mensagem por vmonteiro » Qui Set 18, 2008 12:43 am

Túlio escreveu:
brisa escreveu:Europa
Quarta, 17 de setembro de 2008, 12h07 Atualizada às 12h16
Rússia: ameaça à integridade bolíviana é inadmissível

A Rússia qualificou nesta quarta-feira de "inadmissível" qualquer tentativa de colocar em perigo a "integridade territorial" da Bolívia e "qualquer ingerência" nos assuntos internos desse estado soberano da América Latina.
"A Rússia está observando detalhadamente o desenvolvimento dos eventos na Bolívia. Preocupa-nos o brusco agravamento da situação nos últimos dias, que levou a vítimas fatais e grandes perdas materiais", afirma a Chancelaria russa em comunicado.

O texto indica que Moscou condena "as ações que levam à desestabilização da ordem constitucional e à divisão da sociedade boliviana, e que questionam a unidade e integridade do país".

"Defendemos a busca de uma solução de compromisso, à continuação do diálogo e a conferir um caráter pacífico e não violento ao processo político interno de resolução", acrescenta.

Mas aí sim, devem estar doidos, POWS!!! :shock: :shock: :shock: :shock:

Estarão os Russos se tornando Bolivarianos? Terá o Chávez - :twisted: TINHA que ser o chávez :twisted: - abduzido o Putin???

Na Geórgia pode, na Bolívia não???

Vai vendo... :roll:
Nao tem como comparar e esperar um postura similar em 2 situaçoes totalmente absolutamente distintas.
Seria no minimo equivocado uma argumentaçao desse genero.

A noticia coloca mais em questao a postura Russa com relaçao aos assuntos globais, coisa que so os EUA e um poucos tem mania de fazer. Opinar sobre tudo, mesmo que este nem de perto tenha referencia com seu quintal.




Senhores, sejamos razoáveis.
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