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Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Seg Jan 10, 2011 4:29 pm
por Boss
Não sei se os EUA gostam da idéia de deixar o trono e cair para 3ª economia, deixando Índia e China na frente (e BEM na frente - no caso dos chineses).
Pode parecer conspiratório, mas não acho que eles ficarão de braços cruzados vendo sua hegemonia voar. Já estão fortalecendo os arredores da China, com a Índia e tal (uma guerra entre Índia e China mataria os dois coelhos com uma cajadada só - seria um desastre para a economia de ambos).
Enfim, conspirações...
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Seg Jan 10, 2011 6:20 pm
por RobertoRS
Marino escreveu:Roberto, a questão não é ranço ideológico, absolutamente.
Não sou esquerdista, não sou direitista, me considero nacionalista.
Esta questão de esquerda e direita é como espinha, coisa de adolescente.
Veja que foram criados diversos grupos de trabalho:
Então, como mostrar que não existiram negociações?
Vc falou de união aduaneira.
Mostre, com argumentos, que todos estes ítens, mais universo tarifário e não-tarifário e meio ambiente e questões trabalhistas fazem parte de um acordo deste tipo.
Eu me lembro de ler nos jornais, de novo pergunto sua idade, sobre barreiras não tarifárias que os legisladores americanos já queriam impor ao Brasil.
Mostre, p. ex, que a política de compras governamentais dos países faz parte do tratado do Mercosul.
Graças a Deus o Brasil não assinou a Alca, ou voltaríamos ao tempo de colônia.
Não estou lhe acusando de posição alguma (ainda que pudéssemos "acusar" alguém disso), mas é fato que o ranço ideológico neste país existe e por conta dele muitas posições são tomadas, ou não.
Aí eu me pergunto, como pode um governo ser CONTRA a Alca, e abraçar fervorosamente o Mercosul, sendo que um país do bloco - a Argentina - tomou medidas infinitamente mais protecionistas do que àquelas que, teoricamente, os EUA pudessem tomar? O motivo? Ideologia.
Ah, sobre mostrar, o Mercosul é prova disso, penso eu. É uma união aduaneira que abrigou todos estes temas.
Agora, sobre a minha idade, lamento informar-lhe que ela não está em discussão.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Seg Jan 10, 2011 6:21 pm
por RobertoRS
Marino escreveu:Nem ele, um neoliberal que seguia a receita do Consenso de Washington, assinou um tratado lesa-pátria.
Nem ele teve coragem para tanto.
Coitado do FHC, nunca foi neoliberal...
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Seg Jan 10, 2011 9:55 pm
por Marino
RobertoRS escreveu:Marino escreveu:Roberto, a questão não é ranço ideológico, absolutamente.
Não sou esquerdista, não sou direitista, me considero nacionalista.
Esta questão de esquerda e direita é como espinha, coisa de adolescente.
Veja que foram criados diversos grupos de trabalho:
Então, como mostrar que não existiram negociações?
Vc falou de união aduaneira.
Mostre, com argumentos, que todos estes ítens, mais universo tarifário e não-tarifário e meio ambiente e questões trabalhistas fazem parte de um acordo deste tipo.
Eu me lembro de ler nos jornais, de novo pergunto sua idade, sobre barreiras não tarifárias que os legisladores americanos já queriam impor ao Brasil.
Mostre, p. ex, que a política de compras governamentais dos países faz parte do tratado do Mercosul.
Graças a Deus o Brasil não assinou a Alca, ou voltaríamos ao tempo de colônia.
Não estou lhe acusando de posição alguma (ainda que pudéssemos "acusar" alguém disso), mas é fato que o ranço ideológico neste país existe e por conta dele muitas posições são tomadas, ou não.
Aí eu me pergunto, como pode um governo ser CONTRA a Alca, e abraçar fervorosamente o Mercosul, sendo que um país do bloco - a Argentina - tomou medidas infinitamente mais protecionistas do que àquelas que, teoricamente, os EUA pudessem tomar? O motivo? Ideologia.
Ah, sobre mostrar, o Mercosul é prova disso, penso eu. É uma união aduaneira que abrigou todos estes temas.
Agora, sobre a minha idade, lamento informar-lhe que ela não está em discussão.
Vc não mostrou que o Mercosul abriga todas estas questões.
Não mostrou que não houveram negociações na Alca.
Um governo decente, que pensa no interesse nacional, não só pode, como DEVE ser contra um tratado que faria o Brasil uma colônia, que tiraria a liberdade de fazer políticas, que se meteria em questões trabalhistas, de meio ambiente, que imporia barreiras não tarifárias, etc.
Esta é a obrigação de quem jura defender a soberania e a independência do país.
Sobre o Mercosul, ele iniciaria somente com Brasil e Argentina, duas economias "equivalentes" (pelo menos à época). Uruguai e Paraguai vendo o trem passar, pediram para entrar no bloco, mesmo com economias bem menores. Para isso o bloco permitiu que os países relacionassem áreas que deveriam ser protegidas, pelo menos por um tempo. Se nosso governo acha que, por motivos políticos, em prol da integração sul americana, o que seja, deve aceitar a prorrogação indefinida de prazos, aceitar certas barreiras não acordadas antes, a culpa não é do Tratado, muito mais justo que o outro que nos seria imposto.
Sobre sua idade, não precisa falar.
Pelos posts enviados vc deve estar no primeiro ano da graduação de administração, ou economia, para citar Ricardo e achar o máximo.
Ou seja, vc não viveu as épocas (Alca e Mercosul), sabe sobre elas como história, possivelmente contada também por alguém com viés ideológico, ou que não tinha capacidade para mensurar as consequências.
Creio que não temos mais nada a debater.
Não vamos convencer um ao outro, eu por ter vivido a época, lido os jornais, visto as negociações, e considerar que nosso governo agiu em prol do interesse nacional.
Vc por ouvir as histórias da época e acreditar que o mundo é cor de rosa.
Também já cansamos os que nos leem.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Seg Jan 10, 2011 9:56 pm
por Marino
RobertoRS escreveu:Marino escreveu:Nem ele, um neoliberal que seguia a receita do Consenso de Washington, assinou um tratado lesa-pátria.
Nem ele teve coragem para tanto.
Coitado do FHC, nunca foi neoliberal...
Também te contaram isso no colégio?
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Ter Jan 11, 2011 12:07 am
por Penguin
‘Pragmatismo de Dilma é essencial para EUA', diz Thomas Shannon
Em entrevista ao iG, embaixador americano diz que atritos com Brasil ficaram para trás e vê com otimismo relação com novo governo
Leda Balbino, iG São Paulo | 07/01/2011 11:32
O embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, só tem olhos para o futuro na relação entre os dois países. Para o ex-secretário adjunto para a América Latina, que ocupa a missão diplomática dos EUA em Brasília desde fevereiro de 2010, a possibilidade de relacionamento entre os dois aumenta à medida que o Brasil, que considera um poder global, continua trasformando-se internamente e mudando seu papel em nível internacional.
Para a relação ser positiva, a nova presidenta brasileira, Dilma Rousseff, seria fundamental. Descrita como “superinteligente e criativa”, Dilma também é vista por Shannon - que a conheceu quando ela era ministra de Minas e Energia e depois na Casa Civil -, como detentora de “um pragmatismo e uma capacidade de entender problemas e procurar soluções que para nós são essenciais”.
Segundo ele, disputas como a relacionada ao programa nuclear do Irã, que azedaram os vínculos entre os dois países no ano passado, ficaram para trás depois que o Brasil, apesar da resistência inicial, aceitou implementar a quarta rodada de sanções da ONU contra o país em junho.
“O Brasil se comprometeu a seguir a resolução, e para nós isso é o importante. Então, os EUA e o Brasil estão na mesma posição”, disse Shannon ao iG no Consulado dos EUA em São Paulo, em sua primeira entrevista exclusiva a um portal de internet.
iG: A presidente Dilma Rousseff não adotou a praxe de visitar os EUA antes da posse e não manteve um encontro bilateral com Hillary em Brasília em 1º de janeiro. Além disso, até março visitará Argentina, Peru e Paraguai, sem data definida para uma viagem a Washington. Isso indica a continuidade da política de priorizar a América Latina e as relações Sul-Sul em detrimento dos EUA?
Shannon: Não. Obama e Dilma conversaram várias vezes quando ela ainda era ministra, depois como presidenta eleita e antes da posse. O convite para a viagem aos EUA foi um gesto de nossa parte, para nos aproximar e conversar com ela. O presidente Obama entendeu que naquele momento ela trabalhava para montar seu gabinete, e ficamos satisfeitos com a resposta, que foi: “Sim, mas agora não.” Estamos trabalhando com a Presidência e o Itamaraty para definir uma data, que será dentro dos próximos meses. Mas também entendemos a importância para o Brasil de cuidar das relações com os vizinhos. Historicamente é comum para o presidente dos EUA ir primeiro ao Canadá ou México antes de iniciar outras viagens internacionais. Entendemos se o Brasil adota a mesma prática.
iG: E uma viagem de Obama ao Brasil?
Shannon: Ao falar com Dilma, o presidente Obama mostrou interesse em visitar o Brasil. É uma questão de agenda. O ano passado impediu a viagem por tudo o que aconteceu, desde o (vazamento de petróleo no) Golfo do México, a reforma da saúde pública até as eleições (legislativas dos EUA) em novembro.
iG: No início de 2010, o sr. escreveu um telegrama diplomático dizendo que Dilma, que então se preparava para iniciar a campanha eleitoral, “claramente não é Lula.” O que queria dizer?
Shannon: Não posso fazer comentários sobre esses telegramas (vazados pelo site WikiLeaks). Mas posso dizer que os EUA começaram uma relação com Dilma Rousseff em 1992, quando ela trabalhava no Rio Grande do Sul e visitou o país em um programa de lideranças internacionais. Em diferentes momentos de sua carreira tivemos uma relação positiva e colaborativa. Temos uma opinião favorável e positiva sobre ela, e muito interesse em trabalhar com seu governo. Eu a conheci quando ela era ministra de Minas e Energia, depois titular da Casa Civil, e ela me recebeu em Brasília várias vezes quando eu era subsecretário, sempre me tratando com muita hospitalidade. Foram nesses encontros que conheci a Dilma superinteligente, muito criativa e com um pragmatismo e uma capacidade de entender problemas e procurar soluções que para nós são essenciais.
iG: Para o sr., o futuro da relação entre Brasil e EUA não está nas questões bilaterais, mas nas globais. No entanto, nos últimos anos, o relacionamento entre os dois países foi marcado por atritos fora da esfera bilateral, como no caso do Irã. Qual a expectativa com Dilma no poder?
Shannon: Minha visão de futuro é bem otimista. Em primeiro lugar, temos interesses e valores comuns – e eles são mais importantes que as diferenças. Em segundo, a relação é bem dinâmica por causa das mudanças por que passam o mundo e o Brasil. Por isso, as possibilidades de colaboração aumentam com a transformação doméstica e global brasileira. Isso não quer dizer que a relação será positiva gratuitamente. Temos de entender seu dinamismo, o novo espaço onde Brasil e EUA podem trabalhar juntos, e necessitamos de criatividade para identificar as áreas onde podemos colaborar.
iG: Quais são essas áreas?
Shannon: Na segurança energética colaboramos não só em biocombustíveis, mas também em cidades verdes que diminuam o uso de hidrocarbonetos. Há espaço para expandir a colaboração no setor alimentar, principalmente porque Brasil e EUA têm capacidade e responsabilidade importantes nessa área por provavelmente serem os mais fortes na produção agrícola e de alimentos. Na área de não-proliferação, há um diálogo excelente que nos permitirá trabalhar juntos em fóruns internacionais e para aprimorar a capacidade mundial em proibir a proliferação de certos tipos de armas. Outra área de cooperação é a da luta contra o crime organizado e a violência transnacional. Com sua Polícia Federal, o Brasil está assumindo um papel cada dia mais importante na América do Sul e tem muito interesse em colaborar em nível internacional. E, finalmente, o Brasil vem se estabelecendo como um país doador de assistência ao desenvolvimento, sendo o único com a experiência de desenvolver-se internamente enquanto se transforma em um Estado doador. Isso abre um importante espaço de colaboração entre o Brasil e doadores já estabelecidos - sejam EUA, Canadá, países da União Europeia – por causa da capacidade agrícola e em saúde pública brasileiras. Cooperamos com o Brasil em Moçambique, na luta contra a aids, e no Haiti, no combate à malária.
iG: Para o sr., o Brasil é um poder global com interesses regionais e responsabilidades internacionais. A crítica de Dilma à situação de direitos humanos no Irã, especificamente sobre a questão do apedrejamento, seria uma mostra do reconhecimento dela sobre essa responsabilidade?
Sim, e também expressa sua maneira de ver o mundo como uma pessoa que foi prisioneira política, sofreu tortura, entende a luta da mulher não somente dentro de um sistema político, mas na sociedade. Indica que ela tem uma compreensão especial sobre pessoas vulneráveis por razões de gênero ou posições políticas. É interessante que antes e depois da entrevista ao “Washington Post”, ela tenha falado abertamente e com força sobre valores. Na posse, ela defendeu a liberdade de imprensa, de expressão, os direitos humanos de uma maneira bem clara, e isso é importante.
iG: Nessa entrevista, porém, ela não abordou a questão nuclear iraniana. O que se espera do governo Dilma nesse tema?
Shannon: É importante entender e lembrar que o Brasil se comprometeu a seguir a resolução das sanções, e para nós isso é o importante. Nesse momento, o Brasil está com o resto da comunidade internacional, implementando as sanções e procurando uma maneira de convencer o Irã a voltar à mesa de negociações de uma maneira a melhorar a confiança mundial sobre seu programa nuclear. Então, os EUA e o Brasil estão no mesmo lugar.
iG: Mas há expectativa de uma atuação mais comedida, como por exemplo evitando encontros diretos com o líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad?
Shannon: Essa não é uma questão só entre o Brasil e os EUA. É uma responsabilidade compartilhada na comunidade internacional. É importante que os países que querem defender o uso pacífico da energia nuclear, o uso civil, falem claramente sobre o uso ilegal do poder nuclear para fins bélicos. E nesse sentido os países que assumem responsabilidade nessa área, sejam o Brasil, a Rússia, a China, os EUA, Inglaterra, França, Alemanha, têm de falar de uma maneira clara com o Irã. E nossa diplomacia está tentando trabalhar com todos esses países para assegurar uma mensagem clara e compreensível.
iG: O sr. reconhece a necessidade de reformar a ONU para permitir a ascensão de países como Brasil e Índia. Obama, porém, defendeu a Índia nesse sentido, aceno que o Brasil esperava há tempo. A posição brasileira sobre o Irã prejudicou suas pretensões de integrar o Conselho de Segurança como membro permanente?
Shannon: Para considerar a reforma do Conselho de Segurança da ONU (CS/ONU), temos de falar dos países que historicamente mostraram interesse e compromisso com os temas mundiais e trabalham para fortalecer as regras e práticas do sistema internacional. O Brasil obviamente faz parte dessa categoria. Foi um dos fundadores da ONU e sempre assumiu suas responsabilidades dentro da comunidade internacional com consciência. O papel do País (na liderança das tropas de paz da ONU no) Haiti é uma mostra disso. Claro que às vezes haverá diferenças dos EUA com Brasil, Índia, com outros membros historicamente mais próximos, como o Reino Unido, mas isso em si mesmo não significará um veto. Na atual discussão sobre a reforma do CS/ONU, não importa a posição que o país "X" ou "Z" tomou sobre certo tema, mas como integrar os interesses complicados dos países que querem entrar no CS/ONU com os que já estão lá. Isso não é nada fácil, mas é necessário encontrar uma solução, porque o CS/ONU do século 21 precisa de reforma. O atual conselho reflete algo importante, mas não tudo. Ele não reflete os países emergentes, que procuram voz, e esse é o problema.
iG: Os EUA foram ultrapassados pela China como principal parceiro comercial do Brasil e também devem ser superados em fluxo de investimentos. Os EUA perdem espaço no Brasil?
Shannon: Temos de fazer muita coisa. As relações comerciais entre os dois países são importantes e significativas – acho que o comércio total é de US$ 50 bilhões –, mas os dois países poderiam melhorar dramaticamente seu comércio bilateral, e não devemos aceitar a relação como é hoje. Temos de melhorá-la, promover investimentos nos dois países e a venda de nossos produtos. Mas há algo interessante ocorrendo nessa relação econômica ou comercial que não acontece nas relações do Brasil com a China ou outros parceiros. Há um crescimento da interdependência entre as companhias e as economias americanas e brasileiras, no que é conhecido como "supply chain rate”. Por exemplo, uma companhia nos EUA produz componentes para aviões e os vende a uma empresa no Brasil, que constrói ou o avião ou outro componente para depois vendê-los nos EUA ou em um terceiro mercado, como faz a Embraer. Então, as companhias dependem cada dia mais umas das outras, e vemos isso cada vez mais nos setores de aviação, automobilístico. Esse crescimento é bem interessante e indica que o Brasil está assumindo um papel cada vez mais importante na economia americana e vice-versa. Mas, ainda assim, nosso nível de comércio não é suficiente.
iG: Qual a razão disso? O crescimento da China é um fator?
Shannon: Em termos absolutos, o comércio se manteve ou está crescendo, mas com a globalização o Brasil construiu uma relação comercial de muita diversidade, o que é saudável. No entanto, não podemos aceitar um distanciamento. A ascensão da China não é um problema, mas sim estarmos perdendo oportunidades. Se outros países e companhias reconhecem isso e vendem mercadorias que queríamos vender não é problema deles, mas nosso. Nós temos a culpa. Não vou culpar os chineses por vender aqui.
iG: O pacote fiscal aprovado em dezembro pelo Congresso dos EUA prevê a prorrogação da tarifa de importação e do subsídio ao etanol de milho no país. Segundo organizações que defendem o fim dos subsídios, a prorrogação abre a possibilidade de uma batalha do Brasil na Organização Mundial do Comércio. Como o sr. vê isso?
Shannon: O futuro do biocombustível depende da capacidade dos EUA e Brasil de encontrar matérias-primas mais diversas que a cana de açúcar e o milho. Para que os biocombustíveis se tornem uma commodity que possa competir com os hidrocarbonetos, precisam de uma fonte biológica superior aos dois. O Brasil e os EUA não podem depender de uma fonte de energia que venha só de um produto agrícola. Essa maneira de ver a questão como uma briga pelo acesso ao mercado do etanol de cana ou milho é como, ao princípio do século 20, discutir se um cavalo deveria ser estimulado a andar mais com o chicote ou por outro meio enquanto o carro chegava à economia. Essa disputa é uma controvérsia que causa retrocesso e não se volta para futuro. Mas estamos trabalhando nisso com o acordo sobre biocombustíveis e o trabalho internacional para tentar construir regras para fazer uma commodity confiável de biocombustíveis.
iG: Como o Brasil está próximo dos 97% de aprovação para seus pedidos de visto, os EUA estudam a possibilidade de isentar o País da exigência do documento?
Shannon: Apesar de importante, o nível de aprovação é apenas um dos requisitos para o programa de isenção. O Brasil vem obtendo avanços muito importantes, mas obviamente isso é um processo que toma tempo, porque é uma decisão grande eliminar a necessidade de visto. Mas um Brasil que sairá da posição de oitava ou sétima economia do mundo para tornar-se quinta ou quarta, um Brasil onde a classe média cresce a cada dia, seria um candidato excelente.
iG: Qual é o impacto dos vazamentos de documentos diplomáticos dos EUA pelo WikiLeaks? O episódio é somente um embaraço para Washington, diminuindo sua confiabilidade como parceiro diplomático, ou realmente ameaça o país e seus parceiros?
Shannon: Vamos sobreviver ao WikiLeaks. E vamos sair fortalecidos de certa forma, pois (os vazamentos) indicaram algumas áreas débeis em nosso sistema de proteção de informação. Mas os países que têm relação conosco vão mantê-la pelo simples fato de sermos um país importante no mundo. Outros Estados têm interesse em falar e colaborar conosco e entender o que pensamos. Isso não vai diminuir. Mas o WikiLeaks tem um lado perigoso, porque seu propósito foi reduzir o espaço da conversa privada, confidencial com parceiros, o que na diplomacia é essencial para a troca de ideias e busca de soluções para chegar a um consenso. Abrir todos os espaços de diálogo não é bom, e indica da parte dos "WikiLeakers" um entendimento velho do mundo. Hoje a grande parte de nosso sistema para proteger informação não tem esse propósito. O objetivo é construir espaços de diálogo dentro de governos e entre eles para chegar a decisões acertadas que não sejam expostas a pressões políticas e públicas.
iG: O sr. fala em confidencialidade, mas o sistema em que os telegramas eram distribuídos foi criado na década de 90 e podia ser acessado por 2,5 milhões de pessoas. Não houve uma falha dos EUA em não garantir uma melhor segurança de comunicação secreta e confidencial?
Shannon: Somos um país e governo grandes, estamos em todas as partes do mundo, e esse número representa muito menos de 1% da população americana. Essa comunicação mostra que temos um sistema de governo bastante aberto internamente. Dentro dele não há ilhas superprotegidas. Especialmente depois do 11 de Setembro de 2001, aumentamos o fluxo de comunicação para melhorar a capacidade das agências de compartilhar informação. Ou seja, o propósito da confidencialidade não é guardar ou esconder informação, é usá-lo de uma forma inteligente.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Ter Jan 11, 2011 7:26 am
por Penguin
10/01/2011 - 18h54
De "macaquito" a irmão maior (e mais querido)
BUENOS AIRES - Era uma vez o tempo em que os brasileiros eram tratados como "macaquitos" pelos "hermanos" argentinos - e não apenas nos papos vadios de botequim. Eu era correspondente da Folha em Buenos Aires, no início dos anos 80, quando um jornal econômico (ou seja, daqueles supostamente sisudos) tascou uma charge em que um negro defecava automóveis. Foi durante uma das intermináveis pendengas Brasil/Argentina, no caso em torno da exportação/importação de autos.
Depois, o Brasil evoluiu, aos trancos, mas evoluiu. A Argentina involui, também aos trancos, mas no tobogã para baixo.
Um dia, conversei com o então chanceler Guido di Tella (governo Carlos Menem, que foi de 1989 a 1999). Ele me disse uma frase que jamais esqueci:
"Para a Argentina, já está muito bom ser para o Brasil o que o Canadá é para os Estados Unidos".
Era a rendição aos "macaquitos". A Argentina, pela voz de uma autoridade que era também intelectual respeitado (já morreu), admitia ser apenas um parceiro bacana mas inferior ao gigante ao Norte.
Mal comparando, era como admitir que Maradona era o segundo melhor jogador do mundo, atrás de Pelé. Essa admissão os argentinos ainda não fizeram e talvez nunca venham a fazer. Aliás, se Messi continuar jogando o que joga, até eu, barcelonista fanático, vou achar que o melhor do mundo em todos os tempos é ele, nem Pelé nem Maradona.
Futebol à parte, a rendição ao Brasil é irrestrita. Nesta segunda-feira, o chanceler Antônio Patriota fez sua primeira viagem ao exterior e escolheu justamente a Argentina, para preparar a viagem da presidente Dilma Rousseff, no dia 31.
Foi tratado com todos os tapetes vermelhos disponíveis no mercado de Buenos Aires. Com direito até a um encontro com a presidente Cristina Fernández de Kirchner e uma entrevista coletiva, ao lado de seu colega Héctor Timerman, em plena Casa Rosada, a sede do governo, o que pode não ser inédito mas é inusual. Geralmente, presidentes falam na sede do governo, chanceleres na Chancelaria.
O Brasil devolve o carinho. O fato de Patriota inaugurar pela Argentina sua milhagem no novo posto mais o fato de que Dilma também escolheu o país para sua primeira viagem ao exterior é por si só eloquente. Ainda mais que o governo norte-americano insistiu muito para que Dilma visitasse Obama ainda antes da posse.
Dilma ainda tinha convite de Davos, para o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, que é, a cada janeiro, a maior concentração de personalidades que o mundo consegue colocar no mesmo local. Preferiu dizer não.
A visita a Buenos Aires, como primeira escala internacional (aproveitará para jantar no Uruguai), sinaliza, diz Patriota, um círculo de prioridades: o Mercosul, como primeiro círculo, mas com a Argentina em primeiro lugar. Depois, a Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
Há mais simbolismos na visita: coincidentemente, Brasil e Argentina, os dois principais países do subcontinente, são governados por mulheres, aliás mulheres de personalidade forte. Os dois vivem um bom momento econômico, que é preciso festejar.
Aliás, o momento argentino, ao menos em 2010, conseguiu ser melhor que o do Brasil: cresceu, segundo os cálculos preliminares, algo em torno de 8%, quando o Brasil, no seu melhor ano das eras Fernando Henrique/Lula, não passou de 7,5%, pouco mais ou menos.
O bom momento não é apenas para os dois países, mas também para suas presidentes. Dilma ainda está em lua-de-mel com uma alta porcentagem de brasileiros esperando dela um governo ótimo/bom. Cristina recuperou-se da crise de 2009, que levou a avaliação negativa de seu governo para praticamente 60%. Hoje, o ruim/péssimo é de apenas 23%, metade dos que cravam ótimo/bom.
Se a eleição presidencial fosse agora, em vez de outubro, como será, ela ganharia sem desfazer um pingo da maquiagem pesada que costuma usar (como a maioria das argentinas, aliás): pesquisa publicada sábado pelo "Clarín", agora arqui-inimigo dos Kirchner, depois de uma bom período de namoro, mostra que ela teria 29% dos votos, quase três vezes mais que a soma de todos os cinco pré-candidatos até agora listados. Juntos, não conseguem mais que 11%, sendo que o mais votado tem meros 3,6% (Maurício Macri, ex-presidente do Boca Juniors e atual prefeito de Buenos Aires).
Tudo bem que é muito cedo ainda para dar o quadro como cristalizado, tanto que 49,1% dos pesquisados ou não souberam dizer em quem votariam ou não quiseram dizer.
Mas é um resultado importante quando se sabe que a inflação, inimiga número 1 da popularidade de qualquer governante, está disparada. Oficialmente, foi de 11% o ano passado, mas ninguém acredita na estatística oficial. As consultorias privadas falam em 25%.
O namoro, sincero, entre Brasil e Argentina não esconde desníveis tanto estruturais como conjunturais.
O Brasil tem população, território e economia bem maiores do que a Argentina. Esse é um fato da vida inexorável que justifica a tese de Di Tella de pôr a Argentina como um Canadá ante o Brasil/Estados Unidos.
Mas há uma situação conjuntural que torna o Brasil muito mais importante para a Argentina do que a Argentina para o Brasil. O Brasil absorve 22% das exportações argentinas, cifra que ganha maior dimensão quando se compara com a fatia das exportações que vai para a União Europeia (17%) e para os Estados Unidos (6%).
Posto de outra forma, os dois maiores mercados do mundo, somados, compram da Argentina praticamente a mesma porcentagem que o Brasil.
Não é para estender tapete vermelho para o chanceler (ou qualquer outra autoridade brasileira)?
Mas há uma mancha no vermelho: o deficit argentino nas transações com o Brasil é muito grande (US$ 4 bilhões no ano passado). Quando se sabe que o Brasil está com a moeda supervalorizada, o que, em tese, dificulta as exportações e estimula importações, vê-se que há aí um problema sério para a Argentina.
É natural que, na visita de Dilma, o deficit seja tratado. Mas, por enquanto, para não estragar a paixão, Patriota desconversa: "A relação bilateral vai muito além do comércio".
Amor é amor.
Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Assina coluna às quintas e domingos na página 2 da Folha e, aos sábados, no caderno Mundo. É autor, entre outras obras, de "Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo e "O Que é Jornalismo".
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Ter Jan 11, 2011 11:12 am
por marcelo l.
http://bosco.foreignpolicy.com/posts/20 ... nd_the_g20
Is Sarkozy hitched to a fading star?
Posted By David Bosco Monday, January 10, 2011 - 1:32 PM Share
French president Nicolas Sarkozy arrived in Washington today for talks with President Obama devoted in large part to shaping the G-20's agenda. Since taking the reins of the world's premier consultative group, Sarkozy and his advisers have outlined an array of problems they'd like to tackle, including restructuring the international monetary system to decrease reliance on the dollar as a reserve currency, coordinating development strategies, controlling skyrocketing food prices, and perhaps even reforming the U.N. Security Council. Shortly before Sarkozy's arrival in Washington, Brazil's finance minister again warned about what he described as currency manipulation and insisted that the G-20 refocus on that problem.Even as Sarkozy bends Obama's ear about agenda items and crafts his strategy, there's a growing feeling that the G-20's finest days may be behind it.
Sarkozy has strong domestic political incentives for making his turn at the head of the G-20 (and the G-8, which France is concurrently chairing) as dramatic and consequential as possible. He's facing what looks to be a tough reelection battle, and a star turn on the international stage could help boost sagging poll numbers (and strengthen him against a potential challenge from current International Monetary Fund chief Dominique Strauss-Kahn). That political dynamic, and Sarkozy's own somewhat manic personality, mean that France's time at the head of the G-20 is likely to be frenetic, or at least appear so.
The French president may have to fight to keep the G-20 in the spotlight. Some of the most ambitious but less plausible agenda items, notably Security Council reform, have already fallen by the wayside. Recent events are driving other issues higher on the agenda; if food riots keep breaking out, for example, that issue might dwarf others by the time the G20 leaders convene in Paris later this year. World Bank president Robert Zoellick has been beating the drum in the past few weeks about the need for the G-20 to put food prices at the top of its agenda. For its part, Washington would probably prefer to keep the focus on the European debt crisis, which it sees as the most pressing international economic threat.
But it's reforming the international monetary system that may be closest to France's heart. The French have been careful not to frame the issue as a direct assault on the dollar's position as the leading international reserve currency. In today's Oval Office meeting, Sarkozy was on his best behavior. "I've always been a great friend, a tremendous friend of the United States and I know how important a role the United States plays in the world, how important the U.S. dollar is as the world's No. 1 currency." But just a few hours earlier, French officials were speaking of achieving greater balance between leading currencies. "We want to encourage the international development of other currencies, such as the yuan," a Sarkozy advisor told Reuters.
As Princeton University's Sophie Meunier has argued, it would be easy to see this as another manifestation of France's recurrent desire to tame what former French foreign minister Hubert Vedrine called the "hyperpower." Sarkozy's objectives, she writes:
look like a typically French frontal assault against Washington. France's stated ambition is no less than a brand new international monetary system -- throw in also the regulation of commodities markets and the renovation of global economic governance for good measure. The underlying analysis behind this ambitious objective is that international financial instability comes from the privilege of the dollar as reserve currency. Eliminating this privilege, the argument goes, would also better reflect the new multipolar economic reality.
It's an argument that some U.S. officials might privately support; they know that today's international reserve system creates an unsustainable and ultimately dangerous American reliance on cheap foreign financing. But with the United States cutting taxes, launching new stimulus measures, and consequently running huge budget deficits, there's little appetite in Washington for accelerating a move away from the dollar as the default reserve currency.
In any case, it's not clear that plans for international monetary reform will get off the drawing board. The G-20 got high marks for fending off protectionism and coordinating an international response to the financial crisis in 2008 and 2009 but has struggled to maintain that momentum.
Last year's Seoul summit was a disappointment; the members achieved little concrete on currency revaluation or anything else. And it's not clear that the group can induce its members to abide by even the very broad pledges that they have made. At the June 2010 Toronto summit, for example, industrialized nations pledged to slash their budget deficits in half by 2013. That goal now looks all but unattainable for the United States. (This week, the Fund's deputy managing director John Lipsky diplomatically termed Washington's recent budget-busting a "major challenge.") America's failure on that important metric may send an important signal to other members about the meaningfulness of G-20 pledges.
The G20's lackluster recent performance has led Eurasia Group's Ian Bremmer to argue that the world is entering a" G-Zero" phase, in which there is effectively no global steering committee:
G-20 cooperation in 2008 and 2009 proved a short-lived collective reaction to panic, safety in numbers in the face of imminent disaster. The first indication it wouldn't last came in Copenhagen a year ago, following a climate summit marked by such disunity that the outcome was worse than if no meeting had taken place. Climate proved a sufficiently low-grade priority in the middle of a hard-fought global economic recovery that the frictions were largely forgotten. That's less the case with last fall's IMF meeting in Washington and G-20 meeting in Seoul, which ended with warnings of a global currency war and of a return to the national economic barriers of the 1930s. During both summits, the economic strategies of the world's leading economies were set in opposition to one another.
Even some French officials have been seeking to temper expectations. "We have to adapt the G-20 to a new environment, from high frequency management of the world economy to low frequency management. The pace is likely to be slower because we are tackling deeper and more difficult issues," a senior official told the Wall Street Journal.
The problem for the French -- and for the world -- is that a creation like the G20 may not be able to operate for long at a low frequency. In contrast to the G-7/G-8 and its forerunners, there isn't a lot culturally, politically or economically that binds together the G-20; it includes countries as diverse as Italy and Indonesia, China and Mexico. And it doesn't appear that G-20 meetings themselves have fostered any lasting sense of community. The group is too clunky to allow the kind of leader-to-leader bonding that sometimes occurred at G-7 and G-8 confabs. After the inclusion of a variety of "special guests" including Spain, Singapore, Malawi and Ethiopia, the Seoul summit ballooned to 25 heads of state plus more than a half dozen heads of international organizations. The next summit will likely repeat that inflationary practice, and even a fully energized Sarkozy will struggle to make it a meaningful session.
The French and South Koreans have both hinted that the G-20 needs some kind of permanent staff and structure -- perhaps a miniature version of the U.N.'s secretariat -- to keep the consultative process on the rails, but the idea hasn't attracted much support in Washington or Beijing. The real problem may be much more fundamental and won't be solved by creating new bureaucrats: The world needs a reasonably-sized economic steering committee (5-7 members would be ideal) that's not the European-dominated G-7 or G-8 and that includes key emerging economies.
Barring a major crisis that restores a sense of purpose, it's quite possible that both Sarkozy and the G-20 will be moving to the sidelines.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Ter Jan 11, 2011 2:03 pm
por marcelo l.
John Lewis Gaddis - tem indicação de livros de seus ex-alunos que "o ensinaram"
http://thebrowser.com/interviews/john-l ... -relations
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Ter Jan 11, 2011 4:27 pm
por GustavoB
Marino escreveu:RobertoRS escreveu:
Coitado do FHC, nunca foi neoliberal...
Também te contaram isso no colégio?
Eu disse, surreal.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Jan 12, 2011 8:52 am
por thelmo rodrigues
Nacional até quando? Wed, 12 Jan 2011 07:38:27 -0200
Carlos Frederico de Queiroz Aguiar
Presidente do Sindicato das Indústrias de Material de Defesa (Simde)
Há poucos dias o ministro da Defesa da China, Liang Guanglie, declarou a um jornal local que “nos próximos cinco anos, o setor militar fará progressos para se preparar contra ameaças militares em todas as direções estratégicas, por isso vamos incrementar nossos arsenais convencionais e nossas capacidades em alta tecnologia”. Disse ainda que a China não pode depender de outros para modernizar sua tecnologia militar.
Muitas são as diferenças econômicas e culturais entre o Brasil e a China, mas não é por acaso que ambos os países fazem parte do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), que têm em comum grande contingente populacional, extensão territorial, economia forte e em desenvolvimento. Por isso tudo, o Brasil não pode também depender dos outros para modernizar sua tecnologia militar.
Mesmo descartando as razões estratégicas de segurança nacional, a não dependência extrema seria a diferença entre desenvolvimento sustentado e bolha de desenvolvimento. A segunda é mais rápida, sai melhor na foto, atende a interesses internacionais poderosos, é mais saborosa politicamente, mas não se sustenta no tempo, não cria raízes nacionais profundas. Cessado o estímulo financeiro, termina o círculo virtuoso. O Brasil vive bom momento, com imensas perspectivas econômicas que projetam o país a fazer bilionários investimentos públicos despertando apetite sem precedentes dos players internacionais em todos os segmentos.
Só na área de infraestrutura, estima-se que os investimentos federais, estaduais e municipais que precisarão ser feitos para dar cabo à agenda de eventos esportivos globais previstos até 2016 cheguem à ordem de U$ 26 bilhões. No setor de energia, a Petrobras anuncia investimentos até 2014 de US$ 224 bilhões na exploração das camadas pré-sal – felizmente nesse caso com 80% dos recursos reservados para realização de conteúdos industriais nacionais.
No segmento da defesa e segurança, há grande movimentação dos esforços para o reequipamento das Forças Armadas. Seguindo o que estabelece a Estratégia Nacional de Defesa (END), as três forças desenvolveram programas de reaparelhamento, em que serão investidos US$ 247 bilhões até 2030, sendo da Marinha US$ 70 bilhões, do Exército US$ 94 bilhões e da Aeronáutica US$ 83 bilhões.
Façamos as contas e vamos chegar ao expressivo e atraente número de cerca de US$ 700 bilhões de investimentos públicos no país até 2030, não considerando aqui vários outros tais como o programa nuclear de geração de energia, programa aeroespacial, programa hidroelétrico de geração de energia. Não é por acaso que a Fiesp, a Firjan e a Abime, só para falar de entidades com as quais tenho acesso mais direto, ao longo de 2010, receberam inúmeras delegações empresariais de países do chamado Primeiro Mundo. EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Israel, para citar os mais evidentes, estiveram por aqui oferecendo suas expertises nas variadas áreas que compõem o escopo estrutural dessas realizações.
Tudo isso não seria a indicação de progresso e desenvolvimento do país? Sem dúvida. Mas não sejamos ingênuos, pois a regra mais básica da economia é que não existe almoço de graça. Se não houver cautela do governo, a indústria nacional estará correndo riscos sérios, vindos de todas as áreas. A começar pela do câmbio, que, como ensinou Mario Henrique Simonsen, pode matar, visto que estamos imersos numa guerra cambial internacional sem previsão de término. No segmento industrial de defesa, atrevo-me a adiantar risco adicional: o da desnacionalização, o que é grave, gravíssimo, em se tratando de defesa nacional, como nos alertou o ministro da Defesa da China.
As consequências da perversidade da crise cambial já são evidentes em território nacional: aumento das importações, diminuição das exportações pela queda da competitividade em preço do produto nacional e desindustrialização, como bem alertou o novo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em recente entrevista por ocasião da sua posse.
A esse mal se soma outra perversidade que tem tirado a competitividade em preço da nossa indústria, a excessiva carga tributária incidente, gerando muitas vezes situações sem qualquer sentido. É o caso da exportação de impostos ou mesmo da venda de nossos produtos para as Forças Armadas brasileiras. Não parece cabível a incidência de impostos federais e estaduais quando os bens são adquiridos pelas Forças Armadas ou mesmo por forças policiais federais ou estaduais no país. Essa situação torna a competição com produtos importados muitas vezes impossível, obrigando a opção por produtos importados a preços mais baixos.
Principalmente no ramo de segurança e defesa, também sofrido com a crise cambial, não são poucas as investidas de empresas multinacionais e internacionais que temos presenciado nos tempos que correm em nosso país. O roteiro do filme já é conhecido. Cena inicial: a empresa estrangeira se associa à empresa brasileira. Cena final: adquire o controle acionário, haja vista a fragilidade da brasileira frente à solidez daquela. Com uma possível cena adicional: a retirada do país tão logo tenha realizado seus propósitos comerciais, como já ocorreu em passado recente.
Temos um enorme desafio pela frente. O tempo conspira contra nós. As necessidades são emergentes: o país tem que se equipar, faltam políticas que contemplem estratégias de Estado mais claras e comprometidas com a soberania, o futuro e a sustentabilidade da nação. Algumas perguntas precisam ser respondidas de pronto, entre elas a questão magna: que país queremos ser?
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Jan 12, 2011 9:54 am
por PRick
Marino escreveu:RobertoRS escreveu:
Coitado do FHC, nunca foi neoliberal...
Também te contaram isso no colégio?
Ele leu no Globo e na Revista Veja.
FHC o cara que falou, "esqueçam tudo o que eu escrevi!"
[]´s
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Jan 12, 2011 11:04 am
por Marino
Diplomacia às claras
Embaixador dos Estados Unidos no Brasil espera relação "sem surpresas" entre países e revela interesse em aprofundar diálogo
Isabel Fleck
Em dezembro passado, uma decisão tomada pelo governo brasileiro pegou Washington de surpresa. O reconhecimento oficial do estado Palestino, de acordo com as fronteiras de 1967, não havia sido comunicado ao embaixador Thomas Shannon, o mais alto representante no Brasil dos Estados Unidos — principal mediador do processo de paz no Oriente Médio. A novidade causou um incômodo no governo americano semelhante ao que foi sentido no Planalto após o conhecimento do acordo de Defesa fechado entre os EUA e a Colômbia para a utilização de bases militares no país vizinho, em 2009. Para Shannon, surpresas como essas não devem ser repetidas daqui para frente, para o bem das relações entre os dois países.
“É preciso manter canais de comunicações abertos em todos os níveis, mas principalmente no nível das lideranças e de chanceleres. E também ter uma política de ‘no surprises’ (sem surpresas)”, assegurou o embaixador, em entrevista exclusiva ao Correio. Tirando essa ressalva, o experiente diplomata, que surpreende pela tranquilidade e pela fluência no idioma português, vê com otimismo o futuro das relações entre os dois países no governo de Dilma Rousseff. Para ele, tanto a nova presidente como seu chanceler, Antonio Patriota, de quem se aproximou bastante em Washington, demonstram “capacidade de serem inovadores” para a relação bilateral. “Há, nesse momento, um interesse dos dois países de aprofundar as relações, como um reconhecimento de que, com o mundo mudando dinamicamente, e com o Brasil transformando-se a cada dia em um poder global, é necessário pensar nas relações entre os dois países de uma maneira nova”, observa.
O embaixador, contudo, rejeita a ideia de que os últimos oito anos tenham sido ruins para a relação entre Brasília e Washington, ou que o governo Lula, tomado por um viés antiamericano, tenha se afastado dos Estados Unidos. “Nas relações entre os presidentes, as chancelarias e os governos, temos hoje uma estrutura de diálogo muito mais ampla e produtiva do que antes. Mas é importante entender que o motor das mudanças que estão ocorrendo dentro da relação não é ideológico. O motor são as mudanças que estão ocorrendo no mundo e a transformação que está acontecendo aqui no Brasil.”
Da protegida sala que ocupa na embaixada em Brasília há pouco menos de um ano, o embaixador assegura que sua rotina não mudou após o vazamento, pelo site WikiLeaks, de documentos da diplomacia americana — alguns deles assinados, inclusive, pelo próprio Shannon. Para ele, é importante não se deixar intimidar pelo episódio, que também não teria, segundo o diplomata, afetado a relação com o governo brasileiro. Tanto que uma de suas muitas tarefas tem sido discutir a data da primeira visita do presidente Barack Obama ao Brasil. Questionado se ela ocorrerá ainda neste semestre, ele despista: “Prefiro deixar isso nas mãos da Casa Branca”. Já Dilma é esperada em Washington em meados de março.
Entrevista THOMAS SHANNON
O senhor acredita que houve um afastamento entre Brasil e EUA, nos últimos oito anos, por conta de um viés antiamericano do
governo Lula?
Eu diria que os oito anos do presidente Lula marcaram uma das melhores etapas nas relações entre o Brasil e os EUA, tanto na quantidade como na qualidade do diálogo e da comunicação. Nas relações entre os presidentes, as chancelarias e os governos, temos hoje uma estrutura de diálogo muito mais ampla e produtiva do que antes. Mas é importante entender que o motor das mudanças que estão ocorrendo dentro da relação não é ideológico. O motor são as mudanças que estão ocorrendo no mundo e a transformação que está acontecendo aqui no Brasil. A relação não é estática. Ela é dinâmica, complexa, e, às vezes, complicada. E, cada dia, requer uma diplomacia mais hábil, ágil, flexível e com capacidade de entender oportunidades e aproveitá-las.
Considerando o perfil da presidente Dilma Rousseff e de seu chanceler, Antonio Patriota, o que pode mudar nas relações entre os dois países?
Para começar, o Brasil e os EUA sempre tiveram relações excelentes, baseadas na amizade. Mas o que há nesse momento é um interesse, uma vontade dos países de aprofundarem as relações, como um reconhecimento de que, com o mundo mudando dinamicamente e com o Brasil transformando-se a cada dia em um poder global, é necessário pensar nas relações entre os dois países de uma maneira nova. E eu acredito que a presidente e o chanceler têm a capacidade de serem inovadores. Do nosso lado, temos muita esperança, otimismo e vontade de trabalhar.
O fato de Patriota ter sido embaixador nos EUA e conhecer a dinâmica de Washington pode aproximar os dois países?
A escolha de Antonio Patriota foi excelente, não só para os Estados Unidos, mas para o Brasil, porque ele tem uma trajetória impressionante dentro do serviço exterior, tem muita experiência em diferentes partes do mundo. Um de seus primeiros postos, por exemplo, foi a China. É claro que seu tempo nos EUA ajuda, porque ele entende a dinâmica política de Washington e também as nossas idiossincrasias e as excentricidades — o que vai contribuir para procurar soluções pragmáticas para problemas.
O senhor defende que Brasil e EUA devem manter o foco sobre os pontos de convergência, e não permitir que as divergências atrapalhem a relação. Quais desses pontos podem ser melhorados?
Os dois países têm muito interesse em trabalhar na área de comércio e investimentos, porque, nesse momento, temos um nível importante de comércio, de US$ 50 bilhões. Mas isso é pouco, se comparado com a potencialidade e a oportunidade existentes nas economias dos dois países e com as relações históricas entre as economias e as empresas privadas. Há muito interesse também em se traba-lhar com a energia, especialmente a renovável, e de aprofundar a nossa colaboração sobre mudanças climáticas. Temos olhado para a área de segurança alimentar, porque os EUA e o Brasil são dois dos países mais importantes do mundo na produção de alimentos e de produtos agrícolas. Há muito interesse também na renovação de organizações internacionais. Outra área de atenção são os eventos internacionais que ocorrerão no Brasil, os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo.
Mas também não há como deixar de lado as divergências, com um Brasil cada vez mais atuante no cenário internacional.
De que modo é possível trabalhar esses pontos de atrito, como foi a questão do programa nuclear do Irã?
Com diálogo. É preciso falar, falar e falar. E também manter canais de comunicações abertos em todos os níveis, mas principalmente no nível das lideranças e de chanceleres. E também ter uma política de “no surprises” (sem surpresas) — ou seja, compartilhar, especialmente nas áreas mais sensíveis, não somente nossos pontos de vista, mas as coisas que vamos fazer dentro de nossa diplomacia.
Algumas surpresas brasileiras incomodaram Washington no último governo?
Os dois lados às vezes não se comunicaram de maneira adequada. O nosso acordo de defesa com a Colômbia surpreendeu o Brasil, da mesma maneira que a decisão do Brasil em reconhecer o Estado palestino nos surpreendeu. No futuro, isso não deve ocorrer.
Washington recebeu as declarações de Dilma sobre os direitos humanos no Irã como um sinal de possível mudança na postura brasileira em relação a Teerã?
Em seus pronunciamentos, seja na entrevista ao Washington Post, ou, mais recentemente, no seu discurso no Congresso durante a posse, ela mostrou claramente um interesse em promover os direitos humanos como parte integral de uma sociedade democrática. Isso foi bem recebido em Washington e em outras partes do mundo. O Brasil tem um soft power (“poder suave”, pela tradução literal) que lhe permite falar de democracia e de direitos humanos por sua própria experiência — como um país que saiu do autoritarismo de governos militares para estabelecer e consolidar uma democracia que respeita os direitos humanos e promove uma sociedade aberta e tolerante.
Essas críticas podem ser um sinal de que a relação política com
Teerã também não será como no governo anterior?
São coisas diferentes. Quando ela fala de direitos humanos, não está falando só do Irã, mas do mundo inteiro, de maneira global. Está reconhecendo alguns direitos como fundamentais, mas não para um país específico.
Em um dos documentos vazados pelo site WikiLeaks, a embaixada em Brasília relatou que o Brasil tem uma “necessidade neurótica” de ser igual aos EUA. Isso tende a se acentuar, com uma maior atuação brasileira no cenário internacional?
Não é nada neurótico. O Brasil é um poder emergente no mundo e o povo brasileiro tem todo o direito de querer ser um poder — essa ambição é legítima, é positiva. Mas eu diria, com a minha expe-riência como embaixador americano aqui, que o Brasil não quer ser igual aos EUA. O Brasil deseja realizar o potencial do Brasil, os brasileiros querem ser brasileiros, e isso é algo que nós admiramos e respeitamos.
A embaixada do Brasil está tomando mais cuidado com as mensagens enviadas a Washington? O senhor mudou sua rotina de trabalho, como embaixador?
Não, não. (Pausa) Ainda jovem, eu aprendi que não podemos nos permitir intimidar por outras pessoas. Então, vamos seguir fazendo o nosso trabalho.
A decisão sobre os caças foi deixada para o governo Dilma. O senhor acredita que esse é um sinal de que ainda há chances para a proposta americana?
Para nós, a concorrência ainda está aberta. O Brasil expressou claramente sua preocupação sobre a transferência de tecnologia. Após as cartas enviadas pelos secretários (de Estado, Hillary) Clinton e (de Defesa, Robert) Gates e também após o que falou o senador (John) McCain ontem (segunda-feira), vamos fazer todo o possível para mostrar que a Boeing oferece não somente uma transferência de tecnologia importante, mas também a oportunidade para a indústria de aviação brasileira estabelecer uma relação, uma parceria estratégica com a maior e mais importante companhia de aviação do mundo.
A visita de um senador como McCain ao Brasil, já na segunda semana de trabalho de Dilma Rousseff, demonstra um interesse maior pelo país?
Essa foi uma visita excelente, que refletiu o entendimento em Washington e no Congresso da importância do Brasil. E acredito que os senadores McCain e (John) Barrasso vão voltar para o Senado com a forte mensagem de que “o gigante silencioso despertou”, como disse McCain.
O que o Brasil ainda deve fazer para mostrar que está apto a ser membro permanente do Conselho de Segurança?
Quando o mundo pensa em reformar o Conselho de Segurança, pensa primeiro em um órgão que represente melhor a atualidade do poder no mundo. Isto é, que capte o fato de que existe uma série de países que são poderes hoje, mas que não foram poderes em 1950. O Brasil, obviamente, faz parte desse grupo. Além disso, para o bem-estar do Conselho de Segurança, o mundo procura países que têm uma história de respeito com as Nações Unidas e com o Conselho, e o Brasil também faz parte desse grupo.
Os EUA mantiveram a tarifa de importação do etanol brasileiro
e os subsídios aos produtores americanos. O senhor acredita que o governo brasileiro levará isso também à Organização
Mundial do Comércio, como ocorreu com o algodão?
Quais seriam as implicações disso na relação?
Só o governo do Brasil pode responder a essa pergunta. E o tema de tarifas do Congresso. Mas acredito que, na área de energia, especialmente no setor de biocombustíveis, o Brasil e os EUA têm um desafio comum, que é torná-los commodities e chegar a uma terceira geração (de biocombustíveis). Além disso, não é possível pensar uma indústria transnacional ou internacional que use apenas um tipo de matéria-prima (cana-de-açúcar ou milho) em biocombustíveis. Queremos enfocar as nossas pesquisas nessa área.
O massacre ocorrido no Arizona, que teve uma deputada democrata como alvo, pode acirrar ainda mais a polarização partidária nos EUA?
Para começar, os eventos de Tucson foram horríveis e trágicos (leia na página 21). Uma grande deputada, Gabrielle Giffords, está lutando pela sua sobrevivência. Seis pessoas, inclusive uma menina de nova anos, foram mortas brutalmente. Seria um erro vincular esse ato à retórica política nos EUA. E acredito que os policiais e os tribunais vão mostrar isso. Mas o presidente da Câmara dos Deputados e os membros do Congresso, além de condenarem os eventos em Tucson, já falaram da importância de se lembrar que, dentro dos EUA e da política, não há inimigos — talvez adversários —, e que todos nós somos cidadãos, somos americanos e temos um destino comum. O importante é trabalhar para evitar esse tipo de violência.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Jan 12, 2011 3:32 pm
por gribel
Boa tarde a todos.
Tenho uma dúvida.
O fato de algumas de nossas principais indústrias de defesa serem compradas pelos israelenses, não abriria possibilidade de algumas tecnologias israelenses serem passíveis de veto ianque, e por consequência, nós tb sermos afetados por isso?
Obrigado.
Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Jan 12, 2011 4:48 pm
por suntsé
gribel escreveu:Boa tarde a todos.
Tenho uma dúvida.
O fato de algumas de nossas principais indústrias de defesa serem compradas pelos israelenses, não abriria possibilidade de algumas tecnologias israelenses serem passíveis de veto ianque, e por consequência, nós tb sermos afetados por isso?
Obrigado.
Coloco abaixo na integra o que postei na seção Forças Aéreas:
Defender os interesses nacionais é xenofobia agora? (ai meu deus
)
Com todo o respetio meu prezado colega mais agora você forçou a barra. Não se trata de se isolar e muito menos descriminar empresas estranegiras.
Se trata de defender o capital humano e cientifico do Brasil só isso. Estando sobre controle do Brasil, podemos usar os Profissionais Brasileiros (até os estrageiros que a empresa vier a ter), para formar nova safra de tecnicos qualificados BRASILEIROS, e assim o conhecimento é passado adiante. MAntendo ele sempre em nosso poder.
Uma empresa estrangeira talvez não tenha essa preocupação, e a medida que os BRASILEIROS vão se aposentando, ele poderam subistituir os Tecnicos mais importentes por gente da nacionalidade deles. E deixar os postos menos importantes e para os Brasileiros.
Porque ao meu ver eles poderam achar que gente deles estaram mais comprometidas com os intereses nacionais deles, e por isso poderam desejar que o conhecimento fique nas mãos dos seus nacionais. Ai o conhecimento pode se perder e fica na mão deles, e assas empresas ao invés de geradoras de tecnologia poderam se tornar apenas uma mera montadora de kits prontos. Uma ves que eles poderam se quiserem mudar o centro nervoso da empresa para o país deles.
Nenhuma potencia quer concorrentes, existem muitas formas de impedir que um país domine tecnologias sensiveis e se torne um forte concorrente. Ao meu ver essa é uma delas.
Infelismente, o povo Brasileiro não tem uma mentalidade nacionalista. Muitas veses ser nacionalista em um pais como o Brasil parece até crime. isso abre espaço para que nossos politicos não pensem nessas coisas.
Saudações Cordiais.