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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Fev 17, 2011 5:11 pm
por alcmartin
:? Isso, baba o ovo de quem te ferra... :? E sobre o Goldemberg, não é novidade, entrega tudo, abaixo as fronteiras... :roll:
10/02/2011 - 08:00 | Natalia Viana | São Paulo


Wikileaks: Argentina alertou EUA sobre programa nuclear brasileiro


As presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, assinaram no final de janeiro deste ano um acordo para a construção de dois reatores nucleares de pesquisa, um em cada país. O acordo foi mais um sinal de que, neste assunto, os dois países compartilham muitas posições e interesses.

Mas a visão dentro do governo argentino não é unânime, no sentido de cooperar com o Brasil no setor, de acordo com documento sigilosos enviado pela Embaixada dos Estados Unidos em Buenos Aires a Washington em 24 de dezembro de 2009.


Na época, o diretor encarregado de não proliferação nuclear no Ministério do Exterior argentino tratou do programa nuclear brasileiro com representantes dos EUA, dizendo que a Argentina mantém “alerta amarelo” em relação aos projetos do sócio do Mercosul e que os brasileiros “escondem tecnologia, como centrífugas”, dos inspetores.

O documento faz parte de uma série de despachos do Wikileaks que revelam o que autoridades latino-americanas pensam sobre o Brasil. Eles foram consultados por esta repórter e o Opera Mundi vai publicá-los nos próximos dias.

Segundo o despacho da embaixada norte-americana em Buenos Aires, a reunião dos representantes argentinos com o conselheiro político da embaixada Alex Featherstone sobre o programa nuclear brasileiro aconteceu no dia 10 de dezembro de 2009. A iniciativa da reunião partiu dos norte-americanos, depois que o embaixador argentino em Brasília procurou a Embaixada dos EUA para reclamar do Brasil. Duas semanas antes, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, havia visitado o Brasil.

De acordo com o relatório da embaixada, estiveram na reunião Gustavo Ainchil, diretor da Direção de Segurança Internacional, Assuntos Nucleares e Espaciais do Ministério das Relações Exteriores (Digan), seu subdiretor Alberto Dojas e uma funcionária do ministério.

Para o engenheiro Naval e Nuclear Leonam dos Santos Guimarães, que assessora a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), as preocupações de Ainchil são uma postura isolada. “Se existissem ‘apreensões da Argentina’, elas deveriam estar sendo discutidas e resolvidas dentro dos canais de comunicação estabelecidos pelo Regime Regional de Salvaguardas em vigor nos dois países, foro adequado para isso”, disse ao Opera Mundi.

Guimarães avaliou que as preocupações são infundadas, já que além de o Brasil ter assinado o Tratado de Não Proliferação de Armas Atômicas, a Constituição veda quaisquer usos não pacíficos da energia nuclear em território nacional. “Dispositivo constitucional similar somente existe na Nova Zelândia”, afirmou (leia a entrevista completa).

Já o físico José Goldemberg, ex-ministro e ex-secretário de Estado, especialista em energia, acredita que a postura brasileira alimenta esse tipo de preocupação nos países vizinhos, ao não assinar o protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Atômicas. “A recusa da Argentina e do Brasil alimenta esse sentimento”, disse. “Ficamos numa posição próxima da posição do Irã.”

“Todo o time”

“A participação de todo o time do Digan reforça a impressão da embaixada de que os argentinos haviam decidido de antemão compartilhar uma mensagem de preocupação com o governo norte-americano”, informa o despacho enviado ao Departamento de Estado dos EUA.

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O diretor da Digan começa dizendo que recentes atitudes do Brasil haviam “chamado a atenção” da Argentina. “A recepção do presidente iraniano [Mahoud] Ahmadinejad foi especialmente preocupante para a Argentina, dadas as questões com o Irã”.

Em 1994, a Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), em Buenos Aires, foi alvo de uma ação terrorista que resultou na morte de 85 pessoas e feriu outras 300. Entre os acusados pelo ataque, requeridos pelo governo local para serem julgados no país, está Ahmad Vahidi, atual ministro da Defesa do Irã.

A decisão de abrir uma missão diplomática na Coréia de Norte e a recusa brasileira em assinar o protocolo adicional de não proliferação nuclear, que permite inspeções nucleares com curto aviso prévio e em instalações não declaradas pela AIEA, também seriam motivo de preocupação.

Na mesma reunião, Ainchil disse ao representante norte-americano que o Brasil “esconde certas tecnologias nucleares, como centrífugas” dos inspetores argentinos da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), um organismo binacional responsável por verificar o uso pacífico dos materiais nucleares.

Tais sinais são vistos pela Argentina como um “alerta amarelo”. Para os argentinos, o Brasil se equipara à Alemanha, ao Japão e à Coreia do Sul, países que “poderiam desenvolver e detonar bombas nucleares em pouco tempo se quisessem”, mas que mantêm compromissos internacionais que os impedem de fazer isso.

Para não encostar o vizinho na parede, o que seria “contraprodutivo”, o governo argentino decidiu também não assinar o protocolo adicional, de acordo com Ainchil.

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Navio quebra-gelo nuclear

O diretor do Digan reclamou ainda das recentes compras de armamentos pelo Brasil. Fez comparações com o Chile, que comprara armamentos, mas, ao mesmo, deu sinais positivos retirando as minas terrestres que mantinha na fronteira com a Argentina.

Para Ainchil, de acordo com o documento, em relação ao Brasil, “é preciso contar com os acordos internacionais de não proliferação.”

Na conversa, o diretor da Digan teria afirmado que, caso o Brasil desenvolva a bomba nuclear, a Argentina procuraria se posicionar fazendo avançar seus programas na área, mas com fins pacíficos. “A Argentina iria escolher um caminho de desenvolver e empregar tecnologia nuclear pacífica avançada para demonstrar capacidade, sem de fato desenvolver armas nucleares”, relata o despacho. Ele mencionou como um provável modo de mostrar esta capacidade a construção de um navio quebra-gelo nuclear.

Segundo o despacho, o governo argentino via com alívio a transição presidencial em 2011. Ainchil teria sugerido que, embora a Argentina mantivesse “respeito” pelo então presidente Lula, “a popularidade sem precedentes de Lula e seu desapego de fim de mandato a considerações políticas haviam permitido assumir riscos na política externa e de defesa”.

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Já o sucessor fugiria de medidas controversas, inclusive na relação com o Irã. Por isso, Ainchil sugeriu que os EUA procurassem os candidatos Dilma Rousseff, do PT (Partido dos Trabalhadores) e José Serra, do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), para conversar sobre a adesão brasileira ao protocolo adicional da AIEA.

Questão política e técnica

Para o físico Goldenberg, o Brasil, de fato, tem capacidade técnica de enriquecer urânio a 80%, o necessário para construir uma bomba nuclear. “Se você tem enriquecimento de urânio, você pode enriquecer a um nível baixo ou alto, é uma decisão puramente política”, disse. Mesmo assim, pondera, se o Brasil decidisse fazer a bomba, seria impossível desenvolvê-la do dia para a noite.

“Não é uma coisa trivial que você faz em três meses. Demoraria vários anos. Enquanto o Japão já tem um grande estoque de plutônio, o Brasil precisaria ampliar as instalações e o estoque para fabricar urânio enriquecido”, explicou.

Goldemberg, que foi ministro de Ciência e Tecnologia durante o governo Collor, explica que o Brasil assinou acordos que possibilitam inspeções da AIEA e da ABACC para garantir transparência. “A única maneira de assegurar que não estamos enriquecendo urânio são as inspeções internacionais”, afirmou. “Mesmo assim, como as inspeções são restritas às instalações oficiais, nada impede que amanhã Argentina ou Brasil tenham instalações não declaradas”.

Por isso, Goldemberg defende que o Brasil assine o protocolo adicional do TNP. “Não tenho nenhuma informação de que o Brasil tenha um programa para fins não pacíficos, mas a negativa das inspeções alimenta esse tipo de preocupação”, avaliou.
http://operamundi.uol.com.br/reportagen ... teudo=9526

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Fev 17, 2011 5:17 pm
por alcmartin
10/02/2011 - 08:03 | Natalia Viana | São Paulo


Chile teme parceria nuclear entre Brasil e Irã, mostra documento vazado pelo Wikileaks


Além da Argentina, o Chile também mostrou preocupação com a relação entre Brasil e Irã, conforme revela um documento confidencial da Embaixada dos Estados Unidos em Santiago, datado de 27 de novembro de 2009. Dias antes, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, havia deixado o Brasil após visita oficial.

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Na época, o general de divisão Alvaro Guzman, da Diretoria Internacional e Humana do Ministério das Relações Exteriores, foi à embaixada discutir a posição de ambos os países sobre o Irã.

“O Chile sente que o Irã não tem sido transparente ou honesto ao lidar com assuntos nucleares e o Chile acredita que o Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] deveria tomar medidas mais concretas para pressionar o Irã”, diz o despacho assinado pelo ex-embaixador Paul E. Simons.

Guzman disse que seu escritório estava preocupado com uma possível cooperação nuclear entre Brasil e Irã. “O Brasil está buscando uma avenida para promover sua autoridade como uma liderança em ascensão, e pode ver uma oportunidade em entrar nesse tema, dada a dificuldade do grupo P5+1 (países que formam o Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) em assegurar o engajamento do Irã”.

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Apesar de acreditar que o Brasil iria oferecer somente cooperação nuclear civil – e não militar –, Guzman considerava a perspectiva “assustadora”. Para ele, teria pouco efeito uma intervenção do Chile, "país pequeno". Por isso, Guzman sugeriu que a Argentina poderia ajudar a pressionar o Brasil a se distanciar do Irã.

Ao fim do documento, o embaixador comenta que “Guzman foi surpreendentemente franco em seus comentários, particularmente sobre o Brasil”. Mas observa uma divisão dentro do governo chileno, já que o Ministério das Relações Exteriores tem muitos interesses a preservar em relação ao país.


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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Fev 17, 2011 5:22 pm
por alcmartin
10/02/2011 - 08:05 | Natalia Viana | São Paulo


França disse que Lula “não entende” o Irã, revela Wikileaks


Além de Argentina e Chile, outro país que lamentou a aproximação brasileira com o Irã foi a França, país que privilegiou a parceria com o Brasil durante o governo Lula. A revelação foi feita durante a visita do secretário de Estado adjunto para o Hemisfério Ocidental Arturo Valenzuela a Paris no dia 4 de fevereiro de 2010.

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Valenzuela manteve uma reunião com o conselheiro de Américas da Presidência francesa, Damien Loras, para discutir a situação do Haiti – duas semanas antes o país havia sido devastado por um terremoto, que deixou 220 mil mortos.

A conversa girou em torno da necessidade de fazer com que os haitianos se sintissem donos do processo de reconstrução, ao mesmo tempo em que Loras demonstrou descrença na reforma do governo haitiano, marcado pela corrupção. Sobre a estratégia francesa, Loras deixou claro que gostaria de ver um papel maior do Brasil, mesmo que fosse “às custas” do papel francês.

Segundo ele, o governo francês quer encorajar o Brasil a ser mais ativo no cenário internacional, tornando-se uma liderança global. Mas o francês não poupou críticas à política externa d então presidente Lula.

“Chamando a diplomacia brasileira de espelho dos velhos valores Sul versus Norte, Loras enfatizou que o mundo ocidental precisa se ‘unir’ em tornos de países emergentes em face da crescente influência dos chineses”, relata o embaixador francês no despacho confidencial, enviado em 16 de fevereiro de 2010. “Loras sugeriu que Lula deseja se unir aos EUA e à França em muitos assuntos multilaterais, mas está sendo ‘seduzido’ pela China, que foi em 2009 o principal parceiro comercial do Brasil”.

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Em contraponto, disse ele, o presidente francês, Nicolas Sarkozy está “apostado no Brasil”, com a intenção de manter laços duradouros, independente de quem sucedesse o brasileiro. Até por isso, o governo francês teria ficado “desapontado” com a decisão brasileira de receber o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, mas não surpreso, “já que Lula não compreende totalmente as questões internas do Irã e acreditava que poderia atuar como mediador como fez com a Palestina”.

Ele também disse aos norte-americanos que existe dentro do governo brasileiro um grupo que quer ter poderio nuclear – deixando para isso a porta aberta.

Valenzuela reconheceu os progressos feitos por Lula, mas levantou sua preocupação com “a decisão ingênua do Brasil em se engajar com o Irã”. Ambos concordaram em tentar dissuadir o governante brasileiro, buscando maior alinhamento com os EUA e a França.


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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Fev 17, 2011 5:43 pm
por Makenshi
Rapaz, eu tenho uma raiva desse tal de Goldenberg... que sujeito traidor da pátria :evil:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Fev 17, 2011 5:50 pm
por Zavva
E o pior é que ainda vi alguns foristas acreditarem que a França poderia ajudar o Brasil a construir a bomba atomica. :?

Abs

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Fev 18, 2011 9:34 am
por Oziris
E para que o Brasil precisaria da França para desenvolver uma bomba?
Se já dominamos todo o processo. :roll:


[]'s

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Fev 18, 2011 12:48 pm
por Anton
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 1023,0.htm

Diplomacia de Lula irritou sul-americanos
EUA escutaram de Colômbia, Paraguai e Chile pedidos para ‘conter’ o Brasil, revela WikiLeaks

GENEBRA - Telegramas secretos da diplomacia americana revelam que, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, países sul-americanos se incomodaram com a liderança brasileira e chegaram a pedir a Washington que "contivesse" as ambições do Brasil na região. Os despachos foram divulgados pelo grupo WikiLeaks. Entre os que solicitaram à diplomacia americana que atuasse contra o aumento da influência do Brasil estão Colômbia, Chile e Paraguai.

Em 11 de fevereiro de 2004, numa conversa entre o então presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e uma delegação do alto escalão da diplomacia dos EUA, o incômodo com as ambições de Lula ficou claro. "Uribe disse que sua relação com Lula é complicada", relata o telegrama. O ex-líder de Bogotá e forte aliado de Washington alertou na ocasião para a agenda externa de seu colega brasileiro: "Lula se esforça para construir uma aliança antiamericana na América Latina", teria dito Uribe.

"Lula é mais pragmático e mais inteligente do que (Hugo) Chávez, mas é conduzido por seu histórico de esquerda e pelo ‘espírito imperial’ do Brasil para se opor aos EUA", acusou o ex-presidente colombiano. Em outro trecho, Uribe ainda acusa o presidente brasileiro de não ter cumprido sua promessa de lutar contra o narcotráfico.

Quatro anos mais tarde, as desconfianças em relação a Lula continuariam na Colômbia. Em um telegrama de 2008, o governo americano afirma que foi informado por militares de Bogotá sobre o projeto de criação de um Conselho de Defesa da América do Sul pelo Brasil. "A desconfiança é que seja um projeto, no fundo, de Chávez", teriam alertado os militares.

Em telegrama de 19 de maio de 2005, a então chanceler do Paraguai, Leila Rachid, queixou-se ao embaixador americano em Assunção, Dan Johnson, sobre o comportamento de seu colega brasileiro, Celso Amorim, e sua ideia de convocar uma cúpula entre países árabes e sul-americanos. Johnson, por sua vez, disse que o evento promoveria "gratuitamente tensões entre a comunidade árabe e judaica no Brasil". Ele pediu ainda que, na declaração final, elogios ao Sudão fossem evitados.

"Rachid afirmou que o Brasil teve uma ‘grande disputa’ com vários chanceleres (da América do Sul), incluindo a ministra colombiana (Carolina) Barco e o chileno (Ignacio) Walker, quando Amorim pediu que eles reduzissem as objeções que tinham sobre o Sudão e o processo de paz no Oriente Médio", descreve o embaixador americano.

Rachid diz que gostaria de falar com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, sobre "preocupações em relação à política externa e comercial do Brasil". "Ela (Rachid) estava preocupada com as ambições do Brasil de se tornar uma voz de liderança na região e pediu que os EUA se posicionassem para conter o Brasil."

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Fev 18, 2011 2:47 pm
por prp
Os lacaios se movimentando para continuar a serem lacaios do império. Bando de paisim chinfrin esses da AS.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Fev 18, 2011 5:35 pm
por Petrovski
Na minha opinião isso soa a mensageiro falso. A idéia é continuar mostrando aos países sul-americanos que uma aliança conosco traria melhores frutos.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Fev 19, 2011 8:05 pm
por Franz Luiz
Por isso devemos sempre aguardar o tempo certo para conclusões.
Parece que a imprensa está a fazer balões de ensaio com o governo atual.
Primeiro disseram que Dilma era continuação. Depois que mudaria tudo do gov. Lula e
estaria se aproximando dos EUA e condenando o Irã.
Eu penso que é sempre melhor aguardar algum tempo antes de tirar conclusões em cima de notícias
da mídia nada desinteressada. Nem em Geopolítica, nem em FX2, nem em nada mais.

Brasil, aliado de Teerã

Para Patriota, estratégia visa a reduzir tensões
Carolina Brígido.

BRASÍLIA. O ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota disse ontem que o Brasil manterá uma relação amistosa com o Irã, país que vem reprimindo manifestações antigoverno. Segundo ele, a relação faz parte da estratégia de “diminuir as tensões” do Irã com o resto do mundo. Em contrapartida, o ministro disse ter preocupação com países onde há pena de morte – e citou, como exemplo, a pena de apedrejamento, em vigor no Irã.
- O Brasil é um país sem inimigos que busca o diálogo com todos os quadrantes do globo. Consideramos que é interessante manter um diálogo com o governo iraniano, até mesmo para diminuir as tensões, porque o isolamento, às vezes, só exacerba o que já é uma situação preocupante e que pode levar a um conflito – avaliou Patriota.
A declaração foi feita na edição de ontem do programa de rádio “Bom Dia, Ministro”. Patriota não considera que houve uma aproximação gratuita do Brasil em relação ao Irã durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
- O que eu acho que houve não foi propriamente uma aproximação com o governo do presidente Ahmadinejad, e sim um esforço de contribuir para a criação de confiança entre países como EUA e Irã, e contribuir para que houvesse uma solução diplomática para esta questão, que é uma das mais espinhosas da agenda internacional. Aliás, continua sendo esse o propósito da diplomacia brasileira – afirmou.
Pouco depois, ele disse que o país não apoia sanções aos países da região em crise por conta de manifestações populares.
- As sanções levariam a que resultados? Às vezes, as sanções só servem para exacerbar a situação interna.

Fonte: O globo via CCOMSEX (Plano Brasil: http://planobrasil.com/2011/02/19/brasi ... -de-teera/ )

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Fev 20, 2011 11:37 am
por Paisano
Cúpula Brasil-Portugal norteia reunião entre ministro português e presidenta Dilma

Fonte: http://blog.planalto.gov.br/cupula-bras ... nta-dilma/
Imagem
Presidenta Dilma Rousseff teve longa conversa com chanceler português Luís Amado observada pelo ministro Antonio Patriota. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Uma reunião Brasil-Portugal a se realizar ainda em 2011 foi um dos temas do encontro do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luís Amado, com a presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (18/2), no Palácio do Planalto. A informação foi transmitida pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em entrevista coletiva, no Palácio Itamaraty, em Brasília. Além disso, Amado tratou de temas como crise no Oriente Médio e perspectiva da retomada do crescimento econômico global.
“A reunião deu ênfase, por razões evidentes, à União Europeia, ao Euro, perspectivas de retomada do crescimento, além, um pouco também, de análise do que está se passando no Mundo Árabe. Em sequência tivemos um almoço aqui no Itamaraty, e pudemos examinar assuntos da agenda bilateral. Esse ano deveremos ter uma cimeira, como se diz em Portugal, uma cúpula, como dizemos aqui, Brasil e Portugal, e esperamos que seja no Brasil. A data ainda não foi marcada”, disse Patriota.
Amado afirmou que via “com muita satisfação” o fato de ter sido recebido pela presidenta Dilma e o ministro Patriota. Lembrou também que os dois países participam atualmente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e, por tal motivo, buscam tratar “uma agenda ambiciosa” com o desenvolvimento de diálogo político. O chanceler português deu ênfase também ao fato de Portugal ser o quarto principal investidor no Brasil e frisou interesse de manter este nível de investimento no país.



O ministro português reconheceu que a situação é bastante crítica no Oriente Médio e também em Guiné-Bissau, país da África equatorial, e destacou a necessidade de as Nações Unidas darem uma “resposta articulada” em relação aos conflitos no mundo árabe e islâmico.

Patriota contou que conversou com o colega português sobre os problemas que estão acontecendo naquela região.
“Estávamos conversando também agora sobre a intensificação da cooperação na área educacional. Além disso examinávamos um pouco as possibilidades de coordenação mais intensa que já ocorre até espontaneamente, mas agora com a circunstância fortuita adicional de estarmos Brasil e Portugal no Conselho de Segurança, durante o ano de 2011 (…).”
E continuou: “conversamos um pouco sobre temas da agenda do Conselho de Segurança, como a questão do Haiti, como a situação Israel-Palestina. Hoje é um dia muito importante para o Conselho, pois está em exame a perspectiva, a possibilidade de voto de uma resolução apresentada pelo grupo árabe sobre assentamentos israelenses. Ainda não está certo se essa resolução será colocada em voto ou não, mas mantivemos pontos de coordenação sobre esse tema, sobre o tema mais amplo da situação no Egito e no mundo árabe, assim como a situação em Guiné-Bissau, e outras, direitos humanos, etc.”

Na entrevista o ministro brasileiro foi indagado sobre o fato de a China ser atualmente o principal investidor no país, assunto tratado pelo chanceler no programa Bom Dia Ministro, transmitido em rede nacional de rádio, hoje pela manhã. Patriota disse que a presidenta Dilma visitará a China em março, ocasião que participará do encontro dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), oportunidade para o debate do tema.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Fev 20, 2011 12:13 pm
por jauro
Defesa aérea frágil é principal problema

Poderio do Brasil está obsoleto, mas vizinhos não representam ameaça
Proteção do pré-sal e alinhamento de Chávez com Rússia são usados como justificativa para reequipamento militar
IGOR GIELOW

O poderio militar brasileiro está obsoleto, mas também não tem ameaças imediatas ou competidores avançados na região. Sofre gravemente em setores como defesa aérea, mas tem algumas ilhas de excelência.
Há dois focos usados para justificar o reequipamento: a defesa do pré-sal e a Venezuela. Nos últimos anos, muito se falou do alinhamento de Hugo Chávez com a Rússia, que passou a lhe fornecer equipamento militar.
Os mais vistosos negócios são a aquisição de 24 caças Sukhoi-30, os mais poderosos do continente, e sistemas antiaéreos de ponta.
Nesse quesito, defesa aérea, o Brasil tem sua maior fragilidade. Dispõe de 66 lançadores portáteis de mísseis russos Igla, de curto alcance, e canhões antiaéreos antiquados. O Exército, responsável pelo setor, analisa a compra de sistemas russos similares aos da Venezuela, mas lentamente.
Os mais de 200 tanques de segunda mão que o Brasil comprou da Alemanha serviriam muito pouco no caso de um agressor com poder aéreo razoável atacar. Aliás, como a Argentina levaria décadas para voltar a ser uma preocupação estratégica, a aquisição não combina com as prioridades da Força terrestre, como a Amazônia.
Os Mirage-2000 baseados em Anápolis resolvem problemas pontuais no caso de alguém atacar Brasília, mas não passam muito disso. Há buracos no reabastecimento aéreo e transporte.
Melhor se saem os antigos caças F-5 modernizados no Brasil. Tendo derrotado aviões modernos em exercícios simulados, inclusive o Rafale oferecido à FAB, eles deverão "segurar as pontas" quando os Mirage forem aposentados a partir de 2015-16.
É nesse contexto que existe pressa para a escolha dos novos aparelhos, porque sua adoção é gradual e os F-5 não devem voar depois de 2020.
Concebida no espaço de atuação do Sivam na Amazônia, a vigilância feita pelos aviões-radar R-99 em conjunto com SuperTucano e F-5, ambos da Embraer, não tem rivais locais.
A Marinha opera submarinos convencionais eficazes e conseguiu manter seus navios atualizados. E já toca a renovação de sua frota submarina, dentro do acordo militar de 8,5 bilhões de euros (R$ 20 bilhões) assinado com a França em 2009.
"A intenção de ter um submarino nuclear (em 2025) colocará o Brasil como a nação mais poderosa em termos navais na região", disse Russell Jones, analista de América Latina da consultoria Jane's.

SEM AMEAÇAS
Comunicações são um problema, com Exército e Marinha visando ampliar capacidades com planos bilionários. Há ainda bases aéreas grandes no Sul-Sudeste, refletindo uma ideia antiga de guerra com a Argentina.
Não existe, porém, ameaça direta ou mesmo capacidade de algum de nossos vizinhos de nos causar problemas mesmo em simulações delirantes de conflitos.
Diferentemente da maioria dos analistas, o chefe de Jones afirma que há uma corrida armamentista em curso na América Latina. "Mas acho que ela não diz respeito a perigos no futuro, mas a movimento do Brasil para assumir a posição de primazia diplomática nos assuntos da região", disse Guy Anderson.
Seja como for, nada disso se compara ao colosso militar ao norte, os EUA. A última superpotência, que pode destruir o mundo com suas 5.000 ogivas nucleares, gasta 25 vezes mais com suas forças do que o Brasil -e sete vezes mais que a segunda colocada, a badalada China.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Fev 21, 2011 6:06 pm
por DELTA22
21/02/2011 - 15h39

Brasil ganha processo contra EUA por tarifa do suco de laranja

Rio de Janeiro, 21 fev (EFE).- O governo brasileiro disse nesta segunda-feira (21) que recebeu com "satisfação" o relatório final do painel da Organização Mundial do Comércio (OMC) que decidiu a favor do país em sua ação contra os Estados Unidos pelas tarifas impostas ao suco de laranja procedente do Brasil.

"O governo recebeu com satisfação as determinações do painel e espera que sejam confirmadas no relatório final", assinalou em comunicado o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, que é o maior produtor e exportador mundial de suco de laranja.

O relatório foi anunciado a menos de um mês da visita que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará ao Brasil nos dias 19 e 20 de março, e na qual serão abordados algumas divergências comerciais entre ambos países.

A Chancelaria acrescenta em sua nota que, após a nova decisão da OMC sobre o caso, espera que os Estados Unidos "abandone definitivamente a prática do 'zeroing' (zeramento) em todos os procedimentos para combater o comércio desleal".

O Brasil questionou perante a OMC a prática de 'zeroing' que os Estados Unidos usa para supostamente inflar artificialmente os preços mínimos sobre os que aplica tarifas extraordinários a fim de evitar a concorrência desleal de outros países, especificamente no caso do suco de laranja.

"Mais especificamente o Brasil questionou o uso do 'zeroing' em revisões administrativas, assim como o uso contínuo dessa metodologia em procedimentos contra o comércio desleal sucessivos", acrescenta a nota.

A medida questionada permite a aplicação de multas ao comércio desleal sobre produtos que teoricamente não teriam que ser gravados por não terem sido exportados a um preço inferior ao de seu custo real.

"Brasil defendeu que a prática do 'zeroing' distorce o cálculo da margem de comércio desleal ao ignorar aquelas operações nas quais o valor da exportação do produto é superior a seu valor normal no mercado interno. A prática, portanto, é incompatível com diversos dispositivos da OMC", acrescenta.

A Chancelaria se absteve de divulgar o conteúdo do relatório final do painel de analistas da OMC devido a que "foi entregue às partes do caso de caráter confidencial".

"No entanto é possível indicar que o relatório final manteve os termos do relatório provisório apresentado no dia 20 de dezembro de 2010", acrescenta o comunicado da Chancelaria em referência a um relatório que lhe tinha dado a razão ao Brasil em sua disputa comercial com os Estados Unidos.

Segundo o Ministério de Exteriores brasileiro, o conteúdo do relatório final estará disponível para todos os membros da OMC e para o público depois que seja traduzido nas três línguas oficiais da organização.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noti ... ranja.jhtm

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Fev 21, 2011 9:48 pm
por Enlil
FOXTROT escreveu:[Confira 16 países onde conflitos podem eclodir em 2011
04 de janeiro de 2011

Mapa mostra a localização dos 16 países ondem podem acontecer conflitos, para o International Crisis Group

Foto: Arte Terra/Reprodução

Reduzir Normal Aumentar Imprimir Dezenas de zonas de tensão política e social se espalham pelos continentes no início da segunda década do século XXI. A partir desse quadro e com base em dados do International Crisis Group, a revista Foreign Policy elaborou uma lista de 16 países que passam por uma situação delicada e que, no decurso de 2011, podem se ver em meio à eclosão de conflitos de proporções mais graves.

Costa do Marfim
As eleições de outubro são a chave para o 2011 da Costa do Marfim, que segue dividida entre os candidatos que se proclamam vencedores do pleito: Laurent Gbago, que assumiu a Presidência, respaldado por setores do Exército e pelo Conselho Constitucional; e Alassane Outtara, antigo premiê, defendido pela comunidade internacional. A disputa perdura, e o país fica à beira do conflito: a ONU reportou desaparecimentos e estupro, e ao menos 20 pessoas já morreram.

Colômbia
O presidente Juan Manuel Santos empreendeu reformas e buscou a reaproximação com Equador e Venezuela, mas o problema das guerrilhas permanece um desafio. Apesar de avanços, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas) ainda possuem 8 mil soldados, enquanto outros grupos ocupam o mercado do tráfico e fazem aumentar a violência: a taxa de homicídios em Medellín, segunda maior cidade, cresceu mais de 100% no último ano. O pedido de paz pode não concretizado.

Zimbábue
Governado pela frágil aliança entre antigos rivais, o Zimbábue também começa 2011 em meio a disputas eleitorais. De um lado está Robert Mugabe, que há tempos mantém a presidência; de outro, Morgan Tsvangirai, o premiê e lider oposicionista. A coalizão, que é de 2009, poderia acabar com um novo pleito, mas divergências emperram o avanço: Mugabe quer eleições para renovar toda a estrutura política, e Tsvangirai espera passar a votação de uma nova constituição.

Iraque
Invadido pelos EUA em 2003, o Iraque passou anos da última década mergulhado na violência. Agora, à medida que as ruas parecem mais seguras, a arena política mostra seus riscos. Após nove meses, o novo governo foi finalizado em dezembro, mas é fraco. Enquanto políticos demoram a tomar as rédeas, teme-se que as mesmas voltem à insurgência - seja por fraqueza das forças de segurança, seja pela influência de vizinhos, como o Irã, que há tempo presta apoio a xiitas.

Venezuela
Em 2010, o presidente Hugo Chávez e seu partido perderam o controle da Câmara, mas essa derrota, que poderia frear os projetos do governo, pode perder significância depois que a Assembleia Nacional concedeu temporariamente a Chávez o direito de governar por meio de decretos. Enquanto isso, a violência urbana cresce, o país se torna um corredor para o tráfico internacional de drogas, e forças de segurança pública se veem acusadas de corrupção.

Sudão
Após duas décadas de guerra, o Sudão assinou em 2005 o Tratado de Naivasha, que punha fim ao conflito. Desde então, a paz vem sendo testada, e em 9 de janeiro um capítulo decisivo será escrito com a realização do referendo sobre a autonomia da região sul. O "sim" deve vencer, e se espera que o resultado seja aceito. No entanto, caso o resultado não venha a ser bem aceito, teme-se a volta do antigo conflito entre Norte e Sul.

México
O presidente Felipe Calderón declarou guerra aos carteis de drogas, mas o conflito já matou mais de 30 mil pessoas. A tensão é maior na fronteira com os Estados Unidos, onde grupos lutam pelo controle do tráfico que dá acesso comercial às grandes áreas metropolitanas americanas. Em 2010, temendo mais retaliações, um jornal publicou uma carta perguntando o que era permitido publicar. A situação parece longe de qualquer solução.

Guatemala
A luta pelo controle do lucrativo tráfico na fronteira mexicana com os EUA levou a violência à vizinha Guatemala. Dotada de um Estado fraco e de instituições frágeis, a sociedade guatemalteca pode ter de enfrentar em 2011 as repercussões da guerra das drogas no próprio solo. No final de 2010, ações policiais foram empreendidas para tentar retomar o controle de regiões próxima ao México.

Haiti
Para os haitianos, janeiro não será somente o mês do aniversário de um ano do terremoto de 2010, que devastou o mais pobre país do mundo ocidental. Neste mesmo mês, o país volta às urnas para finalizar um conturbado processo eleitoral que define o governo que terá a missão de começar a resgatar o Haiti de 2010, ano em que o país também teve de enfrentar uma drástica epidemia de cólera. Cerca de um milhão de haitianos permanecem sem lar na capital Porto Príncipe.

Tadjiquistão
Extremamente pobre, carente de serviços públicos e controlado há anos pelo grupo político do ex-líder soviético Emomali Rahmon, o Tadjiquistão pode ter de lidar em 2011 com a presença massiva de guerrilhas que vêm lutando ao lado do Talibã na tumultuada região central da Ásia. O governo vem tentando lidar com ataques oriundos da fronteira sul afegã, mas pouco resultado foi obtido até agora.

Paquistão
O Paquistão ainda enfrenta a crise gerada pelas enchentes de 2010, que desalojaram 10 milhões de pessoas. Por outro lado, o crescimento de grupos insurgentes ligados ao Afeganistão vem espalhando violência por diversas cidades paquistanesas. E o governo, por sua vez, mostra dificuldades de lidar com estes desafios, à medida que se encontra dividido entre governantes fracos, impopulares, e um exército poderoso.

Somália
Em 2011, a Somália deve seguir enfrentando o perigo da perda de controle de território para a insurgência islâmica. Atualmente governado por um grupo de transição apoiado pela União Europeia, o país permanece frágil e somente vem resistindo a ataques devido à ajuda provida pelas forças da União Africana. Um dos grupos insurgentes é o Al Shabab, que almeja a construção de um Estado muçulmano conservador e, no momento, trabalha para obter o controle da capital Mogadishu.

Líbano
O Líbano pode ter um 2011 delicado. Um Tribunal Internacional deve julgar membros do Hezbollah acusados de tentar assassinar o ex-premiê libanês, Rafik Hariri, numa decisão que poderia causar uma onda de violência. A situação com Israel também é incerta: após a guerra de 2006, a relação entre ambos não é das mais fecundas e se teme um novo conflito. Na foto, bandeiras libanesas e iranianas são expostas na visita do presidente Mahmoud Ahmanidejad.

Nigéria
A Nigéria teve um 2010 tumultuado: o presidente morreu devido a problemas cardíacos; centenas de pessoas foram assassinadas, vítimas de violência entre muçulmanos e cristãos; e o petróleo foi palco de ataques e sequestros de rebeldes ao longo do delta do Níger. Esses serão os desafios com os quais o novo presidente, a ser eleito na primavera de 2011, terá de lidar.

Guiné
A Guiné teve seu presidente assassinado em 2008. O episódio forçou a formação de uma junta militar, que, embora bem recebida, se mostrou inapto a governar depois de assassinar 150 manifestantes que realizavam um protesto pacífico. A junta convocou eleições, e, em dezembro de 2010, o país comemorou a posse do primeiro presidente eleito democraticamente, Alpha Condé. Em 2011, ele terá pela frente o desafio de manter a paz na Guiné e reorganizar as riquezas do país.

República Democrática do Congo
Anos após a Segunda Guerra do Congo (1998-2003), durante a qual 4,5 milhões morreram, a República Democrática do Congo segue um foco de tensão, por trás da qual reside a chamada "maldição dos recursos": a busca pelo controle do ouro, do cobalto e diversos outros minerais que abundam no país. Nenhum dos atores em jogo parece ter poder suficiente para controlar o país, mas todos parecem ter recursos para seguir tentando.]
Marino escreveu:Mapa da notícia anterior:
Imagem

Estamos no começo do ano, ainda há tempo para acertar algum signo do horóscopo :mrgreen:...

"Adoro" previsões de economistas e intelectuais de gabinete...



[]'s.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Fev 21, 2011 11:48 pm
por Bolovo
Esqueceram de citar o norte da Africa todo. Mas bem, por essa ninguém esperava.