Santiago escreveu:Mapinguari escreveu:
Ora, Delta22! E você acha que não é possível para o fabricante de uma aeronave estimar seu preço?
Diga isso à Embraer, pois ela já está em campanha para vender o KC-390 em vários países, com preço estimado e tudo, sem ter nem mesmo um "Demo" dele voando...
Imagine então a Boeing e a Airbus que venderam centenas de 787, A-350, A-380 e A400, ou mesmo a Embraer que sempre vendeu aeronaves ainda em projeto! Como foi possível sem estabelecer preço para os clientes?
Faz parte da engenharia orçar os custos os mais próximos da realidade. Isso resulta na diferença entre lucro e prejuízo.
[]s
'Quoto' o Santiago, mas tentarei responder aos dois, ok?
Ora Mapi! Claro que é, porém estimar um preço quando o projeto está encaminhado é possível, sem contar que a não dependência de uma venda específica dá tranquilidade operacional/executiva ao projeto, caso do KC-390, que foi tomado como projeto sob os requisitos da FAB, garantidos pelo Estado brasileiro. O ST também serve como exemplo disso. Porém, quando essa empresa só poderá levar o projeto adiante, sss, um parceiro (leia comprador) for encontrado, o mesmo se aplica?
O AMX.....
Não vou voltar ao exemplo clássico!!
Mudemos.
Vejamos o caso do CBA-123, parceria do Brasil com a Argentina, porém o projeto é (e sempre foi) brasileiro. Nós, antes da parceria, com toda a experiência adquirida na construção dos "Brasílias" estimamos custos, fizemos estudos mercadológicos, uma maravilha... chegou o parceiro, tecnicamente despreparado, carente de conhecimentos na tecnologia mais recente da época (colagem metal-metal, experiência em fabricação seriada, etc...) e jogou-se o preço para a estratosfera, o projeto atrasou, perdeu o nicho que foi identificado... Resultado: CBA-123 morto no ninho! Assim será o NG. Por mais que não se queira ver, não temos experiência na construção de caças de alto desempenho, mas tem quem espere "esquentar o ninho", porém quando o projeto chegar nas pranchetas da Embraer o "choque" será grande, mais uma "ave" vai morrer no ninho.
Mesmo caso para os exemplos do Santiago. São projetos de um fabricante, não depende necessariamente de um parceiro único (comprador) para colocar o projeto em marcha. Hoje, o que se faz (assim fez a Embraer com o projeto dos E-Jets), é "delegar" a construção de algumas partes para outros fabricantes, tornado estes parceiros de risco, que tem a garantia do retorno financeiro pois desde o princípio ou há encomendas firmes que cobrem os custos ou o contratante arca com o prejuizo, porém o projeto original ainda é da marca final (integradora). O caso do Gripen NG não se enquadra nisso, o caça não tem demanda e o contratante não têm recursos próprios para bancar o "prejuizo", portanto é complicado a obtenção de parcerias de risco privados, e sendo assim, o parceiro deve ser estatal e deve estar disposto a bancar desde um parafuso até o mais complexo dos sistemas.
A Engenharia realmente orça custos, hoje com grande precisão, no entanto, sempre parte-se do princípio do pré-existente, do histórico dos projetos, existem sempre parâmetros de comparação. Há, porém, a análise dos riscos (financeiros) do projeto, hoje mais importante que nunca. Projetos bons, porém inviáveis, são hoje descartados ou adaptados à realidade. Exemplos não faltam e faltarão.
[]'s aos 2.