Eleições Presidenciais de 2012, EUA

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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#346 Mensagem por Bourne » Qui Nov 08, 2012 7:38 pm

Assim destruiu minha hipótese. :(




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#347 Mensagem por JT8D » Qui Nov 08, 2012 7:51 pm

Bourne escreveu:Assim destruiu minha hipótese. :(
Mas você tem toda razão quanto ao equilíbrio no restante do país. É que a pequena diferença a favor de Obama nos grandes estados significa uma enorme diferença em número de delegados no colégio eleitoral.

Abraços,

JT




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#348 Mensagem por JT8D » Qui Nov 08, 2012 8:15 pm

delmar escreveu:
Bourne escreveu:Mais o menos. Na maioria dos estados e cidades é muito próximo. É raro ter uma surra.

Bristol, Tennessee: Romney 72,7 / Obama 25,6
Richmond, Virgínia: Obama 77,8 / Romney 20,7

O pessoal da cidade grande faz muita piada com os caipiras.
Os caipiras são os chamados "REDENECK", caipirões. De um modo geral os estados "confederados" são republicanos, conservadores.
Há uma clara divisão dos EUA entre duas visões de mundo antagônicas: por um lado os progressistas, adeptos das liberdades civis, que defendem a diversidade cultural e a atuação do estado na organização da sociedade; do outro lado os tradicionalistas, fundamentalistas religiosos, defensores do estado mínimo e da autonomia do cidadão (que muitas vezes são também racistas e xenófobos).

Abraços,

JT




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#349 Mensagem por P44 » Sex Nov 09, 2012 6:57 am

felipexion escreveu:
Brasileiro escreveu:Uns mapinhas pra vocês brincarem:

Imagem


abraços]
Eu pensei nessa ideia que os mapas trazem, mas queria saber se as áreas com população negra e latina predominante Obama venceu ou perdeu.

como postei antes
Obama got over 85% of the African-American vote, 77% of the LGB vote, 72% of the Asian-American vote, 71% of the Latino vote, 67% of the youth vote and 55% of the women vote.
as perspectivas de futuro são para um crescimento da comunidade latina e um decréscimo da comunidade branca.
Há quem fale que em breve o próprio TEXAS poderá ser tornar um "swing state", só para dar um exemplo.


ps -já agora,o Lincoln o grande pai da "libertação dos escravos" era...Republicano.




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#350 Mensagem por Bourne » Sex Nov 09, 2012 8:41 am

Na época ser republicano era ser renovador. Uma das bandeiras era ser contra a escravatura. Até hoje negros e latinos são simpáticos ao partido e ocupam altos cargos como Condoleezza Rice. É um discurso que comove até hoje. Mesmo se tornando um partido de ricos.

O Lincoln foi o primeiro presidente deste partido. E nas horas vagas caçava vampiros. :mrgreen:

No século XX que estabeleceu uma divisão mais clara entre republicanos e democratas com o fortalecimento desses dois partidos. Está um dos motivos dos americanos do sul preferirem os democratas aos republicanos. Apesar de mudar bastante depois da luta pela revogação das leis de segregação com Kennedy e Johnson.

O Texas, califórnia, Flórida são estados cheio de latinos. O espanhol chega a ser a segunda língua na Flórida.




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#351 Mensagem por P44 » Sex Nov 09, 2012 9:28 am

Bourne escreveu:
O Texas, califórnia, Flórida são estados cheio de latinos. O espanhol chega a ser a segunda língua na Flórida.
Obama ganhou na Florida e na Califórnia. Á medida que os latinos se forem expandido em termos demográficos, mais dificil será para os republicanos manterem certos "bastiões", sendo o Texas o estado mais emblemático.




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#352 Mensagem por felipexion » Sex Nov 09, 2012 1:05 pm

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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#353 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Nov 09, 2012 2:31 pm

Felipe, era para ser uma notícia séria ou piada? Porque eu ri bastante.




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#354 Mensagem por P44 » Sex Nov 09, 2012 2:59 pm

voltando ao assunto das alterações demográficas e no que isso poderá vir a beneficiar os democratas, aqui fica análise do novo guru Nate Silver

As Nation and Parties Change, Republicans Are at an Electoral College Disadvantage


Two more presidential elections, 2016 and 2020, will be contested under the current Electoral College configuration, which gave Barack Obama a second term on Tuesday. This year’s results suggest that this could put Republicans at a structural disadvantage.

Based on a preliminary analysis of the returns, Mitt Romney may have had to win the national popular vote by three percentage points on Tuesday to be assured of winning the Electoral College. The last Republican to accomplish that was George H.W. Bush, in 1988. In the table below, I have arranged the 50 states and the District of Columbia from the most Democratic to the most Republican, based on their preliminary results from Tuesday. Along the way, I have counted up the number of electoral votes for the Democratic candidate, starting at zero and going up to 538 as he wins progressively more difficult states.

This process resembles how the FiveThirtyEight tipping-point analysis :arrow: http://fivethirtyeight.blogs.nytimes.co ... ing-state/ was calculated. In the simulations we ran each day, we accounted for the range of possible outcomes in each state and then saw which states provided Mr. Obama with his easiest route to 270 electoral votes, the minimum winning number. The state that put Mr. Obama over the top to 270 electoral votes was the tipping-point state in that simulation.

Imagem

Now that the actual returns are in, we don’t need the simulations or the forecast model. It turned out, in fact, that although the FiveThirtyEight model had a very strong night over all on Tuesday :arrow: http://news.cnet.com/8301-13578_3-57546 ... /%E2%80%9D , it was wrong about the identity of the tipping-point state. Based on the polls, it appeared that Ohio was the state most likely to win Mr. Obama his 270th electoral vote. Instead, it was Colorado that provided him with his win – the same state that did so in 2008.

The worry for Republicans is that Mr. Obama won Colorado by nearly five percentage points (4.7 points was his margin there, to the decimal place). In contrast, Mr. Obama’s margin in the national popular vote, as of this writing, is 2.4 percentage points. We estimate that it will grow to 2.5 percentage points once some remaining returns from states like Washington are accounted for, or perhaps slightly higher once provisional ballots in other states are counted. But it seems clear that Mr. Obama had some margin to spare in the Electoral College.

Had the popular vote been a tie – assuming that the margin in each state shifted uniformly – he would still have won re-election with 285 electoral votes, carrying Colorado and Virginia, although losing Florida and Ohio.

In fact, had Mr. Romney won the popular vote by two percentage points, Mr. Obama would still have won the Electoral College, losing Virginia but holding onto Colorado.

Of course, the relative order of the states can shift a bit from election to election: in 2000, after all, it was Democrats who lost the Electoral College despite winning the popular vote.

Ohio might be one of the Republicans’ lesser worries. Mr. Obama did win the state, but his margin is 1.9 percentage points based on the ballots in so far, slightly less than his margin of victory nationally, and he may have benefited there from the auto bailout, a one-off event.

But Mr. Obama did not need Ohio to carry the Electoral College, it turned out. Instead, states where there have been demographic shifts, like Colorado, gave him enough of a cushion.

Nor was Ohio the only formerly Republican-leaning state to move closer to the Electoral College tipping point. Mr. Obama’s margins in Virginia, Florida and North Carolina also held up well as compared to 2008.

Virginia, in fact, was incrementally more Democratic-leaning than the country as a whole this year, voting for Mr. Obama by three percentage points.

In Florida, Democrats now seem to have a real advantage with Hispanic voters. Non-Cuban Hispanics there voted for Mr. Obama by roughly the same two-to-one margins that they did in other states, and the Cuban-American vote, long considered Republican-leaning, is now divided about equally between the parties.

Mr. Obama lost North Carolina on Tuesday, but he did so by only about two percentage points. By contrast, in 2000 Al Gore lost North Carolina by 13 points despite winning the national popular vote.

If these states are becoming more Democratic-leaning, which ones are shifting toward Republicans?

Missouri, once a tossup, is now solidly Republican. And West Virginia, which was once Democratic-leaning enough that Michael Dukakis carried it in 1988, voted for Mr. Romney by 27 points on Tuesday.

The problem for Republicans is that in states like these, and others like Tennessee, Kentucky and Arkansas, they are now winning by such large margins there that their vote is distributed inefficiently in terms of the Electoral College.

By contrast, a large number of electorally critical states – both traditional swing states like Iowa and Pennsylvania and newer ones like Colorado and Nevada – have been Democratic-leaning in the past two elections. If Democrats lose the election in a blowout, they would probably lose these states as well. But in a close election, they are favored in them.

The Republican Party will have four years to adapt to the new reality. Republican gains among Hispanic voters could push Colorado and Nevada back toward the tipping point, for example.

States like Wisconsin, New Hampshire and Iowa are overwhelmingly white – but also highly educated, with fairly progressive views on social policy. If Republicans moderated their tone on social issues, they might be more competitive in these states, while regaining ground in Northern Virginia and in the Philadelphia suburbs.

Finally, some of the Democrats’ apparent advantage in the swing states may reflect Mr. Obama’s voter targeting and turnout operations – which were superior, by most accounts, to John McCain’s in 2008 and Mr. Romney’s in 2012.

It is not my job to give advice, but the next Republican nominee might be well served to remember that the party won the Electoral College despite losing the popular vote in 2000, when George W. Bush and Karl Rove put more emphasis on the “ground game.” But the Republicans seemed to be at a disadvantage in the last two years when their candidates put less of an investment into it.

If the parties continue down the same paths, however, this won’t be the last election when most of the swing states turn blue.

http://fivethirtyeight.blogs.nytimes.co ... advantage/




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#355 Mensagem por marcelo l. » Ter Nov 13, 2012 6:55 pm

Desesperada por el triunfo de Barack Obama para un nuevo mandato, una mujer en Arizona atropelló a su esposo con el auto al enterarse de que éste no había ido a votar.

Holly Solomon, de 28 años, terminó detenida por "violencia doméstica" tras atropellar y herir con un Jeep a su esposo, Daniel Solomon (36), en un estacionamiento de la localidad de Gilbert, en Phoenix (Arizona), según informó la prensa local.

Daniel Solomon, que terminó internado con heridas graves en el Scottsdale Healthcare Osborn Medical Center, dijo a los investigadores que su mujer "odia a Obama" y cree que "su familia la va a pasar mal" en un segundo gobierno del demócrata.

El hombre contó que la mujer enfureció porque "no había participado en la elección", culpándolo así de la victoria de Obama.

La discusión se desató adentro del auto en el estacionamiento y escaló. "El se bajó del auto y ella le gritaba", contó un testigo a una radio local. "El se empezó a alejar y ella manejaba en círculos alrededor de él y no lo dejaba ir, asi que finalmente él escapó corriendo y ella lo pisó", agregó.

Mitt Romney perdió la elección el martes, aunque ganó en Arizona. Pero aún si Daniel hubiese votado por el republicano, no habría arrojado ninguna diferencia en la elección nacional, algo que a su mujer no pareció importarle.

http://www.clarin.com/mundo/Atropello-m ... 19147.html




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#356 Mensagem por Lirolfuti » Qua Nov 14, 2012 5:20 pm

Reeleição de Obama impulsiona venda de armas nos EUA
Defensores do porte de armas no país temem que presidente introduza medidas de restrição.



A reeleição de Barack Obama teve um efeito imediato. Imediatamente após os votos dos eleitores americanos terem sido contados, o setor de armas de fogo viu suas vendas aumentarem de forma fenomenal.

A tendência já podia ser observada desde meados de outubro, quando Obama disse, durante o segundo debate presidencial, que cogitava proibir a venda de armas de assalto (semiautomáticas) a civis e evitaria que armas de fogo chegassem às mãos de criminosos com verificações de histórico criminal.

Muitos americanos, temendo perder seu direito garantido pela segunda emenda da constituição, correram às lojas especializadas para abastecer seu arsenal.

As ações da Smith & Wesson, uma das maiores fabricantes de armas dos Estados Unidos, subiram em mais de 7%, enquanto que sua concorrente, Ruger, terminou o dia seguinte à reeleição do presidente democrata vendo um aumento de 3%. As vendas de rifles táticos e munições também dispararam, com os consumidores dando preferência às armas de assalto do tipo AR-15 e AK-47.

O debate sobre o direito ao porte de armas é um dos mais ferozmente defendido pelos americanos conservadores. A discussão ficou ainda mais em destaque com o recente aumento de massacres em massa aleatórios cometidos por cidadãos americanos com porte de artilharia pesada. Nos últimos cinco anos, já aconteceram 13 tragédias do tipo nos Estados Unidos.

'Acho que é preciso um certo controle para que alguns indivíduos, como aqueles com ficha criminal, não possam ter acesso a armas, mas sou extremamente contra um presidente mexer com direitos garantidos pela constituição. Isso abre um precedente para que os presidentes possam limitar ou eliminar outros direitos constitucionais, como a liberdade de expressão ou religiosa', diz o engenheiro Fred Williams, que resolveu comprar um revolver logo depois de ficar sabendo que Obama teria um segundo mandado.

Segundo publicações especializadas do setor de venda de armas de fogo, foi a menção de Obama a uma possível proibição de vendas de armas para civis que fez com que, em outubro, o número de verificações de histórico criminal tivesse um aumento de 18,4%, segundo dados do FBI. Esse dado é o principal indicador do desempenho do mercado de armas.

Temor
Em 1994, o então presidente Bill Clinton despertou a ira da National Rifle Association of America (NRA), um dos mais poderosos grupos de lobby em Washington que luta pela garantia ao direito dos cidadãos de portar arma, ao decretar a Proibição Federal a Armas de Assalto.

A lei federal tinha um prazo de validade de 10 anos e proibia a fabricação de armas semi-automáticas, como o AK-47, para uso civil. Para a alegria da NRA, a proibição não foi renovada pelo republicano George W. Bush em 2004.

Mas agora, grupos conservadores acham que o presidente americano vai se sentir mais livre para agir sem preocupação de desagradar alguns setores da população, já que nunca mais terá de participar de uma eleição.

'Se Obama nomear mais juízes da Suprema Corte, os proprietários de armas terão muito a temer', afirma a NRA, em referência a temores de que o líder americano indique juízes favoráveis a medidas de controle de armas.

Mas os grupos ativistas pela proibição de venda de armas de fogo estão satisfeitos e esperançosos em relação aos próximos quatro anos de Obama na Casa Branca.

Em um comunicado parabenizando o presidente americano pela reeleição, o grupo Brady Campaign to Prevent Gun Violence, prometeu 'trabalhar em nome dos americanos com o presidente e o Congresso para reduzir a violência causada por armas de fogo'.

No entanto, é mais provável que nada mude e os americanos continuem a gozar do direito ao porte de armas por, pelo menos, mais dois anos. Além da reeleição de Obama, as últimas eleições garantiram o controle da Câmara aos republicanos, o que pode fazer de Obama um presidente sem mandado até 2014, quando os americanos poderão novamente escolher seus deputados.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/ ... eua-1.html




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#357 Mensagem por Bourne » Qua Nov 14, 2012 6:04 pm

Algumas reflexões...

O governo Obama está desmontando o modelo de crescimento liderado pela expansão financeira (ou finance-led). A justificativa é que está esgotado. Não como sustentar o crescimento e endividar ainda mais as famílias, nem encarar como normal exportar empregos e industrias.

O sinal de que isso esteja acontecendo é a nova estrutura regulatória que poda a capacidade das instituições criarem dívidas. Seguida da desvalorização paulatina do dólar como efeito natural das políticas de estimulo. Por último, o crescimento da rede de proteção social, políticas anticíclicas e incentivos a construção de estruturas produtivas.

O resultado é que o crescimento passa a ser puxado pelo aumento da produção, renda e emprego, não mais empréstimos. O dólar retorna a um ponto de equilíbrio que não prejudica a industria norte-americana, permitindo o ajuste dos déficits externos. A tendência é aprofundar no segundo governo Obama e ser uma transição aceitável e desejável pela maioria estar tendo benefícios. Áreas industrias como Detroit estão muito felizes com o governo. Apesar dos protestos de certos grupos.

Enquanto no resto do mundo países que basearam o crescimento na exportação para os EUA e recebimento de companhias direcionadas para o mercado norte-americano terão que se ajustar. Principalmente, os asiáticos vão precisar criar mercado interno e adaptar sua estrutura industrial para conquistar outro mercados internos e externos.

Veremos no futuro. Ainda apenas o esboço de uma ideia a respeito do que vem a ser o novo momento social, político e econômico norte-americano. Entretanto, o discurso interno dos dois partidos vai ser obrigado a começar a mudar muito. Não duvido que o próximo presidente seja republicano e mude pouco a direção atual.




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#358 Mensagem por marcelo l. » Seg Nov 19, 2012 11:07 am

Eu votei em uma eleição nacional pela primeira vez na minha vida hoje - com a idade de 62. Durante mais de três décadas, como correspondente estrangeiro e um repórter político, informou sobre as eleições em inúmeros países ao redor do mundo. Já vi pessoas fazendo fila pacientemente para lançar seu voto em lugares como a Polônia ea Rússia e Haiti - mas eu nunca realmente votou mim. Onde quer que eu vivia, eu era sempre um estrangeiro.

Como um cidadão dos EUA novo, fiquei impressionado com o contraste entre a banalização ea vulgaridade da campanha política e da solenidade e santidade da experiência de votação. Dentro da minha mesa de voto, em Bethesda, Maryland, fomos instruídos a desligar nossos celulares, simbolicamente zoneamento o mundo exterior, a retórica enganosa político, as acusações e contra-acusações, verdades torcidas e mentiras. Por alguns momentos, me senti em paz, no santuário imaculado interior da democracia americana.

Eu gosto de pensar que o meu voto não foi afetado pelos milhões de dólares gastos pelas campanhas rivais, os momentos Gotcha, os slogans vazios. Instado a doar alguns dólares para a um dos candidatos, eu respondi com uma pergunta: Por que eu iria querer fazer nada para contribuir para o fluxo interminável de inane anúncios políticos que já estão poluindo as ondas? A voz insistente do outro lado da linha telefônica não tinha uma resposta escrita para essa pergunta.

No final, eu votei com o tipo de América eu quero que meus filhos herdarão. (. Veja foto acima) Votei também em como eu pensei que os candidatos iria lidar com a grave responsabilidade de um presidente jamais pode enfrentar: a questão da guerra e da paz. Como um historiador da crise dos mísseis em Cuba , eu pensei do presidente que nos guiou de volta da beira da aniquilação nuclear, há 50 anos. Tinha outra pessoa ocupou a Casa Branca, em outubro de 1962, o resultado poderia ter sido muito diferente.

Eu também achava do herói militar que extraiu os Estados Unidos a partir da guerra da Coréia e alertou para o crescente poder do complexo militar-industrial e o falcão galinha que nos levou a uma guerra desastrosa no Iraque. Eu pensei que de todos os presidentes, desde Truman a Reagan, que nos guiou para a vitória na Guerra Fria não através da conquista militar, mas por fazer a América uma sociedade mais atraente, vibrante do que o seu inimigo ideológico.

Pensei nas vidas desperdiçadas e oportunidades desperdiçadas desperdiçadas na chamada "guerra ao terror" - e eu votei para o candidato mais provável para manter nosso país seguro e próspero.

http://cubanmissilecrisis.foreignpolicy.com

Michael Dobbs primeira vez :shock:




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#359 Mensagem por Bourne » Qua Nov 28, 2012 12:49 pm

Old, mas gold

Paul Krugman e o rumo perdido dos EUA

http://www.advivo.com.br/node/1023554

Como os Estados Unidos perderam o rumo

Por Paul Krugman

Ao investigar impotência de Obama diante de WallStreet e guinada ultraconservadora dos republicanos, Krugman dispara: país entrou em crise com a democracia

Por Paul Krugman e Robin Wells*, no New York Review of Books | Tradução: Hugo Albuquerque

Na primavera de 2012, a campanha de Obama decidiu ir atrás da história de seu oponente, Mitt Romney, na Bain Capital, uma firma de administração de fundos privados [private equity] que se especializou em assumir o controle de empresas e multiplicar o capital de seus investidores – às vezes, promovendo seu crescimento, mas frequentemente às custas dos seus trabalhadores. Na verdade, houve vários casos em que a Bain conseguiu lucrar mesmo quando as empresas adquiridas foram à falência.

Havia razões política claras para tal atitude. O próprio senador Ted Keneddy havia suscitado, com sucesso, a história dos trabalhadores arruinados pela Bain, em sua campanha contra Ronney em Massachussetes, em 1994. Além disso, o único discurso possível para Romney, na atual disputa pela presidência, é sua afirmação de que pode, como um homem de negócios bem- sucedido, consertar a economia. Fazia todo o sentido apontar as muitas sombras que pairam sobre a história de negócios de Romney – e fisar que o que é bom para a Bain, definitivamente não serve aos Estados Unidos.

No entanto, enquanto escrevíamos este artigo, dois políticos destacados do Partido Democrata minaram a estratégia. Primeiro, Cory Booker, o prefeito de Newark, descreveu os ataques ao private equity como “repugnantes”. Depois, ninguém menos do que Bill Clinton apressou-se a descrever a história de Romney como “legítima”, acrescentando: “Não acho que devemos ficar na posição em que dizer: ‘este é um trabalho ruim’, ou ‘este é um bom trabalho’”. (Mais tarde, ele apareceu ao lado de Obama e disse que uma presidência de Romney seria “calamitosa”).

O está acontecendo? A resposta atinge o centro das decepções — políticas e econômicas – com o governo Obama.

Quando o presidente foi eleito, em 2008, muitos progressistas esperavam uma repetição do New Deal. A situação econômica era, afinal, muito semelhante. Como em 1930, um sistema financeiro descontrolado levou primeiro a excesso de endividamento privado; e, em seguida, a uma crise financeira. A contração econômica que se seguiu (e persiste até hoje), embora não tão severa quanto a Grande Depressão, mantém uma semelhança óbvia com a do século passado. Por que as políticas deveriam seguir um script semelhante?

Mas, embora a economia de hoje mantenha forte semelhança com a dos anos 1930, o cenário político não a acompanha — pois nem os democratas, nem os republicanos são o que eram outrora. Ao chegar à presidência com Obama, boa parte do Partido Democrata foi quase capturada pelos interesses financeiros que levaram à crise. Como mostraram os incidentes com Booker e Clinton, parte do partido permanece nesta condição. Enquanto isso, os republicanos tornaram-se extremistas a um ponto que nunca se imaginou, três gerações atrás. A oposição radical que Obama tem enfrentado em questões econômicas contrasta com o fato de que a maioria dos republicanos no Congresso votou a favor, e não contra, a principal conquista de Roosevelt: a lei instituiu a Seguridade Social nos EUA, em 1935.

Essas mudanças nos partidos políticos dos EUA explicam o motivo de não ter havido um segundo New Deal; e por que a resposta política à crise econômica prolongada tem sido tão inadequada. A captura parcial do Partido Democrata por Wall Street e o efeito de distorção que ela produziu na política são os temas centrais do livro de Noam Scheiber, The Escape Artists: How Obama’s Team Fumbled the Recovery [algo como “Os Escapistas: Como a equipe de Obama se atrapalhou na recuperação”], uma visão, a partir de dentro, das ações da equipe econômica de Obama, desde os primeiros dias transição presidencial até o final de 2011.

Scheiber começa tratando da influência que Wall Street exerceu sobre o conjunto da equipe econômica. Em suas primeiras páginas, ele conta como a campanha de Obama apoiava-se nos conselhos políticos de “acadêmicos obscuros, radicais sem muitos vínculos e burocratas ultrapassados” – a exemplo de Austan Goolsbee, um jovem professor de economia da Universidade de Chicago, e Paul Volcker, o octogenário embora ainda vigoroso ex-presidente do Federal Reserve [o equivalente americano do Banco Central – Nota da tradução]. Porém, em setembro de 2008, um outro grupo havia se formado e começou a disputar influência. Era composto por endinheirados de dentro do mercado. A maioria deles tinha trabalhado para o ex-secretário do Tesouro [equivalente ao ministro da Fazenda no Brasil – nota da tradução] de Clinton, Robert Rubin — que foi sócio da Goldman Sachs antes de integrar o governo de Bill Clinton e, após sair, tornou-se diretor, conselheiro e depois presidente do Citigroup. Eram osrubinistas.

Em pouco tempo, este grupo substituiu inteiramente a equipe anterior. Por exemplo, a pessoa encarregada de estudar possíveis contratações era Jason Furmam, economista de Washington que dirigiu o Projeto Hamilton, um think tank de tendência neoliberal fundado por Rubin e mantido por financistas simpatizantes do Partido Democrata. Mike Froman – um auxiliar de Rubin durante seu mandato como secretário do Tesouro (e que o acompanhara no Citigroup) — foi o chefe pessoal da equipe de transição formada por Obama. Foi Froman quem indicou e apoiou, posteriormente, Larry Summers e Tim Geithner como principais candidatos para o departamento do Tesouro.

Summers, economista de Harvard e ex-subsecretário do Tesouro de Robert Rubin, (mais tarde, seu substituto como secretário do Tesouro e também consultor de um fundo de hedge de Wall Street), seria o principal assessor econômico de Obama, na condição de diretor do Conselho Econômico Nacional. Geithner – que havia sido o braço direito de Summers na secretaria do Tesouro de Clinton e, mais tarde, presidente do Federal Reserve de Nova York – fora uma das três pessoas que agiram, no outono de 2008, para salvar os maiores bancos do país, em termos muito favoráveis a estes. Como Scheiber escreve: “Ao escalar Mike Froman como encarregado da contratação, Obama escolheu para seu governo um staff composto por infiltrados (do mercado financeiro) e gente doestablishment”

O domínio dos rubinistas no novo governo chocou muitos progressistas. Para muitos a revogação da Lei Glass-Steagall, promovida por Bill Clinton e defendida por Robert Rubin (mas contestada por Paul Volcker, presidente do FED), simbolizava as relações muito amigáveis entre o governo Clinton e Wall Street, e ajudara a disparar a crise financeira de 2008. A lei Glass-Steagall, datada da época da Grande Depressão, proibia as instituições financeiras de manter contas bancárias garantidas pelo Estado e, ao mesmo tempo, atuar nos mercados de derivativos. Ela não teria impedido a implosão de 2008 em Wall Street. O incêndio teve como combustíveis os níveis extraordinariamente elevados de alavancagem de bancos de investimento como o Lehman e Merrill Lynch e a construção de imensos portfólios de hipotecas de segunda linha, por instituições como o Bank of America. Mas os progressistas estavam certos, ao lembrar que Wall Street fora perigosamente desregulada por muito tempo, e que todo o país agora estava pagando por isso.

No entanto, o novo governo se fez de surdo a estas preocupações. Como relata Scheiber, quando um senador democrata protestou que a equipe liderada por Geithner e Summers tinha sido muito simpática com Wall Street durante a década de 1990, Obama rejeitou as preocupações, afirmando que “precisava de pessoas com quem pudesse contar em uma crise. Além disso… eles tinham mudado”.

Foi algo como uma conspiração? Não – como Scheiber explica, tudo foi menos intencional e mais complicados do que parece. Por um lado, Obama tinha necessidade de ter mãos experientes credibilidade imediata, em meio à pior crise financeira desde a Grande Depressão. Por outro, pesou a inapetência do presidente por decisões politicas fortes. Mas também é claro que a personalidade de Obama e seu temperamento foram fundamentais para alinhar a sorte do presidente com a dos pupilos de Rubin. Como Scheiber observa com correção, Obama e Tim Geithner têm, em comum, infâncias similares como expatriados e um discreto estilo auto-depreciativo, que os leva a evitar o conflito direto. Sem dúvida, a equipe econômica dos sonhos de Obama deu-lhe a “afirmação intelectual” pela qual, observa Scheiber, “ele suplicava.”

Mas essa equipe, que pode ter dado a Obama afirmação intelectual, não lhe ofereceu deu conselhos muito bons. No fim das contas, a resposta de Obama à crise financeira foi desequilibrada e inadequada. Wall Street recebeu um resgate generoso, com poucas exigências de contrapartidas; os trabalhadores e proprietários de imóveis hipotecados foram abandonados, por planos impotentes de estímulo e redução das dívidas.

É verdade, nem todos os membros da equipe agiram errado. Sabemos hoje que especialmente Christina Romer, uma professora de Berkeley nomeada para chefiar o Conselho de Assessores Econômicos de Obama, reivindicou, desde o início, um estímulo econômico muito maior que proposto pelo governo. Mas Romer foi escanteada. Quem falava ao ouvido de Obama era Larry Summers — uma pessoa que não tem vergonha em mostrar seu brilhantismo. A princípio, isso poderia não fazer muita diferença. Enquanto acadêmico, Summers defende perspectivas econômicas keynesianas não muito diferentes das de Romer (ou das nossas). Mas, em vez de transmitir uma análise econômica sóbria, ele tentou mostrar sua astúcia política antevendo o que o Congresso estaria disposto a aceitar. Como resultado, deixou de defender a causa de um estímulo econômico maior.

Mas é Tim Geithner, o secretário do Tesouro de Obama, que aparece – ainda mais que o presidente – como o elemento decisivo desta saga. Em contraste com Summers – retratado por Scheiber como um rubinista flexível, disposto a alterar seus pontos de vista diante de provas e convencido, em especial, de que os acionistas de bancos socorridos podiam e devia pagar mais para os contribuintes – Geithner é descrito como um rubinista doutrinário, que enxerga, como sua principal tarefa, restaurar a confiança do mercado financeiro. Em sua cabeça, isso significa não fazer nada que possa perturbar Wall Street.

Um pacote de socorro financeiro era, sem dúvida, necessário. Mas Geithner atropelou Summers – e até mesmo Obama – desenhando um resgate no qual: (I) os contribuintes assumiram todo o risco, sem ganhar nada em troca; (II) as investidas especulativas do Goldman Sachs contra a AIG [American International Group, que chegou a ser a maior seguradora do mundo, faliu e foi resgatada pelo FED em 2008] foram honradas na íntegra e validadas graças ao resgate da empresa pelo governo; e (III) o plano de regulação dos mercados de derivativos foi, como disse um lobista, “o que o próprio mercado gostaria de ter formulado”. Não houve, é claro, debate algum sobre responsabilidade ou dolo, sequer uma insinuação de que os banqueiros tinham feito algo errado, ao colocando a economia em tal situação. Isso, afina, poderia “minar a confiança”…

Como Geithner conseguiu dominar tão completamente as políticas econômicas? Em parte, graças sua habilidade como articulador. Mesmo quando não podia ganhar uma disputa pelo argumento, ele o fazia por outros meios. Muitas vezes, ele simplesmente esperava as pessoas desistirem – foi sua tática com Rahm Emanuel, sabendo que a atenção maníaca deste acabaria desviando-o para outro assunto. E, crucialmente, Geithner foi autorizado pela falta de vontade de Obama em resolver impasses entre seus assessores. Quando a opinião pública manifestou seu ódio diante do socorro aos bancos, David Axelrod, Robert Gibbs, e Rahm Emanuel voltaram-se para Geithner e insistiram com ele para que acionistas de bancos pagassem algum preço, pelo resgate oferecido pelo governo ao setor bancário. Geithner simplesmente recusou-se a ceder, argumentando de modo capcioso que os bancos já haviam pago um preço, por serem forçados a levantar capital no mercado. Como Scheiber aponta com precisão, esta fala ignorava o fato de que, ao respaldar os bancos durante sua implosão autoinfligida, o governo norte-americano fornecera-lhes uma apólice de seguro de bilhões de dólares. No final, Geithner ganhou.

Se Geithner foi o designer ativo do plano de resgate de Wall Street, Obama foi o facilitador passivo da intransigência do Partido Republicano. Scheiber descreve como, por inúmeras vezes, a busca de soluções bipartidárias, por parte do presidente, deixou o partido mais conservador em vantagem. Scheiber observa que “na mente de Obama, ‘partidário’ está igualado a ‘paroquial’, ou mesmo a ‘corrupto’”, o que o levou a “fazer enormes concessões, antes mesmo que a negociação [sobre o estímulo à economia] tivesse começado”. Também ressalta que o apetite do presidente para ser aceito pelos dois partidos sempre foi “profundamente confuso” e que, ao contrário da abordagem de Obama, “as pressões dos partidos podem muito bem servir ao interesse público, quando não há outro caminho para passar a legislação”.

O centrismo inato de Obama levou-o a adotar a preocupação com o déficit orçamentário de Geithner e de Peter Orszag (o chefe do Escritório de Orçamento e Gestão, outro protegido de Rubin), desprezando os protestos verbais de Summers e Romer, para quem não era o momento de se preocupar com déficits. Como resultado, Obama nunca compreendeu que o estímulo econômico original foi suficiente. Esta posição deixou-o emparedado quando se tornou claro – já no verão de 2010, ou mesmo antes — que as medidas eram, na verdade, quase insignificantes.

O ponto mais baixo, no balanço de Scheiber, foi participação inepta de Obama nas negociações de 2010 sobre o destino dos cortes de tributos para os ricos, que haviam sido decretados no governo Bush. A própria equipe econômica, profundamente preocupada porque “o presidente estava ausente” do embate, passou a agir por conta própria. Foram Geithner e o antigo braço direito político de Clinton, Gene Sperling, que arrancaram concessões dos republicanos no acordo final, enquanto Obama aindaprocurava um consenso. Outra vítima desse período foi a busca real de qualquer alívio da dívida para os proprietários de imóveis hipotecados. Por volta do final de 2010, tanto Summers quanto Romer deixaram Washington frustrados.

O livro de Scheiber é, portanto, uma história deprimente a respeito de quanto a influência de Wall Street sobre os democratas livrou o sistema financeiro de pagar pelo caos que provocou e evitar, de quebra uma regulamentação eficaz de sua atividade. Também conta como Obama foi incapaz de confrontar os republicanos mais intransigentes. Mas o que tornou este partido tão extremista? Este é, de diferentes maneiras, o tema de dois outros livros recentes: Pity the Billionaire [algo como “Coitados dos bilionários”] de Thomas Frank e The Age of Austerity [“A Era da Austeridade”] de Thomas Edsall.

Frank concentra-se no que chama de “algo único na história de movimentos sociais dos Estados Unidos: uma conversão em massa para a teoria do livre mercado como resposta aos tempos difíceis”. Trata-se de algo realmente notável. Afinal, por três décadas, antes da crise financeira norte-americana, as políticas públicas e a política institucional foram crescentemente dominadas pela ideologia do laissez-faire – a crença de que os mercados (e os mercados financeiros, em particular) devem ser autorizados a correr soltos. Depois, veio a queda inevitável. Mas, longe de exigir um retorno a uma maior regulamentação, grande parte do eleitorado norte-americano voltou-se para a visão de que a crise foi causada, em muito, pela intervenção do Estado. Em consequência, este setor agrupou-se em torno de políticos dispostos a mergulhar ainda mais fundo nas políticas que levaram à crise.

Como isso aconteceu? A resposta de Frank é que a causa foram os próprios resgates. Ao agir à la Geithner, socorrendo os banqueiros sem rédeas e sem culpa, o governo Obama deixou grande parte público norte-americano irritado e com a sensação – correta – de que alguém estava fugindo com algo. A direita foi hábil em explorar essa sensação. O famoso discurso de Rick Santelli da CNBC, em fevereiro de 2009 – que iniciou o movimento Tea Party – foi uma denúncia do TARP, o resgate aos grandes bancos aprovado nos últimos dias da administração Bush (embora uma enormidade de eleitores acreditem que foi aprovado no governo Obama). É verdade que Santelli dirigiu toda a sua ira para uma parte ínfima do TARP – a ajuda prevista aos proprietários de imóveis em dificuldades, que, em grande parte, nunca se materializou – evitando mencionar o socorro muito maior oferecido aos bancos. Mas pelo menos ele estava culpando alguém, coisa que o governo Obama recusou-se a fazer.

E na hora em que Obama começou, timidamente, a sugerir que alguns banqueiros poderiam ter se comportado relativamente mal, já era tarde demais. Todo o Partido Republicano (e grande parte do eleitorado) já tinha aderido a uma narrativa na qual a crise financeira de 2008 – que se seguiu a 14 anos de domínio da extrema-direita republicana no Congresso e a oito anos nos quais os conservadores linha-dura controlaram todos os três ramos do governo – foi causada… por excesso de intervenção do governo, para ajudar os pobres e, especialmente, os não-brancos. Nas palavras de Frank:

O culpado, para variar, é o governo…. Os funcionários forçaram os bancos a oferecer empréstimos especiais para uma minoria de tomadores (…) e toda a crise financeira foi resultado da interferência do governo.

Desse modo, a direita consegue reposicionar-se como suposta inimiga do odiado “Big Business” – não porque ele maneja negócios, mas porque seria “insuficientemente capitalista”. Não há melhor prova da circulação deste ponto de vista, pontua Frank, que um artigo de Paul Ryan [o vice-presidente na chapa de Mitt Rommey], na Forbes de 2009. Intitulado “Abaixo o Big Business”, o texto exorta: “cabe ao povo americano – inovadores e empreendedores, pequenos empresários… tomar uma atitude”.

Mas por que a direita foi tão mais capaz de aproveitar o momento que Obama e companhia? Já vimos uma parte da resposta: os democratas em geral, e o presidente em particular, estavam próximos demais de Wall Street, para lidar com uma crise que os mercados financeiros haviam criado. Frank também destaca um ponto importante: no clima político recente, a ignorância tem sido realmente uma força… É preciso lembrar que o universo intelectual hermético que a direita criou para si mesma – uma espécie de realidade alternativa, murada contra qualquer evidência que possa contradizer a fé nas maravilhas do livre mercado e os males da intervenção do governo – seria um peso para o Partido Republicano. E ele, de fato, destroi a capacidade de formular políticas reais. Em termos políticos, no entanto, a atitude tem dado aos republicanos unidade e certeza, onde os democratas apresentam-se fracos e divididos.

E de onde a unidade republicana realmente vem? Frank não explica isso, mas há uma teoria nova e boa em A Era da Austeridade de Thomas Edsall. Curiosamente, não se trata da teoria que o próprio Edsall expõe.

Sua tese ostensiva de Edsall, desenvolvida já no início do livro, é de há escassez, na raiz de nossas novas batalhas políticas. Teríamos penetrado numa nova era de jogo pesado na política institucional, porque o encolhimento da economia e um déficit orçamentário considerável tornaram impossível satisfazer as necessidades dos dois partidos políticos ao mesmo tempo

Os dois principais partidos políticos estão presos em uma luta de morte para proteger os benefícios e bens que fluem para suas respectivas bases, cada um tentando expropriar os recursos do outro. Estamos diante de um futuro brutal.

No entanto, o máximo de evidência que Edsall arrola em favor desta é apontar para as consequências da crise econômica — que não, de modo algum, uma crise de escassez, mas sim de políticas financeira e macroeconômica ruins. Por que, exatamente, deveria haver uma “luta de morte” por recursos, quando a economia norte-americana poderia produzir, segundo estimativas do Gabinete do Orçamento do Congresso, 900 bilhões de dólares a mais, em bens e serviços – bastando recolocar em movimento os trabalhadores desempregados, e outros recursos não-utilizados? Por que deve haver uma luta amarga em torno do orçamento, quando o governo dos EUA, embora reconhecidamente tenha grandes déficits, continua capaz de obter empréstimos às taxas de juros mais baixas da história?

A verdade é que a austeridade que Edsall enfatiza é mais o resultado do que a causa da nossa política amargurada. Temos uma economia deprimida, em grande parte, porque os republicanos bloquearam quase todas as iniciativas propostas por Obama para criar empregos, recusando-se até mesmo a confirmar as indicações do presidente para o conselho do Federal Reserve (Peter Diamond, economista do MIT laureado com o Nobel, foi rejeitado por falta de qualificações suficientes…). Vivemos uma batalha enorme em torno dos déficits não porque eles realmente representem um problema imediato, mas porque os conservadores encontraram na histeria em torno deles uma maneira útil para atacar programas sociais.

Então de onde vem a amargura da política vem? Edsall fornece grande parte da resposta. Nomeadamente, o que ele retrata é um Partido Republicano radicalizado não pela luta por recursos – a carga tributária sobre os ricos é a menor em várias gerações –, mas por medo de perder o controle político, numa nação em processo de mudanças. A parte mais marcante de A Era da Austeridade, pelo menos segundo nossa leitura, é o capítulo enganosamente intitulado “A Economia da imigração”. Ele não diz muito seu título; o que faz, em vez disso, é documentar em que medida os imigrantes e os seus filhos estão, literalmente, mudando a cara do eleitorado americano.

Como Edsall admite, a face em mutação do eleitorado tem tido o efeito de radicalizar o Partido Republicano.

“Para os brancos de inclinação conservadora”, ele escreve – e não é esta a própria definição da base republicana? – a mudança para uma nação de minoria-maioria [isto é, uma nação na qual as minorias compõem a maioria quantitativa] irá reforçar a visão já amplamente difundida, de que programas que beneficiam os pobres estão transferindo os dólares do contribuinte para minorias – dos brancos para negros, primeiro; e agora, além de tudo, para os “pardos”.

É a retórica de Rick Santelli bem aqui, diante de nós.

O Partido Republicano poderia, em princípio, ter respondido a essas mudanças, tentando redefinir-se como uma agremiação para além das pessoas brancas. Em vez disso, escreve Edsall, a resposta tem sido “apostar que podem continuar a ganhar como um partido branco, apesar da crescente força do voto minoritário.” E isso significa uma estratégia de tratoragem radical, que vai desde política de imigração até os tributos – passando, é claro, pela questão do estímulo econômico, que beneficiaria em alguma medida também as minorias.

O efeito imediato desse confronto amargo tem sido paralisar a política econômica na crise. Obama poderia ter se aproveitado de uma janela de oportunidade, em seus primeiros meses na presidência. Mas, como mostra Scheiber, essa janela se perdeu e houve pouca possibilidade de ação efetiva desde então. Por isso, a contração se arrasta. Mas, como Thomas Mann e Norman Ornstein dizem no título de seu novo livro, é ainda pior do que parece [It’s Even Worse Than It Looks, no título original em inglês]. Eles argumentam que o Congresso – e, na verdade, o sistema político norte-americano – está perto de chegar ao colapso institucional. Entramos em uma nova política de “tomada de reféns”, eles nos dizem, sintetizada pela batalha de 2011 sobre o teto da dívida. E eles sugerem que o fiasco da política macroeconômica em curso pode ser apenas o começo.

É um livro notável, embora deprimente livro, especialmente impressionante dada sua origem. Mann e Ornstein são estudiosos do Congresso profundamente respeitados, e seu livro parece, na aparência, sintetizar o tipo de esforço bipartidário que os insiders de Washington dizem amar. Mann está na Brookings Institution, liberal; Ornstein, no American Enterprise Institute, conservador. No entanto, eles rejeitam a tentação de nublar suas conclusões em nome de “equilíbrio”. O que o país enfrenta, escrevem, não é um problema com o partidarismo em abstrato, e sim um problema com um partido:

Embora a imprensa tradicional e analistas não-partidários tenham dificuldade em compreender, um dos dois principais partidos, o Republicano, rumou para um extremo ideológico; desdenhoso da herança social e política da ordem política americana; incapaz de assumir compromissos; não persuasível pelo entendimento convencional de fatos, provas, e ciência; pouco respeitoso com a legitimidade de sua oposição política. Quando um partido se move dessa forma, para tão longe do centro da política norte-americana, é extremamente difícil implementar políticas que respondam aos desafios mais prementes ao país.

E onde, em tudo isso, está a esperança, que foi tão difundida em 2008? Francamente, é difícil encontrá-la agora. O presidente Obama tem parte da culpa por isso; ele escolheu ouvir as pessoas erradas, e, possivelmente, perdeu sua melhor chance de transformar a economia (Só para ficar claro, isso não é uma sugestão que Mitt Romney faria melhor. Pelo contrário, Romney está profundamente comprometido com a falsa narrativa republicana sobre o que aflige a nossa economia, e todas as indicações são de que, se ganhar, irá agravar dramaticamente uma má situação). Mas, no final das contas, o problema de fundo tem a ver com personalidades ou lideranças individuais. Diz respeito à nação como um todo. Algo deu muito errado com os Estados Unidos. Não envolve apenas sua economia, mas sua capacidade de funcionar como nação democrática. E é difícil prever quando e como o dano poderá ser sanado.




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Re: Eleições Presidenciais de 2012, EUA

#360 Mensagem por Bourne » Seg Jan 21, 2013 2:34 pm

Posse ao vivo

http://www.estadao.com.br/aovivo/aovivo_eua.shtm
Posse de Obama reúne menos fãs em Washington

No fim de semana, turistas já fotografavam o Capitólio onde Obama pronunciará hoje seu discurso de posse diante dos congressistas.
REUTERS/Eric Thayer

Fonte: http://www.portugues.rfi.fr/americas/20 ... washington

Espera-se que cerca de 800 mil pessoas acompanhem hoje nas ruas de Washington o desfile do presidente Barack Obama, um dos eventos na agenda de posse do segundo mandato presidencial. Apesar de as expectativas serem bem mais contidas e o clima estar menos festivo em relação a 2009, quando 1,8 milhão de americanos foram às ruas prestigiar o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Obama e o vice Joe Biden serão empossados com a pompa tradicional em frente ao Capitólio, nesta segunda-feira.
Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

Obama será empossado na fachada oeste do Capitólio e posteriormente fará seu discurso de posse. Em seguida, haverá um almoço com parlamentares e autoridades. No início da tarde, às 14h30 em Washinngton, 17h30 de Brasília, o casal Obama e o casal Biden desfilarão pelas ruas da capital em uma Parada Inaugural, da Pensilvannya Avenue até a Casa Branca. Eles estarão acompanhados de carros alegóricos representando cerca de 60 grupos. A capital americana está decorada com bandeiras e faixas de diversas organizações e embaixadas saudando Obama e Biden.

À noite, serão realizados dois bailes inaugurais no Centro de Convenções de Washington, um deles em homenagem aos militares americanos e o outro aberto a todos que conseguiram comprar os cobiçados ingressos ou foram convidados pela Casa Branca e parlamentares do Congresso. Outros bailes estão programados na cidade, mas desta vez Obama decidiu participar somente das duas festas do Centro de Convenções, tornando-se o presidente americano a comparecer ao menor número de bailes inaugurais desde Dwight Eisenhower, há 60 anos.

Na terça-feira, Obama e Biden participarão de uma missa na Catedral Nacional de Washington, marcando o fim das celebrações e dando lugar à desafiadora realidade política que aguarda a nação.

Juramento na Casa Branca

Reeleito em novembro de 2012, Obama prestou juramento para o segundo mandato ontem, na Casa Branca, na presença do presidente da Suprema Corte, John Roberts, da mulher Michelle e de suas duas filhas, Sasha, 11 anos, e Malia, 14 anos. Os convidados se limitaram a membros da família, com a presença da mãe e do irmão de Michelle Obama, as duas irmãs do presidente e a madrinha das filhas do casal presidencial, além da mulher do juiz encarregado de oficializar a posse.

O democrata foi o sétimo presidente a fazer juramento de posse oficial em um domingo. O último a viver esta mesma situação foi Ronald Reagan, em 1985. O motivo desse raro evento é que a Constituição americana determina que o presidente tome posse em 20 de janeiro.

O juramento oficial de posse, que é o único realmente válido, segundo a Constituição dos Estados Unidos, foi realizado no Salão Azul da Casa Branca, em uma cerimônia íntima, marcando um segundo mandato bem menos festivo do que a histórica posse do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, em 2008.

Obama fez seu juramento de posse usando uma bíblia que pertencia à avó de Michelle, e vai ser o segundo presidente na história dos Estados Unidos a ter quatro cerimônias de posse, com a última sendo realizada nesta segunda-feira.

Em 2008, Obama teve de fazer o juramento duas vezes, pois o juiz encarregado de celebrar a cerimônia, John Roberts, se confundiu ao recitar o juramento. O mesmo juiz oficializou a posse de Obama, desta vez sem erros, neste domingo. Franklyn Roosevelt também teve quatro cerimônias de posse porque foi eleito quatro vezes.

O vice-presidente, Joe Biden, também tomou posse neste domingo, no Observatório Naval, em Washington, e pediu que a juíza Sonia Maria Sotomayor realizasse a cerimônia. Sotomayor é a primeira juíza hispânica da história americana a administrar um juramento de posse.
Em dia de posse, Obama destoa de 4 anos atrás

Pablo Uchoa
Da BBC Brasil em Washington
Atualizado em 21 de janeiro, 2013 - 06:39 (Brasília) 08:39 GMT

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... a_pu.shtml

Obama parece mais à vontade em novo retrato oficial

As baixas temperaturas que recaíram sobre Washington neste fim de semana fizeram a cidade se parecer com aquela de exatos quatro anos atrás.
Mas à parte o capricho do tempo, que interrompeu um inverno até agora ameno, há poucas semelhanças entre a primeira ocasião em que Barack Obama foi juramentado como presidente dos Estados Unidos, em 2009, e esta.

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Estados Unidos

Não há déjà-vu comparável às emoções da primeira vez.

Nenhum comentarista está esperando a mesma multidão de quase 2 milhões de pessoas que se espalhou pela grama do principal boulevard da cidade, o Mall, em 2009, abarrotando-se do prédio do Capitólio até o monumento ao presidente Abraham Lincoln.
Nem as celebrações e bailes para festejar a posse são tão numerosos ou disputados como antes.

A rigor, a própria celebração pública é tradição e formalidade. Obama foi empossado oficialmente em privado no domingo, no dia 20 de janeiro conforme manda a Constituição.

Mas a maior diferença está no Obama de agora, comparado com o de quatro anos atrás.

O novo retrato oficial do presidente, divulgado pela Casa Branca, comprova que às vezes uma imagem vale mais que mil palavras: o cabelo do fotografado passou de preto para grisalho; as feições parecem ter corrido mais depressa que o tempo cronológico.
Porém o olhar sério da primeira fotografia, tirada em uma locação neutra com a bandeira americana por trás, deu lugar a um sorriso franco e aberto, a um posicionamento espontâneo bem ali no despacho que o presidente hoje conhece bem.
É como se sugerisse que Obama, quatro anos depois, se sente em casa – em sentido literal e simbólico.
Transição
O "novo Obama" não esperou até o segundo mandato para surgir: despontou logo em seguida à sua reeleição, no dia 6 de novembro do ano passado.
Diante de cerca de 15 mil simpatizantes reunidos em um centro de convenções em Chicago – onde quatro anos antes 200 mil pessoas se apinharam a céu aberto para comemorar sua eleição –, ele indicou ter compreendido o alcance da "segunda chance" recebida do eleitorado.
No primeiro mandato, Obama olhou para dentro e para fora. Preocupou-se ao mesmo tempo com a frágil economia americana e com refundar a relação dos EUA com o mundo, arranhada pelas guerras simultâneas da era George W. Bush.
No segundo, o foco será inequivocamente doméstico, apostam os analistas, conforme o recado das urnas.
Estas ecoaram reivindicações por uma reforma migratória abrangente, a preocupação por salvaguardar os mais vulneráveis dos ataques da ortodoxia fiscal, e o desejo de manter os avanços conquistados por grupos como a comunidade LGBT.
A coincidência é que os EUA comemoram no dia 21 de janeiro a figura do ativista negro e símbolo maior da luta pelos direitos civis no país, Martin Luther King.
A ironia seria se Obama houvesse fracassado em obter um novo aval do eleitorado. Nesta segunda-feira, o primeiro presidente negro da história americana deixaria Washington derrotado.
A história foi diferente, mas nem por isso significou uma carta branca do eleitor.
Em um artigo para o jornal Washington Post, a intelectual e ativista negra Marita Golden defendeu que mesmo esse setor da população – onde Obama teve 95% dos votos – deve abandonar a leniência com o presidente e cobrá-lo mais no segundo mandato.
"Duas vezes votei por ele, não para que ele fosse um símbolo, mas para que fosse meu presidente", escreveu a ativista. Agora, disse, é hora de Obama deixar de ser apenas presidente para se tornar "um verdadeiro líder".
Novo estilo e conteúdo

Das eleições para cá, Obama parece ter compreendido o recado. Ele surfou na onda de sua própria relegitimização durante negociações difíceis com o Congresso em questões fiscais, no fim do ano passado. O toma lá dá cá terminou por permitir a elevação dos impostos para os americanos mais ricos, preservando os programas sociais mais caros aos democratas.

Na semana passada, ele apresentou um conjunto de leis de restrição às armas que visa a tirar vantagem de um momento único na história americana, quando a maioria da opinião pública favorece um controle sobre armamentos pesados, na esteira do massacre de Newtown, Connecticut, em dezembro.

Agora se especula que o próximo empurrão do governo Obama venha no campo da reforma migratória. O presidente poderia usar o seu discurso sobre o estado da União, no dia 12 de fevereiro, para oferecer mais detalhes do seu plano.

Espera-se que ele coloque o peso de seu cargo também a serviço da consolidação da recuperação econômica e de energias mais limpas para combater a mudança climática.

O "novo Obama" tem mais pressa, porque o eleitor tem menos paciência. Ele aprendeu da maneira mais custosa.
Em 2010 utilizou grande parte do seu imenso capital político para empreender uma histórica reformulação da saúde. A legislação passou sem receber sequer um voto da oposição no Congresso. Nas eleições seguintes, os democratas perderam o controle da Câmara baixa.




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