Crise Econômica Mundial
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Re: Crise Econômica Mundial
Por EFE Brasil, EFE Multimedia, Atualizado: 12/8/2011 6:12
Japão rebaixa previsão de crescimento para 0,5% em 2011
Japão rebaixa previsão de crescimento para 0,5% em 2011
EFE
Japão rebaixa previsão de crescimento para 0,5% em 2011
Tóquio, 12 ago (EFE).- O Governo japonês rebaixou sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o atual ano fiscal de 1,5% a 0,5%, devido aos efeitos devastadores do terremoto de 11 de março.
O Executivo espera que o consumo privado, responsável por 60% do PIB, sofra contração de 0,2% no ano fiscal que se encerra em março de 2012, enquanto a previsão anterior projetava um crescimento de 0,6%, informou a agência local 'Kyodo'.
O terremoto e o posterior tsunami de 11 de março repercutiram negativamente na cadeia de provisões e na produção industrial de setores exportadores importantes, mas espera-se que o próximo ano promova a demanda interna devido às necessidades de reconstrução.
O relatório apresentado pelo Governo nesta sexta-feira indica que as empresas conseguiram fazer frente aos problemas derivados do tsunami, como os relacionados ao racionamento de eletricidade, ao tempo que a confiança dos consumidores melhorou.
Estes sinais positivos fizeram com que a previsão de crescimento, apesar de agora ser mais baixo, não tenha caído em dados negativos em termos reais, ajustados à evolução dos preços.
No entanto, em termos nominais espera-se que o PIB se contraia 0,4% no atual ano fiscal, frente à expansão de 1% que era estimada antes.
O relatório prevê também que o PIB em termos reais crescerá entre 2,5% e 2,7% no ano fiscal de 2012, devido aos planos orçamentários para a reconstrução.
No entanto, o Governo lembrou que existem riscos para o crescimento, como a valorização do iene frente ao dólar, o que pode acelerar os planos das empresas japonesas para transferir sua produção a outros países.
O relatório indicou ainda que espera que o desemprego no Japão se mantenha em 4,7% e que no próximo no ano fiscal caia a 4,5%.
Copyright (c) Agencia EFE, S.A. 2010, todos os direitos reservados
http://noticias.br.msn.com/economia/art ... d=30000993
Japão rebaixa previsão de crescimento para 0,5% em 2011
Japão rebaixa previsão de crescimento para 0,5% em 2011
EFE
Japão rebaixa previsão de crescimento para 0,5% em 2011
Tóquio, 12 ago (EFE).- O Governo japonês rebaixou sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o atual ano fiscal de 1,5% a 0,5%, devido aos efeitos devastadores do terremoto de 11 de março.
O Executivo espera que o consumo privado, responsável por 60% do PIB, sofra contração de 0,2% no ano fiscal que se encerra em março de 2012, enquanto a previsão anterior projetava um crescimento de 0,6%, informou a agência local 'Kyodo'.
O terremoto e o posterior tsunami de 11 de março repercutiram negativamente na cadeia de provisões e na produção industrial de setores exportadores importantes, mas espera-se que o próximo ano promova a demanda interna devido às necessidades de reconstrução.
O relatório apresentado pelo Governo nesta sexta-feira indica que as empresas conseguiram fazer frente aos problemas derivados do tsunami, como os relacionados ao racionamento de eletricidade, ao tempo que a confiança dos consumidores melhorou.
Estes sinais positivos fizeram com que a previsão de crescimento, apesar de agora ser mais baixo, não tenha caído em dados negativos em termos reais, ajustados à evolução dos preços.
No entanto, em termos nominais espera-se que o PIB se contraia 0,4% no atual ano fiscal, frente à expansão de 1% que era estimada antes.
O relatório prevê também que o PIB em termos reais crescerá entre 2,5% e 2,7% no ano fiscal de 2012, devido aos planos orçamentários para a reconstrução.
No entanto, o Governo lembrou que existem riscos para o crescimento, como a valorização do iene frente ao dólar, o que pode acelerar os planos das empresas japonesas para transferir sua produção a outros países.
O relatório indicou ainda que espera que o desemprego no Japão se mantenha em 4,7% e que no próximo no ano fiscal caia a 4,5%.
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Re: Crise Econômica Mundial
12/08/2011 - 05:18
Ásia
Japão considera medidas alternativas para depreciar o iene
Ministro das Finanças diz que irá analisar novas formas de desvalorizar moeda
O ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda, disse nesta sexta-feira que o Japão pode implementar medidas alternativas à intervenção no mercado de divisas para depreciar o iene, cuja recente valorização está afetando negativamente sua economia.
Noda, que não detalhou esses mecanismos alternativos, fez o comentário perante os rumores de que a Suíça, cuja divisa também esteve se fortalecendo, pode aplicar medidas para depreciar sua moeda, incluindo a possibilidade de vincular sua cotação ao euro.
"As respostas dependem de cada país. Se os movimentos unilaterais continuarem, então realizaremos análises múltiplas", disse Noda, em declarações publicadas pela agência local Kyodo.
Assim como a Suíça, o Japão interveio recentemente no mercado de divisas para tentar depreciar sua moeda, embora o iene tenha continuado a se fortalecer frente a divisas de referência como o euro e o dólar, que estão se desvalorizando.
Noda não quis analisar os efeitos desta intervenção, argumentando que a atual situação ainda não permite uma avaliação clara.
Nesta sexta-feira, a moeda americana se valorizou ligeiramente com relação ao iene durante a sessão matinal em Tóquio, superando a barreira dos 76 ienes. Essa cotação afasta a divisa japonesa de seu recorde histórico no pós-guerra, de 76,25 unidades por dólar.
Uma divisa forte prejudica seriamente os exportadores do Japão, já que diminui sua competitividade e reduz seu lucro no exterior
(com Agência EFE)
http://veja.abril.com.br/noticia/econom ... eciar-iene
Ásia
Japão considera medidas alternativas para depreciar o iene
Ministro das Finanças diz que irá analisar novas formas de desvalorizar moeda
O ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda, disse nesta sexta-feira que o Japão pode implementar medidas alternativas à intervenção no mercado de divisas para depreciar o iene, cuja recente valorização está afetando negativamente sua economia.
Noda, que não detalhou esses mecanismos alternativos, fez o comentário perante os rumores de que a Suíça, cuja divisa também esteve se fortalecendo, pode aplicar medidas para depreciar sua moeda, incluindo a possibilidade de vincular sua cotação ao euro.
"As respostas dependem de cada país. Se os movimentos unilaterais continuarem, então realizaremos análises múltiplas", disse Noda, em declarações publicadas pela agência local Kyodo.
Assim como a Suíça, o Japão interveio recentemente no mercado de divisas para tentar depreciar sua moeda, embora o iene tenha continuado a se fortalecer frente a divisas de referência como o euro e o dólar, que estão se desvalorizando.
Noda não quis analisar os efeitos desta intervenção, argumentando que a atual situação ainda não permite uma avaliação clara.
Nesta sexta-feira, a moeda americana se valorizou ligeiramente com relação ao iene durante a sessão matinal em Tóquio, superando a barreira dos 76 ienes. Essa cotação afasta a divisa japonesa de seu recorde histórico no pós-guerra, de 76,25 unidades por dólar.
Uma divisa forte prejudica seriamente os exportadores do Japão, já que diminui sua competitividade e reduz seu lucro no exterior
(com Agência EFE)
http://veja.abril.com.br/noticia/econom ... eciar-iene
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Re: Crise Econômica Mundial
11/08/2011 - 21:08
Nem dólar fraco evita aumento do rombo dos EUA
Importações caem, mas exportações recuam ainda mais e déficit é o maior em 3 anos
O déficit comercial dos Estados Unidos cresceu 4,4% em junho, atingindo, US$ 53,1 bilhões. É o maior rombo dos últimos três anos. A piora da situação ocorreu mesmo com as importações recuando para US$ 223,9 bilhões, 0,8% menos devido à fraca economia do país.
É que, no mesmo período, o dólar fraco não impediu que as exportações norte-americanas recuassem 2,3%, para US$ 170,9 bilhões. Os dados são do Departamento do Comércio norte-americano e as informações são da Agência Lusa.
Foi o segundo mês consecutivo em que os EUA amargam queda das exportações. De acordo com o Departamento do Comércio norte-americano, em maio, o déficit comercial do país já somara US$ 50,2 bilhões.
A quedas das vendas externas do país, mesmo com o dólar desvalorizado, ocorre devido ao fraco desempenho da economia global, o que diminui os mercados para as exportações do país.
Diante do acirramento da crise nos EUA e na Europa, que tem, agora, a França como a bola da vez, fez o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, marcarem uma reunião emergencial para a próxima terça-feira.
Segundo comunicado do governo francês, Sarkozy vai receber Merkel em Paris para discutir a reforma das instituições da Zona do Euro, em decorrência da instabilidade nos mercados financeiros.
O presidente da França também já anunciou que pretende aproveitar a próxima Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para um encontro extraordinário com o seu colega norte-americano, Barack Obama.
http://www.monitormercantil.com.br/most ... p?id=99264
Nem dólar fraco evita aumento do rombo dos EUA
Importações caem, mas exportações recuam ainda mais e déficit é o maior em 3 anos
O déficit comercial dos Estados Unidos cresceu 4,4% em junho, atingindo, US$ 53,1 bilhões. É o maior rombo dos últimos três anos. A piora da situação ocorreu mesmo com as importações recuando para US$ 223,9 bilhões, 0,8% menos devido à fraca economia do país.
É que, no mesmo período, o dólar fraco não impediu que as exportações norte-americanas recuassem 2,3%, para US$ 170,9 bilhões. Os dados são do Departamento do Comércio norte-americano e as informações são da Agência Lusa.
Foi o segundo mês consecutivo em que os EUA amargam queda das exportações. De acordo com o Departamento do Comércio norte-americano, em maio, o déficit comercial do país já somara US$ 50,2 bilhões.
A quedas das vendas externas do país, mesmo com o dólar desvalorizado, ocorre devido ao fraco desempenho da economia global, o que diminui os mercados para as exportações do país.
Diante do acirramento da crise nos EUA e na Europa, que tem, agora, a França como a bola da vez, fez o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, marcarem uma reunião emergencial para a próxima terça-feira.
Segundo comunicado do governo francês, Sarkozy vai receber Merkel em Paris para discutir a reforma das instituições da Zona do Euro, em decorrência da instabilidade nos mercados financeiros.
O presidente da França também já anunciou que pretende aproveitar a próxima Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para um encontro extraordinário com o seu colega norte-americano, Barack Obama.
http://www.monitormercantil.com.br/most ... p?id=99264
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Re: Crise Econômica Mundial
Dívidas impagáveis na Europa
11/8/2011 22:24, Por José Dirceu
Na crise econômica global, quem diria, a França (que fazia dobradinha com a Alemanha resistindo à ideia de ajudar outros países europeus com problemas de dívida) tornou-se a bola da vez. No seleto grupo dos países com notas de risco soberano classificadas como AAA – entre os quais figuram Alemanha, Suíça, Reino Unido, Suécia e Holanda – a França foi considerada o Estado mais vulnerável. Com isso, pode ser o próximo a perder o status de melhor qualidade de crédito.
François Baroin, ministro de Finanças da França, negou riscos de rebaixamento da França e o banco Société Générale pediu que seja feita investigação dos rumores que levaram a esse temor nos mercados. Mas – apesar de a França ter uma classificação de risco nove níveis acima da brasileira, segundo a Standard & Poor’s (S&P) – como a percepção de solidez dá-se a partir do preço que os investidores pagam para comprar o seguro contra um possível calote na dívida dos países, conhecido como Credit Default Swap (CDS), nesta semana, o seguro pago pelos investidores indica que a probabilidade de o Brasil dar um calote na sua dívida pública nos próximos cinco anos é bem menor do que a França. Isto por que o custo para comprar proteção contra um calote da dívida francesa é praticamente o triplo do que os investidores pagam para se proteger de uma suspensão de pagamentos da dívida dos EUA. É, também, maior do que pagam para se precaver de um default no Brasil.
Na percepção dos investidores, contribuem para o quadro negativo a falta de dinâmica de crescimento econômico, o nível de endividamento e a perspectiva de que sua dívida continue crescendo.
Não há fundo que dê conta
França ou Itália… O fato inconteste é que os países europeus não têm como assumir e absorver a dívida daqueles que devem aos seus bancos – como Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha – sem perder o status de AAA. Isso não há como negar, já que essas dívidas soberanas são impagáveis. Não há fundo hoje que possa renegociar tal volume de dívidas, como ficou mais do que evidente. Portanto, a instabilidade dos mercados, declarações de autoridades e profissões de fé simplesmente não resolvem o problema e tampouco pagam as dívidas. O que valeu para a América Latina e Ásia, no passado, e para os EEUU, agora, tem de valer para a França e Alemanha.
http://correiodobrasil.com.br/dividas-i ... pa/281299/
11/8/2011 22:24, Por José Dirceu
Na crise econômica global, quem diria, a França (que fazia dobradinha com a Alemanha resistindo à ideia de ajudar outros países europeus com problemas de dívida) tornou-se a bola da vez. No seleto grupo dos países com notas de risco soberano classificadas como AAA – entre os quais figuram Alemanha, Suíça, Reino Unido, Suécia e Holanda – a França foi considerada o Estado mais vulnerável. Com isso, pode ser o próximo a perder o status de melhor qualidade de crédito.
François Baroin, ministro de Finanças da França, negou riscos de rebaixamento da França e o banco Société Générale pediu que seja feita investigação dos rumores que levaram a esse temor nos mercados. Mas – apesar de a França ter uma classificação de risco nove níveis acima da brasileira, segundo a Standard & Poor’s (S&P) – como a percepção de solidez dá-se a partir do preço que os investidores pagam para comprar o seguro contra um possível calote na dívida dos países, conhecido como Credit Default Swap (CDS), nesta semana, o seguro pago pelos investidores indica que a probabilidade de o Brasil dar um calote na sua dívida pública nos próximos cinco anos é bem menor do que a França. Isto por que o custo para comprar proteção contra um calote da dívida francesa é praticamente o triplo do que os investidores pagam para se proteger de uma suspensão de pagamentos da dívida dos EUA. É, também, maior do que pagam para se precaver de um default no Brasil.
Na percepção dos investidores, contribuem para o quadro negativo a falta de dinâmica de crescimento econômico, o nível de endividamento e a perspectiva de que sua dívida continue crescendo.
Não há fundo que dê conta
França ou Itália… O fato inconteste é que os países europeus não têm como assumir e absorver a dívida daqueles que devem aos seus bancos – como Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha – sem perder o status de AAA. Isso não há como negar, já que essas dívidas soberanas são impagáveis. Não há fundo hoje que possa renegociar tal volume de dívidas, como ficou mais do que evidente. Portanto, a instabilidade dos mercados, declarações de autoridades e profissões de fé simplesmente não resolvem o problema e tampouco pagam as dívidas. O que valeu para a América Latina e Ásia, no passado, e para os EEUU, agora, tem de valer para a França e Alemanha.
http://correiodobrasil.com.br/dividas-i ... pa/281299/
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Re: Crise Econômica Mundial
PRick escreveu:Bem que eu desconfiava, deve haver um bando de Tugas, Gregos, membros do IRA e do ETA nessa estória toda, eles estão infiltrados nos Bancos, nas agências de risco e outros pontos chaves do sistema financeiro! Eles foram os culpados de tudo!! O loirinhos de olhos azuis são inocentes!soultrain escreveu:Agora a culpa do cancro são os Europeus
[]´s
Neste caso é mais o bronzeadinho da casa branca.
Mas realmente eu até acho que a culpa é apenas e só do soultrain, esse esquerdista
Triste sina ter nascido português
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Re: Crise Econômica Mundial
Países 'periféricos' não são os únicos a apertar cinto na União Europeia
A Grécia soou o alarme, mas as medidas de austeridade têm sido uma constante ao longo dos últimos anos espalhadas um pouco por toda a Europa, no âmbito da crise da dívida soberana.
O «apertar o cinto» do começo da década passada marcou o ritmo para o que se seguiria, em Portugal e, mais recentemente, em grande parte da União Europeia: Em 2009 nenhuma economia da zona euro cresceu, enquanto em 2010 só Eslováquia, Luxemburgo, Alemanha e Finlândia se expandiram acima dos três por cento, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em Outubro do ano passado, o Reino Unido anunciou aquilo que o Financial Times classificou de «os cortes orçamentais mais drásticos de que há memória», numa poupança de um total de 81 mil milhões de libras (92,7 mil milhões de euros) até 2014, com reduções de 30 por cento na administração local e de 16 por cento nos orçamentos das forças policiais, algo que foi criticado na última semana no contexto dos motins nas ruas de várias cidades inglesas.
Enquanto Portugal, Irlanda e Grécia enfrentam calendários apertados estabelecidos em parceria com as instituições europeias e com o FMI após a definição dos pacotes de resgate alcançados para evitar situações de incumprimento, muitos outros países europeus se têm fixado na redução da despesa e ampliação da receita.
A começar pela Alemanha: com o objectivo de reduzir o défice, foram acordados cortes de 80 mil milhões de euros até 2014, com 30 dos quais a serem retirados dos orçamentos de apoio social.
«A França também está na austeridade», dizia em Julho o líder da CGT francesa, Bernard Thibault, ao Le Monde, num país – segunda economia da zona euro - que sentiu profundas agitações com o anúncio da subida da idade da reforma de 60 para 62 anos e uma redução orçamental de 45 mil milhões de euros para os próximos três anos, referia a BBC.
A Itália, terceira maior economia da zona euro, país com a relação de dívida para PIB mais profunda da Europa (119 por cento), sob crescente atenção dos mercados, pretende arrecadar entre 20 a 30 mil milhões de euros para reduzir o défice e dar início a um programa abrangente de privatizações e de flexibilização da economia.
Entretanto, a Grécia, que apesar de ter sido alvo de dois programas de resgate por parte da União Europeia e do FMI continua a ver o seu PIB contrair-se, desta feita em 6,9 por cento no segundo trimestre de 2011, tem em marcha um plano que inclui a redução da despesa em 28 mil milhões de euros, 12 por cento do PIB, com a redução de funcionários públicos, fusão de instituições estatais, aumento de impostos e de Segurança Social, tudo até 2015.
A Irlanda, cujo orçamento para 2011 foi considerado pela BBC o «mais duro da sua história», cortou na despesa em seis mil milhões de euros e, entre muitas outras medidas, aplicou uma taxa sobre os rendimentos acima de um milhão.
Ao longo das últimas semanas, que assistiram a um crescer dos receios de contágio da crise às economias italianas e espanholas, vistas como «demasiado grandes para falir», diversos economistas, incluindo dois Nobel da Economia como Paul Krugman e Joseph Stiglitz, têm alertado para o perigo de a austeridade poder significar um constrangimento ao crescimento económico necessário para sair da crise.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Inte ... t_id=26348
A Grécia soou o alarme, mas as medidas de austeridade têm sido uma constante ao longo dos últimos anos espalhadas um pouco por toda a Europa, no âmbito da crise da dívida soberana.
O «apertar o cinto» do começo da década passada marcou o ritmo para o que se seguiria, em Portugal e, mais recentemente, em grande parte da União Europeia: Em 2009 nenhuma economia da zona euro cresceu, enquanto em 2010 só Eslováquia, Luxemburgo, Alemanha e Finlândia se expandiram acima dos três por cento, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em Outubro do ano passado, o Reino Unido anunciou aquilo que o Financial Times classificou de «os cortes orçamentais mais drásticos de que há memória», numa poupança de um total de 81 mil milhões de libras (92,7 mil milhões de euros) até 2014, com reduções de 30 por cento na administração local e de 16 por cento nos orçamentos das forças policiais, algo que foi criticado na última semana no contexto dos motins nas ruas de várias cidades inglesas.
Enquanto Portugal, Irlanda e Grécia enfrentam calendários apertados estabelecidos em parceria com as instituições europeias e com o FMI após a definição dos pacotes de resgate alcançados para evitar situações de incumprimento, muitos outros países europeus se têm fixado na redução da despesa e ampliação da receita.
A começar pela Alemanha: com o objectivo de reduzir o défice, foram acordados cortes de 80 mil milhões de euros até 2014, com 30 dos quais a serem retirados dos orçamentos de apoio social.
«A França também está na austeridade», dizia em Julho o líder da CGT francesa, Bernard Thibault, ao Le Monde, num país – segunda economia da zona euro - que sentiu profundas agitações com o anúncio da subida da idade da reforma de 60 para 62 anos e uma redução orçamental de 45 mil milhões de euros para os próximos três anos, referia a BBC.
A Itália, terceira maior economia da zona euro, país com a relação de dívida para PIB mais profunda da Europa (119 por cento), sob crescente atenção dos mercados, pretende arrecadar entre 20 a 30 mil milhões de euros para reduzir o défice e dar início a um programa abrangente de privatizações e de flexibilização da economia.
Entretanto, a Grécia, que apesar de ter sido alvo de dois programas de resgate por parte da União Europeia e do FMI continua a ver o seu PIB contrair-se, desta feita em 6,9 por cento no segundo trimestre de 2011, tem em marcha um plano que inclui a redução da despesa em 28 mil milhões de euros, 12 por cento do PIB, com a redução de funcionários públicos, fusão de instituições estatais, aumento de impostos e de Segurança Social, tudo até 2015.
A Irlanda, cujo orçamento para 2011 foi considerado pela BBC o «mais duro da sua história», cortou na despesa em seis mil milhões de euros e, entre muitas outras medidas, aplicou uma taxa sobre os rendimentos acima de um milhão.
Ao longo das últimas semanas, que assistiram a um crescer dos receios de contágio da crise às economias italianas e espanholas, vistas como «demasiado grandes para falir», diversos economistas, incluindo dois Nobel da Economia como Paul Krugman e Joseph Stiglitz, têm alertado para o perigo de a austeridade poder significar um constrangimento ao crescimento económico necessário para sair da crise.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Inte ... t_id=26348
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Re: Crise Econômica Mundial
a alemanha esta extorquindo a europa inteira, pows!
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: Crise Econômica Mundial
pafuncio escreveu:a alemanha esta extorquindo a europa inteira, pows!
Mas sempre foi esse o plano
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Re: Crise Econômica Mundial
tah feia a coisa, prepe, observo daqui uma prepotencia enorme dos chucrutes. e o sincronismo da crise se deu com a merkel como premier ...
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: Crise Econômica Mundial
pafuncio escreveu:tah feia a coisa, prepe, observo daqui uma prepotencia enorme dos chucrutes. e o sincronismo da crise se deu com a merkel como premier ...
A Merkel ou é muito esperta ou muito estúpida, ainda não consegui perceber.
O certo é que toda a Europa está indo para o ralo, e não se adivinham tempos melhores.
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Re: Crise Econômica Mundial
parece-me uma tatcher ainda mais feia. mas a alemanha impressiona pelo vigor economico.
amplexos.
ps - e o rui elias falcao maltes?
amplexos.
ps - e o rui elias falcao maltes?
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: Crise Econômica Mundial
Crise
Líder precisa-se. Oferecem-se 2 continentes para reconstruir
António Freitas de Sousa
15/08/11 15:10
Periodicamente, o Ocidente é varrido por uma nostalgia pelos grandes líderes do passado. Mas já não há lugar para eles.
Em pouco mais de dois milénios, a democracia passou de um sistema político natural e que ia de encontro às aspirações de desenvolvimento dos povos, para uma amálgama cuja densidade da sua própria estratificação interna está a fazer encalhar os países do Ocidente - face não apenas às alternativas inovadoras de países emergentes como a Índia e a China, mas também à dificuldade de encontrar soluções suficientes para combater novos problemas, como são, para não se ir mais longe, as agências de ‘rating'. No cimo deste manto nebuloso para baixo do qual derrapou a democracia - sobre a qual alguém disse um dia que era o menos mau de todos os sistemas - está um panteão assustadoramente vazio: o dos líderes ocidentais que, munindo-se de ideologias, de convicções, de certezas ou de outra ferramenta qualquer, conseguem levar multidões atrás de si.
Em causa está o facto - demasiado óbvio para merecer qualquer contestação - de, na mesma conjuntura (aliás particularmente adversa), Europa e Estados Unidos da América parecerem confluir numa união indesejável: os seus líderes não têm o carisma, a força, a clareza ou outra coisa qualquer (onde até a loucura pode ser incluída) que lhes permita serem os agentes a um tempo unificadores e catalisadores da retoma do desenvolvimento - e já agora também da economia.
Do lado de lá do Atlântico, Barack Obama parece já se ter convencido que a reeleição é um sonho que se transformou num pesadelo - como se a sua eleição a 20 de Janeiro de 2009 tivesse sido a altitude mais elevada que o primeiro presidente negro do país de origem do Ku Klux Klan (1865) alguma vez conseguirá atingir. E nem a morte de Osama Bin Laden será aparentemente suficiente para travar a sua própria morte (política).
Do lado de cá do oceano - enquanto os países do Sul tentam convencer as agências de ‘rating' que não existem e por isso não se lhes podem imputar notações - o comando político e económico do continente regressou às mãos da Alemanha (onde esteve por diversas vezes nos últimos 150 anos), a pontos de Durão Barroso, líder da Comissão Europeia, ter em determinada altura decidido aprender a falar a língua bávara. Angela Merkel, a actual chanceler - para quem a Europa do Sul ou já não existe ou, se estiver nas suas mãos, há-de deixar de existir a breve trecho - está mais preocupada em ser reeleita para o cargo que ocupa desde 22 de Novembro de 2005 que em ficar para a história como a Senhora Thatcher da Liga Hanseática. Há, por isso, um duplo vazio de liderança, que faz com quase mil milhões de pessoas se encontrem voltadas para uma porta severamente fechada, para lá da qual não fazem ideia se há um túnel e uma luz.
Mas onde andarão os Kennedy e os de Gaulle?
O politólogo André Freire explica esta aparatosa incapacidade do Ocidente em gerar líderes que dessa condição se possam arvorar pelo pesado e algo tenebroso edifício legal de que a própria democracia se quis rodear. No caso dos EUA, afirma, "construiu-se um sistema caracterizado pelas maiorias divididas": é que, na prática, "existem eleições de dois em dois anos". Nos EUA, os eleitores são chamados a eleger num mesmo ano o presidente, um terço do Senado e metade da câmara baixa; dois anos depois, elegem dois terços do Senado e a outra metade da câmara baixa; para dois anos volvidos voltarem a eleger a primeira tranche.
O resultado disto - que é o que, como várias vezes antes, sucede neste momento - é a existência de uma câmara baixa de cor política diferente da do presidente "e que funciona tendo capacidade de veto". "Este sistema obriga a muitos compromissos, o que torna as lideranças menos claras", explica André Freire, e propicia o estabelecimento no poder de presidentes mais interessados em gerir conformados que em comandar exércitos.
Por outro lado, adianta o politólogo, "a radicalização dos republicanos - partido que está tomado [pelas seitas] evangélicas - e que vem desde o tempo da tentativa de ‘impeachment' a Bill Clinton [na sequência dos escândalos de cariz sexual]", retira espaço de liderança e de afirmação a Barack Obama. É como se a liderança de Obama se tivesse transformado na espécie de maratona entre os fogos que se declaram à sua direita e os que deflagram à sua esquerda. Resultado: "Obama enfrenta uma onda de insatisfação à esquerda, por não ter ido tão longe como prometera [nas políticas sociais] e à direita, onde está o Tea Party".
O economista e ex-ministro Miguel Beleza - que também acha que "há alguns sintomas de ‘deficit' de liderança" nas duas praias do Atlântico - considera que "Obama nunca ganhou força para passar por cima do Congresso e apelar directamente aos eleitores", única forma de contornar (na medida do possível) o sistema de maiorias divididas.
Mas é o caso europeu que mais o preocupa. Sem querer adjectivar com excessiva crueldade a prestação de Angela Merkel, o ex-ministro das Finanças e ex-governador do Banco de Portugal recorda Jacques Delors, Helmut Kohl e François Miterrand como líderes na acepção verdadeira (e positiva) da palavra, para enfrentar uma dúvida que o assiste: "Tenho dificuldade em encontrar nomes que possam preencher" o vazio que encheu a Europa com o desaparecimento ou a reforma daquelas personalidades.
André Freire parece não estar tão pessimista - ou se calhar até está mais, dependendo dos pontos de vista: "Dominique Strauss-Kahn parecia ser o homem certo", mas tudo isso era antes de se perder em avatares longitudinais com a pessoa errada no país errado. Mas o politólogo tem alternativas: "Lars Rasmussen, primeiro-ministro da Dinamarca, é outro nome interessante".
O que, para o politólogo, é muito menos interessante, "é a construção institucional da União Europeia", que caracteriza como "imperfeita" e onde se atropelam "uma câmara que representa os cidadãos" - a qual, para Miguel Beleza, não é propriamente fonte de grandes exemplos -, "uma Comissão Europeia que não é eleita para representar as Nações e que tem um presidente, um presidente do Conselho Europeu e uma multiplicidade de outros órgãos" que se espiam entre si, na procura de um equilíbrio que não passa de ausência de dinamismo. E também, por certo, de ausência de flexibilidade, de capacidade de decisão, de rapidez e de eficácia - como aliás se tem visto, opina André Freire, "na resposta à crise das dívidas, que é sempre feita pelo lado do reforço da austeridade, que se tem revelado ineficaz, e de onde resulta que não há uma lógica de liderança da Europa" ou sequer um conceito de Europa.
No meio desta amálgama atabalhoada que enche corredores, gabinetes, hemiciclos e parques de estacionamento, em que lugar é que se vai encontrar alguém com vontade (a palavra certa parece ser pachorra) para ser líder europeu?
Eleições directas são a resposta? Neste quadro, a pergunta que se coloca é se há alguma virtude escondida (ou mesmo escancarada) numa eventual eleição directa de uma espécie de presidente de toda a Europa (da União).
Miguel Beleza é peremptório: "Gostaria que isso acontecesse". Mas de imediato coloca duas ressalvas: por um lado, "o mau exemplo do Parlamento Europeu", onde os cidadãos do continente não se revêem (deixando sempre inquietantemente desertas as eleições para aquele órgão) e que não tem sabido encurtar distâncias entre eleitos e eleitores; e, por outro, a tentação ‘nacionalista' que a votação num presidente europeu iria assumir, o que resultaria na sobreposição de imagem entre a Europa como um todo e o seu membro mais populoso (precisamente a Alemanha).
André Freire considera que "é uma boa ideia mas tem de ser mitigada". Neste quadro, opta "pela eleição indirecta, através de uma câmara onde os Estados fossem paritários", à luz do que sucede nos Estados Unidos, onde cada um dos 50 Estados tem o mesmo número de eleitos. Mas como escapar, mesmo no ambiente restrito dessa câmara, à tentação ‘nacionalista'? "Pois é", confirma André Freire, "é precisamente aí que não há liderança".
Aí, onde os europeus insistem que não haja Europa pela razão ao mesmo tempo simples e complexa de tardarem em optar por uma Europa que seja maior que a soma das partes. Aí, onde as coisas doem: ninguém, por mais louco que seja, pode liderar uma coisa que não existe.
http://economico.sapo.pt/noticias/lider ... 24528.html
Líder precisa-se. Oferecem-se 2 continentes para reconstruir
António Freitas de Sousa
15/08/11 15:10
Periodicamente, o Ocidente é varrido por uma nostalgia pelos grandes líderes do passado. Mas já não há lugar para eles.
Em pouco mais de dois milénios, a democracia passou de um sistema político natural e que ia de encontro às aspirações de desenvolvimento dos povos, para uma amálgama cuja densidade da sua própria estratificação interna está a fazer encalhar os países do Ocidente - face não apenas às alternativas inovadoras de países emergentes como a Índia e a China, mas também à dificuldade de encontrar soluções suficientes para combater novos problemas, como são, para não se ir mais longe, as agências de ‘rating'. No cimo deste manto nebuloso para baixo do qual derrapou a democracia - sobre a qual alguém disse um dia que era o menos mau de todos os sistemas - está um panteão assustadoramente vazio: o dos líderes ocidentais que, munindo-se de ideologias, de convicções, de certezas ou de outra ferramenta qualquer, conseguem levar multidões atrás de si.
Em causa está o facto - demasiado óbvio para merecer qualquer contestação - de, na mesma conjuntura (aliás particularmente adversa), Europa e Estados Unidos da América parecerem confluir numa união indesejável: os seus líderes não têm o carisma, a força, a clareza ou outra coisa qualquer (onde até a loucura pode ser incluída) que lhes permita serem os agentes a um tempo unificadores e catalisadores da retoma do desenvolvimento - e já agora também da economia.
Do lado de lá do Atlântico, Barack Obama parece já se ter convencido que a reeleição é um sonho que se transformou num pesadelo - como se a sua eleição a 20 de Janeiro de 2009 tivesse sido a altitude mais elevada que o primeiro presidente negro do país de origem do Ku Klux Klan (1865) alguma vez conseguirá atingir. E nem a morte de Osama Bin Laden será aparentemente suficiente para travar a sua própria morte (política).
Do lado de cá do oceano - enquanto os países do Sul tentam convencer as agências de ‘rating' que não existem e por isso não se lhes podem imputar notações - o comando político e económico do continente regressou às mãos da Alemanha (onde esteve por diversas vezes nos últimos 150 anos), a pontos de Durão Barroso, líder da Comissão Europeia, ter em determinada altura decidido aprender a falar a língua bávara. Angela Merkel, a actual chanceler - para quem a Europa do Sul ou já não existe ou, se estiver nas suas mãos, há-de deixar de existir a breve trecho - está mais preocupada em ser reeleita para o cargo que ocupa desde 22 de Novembro de 2005 que em ficar para a história como a Senhora Thatcher da Liga Hanseática. Há, por isso, um duplo vazio de liderança, que faz com quase mil milhões de pessoas se encontrem voltadas para uma porta severamente fechada, para lá da qual não fazem ideia se há um túnel e uma luz.
Mas onde andarão os Kennedy e os de Gaulle?
O politólogo André Freire explica esta aparatosa incapacidade do Ocidente em gerar líderes que dessa condição se possam arvorar pelo pesado e algo tenebroso edifício legal de que a própria democracia se quis rodear. No caso dos EUA, afirma, "construiu-se um sistema caracterizado pelas maiorias divididas": é que, na prática, "existem eleições de dois em dois anos". Nos EUA, os eleitores são chamados a eleger num mesmo ano o presidente, um terço do Senado e metade da câmara baixa; dois anos depois, elegem dois terços do Senado e a outra metade da câmara baixa; para dois anos volvidos voltarem a eleger a primeira tranche.
O resultado disto - que é o que, como várias vezes antes, sucede neste momento - é a existência de uma câmara baixa de cor política diferente da do presidente "e que funciona tendo capacidade de veto". "Este sistema obriga a muitos compromissos, o que torna as lideranças menos claras", explica André Freire, e propicia o estabelecimento no poder de presidentes mais interessados em gerir conformados que em comandar exércitos.
Por outro lado, adianta o politólogo, "a radicalização dos republicanos - partido que está tomado [pelas seitas] evangélicas - e que vem desde o tempo da tentativa de ‘impeachment' a Bill Clinton [na sequência dos escândalos de cariz sexual]", retira espaço de liderança e de afirmação a Barack Obama. É como se a liderança de Obama se tivesse transformado na espécie de maratona entre os fogos que se declaram à sua direita e os que deflagram à sua esquerda. Resultado: "Obama enfrenta uma onda de insatisfação à esquerda, por não ter ido tão longe como prometera [nas políticas sociais] e à direita, onde está o Tea Party".
O economista e ex-ministro Miguel Beleza - que também acha que "há alguns sintomas de ‘deficit' de liderança" nas duas praias do Atlântico - considera que "Obama nunca ganhou força para passar por cima do Congresso e apelar directamente aos eleitores", única forma de contornar (na medida do possível) o sistema de maiorias divididas.
Mas é o caso europeu que mais o preocupa. Sem querer adjectivar com excessiva crueldade a prestação de Angela Merkel, o ex-ministro das Finanças e ex-governador do Banco de Portugal recorda Jacques Delors, Helmut Kohl e François Miterrand como líderes na acepção verdadeira (e positiva) da palavra, para enfrentar uma dúvida que o assiste: "Tenho dificuldade em encontrar nomes que possam preencher" o vazio que encheu a Europa com o desaparecimento ou a reforma daquelas personalidades.
André Freire parece não estar tão pessimista - ou se calhar até está mais, dependendo dos pontos de vista: "Dominique Strauss-Kahn parecia ser o homem certo", mas tudo isso era antes de se perder em avatares longitudinais com a pessoa errada no país errado. Mas o politólogo tem alternativas: "Lars Rasmussen, primeiro-ministro da Dinamarca, é outro nome interessante".
O que, para o politólogo, é muito menos interessante, "é a construção institucional da União Europeia", que caracteriza como "imperfeita" e onde se atropelam "uma câmara que representa os cidadãos" - a qual, para Miguel Beleza, não é propriamente fonte de grandes exemplos -, "uma Comissão Europeia que não é eleita para representar as Nações e que tem um presidente, um presidente do Conselho Europeu e uma multiplicidade de outros órgãos" que se espiam entre si, na procura de um equilíbrio que não passa de ausência de dinamismo. E também, por certo, de ausência de flexibilidade, de capacidade de decisão, de rapidez e de eficácia - como aliás se tem visto, opina André Freire, "na resposta à crise das dívidas, que é sempre feita pelo lado do reforço da austeridade, que se tem revelado ineficaz, e de onde resulta que não há uma lógica de liderança da Europa" ou sequer um conceito de Europa.
No meio desta amálgama atabalhoada que enche corredores, gabinetes, hemiciclos e parques de estacionamento, em que lugar é que se vai encontrar alguém com vontade (a palavra certa parece ser pachorra) para ser líder europeu?
Eleições directas são a resposta? Neste quadro, a pergunta que se coloca é se há alguma virtude escondida (ou mesmo escancarada) numa eventual eleição directa de uma espécie de presidente de toda a Europa (da União).
Miguel Beleza é peremptório: "Gostaria que isso acontecesse". Mas de imediato coloca duas ressalvas: por um lado, "o mau exemplo do Parlamento Europeu", onde os cidadãos do continente não se revêem (deixando sempre inquietantemente desertas as eleições para aquele órgão) e que não tem sabido encurtar distâncias entre eleitos e eleitores; e, por outro, a tentação ‘nacionalista' que a votação num presidente europeu iria assumir, o que resultaria na sobreposição de imagem entre a Europa como um todo e o seu membro mais populoso (precisamente a Alemanha).
André Freire considera que "é uma boa ideia mas tem de ser mitigada". Neste quadro, opta "pela eleição indirecta, através de uma câmara onde os Estados fossem paritários", à luz do que sucede nos Estados Unidos, onde cada um dos 50 Estados tem o mesmo número de eleitos. Mas como escapar, mesmo no ambiente restrito dessa câmara, à tentação ‘nacionalista'? "Pois é", confirma André Freire, "é precisamente aí que não há liderança".
Aí, onde os europeus insistem que não haja Europa pela razão ao mesmo tempo simples e complexa de tardarem em optar por uma Europa que seja maior que a soma das partes. Aí, onde as coisas doem: ninguém, por mais louco que seja, pode liderar uma coisa que não existe.
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Triste sina ter nascido português
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Re: Crise Econômica Mundial
P44 escreveu:pafuncio escreveu:tah feia a coisa, prepe, observo daqui uma prepotencia enorme dos chucrutes. e o sincronismo da crise se deu com a merkel como premier ...
A Merkel ou é muito esperta ou muito estúpida, ainda não consegui perceber.
O certo é que toda a Europa está indo para o ralo, e não se adivinham tempos melhores.
Sei lá, para mim está mais para ESTÚPIDA! Qual a vantagem que se pode obter vendo de braços cruzados o empobrecimento de seus principais mercados? Sim, porque com um euro - ou mais adiante MARCO - valorizadíssimo a busca de mercados extraeuropeus é pouco pragmática. Exportar em euro para quem usa euro é uma kôza, fazê-lo para quem usa moedas mais fracas (como o dólar) é outra e bem mais complicada. Assim, ao assistir a derrocada do resto da Europa, a Alemanha assiste ao prólogo da sua própria.
É o que penso.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Crise Econômica Mundial
O problema é que a Sra Merkel qualquer que seja a decisão que tome vai ter que fazer passar um elefente dentro de uma loja de cristais e ela não quer partir muita loiça, logo...tem tentado resolver o problema enxotando o elefante para longe, mas o dia em que ele entrar vai chegar, porque o modelo em que assenta o capitalismo ocidental está esgotado Metafóricamente é isto!!!
Agora vamos ver no que dá esta disputa pelo acesso a recursos escassos que é no fundo o que tratamos (energia/alimento/materia prima/fundos finançeiros)...A via classica do passado quando arazão se esgotou foi sempre o recurso á guerra
Agora vamos ver no que dá esta disputa pelo acesso a recursos escassos que é no fundo o que tratamos (energia/alimento/materia prima/fundos finançeiros)...A via classica do passado quando arazão se esgotou foi sempre o recurso á guerra