JL escreveu:Deus nos ajude. Eligioep
Há anos atrás era impossível conceber um sistema AA móvel, agora creio que está mais fácil afinal temos aí em operação um radar o SABER M60 que pode ser adaptado a uma plataforma móvel, temos a Mectron com um nível tecnológico razoável para nacionalizar um Manpads. O EB já utiliza um sistema deste tipo, com experiência no caso o Igla. Esta prestes a entrar em operação um sistema avançado que é a torre não tripulada UT30BR do Guarani, com equipamentos muito avançados e canhão ATK Bushmaster Mk.44. Tem tecnologias sendo desenvolvidas como uma torre com .50 e visores optrônicos pelo próprio Exército. Basta o extenso trabalho de integrar e desenvolver uma torre nacional. Para ser colocada em reparos rebocados ou sobre veículos. Que será melhor, em termos de eletrônica e alcance que o Guepard, não terá o espetacular poder de rajada. Mas na minha opinião servirá bem.
Bem, exceto pela falta de volume de fogo de fato poderíamos desenvolver um sistema no mínimo equivalente ao Guepard (em termos de armas de cano, evidentemente).
Mas para uso antiaéreo os 200 tiros/min de 30mm do Mk 44 são absolutamente ineficazes, no mínimo ele teria que prover 10 vezes isso. Ou então usar um calibre maior, que permitisse a adoção de espoletas de proximidade.
Leandro G. Card
Chegamos a desenvolver no passado uma versão antiaérea do Charrua, com canhão 40 mm e sistemas de direção de tiro, da Bofors:
Mais do que nunca hoje temos capacidade para construir algo semelhante a isto, e muito mais nacionalizado. Eventualmente combinado a um sistema de mísseis portáteis, lançados por aparatos laterais.
Já fabricamos a munição 40 mm inteligente, os radares de busca e de tiro são 'babada' para Orbisat e Omnisys. Sistemas mecânicos e de controle para Ares (Elbit) e Avibras. Além dos sistemas de rastreamento ótico, infra-vermelho e laser, que caem nas mãos da Opto Eletrônica e Optovac.
Indo mais adiante, há a possibilidade de, ao invés do canhão, irmos direto para um sistema de configuração e desempenho semelhante ao antigo Roland. Dada a experiência acumulada da FAB, Exército e Marinha no desenvolvimento de mísseis, tendo em vista o que foi desenvolvido para o MAR, MAN, além, claro de uma possível 'fuçadinha' nos Sea Wolf "só para ver o que tem lá dentro".
Não estamos longe de nada. Mesmo com a queda de algumas indústrias nacionais importantes nas décadas passadas, demos um salto gigante em termos de tecnologias desenvolvidas. Só é preciso decisão e recursos.
abraços]
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Out 25, 2011 4:17 pm
por LeandroGCard
Brasileiro escreveu:Chegamos a desenvolver no passado uma versão antiaérea do Charrua, com canhão 40 mm e sistemas de direção de tiro, da Bofors:
Mais do que nunca hoje temos capacidade para construir algo semelhante a isto, e muito mais nacionalizado. Eventualmente combinado a um sistema de mísseis portáteis, lançados por aparatos laterais.
Já fabricamos a munição 40 mm inteligente, os radares de busca e de tiro são 'babada' para Orbisat e Omnisys. Sistemas mecânicos e de controle para Ares (Elbit) e Avibras. Além dos sistemas de rastreamento ótico, infra-vermelho e laser, que caem nas mãos da Opto Eletrônica e Optovac.
Indo mais adiante, há a possibilidade de, ao invés do canhão, irmos direto para um sistema de configuração e desempenho semelhante ao antigo Roland. Dada a experiência acumulada da FAB, Exército e Marinha no desenvolvimento de mísseis, tendo em vista o que foi desenvolvido para o MAR, MAN, além, claro de uma possível 'fuçadinha' nos Sea Wolf "só para ver o que tem lá dentro".
Não estamos longe de nada. Mesmo com a queda de algumas indústrias nacionais importantes nas décadas passadas, demos um salto gigante em termos de tecnologias desenvolvidas. Só é preciso decisão e recursos.
abraços]
Minha opinião é que o desenvolviemnto de um moderno sistema CIWS deste tipo, com um ou dois canhões de 40 a 57 mm de tiro rápido, orientação radar e eletro-optiptica e usando munição inteligente deveria ser uma prioridade das três forças armadas brasileiras. Este tipo de arma precisa estar disponível em grande quantidade em qualquer força armada que pretenda sequer sobreviver em uma guerra atual. E por incrível que pareça o maior problema seria o canhão, pois ninguém desenvolve armamento de tubo no Brasil, no máximo são produzidos sob licença. Mas eu dispensaria os mísseis portáteis acoplados, que não acrescentariam muita coisa já que uma arma assim não vai enfrentar aeronaves e mísseis portáteis não servem contra munições. Se uma aeronave tentar se aproximar deverão haver soldados com MANPADS no entorno, pois eles SEMPRE deverão estar por lá, e prender os mísseis portáteis no mesmo veículo só vai limitar a flexibilidade operacional dos mísseis.
Já com relação a mísseis do tipo do Roland não sei não, se é para gastar esforços e dinheiro desenvolvendo algo eu prefiriria sistemas com maior alcance e tamanho de ogiva, que pudessem ser usados em duas funções (anti-aeronaves e anti-munições). Seria um sistema mais sofisticado e caro, com mísseis maiores embora não necessariamente muito mais caros (imagino mísseis na faixa dos 100kg com ogivas de 20kg, contra os 67 Kg de peso e os 6,5 kg de ogiva do Roland), algo mais parecido com o Barak ou as últimas versões do Crotale. Poderíamos começar comprando a licença de produção de algum destes dois.
Seria muito importante que ao decidir efetuar desenvolvimentos locais nossas FA's escapassem da armadilha de colocar especificações derivadas de sistemas antigos que elas já usam ou experimentaram um dia, e que foram em geral idealizados para cenários de anos ou mesmo décadas atrás. Se vai ser gasto dinheiro e esforço em algum sistema novo, ele deve ser idealizado para as ameaças de amanhã, e não as de ontem.
Leandro G. Card
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Out 25, 2011 4:28 pm
por gaitero
Aquele mix com:
Tor M2
Guarani AA (1 Canhão + 4 Igla)
Marrua (2 Igla)
52 Canhões de Tubo Modernizados + 13 FILA Modernizados
e Igla S + M-60
Me parece ser bem adequada.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Out 25, 2011 4:58 pm
por JL
É uma questão espinhosa, principalmente por que não sabemos o que estar por vir, pode ser que em um futuro conflito, digamos no Oriente Médio apresente táticas e novas concepções. Os novos sistemas russos como o Tor, Buk, Pantsyr, S300 etc. Não foram testados em combate. A aplicação de Vants armados com mísseis também não foram ainda testados contra um inimigo dotado de um sistema de defesa AA avançado.
Esse último conflito da Libia não mostrou nada, pois não só os equipamentos eram antiquados como todo o sistema estava degradado do ponto de vista humano e técnico.
A ideia de um CIWS terrestre é interessante, mas como estes sistemas se sairiam contra um ataque de saturação ou engodos. Não sei.
Voltando ao Brasil, para um futuro mais ao longo prazo, com o planeta cada vez mais carente de recursos como petróleo e água potável e com um cenário de várias potências emergentes como a China competindo com potências em declínio EUA, Europa. Penso que deveria se começar a fazer alguma coisa séria em termos de defesa AA.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Out 25, 2011 6:22 pm
por P. K. Liulba
JL escreveu:É uma questão espinhosa, principalmente por que não sabemos o que estar por vir, pode ser que em um futuro conflito, digamos no Oriente Médio apresente táticas e novas concepções. Os novos sistemas russos como o Tor, Buk, Pantsyr, S300 etc. Não foram testados em combate. A aplicação de Vants armados com mísseis também não foram ainda testados contra um inimigo dotado de um sistema de defesa AA avançado.
Esse último conflito da Libia não mostrou nada, pois não só os equipamentos eram antiquados como todo o sistema estava degradado do ponto de vista humano e técnico.
A ideia de um CIWS terrestre é interessante, mas como estes sistemas se sairiam contra um ataque de saturação ou engodos. Não sei.
Voltando ao Brasil, para um futuro mais ao longo prazo, com o planeta cada vez mais carente de recursos como petróleo e água potável e com um cenário de várias potências emergentes como a China competindo com potências em declínio EUA, Europa. Penso que deveria se começar a fazer alguma coisa séria em termos de defesa AA.
Para nós, caro JL, vale o teste em treino, sendo os resultados obtidos em combate irrelevantes, afinal, não falharam os Iglas em quatros disparos efetuados em Formosa?
Já foi batido o martelo de que o Igla é uma bosta, e que o acertos em combate real desta arma é fantasia. O insurgente líbio que abateu aquele SU-24, teve apenas um tiro de sorte.
Não conteste estas afirmações, a não ser que você tenha currículo.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Out 25, 2011 8:08 pm
por Matheus
Não daria para por um Boffors Trinity em riba de um Guarani ou do chassi dos Leo 1BE?
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Out 25, 2011 9:01 pm
por P. K. Liulba
Matheus escreveu:Não daria para por um Boffors Trinity em riba de um Guarani ou do chassi dos Leo 1BE?
Nós já reclamamos da altura com a torre israelense, imagine agora, o Guaraní com um Trinity "arriba"...
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Out 25, 2011 9:08 pm
por P. K. Liulba
Vou explicar uma coisa sobre defesa AAA:
Sistema com arma de tubo (canhões), servem como defesa contra munições (bombas guiadas). Melhor portanto, um calibre baixo com alta cadência de disparos.
Contra aeronaves dotadas de munição guiada, a defesa aérea deve contar com alcance acima de 20 Km...
O TOR M2 é um sistema voltado para ação contra bombas guiadas e mísseis cruise. Será efetivo contra uma aeronave, caso esta cometa a besteira de estar no raio de 12km do sistema.
Por isso digo, faz algum tempo, que não adianta adotar o TOR sem o BuK. Na verdade a defesa aérea com equipamentos russos deve contar com todas as camadas para ter a sua total efetividade, pois foi concebida para atuar com os seus elementos sobrepostos.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Ter Out 25, 2011 10:40 pm
por ZeRo4
LeandroGCard escreveu:Os sistemas de longo alcance tem focado nos mísseis balísticos por questões políticas, pois as principais ameaças pressentidas pelo ocidente são países como Irã e Coréia do Norte, que utilizam estes tipo de míssil por falta de aeronaves eficientes contra seus possíveis alvos. Mas nenhum país realmente sério pensa em utilizar este tipo de arma em grande quantidade, e em caso de combate contra um inimigo possuidor de uma força aérea de verdade os aviões ainda serão a prioridade dos mísseis de maior alcance. Já quanto ao SHORAD é isso mesmo, mas este fato parece não ter sido ainda percebido muito bem no Brasil, então é sempre bom insistir neste ponto.
Eu acho o contrário. Na minha opinião acabaram partindo pra esse caminho pois a AAe sempre estará defesada em relação a aviões. Não adianta querer gastar rios de dinheiro com S-300/400 abatendo aeronaves. A primeira função deles acaba sendo defesa anti-míssil e secundariamente a negação de espaço-aéreo para os atacantes fazendo com que eles tenham dificuldades de lançar armas stand-off.
LeandroGCard escreveu:
- Para a defesa de instalações fixas contra ataques militares (não me refiro a atentados com aviões-bomba ou coisas do gênero) as camadas mais altas da defesa são imprescindíveis, ou então será muito fácil saturar as defesas com grande quantidade de bombas baratas lançadas de fora do alcance dos sistemas de curto alcance. Para isso é necessário uma grande quantidade de mísseis de alcance médio (até 15-25km, como SA-8 com o 9M33M3, o Umkhonto-R ou o Aster-15) ou uma quantidade menor de mísseis de médio-longo alcance (acima de 50km, como Aster-30, S-300) espalhados ao redor da área-alvo de forma a enfrentar as aeronaves lançadoras em si. E para o caso delas conseguirem passar e lançar suas armas, é preciso ter mísseis de curto alcance (8-15km como Crotale, Barak, Tor etc...) e sistemas CIWS colocados na posição do alvo a ser defendido. Estes sistemas precisam ser capazes de mudar de posição rapidamente, ou se tornarão alvos fáceis.
Acho que é imprescindíveis contra FAs de primeira linha. Como as FAs são tratadas no Brasil, eu coloco como comparação apenas a AL e nesse cenário não acredito que haja ameaça capaz de suprimir as defesas desta forma. Se operarmos mísseis ACLOS, por mais que os kits de guiagem para bombas burras seja barato, duvido que ainda serão mais baratos que os próprios mísseis ACLOS. Logo, no esforço de guerra a balança tende a pesar para AAe!
Mas concordo com a adoção de um CIWS terrestre também. A China tem um sistema que parece ótimo.
LeandroGCard escreveu:
-Já as unidades militares móveis dificilmente podem ser atacadas com bombas simples ou bombas planadoras, e exigem mísseis guiados ou bombas cluster. Ou ainda armas apontadas diretamente pela aeronave atacante (apoio aéreo aproximado). Contra este último caso a melhor solução hoje são os MANPADS, que podem acompanhar unidades de qualquer tamanho à partir de destacamento, são quase impossíveis de detectar antes do lançamento e tem alta possibilidade de acerto em alcances menores. Mas sua ameaça é tão grande que nenhuma força atacante minimamente moderna considera sequer a possibilidade de realizar ataques deste tipo em cenários onde MANPADS estejam presentes, então seu uso acaba restrito a umas poucas possibilidades esporádicas. Assim resta às unidades móveis proteger-se contra as armas lançadas pelas aeronaves atacantes à partir de grandes altitudes, e aí voltam a ser necessários os mísseis de curto alcance (8-15km) com guiagem sofisticada (ACLOS ou equivalente), e os sistemas CIWS. Neste caso os sistemas precisam ser totalmente móveis, e de preferência capazes de atirar em movimento.
É por essas e outras que não concordo com a aquisição do RBS-70. pois de manpad ele tem pouco ou quase nada. Bela explanação!
LeandroGCard escreveu:
Estes últimos sistemas (mísseis de curto alcance e CIWS) podem até ser combinados em um único veículo (como o caso do Pantsyr), mas isto não é obrigatório. Pessoalmente acho que sistemas CIWS precisariam ser mais comuns do que os mísseis na defesa de unidades militares móveis, pois eles tem melhor relação custo-benefício contra mísseis guiados, e aí a colocação de ambos um só veículo acaba não sendo o ideal. Com sistemas dedicados (e não acoplados) seria possível economizar dinheiro para a aquisição de sistemas de canhões e mísseis mais sofisticados, com maior precisão, alcance e número de canais (no caso dos mísseis).
Positivo quanto ao CIWS, Leandro! mais eu gosto de citar o Pantsyr pq na realidade a galera cisma em pedir o RBS-23 (não sei porque motivo...).
Quanto aos sistemas Suecos, acho que apenas eu, vc e um ou outro não vemos nada demais! O povo se deixa enganar demais com akele mastro do RBS-23 ou a guiaagem a laser do RBS-70.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Qua Out 26, 2011 1:20 am
por Carlos Mathias
Eu não vejo nada demais e acho complicado, além do que, tem o pecado capital, é montado em carrocinhas.
Uma arma anti-míssil com canhão eu acho que necessariamente deverá sr de calibre menor e altíssima cadência.
Bolinhas batendo na lateral de uma bomba de 1 ton não deve fazer muito estrago.
Prá mim, sistema de canos rotativos e cadência acima de de 3000 TPM.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Qua Out 26, 2011 8:38 am
por cabeça de martelo
Por falar em material soviético/russo, deixo-vos um link da última revista "Mais alto", onde há um artigo sobre os strelas e os abates ocorridos em áfrica de aparelhos portugueses:
ZeRo4 escreveu:Eu acho o contrário. Na minha opinião acabaram partindo pra esse caminho pois a AAe sempre estará defesada em relação a aviões. Não adianta querer gastar rios de dinheiro com S-300/400 abatendo aeronaves. A primeira função deles acaba sendo defesa anti-míssil e secundariamente a negação de espaço-aéreo para os atacantes fazendo com que eles tenham dificuldades de lançar armas stand-off.
Aqui infelizmente não há muito o que fazer, ou se tenta enfrentar as aeronaves atacantes ou elas simplesmente vão lançar bomba atrás de bomba lá do alto até que alguma acerte o alvo. E os alvos prioritários serão justamente os sistemas de defesa AAe, que ficarão vulneráveis contra bombas cluster ou grandes quantidades de bombas menores lançadas quase simultaneamente se as aeronaves tiverem liberdade de agir livremente (e contra isso as defesas SHORAD ficam praticamente indefesas).
Agora, o hostilização dos aviões em si não necessariamente tem que se basear em mísseis tão grandes quanto os S300/400. A vantagem deles é ter grande cobertura (alcance), e assim exigirem menor número de lançadores para cobrir uma determinada área, mas uma quantidade maior de mísseis de menor alcance e mais baratos também pode dar conta do recado. Só que neste caso é muito importante ter em mente que tais mísseis não podem ser colocados na própria área dos alvos, pois seu alcance menor iria impedir seu uso efetivo (bombas planadores e mísseis ar-terra decidiriam a questão). Eles teriam que ser colocados ocultos nas rotas de acesso, para tentar tocaiar os aviões atacantes na mínima distância possível. Nestas condições mesmo mísseis com alcances abaixo de 50 km já seriam eficientes, desde que não tivessem limitação de altitude. Eu usaria mísseis maiores como os S300/400 apenas em pequenas quantidades, para complicar ainda mais a situação dos inimigos forçando-os a evitar certas regiões e rotas de acesso, de forma a "arrebanhá-los" para as zonas de ação dos mísseis menores.
De qualquer forma, mísseis modernos de alcance maior podem ser muito caros, mas as aeronaves atuais são ainda muito, muito mais caras. Já os mísseis balísticos tendem a ser mais baratos, bem mais do que os aviões (e também menos precisos e menos capazes). Poucos países os usam realmente em quantidade na guerra convencional, e fora o caso da China nenhum deles é capaz de efetuar uma guerra de fato moderna.
Quanto ao resto vejo que já concordamos 100% .
Carlos Mathias escreveu:Eu não vejo nada demais e acho complicado, além do que, tem o pecado capital, é montado em carrocinhas.
Uma arma anti-míssil com canhão eu acho que necessariamente deverá sr de calibre menor e altíssima cadência.
Bolinhas batendo na lateral de uma bomba de 1 ton não deve fazer muito estrago.
Prá mim, sistema de canos rotativos e cadência acima de de 3000 TPM.
Esta é uma discussão muito interessante, e na verdade não tenho uma opinião formada.
Concordo que contra bombas de ferro os pequenos balins da munição inteligente são menos efetivos que impactos diretos de um calibre 20 ou 30mm (já contra mísseis isso não é tão verdadeiro), mas é preciso avaliar em que condições armas deste calibre podem realmente obter impacto direto contra seus alvos. Se o alvo do ataque fica no próprio ponto onde está localizado o canhão e a munição inimiga (míssil ou bomba) vem diretamente contra ele a coisa é mais fácil, o sistema de mira verá a munição inimiga o tempo todo praticamente na mesma posição em azimute e com uma variação de elevação bastante previsível. Assim é fácil montar uma “parede de balas” na frente da munição e esperar que ela acabe atingida por algum disparo. Por isso tais sistemas são considerados eficientes na auto-proteção de navios de guerra.
Mas se o alvo do ataque está deslocado com relação à posição do canhão existe uma grande mudança de azimute durante seu acompanhamento, combinada com a variação de elevação, e a montagem da “parede de balas” é impossível. Neste caso a possibilidade de se conseguir algum impacto direto é muitíssimo menor, e a munição inteligente elimina este problema. Por isso os navios de escolta levam também mísseis, pois precisam defender não apenas a si próprios mas aos navios escoltados, o que cai nesta condição. Além disso, tendo maior calibre e não dependendo da velocidade de impacto a munição inteligente tem um alcance efetivo maior, o que aumenta a área de cobertura do sistema AAe.
Por isso eu pessoalmente tendo a preferir os sistemas de maior calibre e munição inteligente, principalmente para uso em terra, pois aí ao invés de proteger um navio valendo centenas de milhões (que será sempre o alvo prioritário, as bombas e mísseis estarão quase sempre vindo diretamente contra ele) ele estará protegendo uma quantidade de alvos dispersos e de valor em muitos casos acima do próprio valor do sistema AAe, e muitas das munições lançadas pelo inimigo estarão justamente passando por ele à distância e com rápida variação de azimute. Além disso, se o sistema for móvel (e mesmo que não possa atirar em movimento) a melhor defesa contra um ataque direto com bombas de ferro será simplesmente acelerar e trocar de lugar, e quando a bomba chegar umas poucas dezenas de metros já garantirão a segurança. E se a bomba estiver direcionada a outro alvo que não possa se mover, então a solução é um míssil ACLOS e não um canhão.
Abraços à todos,
Leandro G. Card
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Qua Out 26, 2011 10:00 am
por JL
Leandro as suas exposições são excelentes. Como você também gosto do assunto, mas não tenho a sua expertise sobre o tema. A sua colocação sobre a posição do CIWS estando no local do alvo e quando ele esta deslocado. Foi óbvia e inédita. Explico de uma clareza, que a genta pensa porque não pensei nisto antes e inédito porque não li em lugar nenhum uma exposição assim.
Parabéns.
Já pensou em coletar todos os posts ou então re-escrever tudo ordenando por temas e postar em um blog ou site. Ou criar um livro em formato pdf. Ideal seria até publicar mas é mais difícil.
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Qua Out 26, 2011 11:23 am
por brasil70
Gepard
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Enviado: Qua Out 26, 2011 11:28 am
por gaitero
LeandroGCard escreveu:
ZeRo4 escreveu:Eu acho o contrário. Na minha opinião acabaram partindo pra esse caminho pois a AAe sempre estará defesada em relação a aviões. Não adianta querer gastar rios de dinheiro com S-300/400 abatendo aeronaves. A primeira função deles acaba sendo defesa anti-míssil e secundariamente a negação de espaço-aéreo para os atacantes fazendo com que eles tenham dificuldades de lançar armas stand-off.
Aqui infelizmente não há muito o que fazer, ou se tenta enfrentar as aeronaves atacantes ou elas simplesmente vão lançar bomba atrás de bomba lá do alto até que alguma acerte o alvo. E os alvos prioritários serão justamente os sistemas de defesa AAe, que ficarão vulneráveis contra bombas cluster ou grandes quantidades de bombas menores lançadas quase simultaneamente se as aeronaves tiverem liberdade de agir livremente (e contra isso as defesas SHORAD ficam praticamente indefesas).
Agora, o hostilização dos aviões em si não necessariamente tem que se basear em mísseis tão grandes quanto os S300/400. A vantagem deles é ter grande cobertura (alcance), e assim exigirem menor número de lançadores para cobrir uma determinada área, mas uma quantidade maior de mísseis de menor alcance e mais baratos também pode dar conta do recado. Só que neste caso é muito importante ter em mente que tais mísseis não podem ser colocados na própria área dos alvos, pois seu alcance menor iria impedir seu uso efetivo (bombas planadores e mísseis ar-terra decidiriam a questão). Eles teriam que ser colocados ocultos nas rotas de acesso, para tentar tocaiar os aviões atacantes na mínima distância possível. Nestas condições mesmo mísseis com alcances abaixo de 50 km já seriam eficientes, desde que não tivessem limitação de altitude. Eu usaria mísseis maiores como os S300/400 apenas em pequenas quantidades, para complicar ainda mais a situação dos inimigos forçando-os a evitar certas regiões e rotas de acesso, de forma a "arrebanhá-los" para as zonas de ação dos mísseis menores.
De qualquer forma, mísseis modernos de alcance maior podem ser muito caros, mas as aeronaves atuais são ainda muito, muito mais caras. Já os mísseis balísticos tendem a ser mais baratos, bem mais do que os aviões (e também menos precisos e menos capazes). Poucos países os usam realmente em quantidade na guerra convencional, e fora o caso da China nenhum deles é capaz de efetuar uma guerra de fato moderna.
Quanto ao resto vejo que já concordamos 100% .
Carlos Mathias escreveu:Eu não vejo nada demais e acho complicado, além do que, tem o pecado capital, é montado em carrocinhas.
Uma arma anti-míssil com canhão eu acho que necessariamente deverá sr de calibre menor e altíssima cadência.
Bolinhas batendo na lateral de uma bomba de 1 ton não deve fazer muito estrago.
Prá mim, sistema de canos rotativos e cadência acima de de 3000 TPM.
Esta é uma discussão muito interessante, e na verdade não tenho uma opinião formada.
Concordo que contra bombas de ferro os pequenos balins da munição inteligente são menos efetivos que impactos diretos de um calibre 20 ou 30mm (já contra mísseis isso não é tão verdadeiro), mas é preciso avaliar em que condições armas deste calibre podem realmente obter impacto direto contra seus alvos. Se o alvo do ataque fica no próprio ponto onde está localizado o canhão e a munição inimiga (míssil ou bomba) vem diretamente contra ele a coisa é mais fácil, o sistema de mira verá a munição inimiga o tempo todo praticamente na mesma posição em azimute e com uma variação de elevação bastante previsível. Assim é fácil montar uma “parede de balas” na frente da munição e esperar que ela acabe atingida por algum disparo. Por isso tais sistemas são considerados eficientes na auto-proteção de navios de guerra.
Mas se o alvo do ataque está deslocado com relação à posição do canhão existe uma grande mudança de azimute durante seu acompanhamento, combinada com a variação de elevação, e a montagem da “parede de balas” é impossível. Neste caso a possibilidade de se conseguir algum impacto direto é muitíssimo menor, e a munição inteligente elimina este problema. Por isso os navios de escolta levam também mísseis, pois precisam defender não apenas a si próprios mas aos navios escoltados, o que cai nesta condição. Além disso, tendo maior calibre e não dependendo da velocidade de impacto a munição inteligente tem um alcance efetivo maior, o que aumenta a área de cobertura do sistema AAe.
Por isso eu pessoalmente tendo a preferir os sistemas de maior calibre e munição inteligente, principalmente para uso em terra, pois aí ao invés de proteger um navio valendo centenas de milhões (que será sempre o alvo prioritário, as bombas e mísseis estarão quase sempre vindo diretamente contra ele) ele estará protegendo uma quantidade de alvos dispersos e de valor em muitos casos acima do próprio valor do sistema AAe, e muitas das munições lançadas pelo inimigo estarão justamente passando por ele à distância e com rápida variação de azimute. Além disso, se o sistema for móvel (e mesmo que não possa atirar em movimento) a melhor defesa contra um ataque direto com bombas de ferro será simplesmente acelerar e trocar de lugar, e quando a bomba chegar umas poucas dezenas de metros já garantirão a segurança. E se a bomba estiver direcionada a outro alvo que não possa se mover, então a solução é um míssil ACLOS e não um canhão.
Abraços à todos,
Leandro G. Card
Leandro, então os Gepards devidamente modernizados e com munição inteligente ainda tem valia??