Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Enviado: Ter Set 22, 2009 4:55 am
22/09/09 - 04h08 - Atualizado em 22/09/09 - 04h12
Seguidores de Zelaya desafiam toque de recolher em Honduras
Milhares de pessoas permanecem à frente da embaixada do Brasil.
Zelaya voltou de surpresa ao país nesta segunda-feira (21).
Milhares de seguidores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, que voltou de surpresa ao país, desafiaram o toque de recolher imposto nesta segunda-feira (21) pelo governo interino de Roberto Micheletti, e se reuniram em frente à embaixada brasileira, em Tegucigalpa, onde o líder está alojado.
Enquanto os simpatizantes de Zelaya quebravam a ordem e realizavam uma festa, um helicóptero militar sobrevoava a região e um pequeno grupo de policiais se posicionava a cerca de 100 metros de distância.
Não há informações sobre confrontos ou detidos.
Leia também: Em tom desafiador, Zelaya diz que seu lema agora é ‘pátria, restituição ou morte’
O toque de recolher teve início na noite de segunda e foi estendido até a tarde desta terça-feira (22). O breve comunicado, lido em cadeia nacional de rádio e televisão pelo secretário de Imprensa, René Zepeda, assinala que o governo restabeleceu o “toque de recolher em todo o país”, que começou às 16h na hora local (19h de Brasília).
Leia mais notícias sobre a crise política em Honduras
Em princípio, o regime de Micheletti indicou que o toque de recolher finalizaria na manhã desta terça. A mudança foi anunciada enquanto os opositores ao governo interino já estavam em vigília em frente ao prédio da embaixada do Brasil.
O governo interino também suspendeu por tempo indenterminado os voos nos aeroportos do país.
As medidas têm com obejtivo impedir manifestações pró-Zelaya.
O clima no local é de tensão, pois assim que a noite caiu a energia no entorno do prédio da embaixada brasileira, na região de Colonia Palmira, foi cortada.
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, cercado de partidários, em frente à Embaixada do Brasil, em Tegucigalpa, nesta segunda-feira (21). (Foto: AFP)
“A partir de agora, ninguém voltará a nos tirar daqui. Por isso, nossa posição é pátria, restituição ou morte”, afirmou Zelaya diante dos milhares de simpatizantes que cercaram a embaixada brasileira para comemorar a volta do presidente.
O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, disse nesta segunda à noite que agora considera encerrada a mediação da crise pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, devido ao retorno de Zelaya ao país. “Creio que o senhor Arias não tem absolutamente nada a fazer”, afirmou.
Micheletti pediu, também na noite desta segunda, que o governo brasileiro entregue o presidente deposto do país, para que ele seja submetido à Justiça. O governo interino protestou contra o Brasil por ter abrigado Zelaya e o responsabilizou por qualquer ato de violência que possa acontecer perto da sede diplomática, que está cercada de manifestantes favoráveis ao presidente deposto.
“Faço um apelo ao governo do Brasil que respeite a ordem judicial ditada contra o senhor Zelaya, entregando-o às autoridades competentes de Honduras”, disse Micheletti em cadeia de rádio e TV.
O Ministério de Relações Exteriores de Honduras divulgou nota de protesto contra o que considera uma “ingerência em assuntos privativos dos hondurenhos”, e, segundo o governo de fato, uma “flagrante violação do direito internacional”.
Zelaya
Por telefone o presidente deposto concedeu entrevista a “TV Brasil”. Ele falou sobre as razões que o levaram a retornar ao país. “Nós queremos que se restabeleça a paz no país e a democracia. Para isso, estamos dispostos a entrar em um diálogo de acordo com os princípios que mandam as normas jurídicas”.
Zelaya voltou clandestinamente ao país, por terra, por uma rota ainda desconhecida. Ele está abrigado na embaixada do Brasil, acompanhado de assessores e de sua mulher, Xiomara Castro.
A Frente de Resistência contra o Golpe disse à BBC Brasil que milhares de pessoas estão viajando do interior do país rumo a Tegucigalpa para apoiar a volta do presidente eleito, mesmo com o risco de serem detidos.
O golpe
Zelaya foi derrubado em 28 de junho e obrigado a deixar o país rumo à Costa Rica. O governo interino que o derrubou tem uma ordem de prisão contra ele por crime de traição e prometeu prendê-lo caso ele voltasse ao país.
Os golpistas acusam Zelaya de corrupção e de ter tentado mudar a Constituição para obter mais uma reeleição - acusações que o presidente deposto nega.
O golpe criou uma grave crise em Honduras e foi condenado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, pela União Europeia e por governos latino-americanos, representados pela OEA.
Washington tem defendido a volta de Zelaya ao poder e a restituição da normalidade democrática, mas alguns governos esquerdistas latino-americanos, como o de Cuba, acusam Obama de não se mostrar suficientemente crítico ao golpe.
Zelaya, que mantém seu tom desafiador desde sua derrubada, se refugiou a maior parte do tempo na Nicarágua. Enquanto isso, o governo de facto que apoiou sua derrocada se fortificou no poder, desafiando pedidos internacionais para que permitisse a volta do presidente deposto.
Em 24 de julho, Zelaya já havia tentado voltar ao país para tentar retomar o poder, mas foi barrado pelo Exército na fronteira e teve de recuar.
(*) Com informações das agências de notícias EFE, France Presse e Reuters
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... DURAS.html
Seguidores de Zelaya desafiam toque de recolher em Honduras
Milhares de pessoas permanecem à frente da embaixada do Brasil.
Zelaya voltou de surpresa ao país nesta segunda-feira (21).
Milhares de seguidores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, que voltou de surpresa ao país, desafiaram o toque de recolher imposto nesta segunda-feira (21) pelo governo interino de Roberto Micheletti, e se reuniram em frente à embaixada brasileira, em Tegucigalpa, onde o líder está alojado.
Enquanto os simpatizantes de Zelaya quebravam a ordem e realizavam uma festa, um helicóptero militar sobrevoava a região e um pequeno grupo de policiais se posicionava a cerca de 100 metros de distância.
Não há informações sobre confrontos ou detidos.
Leia também: Em tom desafiador, Zelaya diz que seu lema agora é ‘pátria, restituição ou morte’
O toque de recolher teve início na noite de segunda e foi estendido até a tarde desta terça-feira (22). O breve comunicado, lido em cadeia nacional de rádio e televisão pelo secretário de Imprensa, René Zepeda, assinala que o governo restabeleceu o “toque de recolher em todo o país”, que começou às 16h na hora local (19h de Brasília).
Leia mais notícias sobre a crise política em Honduras
Em princípio, o regime de Micheletti indicou que o toque de recolher finalizaria na manhã desta terça. A mudança foi anunciada enquanto os opositores ao governo interino já estavam em vigília em frente ao prédio da embaixada do Brasil.
O governo interino também suspendeu por tempo indenterminado os voos nos aeroportos do país.
As medidas têm com obejtivo impedir manifestações pró-Zelaya.
O clima no local é de tensão, pois assim que a noite caiu a energia no entorno do prédio da embaixada brasileira, na região de Colonia Palmira, foi cortada.
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, cercado de partidários, em frente à Embaixada do Brasil, em Tegucigalpa, nesta segunda-feira (21). (Foto: AFP)
“A partir de agora, ninguém voltará a nos tirar daqui. Por isso, nossa posição é pátria, restituição ou morte”, afirmou Zelaya diante dos milhares de simpatizantes que cercaram a embaixada brasileira para comemorar a volta do presidente.
O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, disse nesta segunda à noite que agora considera encerrada a mediação da crise pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, devido ao retorno de Zelaya ao país. “Creio que o senhor Arias não tem absolutamente nada a fazer”, afirmou.
Micheletti pediu, também na noite desta segunda, que o governo brasileiro entregue o presidente deposto do país, para que ele seja submetido à Justiça. O governo interino protestou contra o Brasil por ter abrigado Zelaya e o responsabilizou por qualquer ato de violência que possa acontecer perto da sede diplomática, que está cercada de manifestantes favoráveis ao presidente deposto.
“Faço um apelo ao governo do Brasil que respeite a ordem judicial ditada contra o senhor Zelaya, entregando-o às autoridades competentes de Honduras”, disse Micheletti em cadeia de rádio e TV.
O Ministério de Relações Exteriores de Honduras divulgou nota de protesto contra o que considera uma “ingerência em assuntos privativos dos hondurenhos”, e, segundo o governo de fato, uma “flagrante violação do direito internacional”.
Zelaya
Por telefone o presidente deposto concedeu entrevista a “TV Brasil”. Ele falou sobre as razões que o levaram a retornar ao país. “Nós queremos que se restabeleça a paz no país e a democracia. Para isso, estamos dispostos a entrar em um diálogo de acordo com os princípios que mandam as normas jurídicas”.
Zelaya voltou clandestinamente ao país, por terra, por uma rota ainda desconhecida. Ele está abrigado na embaixada do Brasil, acompanhado de assessores e de sua mulher, Xiomara Castro.
A Frente de Resistência contra o Golpe disse à BBC Brasil que milhares de pessoas estão viajando do interior do país rumo a Tegucigalpa para apoiar a volta do presidente eleito, mesmo com o risco de serem detidos.
O golpe
Zelaya foi derrubado em 28 de junho e obrigado a deixar o país rumo à Costa Rica. O governo interino que o derrubou tem uma ordem de prisão contra ele por crime de traição e prometeu prendê-lo caso ele voltasse ao país.
Os golpistas acusam Zelaya de corrupção e de ter tentado mudar a Constituição para obter mais uma reeleição - acusações que o presidente deposto nega.
O golpe criou uma grave crise em Honduras e foi condenado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, pela União Europeia e por governos latino-americanos, representados pela OEA.
Washington tem defendido a volta de Zelaya ao poder e a restituição da normalidade democrática, mas alguns governos esquerdistas latino-americanos, como o de Cuba, acusam Obama de não se mostrar suficientemente crítico ao golpe.
Zelaya, que mantém seu tom desafiador desde sua derrubada, se refugiou a maior parte do tempo na Nicarágua. Enquanto isso, o governo de facto que apoiou sua derrocada se fortificou no poder, desafiando pedidos internacionais para que permitisse a volta do presidente deposto.
Em 24 de julho, Zelaya já havia tentado voltar ao país para tentar retomar o poder, mas foi barrado pelo Exército na fronteira e teve de recuar.
(*) Com informações das agências de notícias EFE, France Presse e Reuters
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... DURAS.html