FCarvalho escreveu: Sex Mai 04, 2018 5:32 pm
Olá Gabriel.
O ponto do conceito de um novo MBT para o exercito passa pela questão fulcral preço e custo. Como não se espera que venhamos a dispor de mais do que 500 CC's, isso tem se se levado em conta, pois os turcos mesmo pretendendo mais de mil undes estão pagando muito alto por isso. Já nós aqui não temos essa disposição, diga-se, verba.
Olhando os valores dos CC modernos hoje, não se encontra nada por menos de 5 milhões, ou melhor dizendo, os valores giram na casa dos 7 a 11 milhões de dólares por carro. Isso seria como um F-X do exército. Precisa de bem mais do que diz, mas não tem peito e decisão para cobrar mais do que metade do que precisa. Igualzinho a FAB.
Neste caso também tem de se levar em consideração que a BID por aqui não tem condições de apoiar um projeto como esse, pois não suportamos hoje nem os Leo 1. O máximo que fazemos é tentar encontrar soluções meia boca para problemas pontuais e de baixo teor tecnológico.
Os alemães já disseram que levam 10 anos para aprontar um novo CC para o exercito. Neste meio tempo, entre projeto e pesquisa, seria necessário capacitar toda a cadeia logística e industrial para que esse novo bldo possa operar de fato sob as nossas condições de apoio. Isso é um trabalho em paralelo e que também iria custar caro. Quanto as IES que pesquisam materiais diversos para uso em bldos, vou te contar meu amigo, vai ser muito difícil convencer o pessoal a ajudar a fazer algo assim. Mesmo dizendo que é para uso civil e militar, e tal. Mas não é impossível. Se outros ministérios como C&T, comunicações, MIDC, MEC e MD fizerem o seu papel cada um, sem proselitismos vesgos e tacanhos., podemos ter algo muito bom aí nessa parceria.
Então, a nossa conta vai sair tão ou mais salgada quanto a dos turcos, pois não vamos apenas projetar o CC, mas temos de fomentar toda uma cadeia ao seu redor, hoje praticamente inexistente no país. Se vamos ter vontade e verba para isso, o tempo vai dizer.
abs.
Flávio,
Vou dizer meus motivos para não concordar com o desenvolvimento em conjunto de um novo CC:
Iríamos entrar no desenvolvimento de um CC com requisitos de outro país e seria incompatível possuir variantes do mesmo (VBCI, VBAAp...). Por exemplo o Leopard 3, Alemanha já possui esses derivados (Pzh 2000 e Puma), França também (abandonaram VBCI sib lagartas e o CAESAR 8x8), idem para Turquia.
É mais seguro esperar um pouco mais e levar em conta o conceito do Armata, poderíamos aperfeiçoar o conceito.
Carros de combate no futuro terão, na sua blindagem, sistemas ADS avançados (ADS que utilize HE-frag devem ser aposentados), nanocompostos para aumentar sua proteção passiva sem aumentar seu peso, jammers, radares de busca e até drones quadrirrotor para ajudar na conciência situacional. Correndo por fora um conjunto ERA, que deve ser substituídos, no futuro, por ADS mais avançados ou mesmo um novo tipo de ERA, como os eletromagnéticos ainda em testes.
Hoje os MBT mais avançados são Armata, K2 Black Panther, Type 10 e Leopard REVO. No que diz a blindagem passiva, são esses dois últimos, já que não sei o composto da blindagem passiva do Armata e nem do K2, mas tenho quase certeza que este último utiliza nanocompostos + ERA (terá NxRA no futuro), pela capacidade de deter munição 120 mm KE de um L/55 frontalmente, pesando somente 55 toneladas.
No Type 10, até onde achei, é um conjunto de Nanocristais com CNT-MMC. Já o AMAP-B é um conjunto de CNT-MMC (nanotubos de carbono de múltiplas paredes + aço nanométrico reforçado com carbeto de nióbio), Nanocerâmicas e Liga de Al-TiB2 (Alumímio e Diboreto de Titânio). Só isso já é o suficiente pra deter qualquer munição moderna há 2 km.
Já o ADS, nem precisa falar (no caso, Leopard REVO).
Com o Leopard REVO, nós teríamos acesso a todas essas tecnologias, além de ter tempo para amadurece-las nacionamente e terminar os demais programas, como o de artilharia, Guarani e helicópteros.
O que eu penso sobre uma família sob lagartas Brasileira:
Começar o desenvolvimento pelo MBT, que seria equipado com blindagem passiva de nanocompostos e um ADS, com opção de um ERA avançado para cobrir lacunas. Deverá pesar até 55 toneladas e seria armado, com um canhão Eletromagnético ou Eletrotérmico-químico. Teria uma torre remotamente controlada, com toda a tripulação dentro de um casulo, contando também com um drone quadrirrotor, que teria pouso e decolagem automático, ficando logo acima da torre.
A partir dele, seria derivado um VBCI pesado, para servir nos RCC's e RCB's, somente recolando o motor para frente, trocando a torre e colocando 8 assentos a mais (+3 de tripulantes).
Utilizando o mesmo chassi, seria derivado as demais versões (VBTP, VBAAp, VBAAe, VBPC...).
Se levarmos em conta nossas necessidades hoje, são mais de 1,000 blindados. É um programa muito maior (não em números, mas o que seria necessário) do que o Guarani. Maior até que o Leopard 3!
A KMW iria babar pra ter esse programa e não faria a mínima resistência pra conseguir a doação de Leo 2A4 e Marder, abaixar o custo da modernização REVO e CCV, para ter esse programa.